Muitos deputados que votaram pela destruição de nosso antigo Código Florestal agora tentam conseguir votos, alguns até dizendo que AGORA irão defender o Meio Ambiente. Lembram como eles votaram em 2011?
VEJA QUEM VOTOU CONTRA O CÓDIGO FLORESTAL (relatório Aldo Rebelo):
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/921040-veja-quem-votou-contra-e-a-favor-de-codigo-florestal-de-relator.shtml
Como votaram os deputados gaúchos:
(Sim é pela revogação do antigo Código Florestal e aprovar um novo Código menos restritivo e protetor ao Meio Ambiente. Não significa manter o antigo Código, mais restritivo, e contra o relatório que "flexibilizava" a proteção ambiental. Desde o início pedimos o voto no NÃO)
Primeira rua declarada Patrimônio Ambiental de Porto Alegre
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24 setembro 2014
09 outubro 2012
Faleceu a coordenadora da campanha da Amazônia do Greenpeace
De O Eco:
Tatiana e a despedida do arco-íris
Karina Miotto
08 de Outubro de 2012
Tatiana de Carvalho, coordenadora da campanha da Amazônia do
Greenpeace, faleceu neste domingo (07), após uma queda na cachoeira Poço
Azul, nos arredores de Brasília. Tinha apenas 36 anos de vida.
A seguir, texto da jornalista Karina Miotto, que a conheceu, presta uma homenagem a Tatiana.
Tatiana de Carvalho era uma moça linda, cheia de energia, alegria e entusiasmo. Quando trabalhei no Greenpeace, em Manaus, lembro bem de suas excelentes pontuações nos debates do time. Recordo-me também do encontro no navio Arctic Sunrise, durante o Fórum Social Mundial que aconteceu em 2009, em Belém. Ela sempre a postos, em movimento, atendendo todo mundo. O trabalho em prol da conservação da Amazônia e da dignidade de seu povo marcaram sua história pessoal e profissional.
Começou a carreira no Greenpeace em 2002, como coordenadora da campanha de transgênicos. Na organização, também chegou a liderar a campanha da soja e a apoiar as de clima/energia e pecuária. Entre 2010 e 2011, foi analista sênior de conservação do WWF Brasil. Corajosa, idealista, ao longo dos anos realizou muitas viagens pela Amazônia para conhecê-la melhor e, assim, defendê-la. De volta ao Greenpeace, seu conhecimento da região a levou a assumir a liderança da campanha pela Amazônia. O coordenador de campanha é o representante do Greenpeace naquela determinada ação.
Iglu, como era chamada pelos colegas "ezalquianos" (formados pela EZALQ - USP), encarou os desafios que surjirão no caminho das causas que abraçou e não mediu palavras nem esforços para expor as irregularidades que encontrou.
Ela nos deixa para voar seu voo sem fim. Sua alegria contagiante, seu exemplo de viver intensamente e lutar pelo bem deste planeta ecoarão para sempre no coração de quem fica.
Segue na luz, Tati. Do arco-íris que você agora habita, continue a nos inspirar com seus passos.
Trechos de textos de Tatiana Carvalho
Carvoarias
“O ferro gusa está deixando um rastro de destruição e violência na Amazônia. Desmatamento ilegal, trabalho análogo à escravidão e invasão de territórios indígenas estão na ponta da cadeia desta matéria-prima”
Novo Código Florestal
"O projeto de lei como está escrito vai levar ao aumento do desmatamento, conceder anistia para quem desmatou ilegalmente e ainda abrir brechas para novas concessões"
Terra Indígena Marãiwatsédé
“O que está acontecendo na Terra Indígena Marãiwatsédé não é exceção, é regra na Amazônia. Os Xavantes hoje vivem encurralados em uma área rodeada por devastação, o que tem um impacto direto no seu modo de vida. Os índios precisam da floresta para sobreviver”
Paralisação do porto da Cargill
“A paralisação das atividades do porto da Cargill coroa a luta de muitos anos das comunidades locais de Santarém e daqueles que combatem a expansão da soja na Amazônia. A soja e outros produtos do agronegócio são vetores fundamentais do desmatamento, que ameaça a biodiversidade e provoca mudanças climáticas”
MP 558
"Estamos vendo um retrocesso na política ambiental no Brasil, passando pelo Código Florestal. Vimos também a redução do poder de fiscalização do Ibama e agora a redução de UCs sendo que ainda não foi criada nenhuma Unidade de Conservação nova neste governo. Vemos com grande preocupação os próximos anos. A perspectiva para o futuro é muito ruim. Neste contexto é ainda mais necessário que a sociedade civil esteja informada e mobilizada para dar um custo político a estas decisões"
No dia 25 de setembro passado, Tatiana esteve em Porto Alegre para tratar com diversas entidades ambientalistas da campanha "Desmatamento Zero". Ela ligou para a vice-presidente da AGAPAN, Sandra Ribeiro, quando estávamos fazendo a verificação das árvores da Rua Gonçalo de Carvalho com moradores, técnicos da SMAM e representantes da AGAPAN. Logo após a verificação do estado das árvores na Gonçalo de Carvalho aconteceu uma reunião de ativistas da AGAPAN com a Tatiana.
Link: Verificação das Árvores na Rua Gonçalo de Carvalho
Tatiana e a despedida do arco-íris
Karina Miotto
08 de Outubro de 2012
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Tatiana em Santarém, no Pará. Foto: Greenpeace |
A seguir, texto da jornalista Karina Miotto, que a conheceu, presta uma homenagem a Tatiana.
Tatiana de Carvalho era uma moça linda, cheia de energia, alegria e entusiasmo. Quando trabalhei no Greenpeace, em Manaus, lembro bem de suas excelentes pontuações nos debates do time. Recordo-me também do encontro no navio Arctic Sunrise, durante o Fórum Social Mundial que aconteceu em 2009, em Belém. Ela sempre a postos, em movimento, atendendo todo mundo. O trabalho em prol da conservação da Amazônia e da dignidade de seu povo marcaram sua história pessoal e profissional.
Começou a carreira no Greenpeace em 2002, como coordenadora da campanha de transgênicos. Na organização, também chegou a liderar a campanha da soja e a apoiar as de clima/energia e pecuária. Entre 2010 e 2011, foi analista sênior de conservação do WWF Brasil. Corajosa, idealista, ao longo dos anos realizou muitas viagens pela Amazônia para conhecê-la melhor e, assim, defendê-la. De volta ao Greenpeace, seu conhecimento da região a levou a assumir a liderança da campanha pela Amazônia. O coordenador de campanha é o representante do Greenpeace naquela determinada ação.
Iglu, como era chamada pelos colegas "ezalquianos" (formados pela EZALQ - USP), encarou os desafios que surjirão no caminho das causas que abraçou e não mediu palavras nem esforços para expor as irregularidades que encontrou.
Ela nos deixa para voar seu voo sem fim. Sua alegria contagiante, seu exemplo de viver intensamente e lutar pelo bem deste planeta ecoarão para sempre no coração de quem fica.
Segue na luz, Tati. Do arco-íris que você agora habita, continue a nos inspirar com seus passos.
Trechos de textos de Tatiana Carvalho
Carvoarias
“O ferro gusa está deixando um rastro de destruição e violência na Amazônia. Desmatamento ilegal, trabalho análogo à escravidão e invasão de territórios indígenas estão na ponta da cadeia desta matéria-prima”
Novo Código Florestal
"O projeto de lei como está escrito vai levar ao aumento do desmatamento, conceder anistia para quem desmatou ilegalmente e ainda abrir brechas para novas concessões"
Terra Indígena Marãiwatsédé
“O que está acontecendo na Terra Indígena Marãiwatsédé não é exceção, é regra na Amazônia. Os Xavantes hoje vivem encurralados em uma área rodeada por devastação, o que tem um impacto direto no seu modo de vida. Os índios precisam da floresta para sobreviver”
Paralisação do porto da Cargill
“A paralisação das atividades do porto da Cargill coroa a luta de muitos anos das comunidades locais de Santarém e daqueles que combatem a expansão da soja na Amazônia. A soja e outros produtos do agronegócio são vetores fundamentais do desmatamento, que ameaça a biodiversidade e provoca mudanças climáticas”
MP 558
"Estamos vendo um retrocesso na política ambiental no Brasil, passando pelo Código Florestal. Vimos também a redução do poder de fiscalização do Ibama e agora a redução de UCs sendo que ainda não foi criada nenhuma Unidade de Conservação nova neste governo. Vemos com grande preocupação os próximos anos. A perspectiva para o futuro é muito ruim. Neste contexto é ainda mais necessário que a sociedade civil esteja informada e mobilizada para dar um custo político a estas decisões"
No dia 25 de setembro passado, Tatiana esteve em Porto Alegre para tratar com diversas entidades ambientalistas da campanha "Desmatamento Zero". Ela ligou para a vice-presidente da AGAPAN, Sandra Ribeiro, quando estávamos fazendo a verificação das árvores da Rua Gonçalo de Carvalho com moradores, técnicos da SMAM e representantes da AGAPAN. Logo após a verificação do estado das árvores na Gonçalo de Carvalho aconteceu uma reunião de ativistas da AGAPAN com a Tatiana.
