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27 agosto 2015

A quem interessa a extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul?

Audiência Pública na Assembleia Legislativa - Cesar Cardia/Amigos da Gonçalo
Entidades de defesa do meio ambiente estão mobilizadas pressionam o governo do Rio Grande do Sul a retirar o projeto de extinção da ou garantir que os deputados votem contra a extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB).

Manifestação na chuva em 11/8/2015 - Andréia Carneiro/Apoio à FZB

A proposta de extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, apresentada dia 6 pelo governador José Ivo Sartori, dentro de um pacote de medidas de “ajuste fiscal”, significa um retrocesso inaceitável em termos de conhecimento e defesa da nossa biodiversidade.

Piquenique no Jardim Botânico em 16/8/2015 - Fernando Vargas/Apoio à FZB

O fechamento da Zoobotânica pode afetar a produção de remédios contra veneno de cobras no Brasil. A coleção de serpentes mantida pela equipe no Estado fornece grande parte do material para produção de soro anti-ofídico no Centro do país. A FZB também é responsável por monitorar a lista de espécies com risco de extinção no Rio Grande do Sul e pela manutenção do jardim botânico da Capital, considerado um dos quatro melhores do país.

Protesto no centro de Porto Alegre em 17/8/2015 - Eleara Manfredi/AGAPAN
 
Segundo o projeto do governo, os cerca de 200 servidores da Fundação Zoobotânica acabariam demitidos e o Jardim Zoológico seria concedido a uma empresa privada. A secretária do Meio Ambiente, Ana Pellini, declarou que as pesquisas realizadas no órgão poderiam ser substituídas por parcerias com universidades, porém admitiu mais tarde a ambientalistas que protestaram em frente da Secretaria do Meio Ambiente que o projeto de extinção da Fundação era realmente muito ruim.

Piquenique no Jardim Botânico em 16/8/2015 - Rosana Senna/Apoio à FZB
 
O projeto enviado com pedido de urgência à Assembleia Legislativa do estado motivou protestos de muitas entidades e os atos de contrariedade com esse absurdo de nosso governo estadual, como uma Audiência Pública no Teatro Dante Barone na Assembleia Legislativa, parecem estar fazendo efeito junto aos nossos políticos. Muitos deputados já manifestam intenção de votarem contra a extinção da Fundação e isso fez o governo retirar o pedido de votação com urgência no Legislativo estadual.

Piquenique no Jardim Botânico em 16/8/2015 - Edi Fonseca/AGAPAN

Mas não dá para comemorar, é necessário aumentar a mobilização e pedir ainda mais apoios para que o projeto seja retirado ou derrotado em nossa Assembleia Legislativa.

Audiência Pública com teatro lotado - Cesar Cardia/Amigos da Gonçalo
 

Audiência Pública em 20/8/2015 - Cesar Cardia/Amigos da Gonçalo
Audiência Pública em 20/8/2015 - Cesar Cardia/Amigos da Gonçalo
Texto em inglês produzido pela coordenação do Movimento contra a extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul para divulgação no exterior:
 
The extinction of the Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul – Brazil

Dear colleagues, The Government of Rio Grande do Sul State submited a few days ago to the State Legislative Assembly a bill asking permission to decree the extinction of the Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul - FZB - in Brazil .

Since 1972, this foundation has provided important services to the Brazilian society through its three agencies, Museum of Natural Sciences, Botanical Garden and Zoological Park.

FZB projects initiatives often carried out in cooperation with national and international organizations, seek to combine nature conservation with social development. Some examples are zoning and environmental assessments, guidelines for good agricultural practices, projects on sustainable use of biodiversity resources and management plans for protected areas; coordination of extinction risk assessment of the Rio Grande do Sul State’s fauna and flora.


Moreover, the FZB also maintains public spaces for recreative and cultural purposes; promotes environmental education targeted at public schools and the general community; runs museological events and organizes permanent and itinerant exhibitions; develops human resources training by guiding students in research projects; provides training courses for primary and secondary teachers; offers training in animal identification and handling; holds scientific collections of reference on the State’s fossil and recent biodiversity and publishes scientific journals of international impact and several works for science popularization.

Among the many researches developed by the FZB are the description of new species of plants, animals and fossils, biodiversity inventories, management of poisonous animals aiming to the production of antivenom, biomonitoring of air and water quality, plans to recover degraded environments, study of roads’ impact on wildlife, studies on proliferation of toxic algae, effects of parasites and invasive alien species, among many others. We ask for your support so that the FZB can continue to exist.



Prof. Dr. Ludwig Buckup fala da criação da Fundação Zoobotânica do RS na Audiência Pública realizada na Assembleia Legislativa, em 20 de agosto de 2015, para discutir o PL 300 do Governo Sartori, que determina a extinção da FZB. É ela que administra o Museu de Ciências Naturais, o Jardim Botânico e o Parque Zoológico do RS.

No Jornal JÁ:
“Quem ficará responsável por patrimônio e pelas pesquisas”, questiona equipe da FZB

30 abril 2015

30 de abril e a Monsanto

Menina queimada por Napalm no Vietnã - foto da menina Kim Phuc por Nick Ut
30 de abril de 1975 – a derrota estadunidense no Vietnã e a disseminação mundial dos agrotóxicos

O dia 30 de abril marca o fim da Guerra do Vietnã (segundo os vietnamitas a “Guerra Americana”). Foi o mais longo conflito militar ocorrido após a II Guerra Mundial, durou de 1 de novembro de 1955 até 30 de abril de 1975 com a vitória do Vietnã do Norte e Frente Nacional de Libertação do Vietnã contra os Estados Unidos da América, Vietnã do Sul com participação secundária da Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

Crianças queimadas por Napalm - Nick Ut

Na guerra morreram cerca de quatro milhões de vietnamitas (de ambos os lados), dois milhões de cambodjanos e laocianos que foram arrastados para a guerra pela propagação do conflito, além de aproximadamente 60 mil estadunidenses.


Inúmeros crimes de guerra foram cometidos contra a população civil da região, massacres militares contra camponeses, bombardeios indiscriminados contra cidades e aldeias e também algo que chocou terrivelmente o chamado "mundo civilizado": o uso de Napalm e “Agente Laranja”.

O “Agente Laranja” é uma mistura de dois herbicidas: o 2,4-D e o 2,4,5-T. Ele foi usado como desfolhante pelo exército dos Estados Unidos nas florestas vietnamitas. Os dois integrantes do Agente Laranja tiveram uso na agricultura, principalmente o 2,4-D que é vendido até hoje.

O uso do “Agente Laranja” deixou sequelas terríveis na população do Vietnã e nos próprios soldados estadunidenses.

Aviões espalhando Agente Laranja no Vietnã (Wikipédia)

No período de 1961 a 1971, os Estados Unidos aspergiram 80 milhões de litros de herbicidas, que continham 400 quilogramas de dioxina sobre o território vietnamita, de acordo com estatísticas oficiais. Os constantes bombardeios químicos desfolhavam as florestas para tornar o inimigo visível. Os campos eram envenenados para que o vietcong não tivesse mais nada para comer. Nas áreas pulverizadas multiplicou-se por dez o número de nascimentos de crianças com anomalias; nasciam sem nariz, sem olhos, com hidrocefalia ou fendas no rosto – e as forças armadas dos Estados Unidos asseguravam que o produto seria tão inofensivo quanto a Aspirina.

Grupo de crianças deficientes, a maior parte vítima do Agente Laranja. (Wikipédia)

Esses desfolhantes destruíram o habitat natural, deixaram 4,8 milhões de pessoas expostas ao agente laranja e provocaram enfermidades irreversíveis, sobretudo malformações congênitas, câncer e síndromes neurológicas em crianças, mulheres e homens do país. O Vietnã alega que o desfolhante tóxico faz vítimas até hoje.

Helicóptero espalhando Agente Laranja nas florestas do Vietnã (Wikipédia)

Quem era o principal fabricante do “agente laranja”? Era a conhecida MONSANTO, indústria multinacional de agricultura e biotecnologia sediada nos Estados Unidos, hoje líder mundial na produção do herbicida glifosato, vendido sob a marca Roundup. Também é o produtor líder de sementes geneticamente modificadas (transgênicos), respondendo por 70% a 100% do mercado para muitas culturas.