Link: Verificação das Árvores na Rua Gonçalo de Carvalho
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25 maio 2012
Presidenta não vetou TUDO...
Infelizmente a presidenta Dilma não vetou TODO o Código Florestal aprovado pela Câmara dos Deputados.
Foram feitas 32 alterações ao texto aprovado pelos deputados.
Será que ela não leu a carta dos magistrados brasileiros sobre as ilegalidades do "novo Código Florestal", quando expressaram a necessidade de veto integral ao texto?
Foram feitas 32 alterações ao texto aprovado pelos deputados.
Será que ela não leu a carta dos magistrados brasileiros sobre as ilegalidades do "novo Código Florestal", quando expressaram a necessidade de veto integral ao texto?
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Clicar para abrir o texto em PDF |
23 maio 2012
Charruas contra o novo Código Florestal
Do Blog Observatório Ambiental:
Cacique charrua protesta contra o novo Código Florestal
A índia charrua, Acua B, cacique da tribo no RS, esteve presente na Assembleia Legislativa do estado nessa segunda-feira, 21, durante a reunião com o deputado Paulo Piau, relator do projeto do novo Código Florestal Brasileiro, que aconteceu na parte da tarde, e no evento realizado a noite, na mesma casa, por três partidos que concorrem, unidos, à prefeitura de Porto Alegre.
As opiniões estavam divididas no evento entre a opção de vetar todo o projeto ou apenas alguns pontos específicos. Os partidários da presidenta Dilma Roussef se manifestaram pela veto parcial, o que pode ser um indicativo da decisão de Dilma.
Acua B cobrou das autoridades presentes mais atenção para o seu povo. “Como é que a lei não enxerga nós, o povo charrua, que preserva a mata e cuida do olho d’água?”, questionou a cacique.
Fonte: http://observatorioambiental.com.br/2012/05/22/cacique-charrua-protesta-contra-o-novo-codigo-florestal/
*Acua B é a primeira mulher escolhida para Cacique Geral do povo Charrua no Rio Grande do Sul.
No Blog Porto Alegre Resiste: Deputado escutou muitos "Veta TUDO, Dilma!"
Cacique charrua protesta contra o novo Código Florestal
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Acua B, primeira mulher Cacique charrua no Rio Grande do Sul |
A índia charrua, Acua B, cacique da tribo no RS, esteve presente na Assembleia Legislativa do estado nessa segunda-feira, 21, durante a reunião com o deputado Paulo Piau, relator do projeto do novo Código Florestal Brasileiro, que aconteceu na parte da tarde, e no evento realizado a noite, na mesma casa, por três partidos que concorrem, unidos, à prefeitura de Porto Alegre.
As opiniões estavam divididas no evento entre a opção de vetar todo o projeto ou apenas alguns pontos específicos. Os partidários da presidenta Dilma Roussef se manifestaram pela veto parcial, o que pode ser um indicativo da decisão de Dilma.
Acua B cobrou das autoridades presentes mais atenção para o seu povo. “Como é que a lei não enxerga nós, o povo charrua, que preserva a mata e cuida do olho d’água?”, questionou a cacique.
Fonte: http://observatorioambiental.com.br/2012/05/22/cacique-charrua-protesta-contra-o-novo-codigo-florestal/
*Acua B é a primeira mulher escolhida para Cacique Geral do povo Charrua no Rio Grande do Sul.
No Blog Porto Alegre Resiste: Deputado escutou muitos "Veta TUDO, Dilma!"
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20 maio 2012
"Veta TUDO, Dilma" na Feira Ecológica
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Agricultores ecológicos aderem ao "Veta Tudo, Dilma!" - Foto: Cesar Cardia |
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Augusto Carneiro, um dos fundadores da AGAPAN - Foto: Cesar Cardia |
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Muitas bancas exibiam o panfleto "Veta Tudo, Dilma" - Foto: Cesar Cardia |
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"Sinfonia Inacabada: A vida de José Lutzenberger", da jornalista e escritora Lilian Dreyer, exposta em uma das bancas da Feira Ecológica. |
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Veta TUDO
16 abril 2012
Dia Nacional da Conservação do Solo
DIA NACIONAL
DA CONSERVAÇÃO DO SOLO
“O homem
branco deve ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos
avôs”.
Para que
respeitem a terra, deve ensinar a seus filhos que a terra foi enriquecida com a
vida de nossos antepassados, que ela é nossa mãe. Tudo aquilo que acontecer a
terra, acontecerá também aos filhos dela. Se os homens cospem no solo, estão
cuspindo neles mesmos. Sabemos que a terra não pertence aos homens.
O homem,
sim, é que pertence a terra.”
Trecho da
declaração do cacique Seattle ao presidente dos Estados Unidos, em 1854.
Esta data especial foi instituída pela Lei Nº
7.876/89, em homenagem ao nascimento do americano Hugh Hammond Bennet
(1881-1960), estudioso da conservação do solo.
A data não é conhecida pela maioria das pessoas;
isso porque não há uma popularização deste evento que é muito significativo,
uma vez que esse recurso natural, entre outros, é de fundamental importância
para nossas vidas, assim como é para os demais seres vivos que constituem os
ecossistemas de nosso planeta. Hoje, há uma grande preocupação por parte dos
governos e da sociedade pelo crescimento da população, escassez de recursos,
mas pouco se tem feito para a conservação dos solos e devemos salientar que as
atividades como agricultura e pecuária, que sustentam a sociedade em alimentos,
têm como base esse recurso.
Dia Nacional da Conservação do Solo foi
instituído no Brasil para servir de alerta à sociedade para a necessidade de
preservar um dos principais patrimônios nacionais que esta sendo degradado.
Dia de aprender um pouco sobre o chão em que
pisamos, construímos nossa casa e retiramos nossos alimentos, bem como pensar
em formas de preservá-lo.
Conceitualmente o solo é um corpo
natural, ocupando porções na superfície terrestre, suportando plantas e
edificações e que apresentam propriedades resultantes da atuação integrada do clima
e dos organismos atuando sobre o material de origem, condicionado pelo relevo
durante um período de tempo. Está em constante evolução e alteração. Esta
natureza dinâmica e evolucionária está englobada na definição do solo, como
sendo, material mineral inconsolidado na superfície da terra que tem estado
sujeito e influenciado por fatores ambientais e genéticos, tais como: clima,
material de origem, macro e microrganismos e topografia. Todos estes fatores
atuam no tempo e produzem um produto chamado solo que difere do material
originário em muitas propriedades e características físicas, químicas e
biológicas.
O solo
agrícola é
todo o solo que tenha aptidão para utilização agrossilvipastoril não localizado
em área de preservação permanente;
Os solos são um dos mais importantes
recursos do meio ambiente, uma entidade viva, e não apenas um substrato no qual
as plantas crescem. O solo é um recurso natural não renovável formado
lentamente, mas que pode ser perdido rapidamente. A degradação da terra é um
grave problema ambiental. O uso indiscriminado das terras na agricultura, sem
levar em conta suas propriedades físicas, químicas e microbiológicas, é uma das
principais causas da degradação do solo. Além disso, o desconhecimento do clima
onde a propriedade rural está inserida piora essa situação.