Com o fim da guerra a MONSANTO disseminou mundialmente o uso maciço de agrotóxicos, sendo os herbicidas que contêm glifosato seus carros-chefes. Com a “experiência” adquirida no Vietnã, depois da guerra, a Monsanto passou a focar mais intensamente o setor agrário, o desenvolvimento de herbicidas e em seguida a produção de sementes. Nos anos oitenta, a biotecnologia foi declarada seu alvo estratégico, pois as sementes transgênicas criam a dependência para os produtores – ela cobra royalties dos produtores mesmo que não tenha fornecido as sementes – e sabidamente os transgênicos usam mais agrotóxicos.


Quando a Monsanto perderá sua guerra contra a humanidade?



11 janeiro 2015

Biocidas “matam vidas”

11 de janeiro -
Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos

Biocidas “matam vidas” 

Precisamos nos certificar se a nossa ação é sustentável, isto é, se não implica demolição dos suportes da Vida no planeta, e se está orientada para a justiça social, se não pisa muita gente. Eu não gostaria de ver a humanidade desaparecer, e dentro da humanidade eu gostaria de ver mais equilíbrio. Eu não posso considerar progresso aquilo que não prevê a manutenção da integridade da Vida e o aumento da soma da felicidade humana. (LUTZENBERGER).

Aquilo que as indústrias transnacionais do setor dos venenos agrícolas e o agronegócio chamam eufemisticamente de “defensivos agrícolas” são nada menos do que armas químicas.

“O Brasil continua sendo o maior consumidor de venenos agrícolas do mundo. Infelizmente, cada habitante consome hoje mais de cinco litros por ano desses produtos. Se fosse consumido em um único dia, estávamos todos mortos”. Cerca de 1 bilhão de litros são utilizados anualmente nas lavouras brasileiras, o que representa mais de cinco litros de venenos agrícolas por habitante ao ano. Muitos destes venenos como herbicidas, fungicidas, inseticidas estão proibidos em quase todo mundo pelo risco que representam à saúde pública. O perigo ameaça todos trabalhadores, que manipulam os venenos, bem como todos os cidadãos que consomem os produtos agrícolas.

“No Brasil o consumo de venenos agrícolas não é apenas em excesso, como também existem os proibidos, os desconhecidos, o que pode indicar contrabando”.

“Se já não obedeciam à antiga legislação, imaginem agora. Vivenciamos pulverizações até nos quintais das residências, nos quintais das escolas, nos passeios e vias públicas, nas periferias das cidades”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que ocorram no mundo cerca de três milhões de intoxicações agudas por agrotóxicos com 220 mil mortes por ano. Dessas, cerca de 70% ocorrem em países do chamado Terceiro Mundo. Além da intoxicação de trabalhadores que tem contato direto ou indireto com esses produtos, a contaminação de alimentos tem levado ao grande número de intoxicações, há mortes dos consumidores mundiais e, muitas vezes, requisitos básicos de segurança para a aplicação, armazenamento e a disposição final dos mesmos não são cumpridos. Diante disso os serviços de informações toxicológicas notificaram ao Ministério da Saúde 193 casos de intoxicação por pesticidas agrícolas, domésticos e raticidas, em 1993.

Constitui-se esse, portanto, um grave problema de saúde pública, demandando intervenção em diversas esferas, inclusive a implantação de um sistema de vigilância da saúde de populações expostas a venenos agrícolas.

Como não dispomos de dados que reflitam a realidade do número de intoxicações e mortes por venenos agrícolas, porém é fácil supor que o tamanho do problema não é pequeno, sendo um dos maiores.

Os biocidas são os principais poluentes do modelo agrícola industrial. Por seu vasto espectro deletério, os venenos organossintéticos não se limitam a um determinado local, apesar de serem aplicados numa área, translocam-se por vários caminhos. A translocação das substâncias tóxicas pode se realizar por meio biológico, pelos processos químicos e físicos, através da atmosfera, do solo, das águas subterrâneas e superficiais.

O uso de venenos agrícolas não pode ser entendido como um problema exclusivamente do meio rural, pois a irradiação desses produtos tóxicos, no meio urbano, é em decorrência do crescente uso nas lavouras, como também, da expansão das áreas de cultivo e áreas urbanas, com sua consequente aproximação de ambas. Por consequência disso, as substâncias chegam muito facilmente à cidade, contidas nos alimentos, nas fontes de água de abastecimento público, ou presentes no ar.

Algumas causas podem ser apontadas para explicar esse alto consumo de biocidas, tais como: imediatismo financeiro, ignorância dos efeitos tóxicos nos animais e no Homem e, mesmo, inconsequência.

Aos agricultores cabe ressaltar o papel de utilizador deste conjunto de produtos e técnicas, muitas vezes sem a real noção do perigo que enfrenta todos os dias. São também vítimas de um modelo que perpetua dependência, no campo financeiro e econômico, pelos financiamentos, pela necessidade de alta produtividade, pelos passivos sociais e ambientais que cabem aos agricultores e a sociedade administrar.

A dimensão têmporo-espacial do uso de biocidas é muito mais complexa do que parece, porque possui diversas interações que se ligam a aspectos políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais. Para entender esta detalhada trama é necessários outros trabalhos científicos que possam aprofundar a compreensão num determinado seguimento e encaixá-los no todo.

A contaminação humana e dos recursos naturais, pelo uso indevido e até excessivo de biocidas, constitui grave problema de saúde pública, podendo levar a intoxicações e óbitos dos seres humanos, causados pela falta de conhecimentos, de cuidados preventivos e manejo agrícola inadequado.

A realidade da aplicação indiscriminada dos venenos agrícolas no meio agrícola. Apesar de a demanda por produtos mais saudáveis estar crescendo, a população ainda está pouco informado sobre essas questões, na medida em que o alimento de boa aparência causa impressão de ser mais saudável.

Urge a necessidade de quebrarmos esse paradigma da aparência do alimento, sob pena de o preço por esse consumo desenfreado e insustentável ser altamente prejudicial para as atuais e futuras gerações.

Os custos ambientais gerados pela utilização indiscriminada de veneos agrícolas, ou seja, pela “política de alimento barato” ou “política do alimento em massa”, podem ser caracterizados pela contaminação dos corpos de água, do solo e do ar, pela perda da biodiversidade e de solos agricultáveis por salinização, acidificação ou erosão e pela redução da qualidade de vida da população.

Estudos muito bem fundamentados continuam comprovando o avanço dos casos de câncer nas mais diversas faixas etárias, resultado do uso de agroquímicos. Os números crescem, sobretudo entre agricultores e populações rurais em localidades onde há um alto índice de aplicação dos venenos.

No dia 21 de março de 2011, pesquisa denunciou a contaminação do leite materno por agrotóxicos usados em plantações no município de Lucas do Rio Verde, a 350 km de Cuiabá (MT). As amostras foram colhidas de 62 mulheres atendidas pelo programa de saúde da família do município. Em 100% das amostras foi encontrado pelo menos um tipo de veneno agrícola e em 85% dos casos foram encontrados entre dois e seis tipos. A substância com maior incidência é conhecida como DDE, um derivado de outro veneno agrícola, DDT, proibido pelo Governo Federal em 1998 por provocar infertilidade no homem e abortos espontâneos nas mulheres.

Sabemos que ao nos alimentarmos estamos nutrindo não apenas o nosso corpo, mas também os sentidos, o espírito, a mente, a nossa alma. Ao prepararmos nossa alimentação, com certeza são necessários vários ingredientes, como história, cultura, poesia, amor, sentimento, que vão muito além do sal e da pimenta.

A alimentação natural e ecológica faz parte da nova visão de mundo, estabelecendo novas relações, dando à vida o seu significado verdadeiro, que é a própria natureza e a alimentação.

Vivemos a cultura de supermercado, onde tudo está a nossa disposição. Consumimos alimentos industrializados e frutas que não são da época, produzidas de maneira forçada, com grande quantidade de insumos químicos e venenos agrícolas.

Hipócrates, dizia “somos o que comemos”. Nosso corpo não deixa de ser uma máquina, muito delicada por sinal, e para funcionar precisa de um bom combustível. Que tipo de alimento está consumindo? Quais as doenças que estamos desenvolvendo?
A ética como tônica no combate aos venenos agrícolas

Mas comida sustentável, além da saúde, estamos tratando de outros diversos temas relacionados à cozinha, como o cuidado com o meio ambiente, o compromisso com a produção local e regional, a consciência ecológica, o consumo de hortaliças e frutas da época e ecológicos. Assim o sistema alimentar ideal seria semelhante ao de nossos avós e bisavós, quanto mais natural melhor, o nosso cardápio diário deveria ser composto de pelo menos 60% de alimentos crus e 40% de alimentos cozidos.