Várias são as funções do solo, a principal
talvez seja a de servir como recurso propício ao desenvolvimento de atividades
produtoras de alimentos, frutos, legumes, cereais, folhas, etc. Na agricultura
se perpetua a vida do homem, o solo lhe dá o alimento e o sustento do
dia-a-dia, o pão, a bebida, o vinho, até o leite, pois os rebanhos que produzem
o leite se alimentam de rações ou pastagens que se desenvolvem no solo.
Poderíamos enumerar outros exemplos como arroz, soja, feijão, milho, tantos que
poderíamos preencher algumas páginas. E muita coisa vem do solo.
Desde tempos remotos o homem, com a fixação dos
grupos humanos organizados e o surgimento das grandes civilizações, utiliza os
solos com a agricultura. O solo, comumente chamado de terra, chamado também de
chão, e muitas vezes dito como lugar, no sentido de terra natal, constitui tudo
isso e muito mais, significando ainda a possibilidade de prolongamento da vida.
No antigo testamento ele é a matéria para a vida, pois como está escrito Adão
foi criado do pó da terra, tendo Deus soprado nas narinas do primeiro homem
para lhe tornar um ser vivo.
Quando olhamos para o passado podemos perceber
exemplos de grande impacto no uso dos solos. O uso de tecnologias “novas”
também causa degradação de recursos naturais como o solo, gerando o declínio
das antigas civilizações. Um exemplo comumente usado é o da Mesopotâmia, situada
entre os rios Tigre e o Eufrates, hoje e o Iraque, onde há cerca de 5.000 anos
atrás, desenvolveu-se a civilização Persa, a qual dominou técnicas de irrigação
e desenvolveu a agricultura. Documentos dão testemunho de que a utilização mal
planejada da água trouxe degradação dos solos e das condições ambientais, tendo
como resultado a sanilização e erosão, tornando a região árida. Hoje, ela
continua na mesma situação de aridez e pouco produtiva.
Os grandes vilões do solo são a destruição da
cobertura vegetal, desmatamento, queimadas; o esgotamento, causado pela
interrupção constante do processo natural de reciclagem dos nutrientes; e a
contaminação (fertilizantes, agrotóxicos, lixo e resíduos industriais).
No Brasil a grande maioria dos solos está
sofrendo algum tipo de degradação. Ações como cultivos intensos e contínuos,
queimadas indiscriminadas, desmatamentos, urbanização sem planejamento, áreas
de terra desnudas e abandonadas estão livres para os agentes naturais como o
vento e a água, e assim, favorecendo a degradação desses solos.
O chamado processo de arenização, ou
seja, a transformação de um solo muito arenoso com uma cobertura vegetal fraca,
em uma área com areia sem nenhuma ou quase nenhuma cobertura vegetal, pode
ocorrer em poucos anos, dependendo da intensidade com que manejos inadequados
de agricultura ou pecuária são conduzidos sobre estas áreas.
Na
região da campanha gaúcha esse processo se acentua devido os solos da região
serem altamente arenosos, ter baixa coesão entre partículas, baixa fertilidade
natural e uma vegetação rala e esparsa fazendo a região sudoeste gaúcha
apresentar solos com altas taxas de erosão hídrica e eólica, deixando estes
entre os mais suscetíveis à degradação, chegando a apresentar peculiaridade de
deserto com vastas áreas com quase nenhuma vegetação.
Embora
algumas destas áreas sejam conhecidas há muito tempo, e sem interferência
conhecida, a maioria delas sofreu intensa atividade humana com manejos inadequados
que propiciaram uma degradação severa em áreas ainda sem processo de
arenização, com isso os areais se expandiram e atingiram grandes extensões.
A região de ocorrência dos solos que
apresentam areais está localizada no sudoeste do Rio Grande do Sul, em direção
oeste até a fronteira com a Argentina e Uruguai. A degradação do solo nesta
região se manifesta com vastas áreas apresentando a forma de areais. Estes
areais ocupam uma larga faixa onde se localizam os municípios de Alegrete,
Cacequi, Itaquí, Maçambará, Manuel Viana, Quaraí, Rosário do Sul, São Borja,
São Francisco de Assis e Unistalda.
No dia da conservação deste relevante recurso
natural, chama-nos atenção à situação do Bioma Campos Sulinos ou Pampa. Grande
parte deste ecossistema está coberta predominantemente de gramíneas, compostas
e leguminosas, com porte e densidade suficiente para proteger os solos, isso
porque as áreas remanescentes são poucas e grande parte foi degradada e
incorporada aos cultivos ou pastagens. Com a redução da cobertura vegetal o
solo fica sujeito à erosão, pelas chuvas, pelos ventos e, assim, o capital
natural que representa é perdido e levado pelos rios, sangas e riachos no
período chuvoso, causando voçorocas e conseqüentemente o assoreamento, isso
também porque as práticas desenvolvidas na agricultura são ainda muito danosas
ao recurso.
A conservação do Pampa requer melhores práticas
de uso de seus recursos, principalmente dos solos, ou mesmo a redução na
intensidade do uso atual em áreas impróprias, pois a degradação vem ocorrendo
ao longo de séculos. Manter a sustentabilidade dos Campos Sulinos significa que
seu uso deve ser planejado, para que sejam utilizadas as áreas propícias ou
aptas para esse fim e permitir a possibilidade de regeneração dos recursos
naturais. Ou seja, os órgãos competentes da alçada municipal, estadual e
federal devem fazer campanhas de conservação dos solos, de florestamento, além
da conscientização para evitar queimadas, reduzir os processos erosivos e,
assim, lutar contra a arenização. Além disso, há necessidade de tornar efetivas
as unidades de conservação já existentes no bioma, além da criação de outras que
tenham como função conservar paisagens representativas dos diferentes tipos de
campo.
Atualmente o Pampa esta entre os biomas brasileiros
mais degradados, perdendo para a Mata Atlântica. Isso significa que a cada dia
os solos do Pampa perdem suas condições de sustentar nossa sociedade; a atual
degradação em curso não pode mais continuar, é necessário que se tomem
providências para a convivência harmônica com as possibilidades que os recursos
naturais podem fornecer. Assim, é responsabilidade de todos nós de zelar pelo
patrimônio natural que representa o solo nosso de cada dia.
Agentes como o vento, o sol e a chuva vão desgastando
a rocha e a transformando em um material mais macio. Com o passar do tempo,
esse material é misturado a restos de vegetais e de animais mortos, sempre em
contato com a água e o ar, e forma o solo, que é a terra na qual crescem as
plantas.
O solo tem camadas formadas por vários
elementos, mas ele não é igual em todos os lugares. Basta observar que cada
região do país produz determinados alimentos em vez de outros. Isto ocorre
porque cada tipo de solo é adequado para a sobrevivência determinadas plantas e
impróprio para outras.
O homem tem criado técnicas, equipamentos e
produtos químicos para aumentar a produtividade dos solos, mas muitas vezes sem
se preocupar com os danos que isso pode causar. Por outro lado, os
desmatamentos, as queimadas, o esgoto e a poluição em geral também têm agredido
a terra. Sabemos que tudo isso deve ser evitado. O importante é pensarmos em
como ajudar. Componente fundamental do ecossistema terrestre, o solo é um
sistema dinâmico e complexo. Sua formação, resultante de centenas de milhares
de anos, deve-se à interação entre elementos bióticos, bactérias e algas e
abióticos, chuva, gelo, vento e temperatura.
Do solo fértil e equilibrado dependem a produção
de alimentos, a sobrevivência de inúmeras espécies vegetais e animais, o ciclo
da água, a matéria-prima ou substrato para obras civis, casas, indústrias,
estradas e até a qualidade do ar.
É crescente a preocupação com as questões
ambientais e sua relação com a qualidade de vida no planeta, impondo, a cada
dia, barreiras mais rígidas ao comércio de produtos e serviços para as
diferentes cadeias produtivas. Dentro dessa perspectiva, é fundamental
reconhecer e assumir que “a conservação dos recursos naturais é uma
corresponsabilidade de todos os setores da sociedade, passado, presente e
futuro, na proporção em que consomem produtos originados desses recursos”.
Em
algumas regiões do país, a erosão vem causando significativos prejuízos
econômicos, sociais e ambientais. Algumas das consequências do mau uso e manejo
do solo podem ser identificadas pela poluição e assoreamento dos cursos d’água
e represas, perda de nutrientes e de matéria orgânica, enchentes avassaladoras
que, a cada ano, afetam milhares de pessoas, entre outras.
Os
recursos naturais ainda disponíveis no planeta Terra são suficientes para garantir
uma forma de vida adequada para todos, mas para isso é necessária à adoção de
medidas de recuperação, compensação e conservação dos recursos existentes. A
humanidade tem em suas mãos o destino do planeta, cabe a ela decidir os rumos a
serem tomados, mas uma certeza existe “se continuar como está estaremos
sujeitos ao fim”, precisamos fazer a nossa parte e tentar viabilizar a
conscientização sobre a importância da conservação e recuperação dos recursos
naturais existentes e oferecer formas alternativas e sustentáveis de manejo.
Por tudo isso é essencial evitarmos a degradação
do solo, por meio de práticas como a rotação de culturas, adubação orgânica,
drenagem, aragem, irrigação e manejo.
A política de uso racional do solo constitui-se
no conjunto de objetivos, normas, procedimentos e ações encetadas pelo poder
público, visando à manutenção e à melhoria do potencial produtivo do solo
agrícola.
O solo agrícola é um recurso natural,
parte integrante do patrimônio ambiental estadual e bem de interesse comum a
todos os cidadãos, devendo sua utilização sob qualquer forma, ser submetida às
limitações que a legislação geral, e especialmente esta lei, estabelecem.
A
utilização do solo no meio rural, para quaisquer fins, deve ser através da adoção
de práticas, técnicas, processos e métodos que visem a sua proteção, conservação,
melhoria e recuperação, observadas as características geo-morfológicas, físicas,
químicas, biológicas, ambientais, a capacidade e a aptidão de uso e as suas funções
socioeconômicas.
Devemos no mínimo observar, a aptidão
agrícola para uso da terra que é a adaptabilidade do solo para um tipo
específico de utilização agrossilvopastoril, segundo a avaliação das suas
potencialidades e limitações, pressupondo-se a adoção de um ou mais distintos
níveis de manejo, considerando o contexto socioeconômico; a capacidade
de uso da terra que é a adaptabilidade de um terreno para fins agrossilvopastoris,
sem degradação, por um longo período de tempo, segundo a avaliação de suas
potencialidades e limitações, especialmente quanto à declividade, pressupondo-se
a aplicação de um nível de manejo tecnológico desenvolvido; a conservação do solo que é o conjunto
de ações que visam à manutenção de suas características físicas, químicas e
biológicas, e conseqüentemente, à sua capacidade produtiva continuada.
A perda do equilíbrio das propriedades físicas,
químicas e biológicas do solo com redução significativa ou perda da
produtividade biológica ou econômica em decorrência da utilização da terra por
um processo ou uma combinação de processos, incluídos os resultantes de
atividades humana, causadas por efeito físico, erosão hídrica ou eólica,
compactação e outras formas de alteração da estrutura do solo ou por efeito
químico, acidificação, salinização, poluição, associadas ou não à deterioração
das condições hidrológicas de superfície devido à perda da cobertura vegetal ou
das condições geohidrológicas (águas subterrâneas).
No uso
adequado do solo agrícola de ser sempre observada, a adoção de um
conjunto de práticas, técnicas e procedimentos que, de acordo com a sua capacidade de
uso e aptidão agrícola, contribuem para a recuperação, conservação e
melhoramento do solo agrícola, atendendo a função sócio-econômica e ambiental
de estabelecimentos rurais;
As terras agrícolas, em geral, estão
compartimentadas de formas diferentes, com vários tipos de solos e cada tipo
apresentando características e vocações próprias, necessitando para serem
utilizados, de um estudo ou levantamento sobre a capacidade potencial e de uso
dos mesmos, adequando os modelos de explorações às suas exigências naturais e
adotando medidas de manejo, conforme o tipo de solo, para dar sustentabilidade
a essas explorações sem causar nenhum prejuízo aos recursos naturais.
A Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e Alimentação recomenda atenção para as técnicas que tornam a
produção sustentável e eficiente, modernizam as instituições e as políticas
nacionais. Ações coordenadas de instituições bem preparadas poderão responder
os desafios da gestão dos solos e da água.
Um novo paradigma da agricultura:
O
desafio: Para alimentar uma
população mundial crescente, não temos opção senão
intensificar a produção agrícola.
Mas os agricultores enfrentam restrições
sem precedentes. Para crescer, a
agricultura deve aprender a economizar.
Sistemas agrícolas: Intensificação da
produção de culturas será construída
em sistemas agrícolas que oferecem uma gama de produtividade, sócio-econômicos e ambientais benefícios aos
produtores e à sociedade em geral.
A
saúde do solo: Agricultura deve,
literalmente, voltar às suas raízes redescobrindo
a importância do solo saudável, com base em fontes naturais de nutrição de plantas, e usando adubo mineral sabiamente.
Culturas
e variedades: Os agricultores necessitam
de um conjunto geneticamente diverso
de variedades melhoradas que são
adequados para uma variedade de ecossistemas
agrícolas e as práticas agrícolas, e resistentes à mudança climática.
A gestão da água: Intensificação sustentável requer tecnologias mais inteligentes de precisão, para a irrigação e as práticas agrícolas que usam enfoques ecossistêmicos para conservar a água.
Fitofarmacêutico:
Os pesticidas matam as pragas, mas também inimigos naturais dos parasitas, e seu uso excessivo, podem
prejudicar agricultores, consumidores eo meio ambiente. A primeira linha de defesa é um saudável ecossistema
agrícola.
Políticas
e instituições: Para incentivar os
pequenos agricultores a adotar intensificação
da produção sustentável de
culturas, são necessárias mudanças fundamentais nas políticas de desenvolvimento agrícola
e instituições.
O Dia da Conservação do solo é uma advertência a
ser lembrada diariamente para os que derrubam os remanescentes florestais e
usam de outras práticas de agressão ao solo, conscientes ou inconscientemente.
“Protegerás o solo e o delegarás sadio às gerações futuras”.
Recebido por e-mail de Julio Cesar Rech Anhaia – Eng.º Agrº - 15 de Abril de 2012
07 abril 2012
Os impactos das alterações no Código Florestal Brasileiro
Terça Ecológica debate impactos do Código Florestal nas cidades
Evento será realizado na Fabico da UFRGS na terça-feira, às 19h, tendo o vereador Beto Moesh como debatedor.
Promovida mensalmente pelo Núcleo de Ecojornalistas do RS (NEJ/RS), a primeira edição da Terça Ecológica neste ano, no dia 10 de abril, às 19 horas, tratará do tema “As mudanças no Código Florestal Brasileiro e os impactos nas cidades”. O convidado para debater o tema, no auditório 1 da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) da UFRGS, em Porto Alegre, será o advogado e ambientalista Beto Moesch, que também é vereador na capital gaúcha. Ele abordará as alterações propostas ao Código Florestal e os impactos ambientais decorrentes delas. Alterações estas que já estão sendo postas em prática, como é o caso dos plantios de monoculturas em topos de morros no Estado. O evento é aberto ao público.
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Vereador Beto Moesch no "AGAPAN Debate" de setembro de 2009 - Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho |
Mesmo com o texto do novo Código Florestal em tramitação no Congresso Nacional e sob a ameaça de ter a votação adiada para depois da Rio+20 – a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável -, em junho, o Legislativo ainda busca um consenso sobre a matéria. Um item da proposta, por exemplo, prevê que o produtor possa tirar 20 metros cúbicos [de madeira] por hectare ao ano para seu consumo. Em algumas regiões do Rio Grande do Sul, que vêm sofrendo constantemente com a estiagem, os produtores retêm a água dos rios próximos.
Também tramita na Câmara o Projeto de Lei 3371/12, de autoria do deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), que estabelece que, a partir da sanção da nova lei, ela poderá ser revista a cada cinco anos. O relator do projeto de novo Código Florestal (PL 1876/99) na Câmara Federal, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), afirmou que vai acatar quase integralmente a versão aprovada no Senado. No entanto, o texto não inclui os dois pontos que permanecem polêmicos – recuperação de área de preservação permanente (APP) de margem de rios e a previsão de áreas verdes urbanas. O substitutivo promove 28 alterações no texto, a maioria pontuais.