Que tipo de influência e impacto tem sobre o ambiente em que vivemos o alimento que nós consumimos? Como ele é preparado? Como ele é produzido? Internamente, no corpo, o alimento tem uma influência direta nas células vivas, que vivem em perfeita harmonia, quando permitimos; externamente é a nossa casa, o bairro, a cidade, o planeta. Por isso qualquer mudança alimentar que seja feita, dando a devida atenção no que estamos ingerindo, irá trazer muitos benefícios, assim ao cuidar de você, da sua alimentação, automaticamente, estará cuidando do planeta.

Independente de sermos consumidores ou agricultores, todos precisamos de sistemas produtivos sustentáveis, valorizando a sabedoria e as culturas locais, em especial os hábitos alimentares, garantindo a segurança alimentar, gerando renda e um novo olhar sobre o sistema de produção e a vida.

O agronegócio, as transnacionais, as monoculturas, a degradação ambiental em função da busca incessante pelo lucro e pelo acúmulo de riquezas, a prioridade dada às exportações em detrimento da alimentação do povo brasileiro, os transgênicos e o latifúndio, todas essas ameaças e fatores têm avançado bastante na sociedade brasileira nos últimos anos.

Leonardo Boff, na sua sabedoria, nos adverte: “ocorre que a Terra não aguenta mais este tipo de guerra total contra ela. Ela precisa de um ano e meio para repor o que lhe arrancamos durante um ano. O aquecimento global é a febre que denuncia estar doente e gravemente doente”.

São evidentes os sinais da insustentabilidade ecológica do modelo civilizacional pautado no domínio da natureza pelo homem, e sejam adotadas diversas medidas de ordem política e jurídica no intuito de promover uma adequação do exercício das liberdades humanas aos limites da natureza sem prejudicar a continuidade do processo vital, os resultados têm sido pífios.

A insustentabilidade está posta, traduz-se na monocultura da mente que a humanidade vem eficientemente estabelecendo nos últimos séculos. Trata-se do limite intransponível do que se compreende por humano.

A ética acompanha o homem desde os primórdios da civilização, e vem moldando-se com a história da humanidade. Conceber, racional e emocionalmente, finalidades para o agir humanas, a partir de um quadro de incerteza e de uma crise ambiental sem precedentes, que expõe as fragilidades do conhecimento humano e de sua capacidade de interagir ecologicamente, é um desafio que compete à economia, à sociologia, ao direito, mas, sobretudo, à ética.

A ética promove uma reflexão sobre a escolha dos valores da sociedade. É a partir dos valores exsurgentes com a crise ecológica que vive a sociedade de risco, que os danos próprios dessa sociedade, como os danos ambientais, podem vir a serem evitados. Valores como dignidade, justiça, democracia, são valores cujos fundamentos a nova ética deve conformar. Que justiça é pertinente à sociedade pós-moderna, ela implica pensar no futuro? Que compromisso essa compreensão de justiça coloca para os homens do nosso tempo? Reflexões dessa ordem servirão para nortear o futuro da humanidade e, eventualmente, afastá-la das contundentes ameaças que a acompanham neste século. A ética ecológica é, sobretudo, e independentemente das concepções antropocêntricas ou biocêntricas, a ética que tem por finalidade a preservação da Vida.


A ética se relaciona com os venenos agrícolas na medida em que o uso destes gera uma série de implicações nos seres humanos e na natureza. Os venenos agrícolas liberados no ambiente podem causar uma larga escala de efeitos ecológicos e na saúde humana. Vários são carcinógenos comprovados ou suspeitos e podem ter efeitos tóxicos em seres humanos e em espécies aquáticas. Os efeitos na saúde provocados pela exposição crônica, em longo prazo ou a nível baixo de concentrações traço dos agrotóxicos são desconhecidos. Outros interesses incluem efeitos sinergísticos de agrotóxicos múltiplos e também os processos de bioacumulação, bioconcentração e biomagnificação que envolvem a acumulação de substâncias químicas por organismos através da cadeia alimentar.