Recomposição de APPs
Embora ressalte que as negociações sobre os pontos discordantes continuam, Piau se diz favorável à redação do Senado para a reconstituição de APPs de margens de rios. Pelo texto da Casa revisora, para cursos d’água de até dez metros de largura, deve ser recomposta uma faixa de 15 metros de vegetação. Para rios maiores, a área deverá ter entre 30 e 100 metros. A versão da Câmara prevê apenas que para rios de até 10 metros de leito a recomposição deverá ser de 15 metros. Rios maiores teriam as faixas definidas nos planos de regularização ambiental, a serem criados pela União e pelos estados. Os representantes dos produtores rurais defendem a manutenção deste texto.
Nenhuma das versões, entretanto, agrada a ambientalistas e a cientistas. Em carta aberta da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), representantes de instituições acadêmicas e de pesquisa afirmaram que “todas as APPs de margens de cursos d’água devem ser preservadas e, quando degradadas, restauradas integralmente”.
As determinações valeriam para as áreas ocupadas irregularmente até 22 de julho de 2008. Para novos desmatamentos, as regras continuariam as mesmas para APPs de cursos d’água – entre 30 e 500 metros. As duas versões aprovadas, no entanto, permitem aos proprietários rurais somar as APPs no cômputo da reserva legal – que permanece em 80% da propriedade na Amazônia, 35% no cerrado, e 20% nos demais biomas. Os especialistas afirmam que a medida, além de reduzir a vegetação protegida, vai comprometer principalmente a função da reserva legal, de conservar a vegetação nativa e formar corredores ecológicos – locais de trânsito de animais.
Os dois substitutivos também alteraram o local de início da medição das APPs de margens de rios, que deverá começar no leito regular. Hoje inicia-se a contagem pelo nível mais alto da água, nas cheias. Segundo a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Maria Tereza Piedade, esta alteração deixará “as florestas alagáveis desprotegidas, o que representa 1,5 milhão de km2”.
No substitutivo do Senado também foi incluída a previsão de área verde nas expansões urbanas, que deverão reservar 20 metros de vegetação para cada habitante. Ambientalistas e cientistas também consideram a medida questionável, pois não define a localização das áreas verdes. Para eles, o mais importante é proteger margens de cursos d’água e encostas com risco de desabamento.Confira as principais alterações no texto aprovado pelo Senado.
Fonte: EcoAgência, com informações da Agência Câmara de Notícias
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16 março 2012
A última árvore
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Imagem da internet, sem autoria conhecida |
Štĕpán Zavřel, escritor. Cuento sobre el cuidado de los bosques.
En las afueras de la ciudad vivían un chico y una chica. El guardabosque iba a verlos frecuentemente y siempre les llevaba algo del bosque. A veces, los dos niños acompañaban al guardabosque. Recogían las hojas de árboles, agujas de pino y piñas. Luego las dibujaban y colgaban las hojas sobre las paredes del cuarto de estar de su casa.
El viejo guardabosque
les contaba muchas historias. Así aprendieron los niños que los abetos
crecían en tierras más secas, que los pinos podían vivir en la arena, y
que el plátano sufría con los fríos del invierno. Y que el abedul crecía
mucho más al norte, en las tierras frías, mientras que el cedro
necesitaba las temperaturas templadas de las costas.
—El roble puede vivir cien años —les decía el guardabosque mientras caminaba por el bosque
—. Para los pueblos antiguos era un árbol sagrado. Y el cedro aún puede vivir más años. El rey Salomón construyó su templo con cedros. La madera de estos árboles es muy resistente.
Los niños observaron un cedro gigantesco. Su copa sobresalía por encima de los demás árboles.
—Quizá se deba a la resina —continuó el guardabosque
— La resina hace a la madera más duradera. Nuestros antepasados frotaban los pergaminos con resina de cedro para que lo escrito en ellos se conservase durante muchísimos años.
Se detuvo un momento.
—Antes, los cedros crecían junto al
Mediterráneo. En Arabia y en el norte de África había bosques de cedros.
Pero los hombres acabaron con ellos. Un día, el alcalde fue a visitar a
los niños y vio todos los dibujos que habían hecho. En todas las
paredes había dibujos.
—Es la mejor manera de conocer el bosque —dijo satisfecho. Luego, se dirigió al guardabosque:
—En la ciudad hay que construir un nuevo puente. ¿Cómo andas de madera?
El guardabosque sacudió la cabeza.
—Los retoños aún son muy jóvenes y un
puente necesita mucha madera. Tendremos que esperar. El alcalde estuvo
de acuerdo. Luego, dijo a los niños:
—El bosque nos ayuda a vivir. Por mucho
que utilicemos su madera, el bosque no se acaba. ¿Sabéis por qué? Los
niños no lo sabían. El alcalde sonrió.
—Porque quien tala un árbol tiene que plantar otro nuevo. Así lo hemos hecho durante muchos años.
El viejo guardabosque asintió.
—Sí, aunque no siempre fue así —dijo.
Y rellenó su pipa, la encendió con una rama fina y comenzó a contar:
«Hace muchos, muchos años, en las afueras de la ciudad vivían dos niños. La niña se llamaba Lea y el niño, Said. Se parecían mucho a vosotros. Vivían en una cabaña y recorrían juntos el bosque. Con el tiempo llegaron a reconocer las diversas especies de árboles. Aprendieron que las agujas de los pinos son más claras que las de los abetos y que cuelgan de las ramas de dos en dos.Descubrieron que las agujas de los abetos no duran eternamente, sino que se caen a los pocos años, pero vuelven a crecer otras nuevas. Y que las agujas de los cedros, verde oscuras como las de los abetos, no se caen nunca. Said y Lea estaban asombrados. ¡Qué distintos eran unos árboles de otros! Y entonces empezaron ellos mismos a plantar árboles.Todos los días iban al bosque. Arrancaban con cuidado los pequeños árboles que crecían salvajes entre los grandes troncos y los plantaban en su jardín. Estaban contentos. Se sentían como profesores de una escuela de árboles. Y cuidaban de que sus alumnos no crecieran torcidos.Por las tardes, cuando el sol rozaba el horizonte, llenaban unas grandes regaderas y daban agua a sus protegidos. Un día, al atardecer, los niños vieron que tres hombres cruzaban el puente. Los tres forasteros fueron a la plaza del mercado y dejaron sus sacos. Dentro había pesados collares de oro y adornos brillantes. Rodaron por todas partes pulseras con ámbar incrustado, perlas, corales y nácar. La gente sintió curiosidad.¿Qué querrían los comerciantes a cambio de aquellos tesoros?—Nada de particular, sólo madera —dijeron los extranjeros—. Pero mucha, toda la que podáis conseguir. Si traéis mucha, os daremos aún más joyas. Y también hemos pensado en los niños —añadieron sonrientes—.Tenemos peladillas, chocolate, caramelos y azúcar cande. La gente miraba aquellos adornos tan caros y todos estaban como hechizados. Brindaron con los extranjeros y bailaron y cantaron sin parar durante toda la noche.Al día siguiente empezaron a trabajar. Los árboles, unos tras otros, fueron cayendo al suelo. Los golpes de las hachas retumbaban por el bosque. Los tres forasteros estaban contentos. Repartían el oro y la plata y se llevaban la madera.Así pasó una semana y otra. En el bosque empezaron a aparecer claros y algunas colinas ya se veían peladas. Pero nadie se daba cuenta. Ni nadie tenía tiempo para plantar nuevos retoños. La tierra se volvió áspera y seca. Los arroyos llevaban poca agua y sólo llovía de vez en cuando.A medida que el bosque clareaba, las arcas de la gente se llenaban de oro, plata, piedras preciosas y alhajas. Los cuellos de las mujeres se doblaban bajo el peso de los collares. Los dientes de los niños ya estaban amarillos, azules, verdes y negros de tantas golosinas. Hacía ya mucho tiempo que Said y Lea habían tirado sus caramelos.Todas las noches recogían el rocío en unos grandes pañuelos que extendían sobre el suelo. Con el rocío y la poca agua que aún salía de la fuente regaban con cuidado los jóvenes arbolitos de su jardín.En el lugar en donde antes crecía el bosque, ahora el suelo estaba árido. Y si alguna vez llovía, el agua se evaporaba enseguida. Los pájaros no encontraban sombra alguna y caían extenuados al suelo. Pero la gente seguía cortando madera… Un día, todos se encontraron alrededor de un gran árbol. Iban a empezar con sus sierras y sus hachas, cuando se dieron cuenta de que se trataba del viejo cedro.El bosque que antes lo rodeaba había desaparecido por completo. El gran cedro era el último árbol que les quedaba. Las colinas se erguían peladas. Detrás se divisaba el desierto.La gente se asustó.— ¡Hemos acabado con nuestro bosque! —gritaron—. ¿Qué vamos a hacer ahora?Pero nadie sabía la respuesta. La tierra se había secado y estaba cuarteada. Un suave vientecillo trajo granos de arena. Las arenas se acercaban cada vez más. Se extendían por todos los alrededores. Se apilaban al pie del cedro.Amenazaban con invadir la ciudad. Las gentes se arrancaron los collares de perlas de sus cuellos: ¡eran bolas de cristal! Abrieron los cofres: ¡el oro se había convertido en metal corriente; la plata, en mica! Todos estaban rabiosos.Esperaron a que volvieran los extranjeros, pero éstos no regresaron. A lo lejos, los mercaderes contemplaban lo que quedaba del bosque. Se reían. Tenían la madera y con ella podrían construir muchos barcos. No les importaba que la ciudad se hundiera en la arena. Volvieron la espalda y empezaron a huir. Pero eso no fue fácil: había arena por todas partes.De repente empezaron a hundirse en una duna. Cada vez se hundían más. Y pronto no quedó de ellos más que un sombrero.— ¿Qué debemos hacer? —preguntó la gente, ansiosa.— ¿Cómo podríamos salvarnos del desierto? Entonces Said y Lea les dijeron:—Tenéis que plantar de nuevo. En nuestro jardín crecen árboles de todas las especies. Podemos trasplantarlos. Empezaremos con los pinos y los cedros, pues la arena no les impide crecer. Y cuando la tierra se haya asentado, traeremos los demás árboles y los plantaremos junto a ellos. Luego recogeremos sus semillas y las enterraremos en el suelo. Con el tiempo tendremos un pequeño bosque. Y volverán a caer el rocío y la lluvia. Pero para eso aún falta mucho tiempo. Primero tenemos que regar los árboles pequeños por la noche, mientras haya agua en la fuente.La gente admiró a los niños. E hicieron lo que Said y Lea les habían aconsejado. Trabajaron día y noche. Y por fin volvió a llover. Y después de muchos meses lograron tener un pequeño bosque.Los vecinos respiraron. ¡La ciudad estaba salvada! ¡El bosque crecía! Un día, las gentes llegaron a la cabaña de madera situada al extremo de la ciudad. Despertaron a Said y a Lea y los llevaron al bosque. Allí les dieron las gracias y prometieron cuidar el bosque con cariño. Todos comieron, bebieron y bailaron alrededor del cedro.Y han cumplido su promesa hasta el día de hoy.»
El viejo guardabosque vació su pipa. El
alcalde miró pensativo el fuego. Los dos niños callaban. Luego,
preguntaron al guardabosque con curiosidad:
— ¿Quiénes fueron Said y Lea? ¿Los conociste?
El guardabosque sonrió.
—Sí, claro, fueron mis abuelos.
Fin
Štĕpán Zavřel
El último árbol
Madrid, Ediciones SM, 1988
Fonte: http://www.encuentos.com/cuentos-de-arboles/el-ultimo-arbol/
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24 janeiro 2012
Marcha de Abertura do Fórum Social Temático - Ao Vivo
Transmissão pela internet da Marcha de Abertura do Fórum Social Temático em Porto Alegre, via Conexões Globais 2.0. Marcha inicia a partir das 17h, horário de Brasília.
SOS Mata Atlântica abre Fórum Social Temático com marcha contra o novo Código Florestal e pelos manguezais.
À frente da caminhada, um grupo de ambientalistas protesta contra as
mudanças no Código Florestal, levando caixões com mudas de plantas, em
alusão ao enterro das florestas brasileiras. De hoje (24) até domingo
(29), o FST deve reunir pelo menos 30 mil pessoas, segundo estimativas
da organização do evento.
Serão cerca de mil atividades programadas em Porto Alegre e em mais três
cidades, todas na região metropolitana da capital. O foco do FST será a
preparação para a Conferência das Nações para o Desenvolvimento
Sustentável, que ocorre no Rio de Janeiro, em junho. (AB)
SOS Mata Atlântica abre Fórum Social Temático com marcha contra o novo Código Florestal e pelos manguezais.
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Protesto contra as alterações no Código Florestal - Foto: Agência Brasil |
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Chuvarada não interrompe a Marcha - Foto: Agência Brasil |
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Marchando na chuva - Foto: Agência Brasil |
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01 janeiro 2012
O Homem que Plantava Árvores (L'Homme qui plantait des Arbres)
O Homem que Plantava Árvores, vencedor do Oscar de melhor curta de animação em 1988, é um desses contos genuínos e cativantes.
Dirigido por Frédéric Back e baseado na obra homônima de Jean Giono, o curta é sobre Elzéard Bouffier, um homem muito peculiar que, além de cuidar de ovelhas, decidiu corajosamente reflorestar sozinho uma região inóspita e árida da França. O esforço solitário e paciente do pastor foi capaz de erguer uma floresta inteira com ecossistema rico e estável.
O trabalho de Back é primoroso: cada quadro desenhado à mão é uma combinação de detalhes e movimentos surpreendentes e expressivos. A animação tem 30 minutos e é narrada por Christopher Plummer.
Dirigido por Frédéric Back e baseado na obra homônima de Jean Giono, o curta é sobre Elzéard Bouffier, um homem muito peculiar que, além de cuidar de ovelhas, decidiu corajosamente reflorestar sozinho uma região inóspita e árida da França. O esforço solitário e paciente do pastor foi capaz de erguer uma floresta inteira com ecossistema rico e estável.
O trabalho de Back é primoroso: cada quadro desenhado à mão é uma combinação de detalhes e movimentos surpreendentes e expressivos. A animação tem 30 minutos e é narrada por Christopher Plummer.
Fonte: Bistrô Cultural
29 outubro 2011
Não se iludam, a Copa do Mundo é "deles"...
Aqui em Porto Alegre a Secretaria do Meio Ambiente, por sinal comandada por um ex-dirigente de clube de futebol não por um ambientalista, já orientou os votos da bancada do governo na Câmara Municipal a não votar o projeto que declararia 70 Túneis Verdes da cidade em Áreas de Uso Especial (como é a Gonçalo de Carvalho) por causa da Copa do Mundo. Por causa da "Copa" a Secretaria do Meio Ambiente pediu que não protegessem o Meio Ambiente, isso é incrível!
Esta semana caiu o Ministro dos Esportes por suspeitas de práticas muito pouco esportivas, mas foi substituído por alguém que se notabilizou por ser o autor de alterações ao nosso Código Florestal que trarão danos irreversíveis ao nosso Meio Ambiente, deputado Aldo Rebelo. Curiosamente o ministro que caiu e o que tomou posse são do mesmo partido, PCdoB, que está sendo uma fábrica de políticos especializados em Esportes e Meio Ambiente. A atual secretária estadual do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, também é ligada ao PCdoB. Isso é extremamente curioso, pois raramente aparece algum ambientalista de verdade atuante em entidades ambientalistas que tenha essa filiação partidária. Na luta pela preservação da Gonçalo de Carvalho percebemos isso claramente...
Mas eventualmente alguma voz mais respeitada e conhecida aparece para conseguir algum espaço novo e isso pode servir para que mais pessoas questionem o que está por trás desse "circo milionário" comandado pela FIFA, CBF e alguns políticos que tentam tirar algum proveito pessoal.
Foi o caso do repórter investigativo escocês Andrew Jennings:
Andrew Jennings pede para Brasil dizer não à Fifa
Fonte: O Povo online
Presente em audiência pública no Senado Federal nesta quarta-feira, o jornalista britânico Andrew Jennings voltou a atacar o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e outros membros do alto escalão da Fifa. Autor do livro "Jogo Sujo - O Mundo Secreto da Fifa", Jennings disse que a entidade tem todas as características de uma organização criminosa. Segundo ele, dos 187 membros, “a metade são imbecis e a outra metade são criminosos”.