A responsabilidade ética para com as gerações presentes e futuras, com a qualidade de vida que só se concretiza com a preservação do equilíbrio ecológico, é o cerne da ética. A ética da responsabilidade compreende a cumulatividade das ações humanas e tem a preocupação em resguardar a humanidade dos efeitos cumulativos da tecnologia. Sua proposta requer ação coletiva e tem um apelo a uma cidadania planetária, na medida em que deve estar presente na prática cotidiana de cada indivíduo e nas políticas públicas promovidas pelo Estado, bem como na das organizações supranacionais.

Toda essa mudança de paradigma permite que a humanidade deixe de ser compreendida como portadora de uma condição especialmente deslocada e superior à natureza. Ao contrário, passa a integrá-la e a tornar-se responsável por mantê-la viva, porque dessa nova ótica é possível entender que o homem está irmanado a ela e que a sua própria existência e a de seus descendentes são interdependentes.

É por meio do conhecimento ecologicamente pertinente, da ética consequente e da recuperação do político, que em meio à aparente desconstrução, podem surgir novos sentidos, que não se confundem com as antigas verdades, mas estimulam a solidariedade e a responsabilidade pela Vida.

Infelizmente não há meio termo nesse setor. É impossível garantir a qualidade, a segurança e o volume da produção de alimentos dentro desse modelo degradante. Não há como incentivar o uso correto de venenos agrícolas. Isso não é viável em um país tropical como o Brasil, em que o calor faz roupas e equipamentos de segurança, necessários para as aplicações, virarem uma tortura para os trabalhadores.

A ética ecológica ou ambiental está longe de ser estéril, perdida nas nuvens, metafísico; pelo contrário, ela destina-se a tirar conclusões práticas como a criação de políticas de proteção ao meio ambiente, de solução do conflito entre o homem e a natureza; não é fácil que o homem aceite que a natureza também tem valor intrínseco e que esse já não é um privilégio a ele reservado.

Há que buscar solução na transição agroecológica, ou seja, na gradual e crescente mudança do sistema atual para um novo modelo baseado no cultivo orgânico, mantendo o equilíbrio do solo e a biodiversidade, redistribuindo a terra em propriedades menores.

Assim facilita a rotatividade e o consórcio de culturas, o controle natural às pragas e o resgate das relações entre os seres humanos e a natureza, valorizando o clima e as espécies locais.

Existem muitas experiências bem sucedidas no mundo e no Brasil, que comprovam a viabilidade desse modelo. Até em assentamentos da reforma agrária há exemplos de como promover a qualidade de vida, a justiça social e o desenvolvimento sustentável.

“A agroecologia não é apenas um sistema de produção agrícola, mas também um ato político contra a agricultura predatória e contra as condições de trabalho injustas para o agricultor. Além disso, ajuda na melhoria da qualidade de vida, permitindo tanto ao agricultor quanto ao consumidor não terem contato com agroquímicos. Enfim, mais que uma série de práticas, a agroecologia é uma filosofia de vida”.

A lógica de combater às pragas, insetos, ervas daninhas, pestes implica no principio de que se há de matar o inimigo e, por isso, inseticidas, herbicidas, pesticidas, praguicidas entre outros venenos agrícolas matam, não só o inimigo, mas, também, pessoas, plantas, peixes e outros animais.

A educação agroambiental deve ser uma forma de “regenerar” a mão de obra do campo, tanto no que diz respeito aos efeitos negativos da escravidão, quanto ao desejo de autonomia gerado pela imensa fronteira agrícola. Por isso mesmo, à medida que a campanha abolicionista avança, vão surgindo propostas de ensino agrícola.

A questão é a maneira de viver daqui em diante sobre o planeta, no contexto da aceleração das mutações técnico-científicas e do considerável crescimento demográfico. Em função do contínuo desenvolvimento do trabalho maquínico, redobrado pela revolução informática, as forças produtivas vão tornar disponível uma quantidade cada vez maior do tempo de atividade humana potencial. Mas com que finalidade? A do desemprego, da marginalidade opressiva, da solidão, da ociosidade, da angústia, da neurose, ou da cultura, da criação, da pesquisa, da reinvenção do meio ambiente, do enriquecimento dos modos de vida e de sensibilidade?