Jennings, em vários momentos, alertou os senadores presentes para a necessidade de dizer “não” ao presidente da Fifa, Joseph Blatter. Para ele, não há chance de o país perder a Copa de 2014 se o fizer. Ele explicou que são apenas cerca de 15 homens mandando em uma nação soberana, que é o Brasil.
– Se deixarem, eles vão realizar o evento e levar o dinheiro. E vocês irão varrer e limpar tudo depois – alertou o jornalista investigativo, que elogiou a meia-entrada para idosos.
Durante o encontro, o senador Mário Couto (PSDB-PA) expressou seu descontentamento com o apoio político que Ricardo Teixeira tem no Congresso, o que, segundo ele, dificulta a realização de qualquer investigação.
– Eu já chamei o Teixeira de ladrão e fui repudiado por alguns colegas aqui. Não vejo diferença entre as palavras corrupto e ladrão. Para mim é a mesma coisa. Mas para tirá-lo é necessário apoio do Congresso. E basta olhar quantos senadores estão presentes nessa audiência e verá o interesse do Congresso em retirar ele do comando da Copa do Mundo. Todos compactuam com ele – lamentou.
Acompanhando o evento estava o lobista da CBF Vandenberg Machado, que passou grande parte do tempo conversando com o senador Delcídio Amaral (PT-MS), defensor da entidade na Casa. Enquanto Jennings apelava para a retirada de comando do mandatário, os dois cochichavam e decretavam: “A CBF e o COL são entidades privadas.” Ou seja, intocáveis.
Jennings propôs a entregar os documentos que possui contra Ricardo Teixeira à Polícia Federal. A PF está concluindo investigação contra o dirigente por evasão de divisas, recebimento de propina e formação de quadrilha.
– Vocês precisam apenas conseguir os contratos feitos pelo Ricardo Teixeira e irão identificar certamente as evidências que procuram para incriminá-lo – avisou.
Vale a pena ver uma entrevista com Andrew Jennings no programa Bola da Vez em 9 de julho de 2011:
O Jornalista da BBC, Andrew Jennings, participou da gravação do programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, que foi ao ar no sábado 09 Jul às 21h - esta é a segunda vez que o jornalista é entrevistado pelo programa.
Autor das reportagens veiculadas na emissora pública inglesa BBC com denúncias contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014, Ricardo Teixeira.
02 julho 2011
Agrotóxicos, Desmatamentos, Queimadas, Desertificação e Eucaliptos
Defenda o Código Florestal Brasileiro
Neste trecho do documentário HOME, dirigido pelo fotógrafo Yann Arthus-Bertrand, percebem-se alguns motivos para defender o Código Florestal Brasileiro, ameaçado pelo relatório de Aldo Rebelo (PCdoB/SP) que foi aprovado na Câmara dos Deputados.
O filme tem como objetivo conscientizar sobre problemas ambientais e encorajar o maior numero possível de pessoas a agir.
A humanidade vive há cerca de 200 mil anos no planeta Terra e neste tempo causou distúrbios no equilíbrio construído durante cerca de 4 bilhões de anos. A humanidade tem cerca de 10 anos para tentar reverter o cenário; tornar-se consciente da extensão da destruição das riquezas da Terra e mudar seus padrões de consumo.
Neste trecho do documentário HOME, dirigido pelo fotógrafo Yann Arthus-Bertrand, percebem-se alguns motivos para defender o Código Florestal Brasileiro, ameaçado pelo relatório de Aldo Rebelo (PCdoB/SP) que foi aprovado na Câmara dos Deputados.
O filme tem como objetivo conscientizar sobre problemas ambientais e encorajar o maior numero possível de pessoas a agir.
A humanidade vive há cerca de 200 mil anos no planeta Terra e neste tempo causou distúrbios no equilíbrio construído durante cerca de 4 bilhões de anos. A humanidade tem cerca de 10 anos para tentar reverter o cenário; tornar-se consciente da extensão da destruição das riquezas da Terra e mudar seus padrões de consumo.
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10 junho 2011
O "inferno verde"
O inferno verde, por Flávio Tavares*
Houve tempos em que víamos as árvores e os bosques como estorvo. A Amazônia era “o inferno verde” e a chamávamos assim pelos quatro cantos do mundo, com orgulho e desdém. Afinal, éramos donos daquele inferno sem fogo (em que chovia ao final de todas as tardes) e o oferecíamos para transformá-lo pelo menos em purgatório, onde o verde purgasse o pecado de ser verde.
Em 1970, na ditadura Médici, “o inferno verde” começou a ser atacado. Em nome da “expansão das fronteiras agrícolas”, dezenas de etnias indígenas foram dizimadas. Contaminadas com sarampo e varíola pelos “civilizados” vindos do centro e do Sul, crianças e idosos morriam como insetos, num genocídio que a própria selva ocultou. Parecíamos a pequena Holanda, onde não havia terras cultiváveis e, para plantar batatas, foi preciso aterrar o mar.
Em 1971, o coronel Costa Cavalcanti, ministro de Minas e Energia do Brasil, assombrou a Conferência Mundial de Meio Ambiente, em Estocolmo, ao exclamar: “Nós queremos importar poluição”.
Naquele tempo de imprensa sob controle, tanta foi a destruição, que, dentro do governo, Paulo Nogueira Neto, chefe da desconhecida secretaria de Meio Ambiente, decidiu agir para o futuro. O Código Florestal de 1934 fora refeito em 1965 (no período brando da ditadura Castelo Branco), e Nogueira Neto instituiu o Conselho Nacional de Meio Ambiente e criou as áreas de preservação ambiental. Tudo em silêncio, sem suspeitarem que ele protegia “o inferno verde”...
Agora, a Câmara dos Deputados reinstala a visão do “inferno verde”, ao aprovar as alterações ao Código Florestal redigidas pelo deputado Aldo Rebelo, do PC do B. E para não haver dúvida, uma emenda do sempre onipresente PMDB isentou de multas e culpas quem já tenha desmatado: a lei retroage para beneficiar a quem não cumpriu a lei. E, em plena democracia, os deputados debilitam os poderes do Conselho Nacional de Meio Ambiente instituídos na ditadura...
“Esta emenda é uma vergonha”, disse a presidenta Dilma Rousseff, que se propõe a vetá-la para impedir que se transforme em lei. Os 10 ministros do Meio Ambiente dos últimos 30 anos (integrantes de governos e partidos diferentes) apoiam a presidente. José Lutzenberger já não está entre nós e não opinou, mas sabemos o que diria. Lembram-se quando nosso Lutz (no governo Collor) recusou com palavrões os milhões do Banco Mundial para “modernizar” o corte de madeira na Amazônia?
Em 1932, o gaúcho Joaquim Francisco de Assis Brasil, ministro da Agricultura do governo provisório de Getúlio, fez os rascunhos do Código Florestal, aprovado em 1934. Oitenta anos atrás, esse homem lúcido (sempre à frente do seu tempo) viu o que muitos não veem agora. Doublé de intelectual e homem do campo, numa época em que nem se conheciam os termos “ecologia” e “meio ambiente”, ele entendeu que a agricultura e a pecuária eram extensão humana da natureza e, como tal, não podiam degradá-la. Foi a primeira tentativa de preservar rios, restingas, mananciais, encostas de morros e mata nativa, antes ainda das grandes erosões e deslizamentos.
Com o código (e suas alterações), nos tornamos potência agrícola e exportamos alimentos para o mundo inteiro, mesmo comendo pão de trigo estrangeiro. Agora, argumenta-se que o código deve ser mudado porque o número de infratores é enorme e cresce a cada dia!!
Aplicada ao cotidiano, seria como anistiar os assaltantes de rua (ou os corruptos), que crescem a cada dia também. Que mais cores terá o inferno verde?
Houve tempos em que víamos as árvores e os bosques como estorvo. A Amazônia era “o inferno verde” e a chamávamos assim pelos quatro cantos do mundo, com orgulho e desdém. Afinal, éramos donos daquele inferno sem fogo (em que chovia ao final de todas as tardes) e o oferecíamos para transformá-lo pelo menos em purgatório, onde o verde purgasse o pecado de ser verde.