Finalmente, devemos lembrar que, antigamente, a Agroecologia era uma prática sagrada. Era ligada ao culto da natureza, vista como divina. Hoje, redescobrimos na Terra, na Água e em todo ser vivo, um sinal da presença do mistério amoroso que envolve o universo. O amor que faz do universo uma comunidade de vida. Que se denomine Deus ou não, esta energia amorosa nos chama a cada um de nós a sermos nós mesmos sementes e mudas fecundas desta amorização do planeta. Cada vez mais as pessoas que seguem algum caminho religioso sabem que a religião só vale a pena se ajudar a humanidade a viver este processo de amorização.

“O grande problema do setor é realmente o déficit de informações, as quais precisam chegar à população, principalmente a quem manipula esses venenos agrícolas”.

Assim não podemos continuar a envenenar cada vez mais o nosso belo Planeta e a nós mesmos. Devemos repudiar a flexibilização no sistema de saúde e meio ambiente no processo de avaliação e autorização de venenos agrícolas.


Texto recebido de Julio Cesar Rech Anhaia - Engº Agrº - Alegrete – RS  - 11/01/2014

22 dezembro 2014

26 anos do assassinato de Chico Mendes



70 ANOS DO CHICO - 26 ANOS DE SEU ASSASSINATO
 
Chico Mendes completaria, no dia 15 de dezembro, 70 anos. Impossível não se lembrar desta data com saudades do Chico, mas também com gratidão por tudo que o Chico deixou para todos nós e para a floresta que ele tanto defendeu.



Hoje, dia 22 de dezembro, há 26 anos atrás, na boca da noite, um tiro no peito tirou a vida de Chico Mendes, líder seringueiro que mostrou ao mundo inteiro o drama que se desenrolava na floresta.

Mas, seu sacrifício não foi em vão. Sua obra, seus ideais e seu legado estão vivos em todos que lutam em defesa da floresta e de seus povos tradicionais.

Como homenagem a essa data tão importante compartilhamos o depoimento de Raimundo Barros, primo e companheiro de luta de Chico, gravado no projeto “Um dia em que a terra parou”, do Silvio Margarido.

É um depoimento breve mas emocionante. Vale a pena assistir e refletir sobre a luta desse homem extraordinário para o Acre, o Brasil e o mundo.

 
Obrigado Chico Mendes!


(do perfil de Jorge Viana - senador do Acre - no Facebook)



Leia mais sobre Chico Mendes:
23 anos sem Chico Mendes

25 anos do assassinato de Chico Mendes 

20 anos da morte de Chico Mendes

22 de dezembro de 1988 - o assassinato de Chico Mendes

03 dezembro 2014

3 de dezembro - Dia Internacional do Não Uso de Agrotóxicos

Os agrotóxicos, todos os dias matam homens, mulheres, crianças, pelas mãos invisíveis dos assassinos silenciosos fabricados pelas multinacionais dos agroquímicos

Herbicidas - charge de Latuff
O termo agrotóxico não é utilizado pelo setor empresarial que faz questão de denominar os biocidas de “defensivos agrícolas”. Essa palavra está carregada de intencionalidade de marketing, cujo objetivo é convencer os agricultores de que esses produtos atuam somente para impedir a ação de organismos que poderiam causar prejuízos econômicos, ocultando os riscos inerentes a essas substâncias para o meio ambiente e para a saúde humana. Sob essa denominação, a nova tecnologia é “ensinada” nas faculdades de agronomia, veterinária, biologia, zootecnia e nas escolas técnicas agrícolas com forte patrocínio das empresas químicas, constituindo um corpo ideológico de interesse de mercado.

Outros termos empregados são: pesticida, que vem da tradução da palavra do inglês pesticide, e praguicida. Ambos exprimem a idéia equivocada do efeito biocida apenas nos agentes patógenos indesejáveis e ocultam o lado dos riscos negativos para a saúde e o ambiente. Aludem a um efeito seletivo, que não é real, como se houvesse controle do alvo a que se destina o produto, quando na verdade podem agir também em outros organismos vivos, incluindo o ser humano, e produzir efeitos não desejados. A palavra “biocidas”, bem menos utilizada, significa “matar a vida” e seria a melhor denominação para essas substâncias, uma vez que este é de fato sua função e para tal são produzidos.