Em 1970, na ditadura Médici, “o inferno verde” começou a ser atacado. Em nome da “expansão das fronteiras agrícolas”, dezenas de etnias indígenas foram dizimadas. Contaminadas com sarampo e varíola pelos “civilizados” vindos do centro e do Sul, crianças e idosos morriam como insetos, num genocídio que a própria selva ocultou. Parecíamos a pequena Holanda, onde não havia terras cultiváveis e, para plantar batatas, foi preciso aterrar o mar.
Em 1971, o coronel Costa Cavalcanti, ministro de Minas e Energia do Brasil, assombrou a Conferência Mundial de Meio Ambiente, em Estocolmo, ao exclamar: “Nós queremos importar poluição”.
Naquele tempo de imprensa sob controle, tanta foi a destruição, que, dentro do governo, Paulo Nogueira Neto, chefe da desconhecida secretaria de Meio Ambiente, decidiu agir para o futuro. O Código Florestal de 1934 fora refeito em 1965 (no período brando da ditadura Castelo Branco), e Nogueira Neto instituiu o Conselho Nacional de Meio Ambiente e criou as áreas de preservação ambiental. Tudo em silêncio, sem suspeitarem que ele protegia “o inferno verde”...
Agora, a Câmara dos Deputados reinstala a visão do “inferno verde”, ao aprovar as alterações ao Código Florestal redigidas pelo deputado Aldo Rebelo, do PC do B. E para não haver dúvida, uma emenda do sempre onipresente PMDB isentou de multas e culpas quem já tenha desmatado: a lei retroage para beneficiar a quem não cumpriu a lei. E, em plena democracia, os deputados debilitam os poderes do Conselho Nacional de Meio Ambiente instituídos na ditadura...
“Esta emenda é uma vergonha”, disse a presidenta Dilma Rousseff, que se propõe a vetá-la para impedir que se transforme em lei. Os 10 ministros do Meio Ambiente dos últimos 30 anos (integrantes de governos e partidos diferentes) apoiam a presidente. José Lutzenberger já não está entre nós e não opinou, mas sabemos o que diria. Lembram-se quando nosso Lutz (no governo Collor) recusou com palavrões os milhões do Banco Mundial para “modernizar” o corte de madeira na Amazônia?
Em 1932, o gaúcho Joaquim Francisco de Assis Brasil, ministro da Agricultura do governo provisório de Getúlio, fez os rascunhos do Código Florestal, aprovado em 1934. Oitenta anos atrás, esse homem lúcido (sempre à frente do seu tempo) viu o que muitos não veem agora. Doublé de intelectual e homem do campo, numa época em que nem se conheciam os termos “ecologia” e “meio ambiente”, ele entendeu que a agricultura e a pecuária eram extensão humana da natureza e, como tal, não podiam degradá-la. Foi a primeira tentativa de preservar rios, restingas, mananciais, encostas de morros e mata nativa, antes ainda das grandes erosões e deslizamentos.
Com o código (e suas alterações), nos tornamos potência agrícola e exportamos alimentos para o mundo inteiro, mesmo comendo pão de trigo estrangeiro. Agora, argumenta-se que o código deve ser mudado porque o número de infratores é enorme e cresce a cada dia!!
Aplicada ao cotidiano, seria como anistiar os assaltantes de rua (ou os corruptos), que crescem a cada dia também. Que mais cores terá o inferno verde?
15 maio 2011
Aldo e a prevaricação
Prevaricação
É um crime funcional, isto é, praticado por funcionário público contra a Administração Pública em geral, que se configura quando o sujeito ativo retarda ou deixa de praticar ato de ofício, indevidamente, ou quando o pratica de maneira diversa da prevista no dispositivo legal, a fim de satisfazer interesse pessoal. A pena prevista para essa conduta é de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.Fundamentação:
- Art. 319 do Código Penal Brasileiro
Quando da sessão da Câmara Federal que adiou a votação do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB) que alteraria o Código Florestal Brasileiro, ele confessa que cometeu o crime de prevaricação quando era líder do governo na Câmara.
Leia mais aqui:
Aldo Rebelo confessa que agiu para encobrir marido de Marina Silva
O Brasil está inventando os desmatadores patriotas
04 maio 2011
Meio Ambiente em perigo!
Novo Código Florestal pode aumentar desmatamentos e prejudicar agricultura, alerta cientista
04/05/2011 - 8h54
Meio Ambiente
Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O novo Código Florestal, que deve ir à votação hoje (4) na Câmara dos Deputados, poderá favorecer a derrubada de mais florestas e acabar prejudicando a própria agricultura. O alerta é do cientista José Galizia Tundisi, especialista em recursos hídricos do Instituto Internacional de Ecologia e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Ele acredita que a matéria ainda não está “madura” e seriam necessários mais debates para aperfeiçoar o projeto.
“Nós ainda temos muitos assuntos para esclarecer. Um deles é a necessidade de se discutir mais a importância das florestas para a quantidade e a qualidade da água. O fato de que a agricultura possa sofrer uma expansão à custa do desmatamento vai prejudicar o suprimento de água no país e contribuir para prejudicar a própria agricultura. Isso é um contrassenso.”
O principal ponto de divergência entre a opinião do cientista e a proposta do relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP) é a falta de garantia na preservação da chamada reserva legal, porção de mata nativa que os agricultores têm obrigação de manter. O novo texto torna possível para o produtor rural abrir mão da área verde em sua propriedade, podendo manter parcela proporcional em outra região ou até em outro estado, desde que no mesmo bioma.
“Essa reserva legal é necessária na propriedade. Nós temos que proteger os mosaicos de vegetação, as florestas remanescentes, para garantir a qualidade da água e a recarga dos aquíferos, que beneficiam a agricultura e a quantidade de alimentos. Quem trabalha com água e recursos florestais sabe perfeitamente que a diminuição de qualquer quantidade de vegetação pode prejudicar o ciclo da água e consequentemente a produção agrícola. Cerca de 30% da água que estão presentes na atmosfera são repostas pelas florestas.”
Para o cientista, é preciso melhorar a produtividade, em vez de simplesmente aumentar as áreas de plantio. “Não se pode aumentar as áreas agrícolas à custa do desmatamento. Porque isso vai prejudicar a biodiversidade e inviabilizar a produção de alimentos. Vai faltar água para a agricultura.”
Edição: Lílian Beraldo
04/05/2011 - 8h54
Meio Ambiente
Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O novo Código Florestal, que deve ir à votação hoje (4) na Câmara dos Deputados, poderá favorecer a derrubada de mais florestas e acabar prejudicando a própria agricultura. O alerta é do cientista José Galizia Tundisi, especialista em recursos hídricos do Instituto Internacional de Ecologia e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Ele acredita que a matéria ainda não está “madura” e seriam necessários mais debates para aperfeiçoar o projeto.
“Nós ainda temos muitos assuntos para esclarecer. Um deles é a necessidade de se discutir mais a importância das florestas para a quantidade e a qualidade da água. O fato de que a agricultura possa sofrer uma expansão à custa do desmatamento vai prejudicar o suprimento de água no país e contribuir para prejudicar a própria agricultura. Isso é um contrassenso.”
O principal ponto de divergência entre a opinião do cientista e a proposta do relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP) é a falta de garantia na preservação da chamada reserva legal, porção de mata nativa que os agricultores têm obrigação de manter. O novo texto torna possível para o produtor rural abrir mão da área verde em sua propriedade, podendo manter parcela proporcional em outra região ou até em outro estado, desde que no mesmo bioma.
“Essa reserva legal é necessária na propriedade. Nós temos que proteger os mosaicos de vegetação, as florestas remanescentes, para garantir a qualidade da água e a recarga dos aquíferos, que beneficiam a agricultura e a quantidade de alimentos. Quem trabalha com água e recursos florestais sabe perfeitamente que a diminuição de qualquer quantidade de vegetação pode prejudicar o ciclo da água e consequentemente a produção agrícola. Cerca de 30% da água que estão presentes na atmosfera são repostas pelas florestas.”
Para o cientista, é preciso melhorar a produtividade, em vez de simplesmente aumentar as áreas de plantio. “Não se pode aumentar as áreas agrícolas à custa do desmatamento. Porque isso vai prejudicar a biodiversidade e inviabilizar a produção de alimentos. Vai faltar água para a agricultura.”
Edição: Lílian Beraldo
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