Tanto no campo quanto nas cidades, os agrotóxicos são comumente chamados de “veneno” ou “remédio”. O termo “veneno” é atribuído a esses compostos, pelos próprios trabalhadores rurais, que durante anos vêm observando efeitos nocivos dos biocidas a saúde humana e animal. Já “remédio” é o termo utilizado por vendedores e técnicos ligados à indústria química, na tentativa de passar a idéia que os agrotóxicos são “remédio para a planta”.

Brasil - o maior consumidor de venenos agrícolas do mundo
O modelo agrícola adotado no Brasil, especialmente para as monoculturas, desde a Revolução Verde e a Modernização Agrária instituída na década de 60, reúne as seguintes características: mecanização; práticas agrícolas químico-dependentes; irrigação e concentração de terras.

Geralmente, quando se pensa em agrotóxico a primeira associação feita é com seu uso na agricultura. Porém vale ressaltar sua crescente utilização nas áreas urbanas, principalmente os inseticidas domésticos adquiridos em supermercados, que possuem uma grande diversidade de produtos, princípios ativos e marcas, bem como os utilizados pela saúde pública.

A utilização de biocidas de maneira indiscriminada causa também a destruição dos agroecossistemas formados pela complexa interação entre parasita e predador, colheita, animais de pastos e o homem, uma vez que a eliminação de alguns elementos dessa cadeia, considerados “controles naturais de pragas”, pode levar a um considerável aumento desses parasitas em determinadas regiões. Isso ocorre porque ao se utilizar agrotóxicos pode haver a destruição dos “controles naturais” e resistência de parasitas. Por conta disso utilizam-se agrotóxicos com outros princípios ativos, que podem causar a destruição de outros “controles naturais” e nova resistência, entrando assim num “ciclo vicioso”.


O uso descontrolado dos agrotóxicos leva a uma expansão dos riscos, fazendo com que as populações não diretamente vinculadas com a cadeia produtiva dessas substâncias também se exponham em função da contaminação ambiental e dos alimentos, tornando a problemática dos agrotóxicos uma questão ainda mais grave de saúde pública. Os usos dos agrotóxicos são um problema de dimensões alarmantes, uma vez que comprometem não só a saúde, mas também o ambiente. Na Austrália, por exemplo, a redução da biodiversidade, causada pelo uso de agrotóxicos, pode ser avaliada pelo decréscimo das populações de anfíbios. Nesse país há um dito popular: “Choro dos sapos se calou com a chegada dos agrotóxicos”.

A capina química é uma prática que vem crescendo de forma acelerada e é muito utilizada no controle de plantas daninhas e na questão de limpeza em áreas urbanas, porém de forma irregular como preconiza a ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária). Pela questão de tempo e condicionamento físico dos trabalhadores que utilizam esta prática, ela vem ganhando cada vez mais espaço na hora de decidir qual melhor forma de fazer a limpeza de uma área. Enquanto que na capina mecânica uma área que era devastada em horas ou dias na capina química esse período de tempo diminui consideravelmente. Na maioria das vezes essa prática é feita de forma desordenada por trabalhadores que não tem o mínimo de cuidado na hora do preparo e nem uma preocupação com a questão de sua própria segurança na atividade em que ele está realizando. Esta prática resume-se na aplicação de herbicidas na área em que se pretende fazer o controle das plantas indesejáveis

Nos municípios existem trabalhadores informais que são contratados para cuidarem das aplicações de herbicidas nas residências, por não serem supervisionados, estes trabalhadores agem de forma clandestina e irresponsável, colocando em risco a saúde das populações, bem como a integridade da flora e da fauna

Você sabe o que tem no seu alimento?
A percepção dos riscos inevitáveis que podem ocorrer com o mal uso de herbicidas para eliminação das ervas invasoras é fundamental para a consciência popular. Não há nenhuma fiscalização por parte do poder público no sentido de combater essa prática predatória e devastadora que pode não só extirpar a flora e fauna de determinadas áreas como também a interferir na saúde da população.

A Lei 6.288/02 aprovada pela câmara dos deputados em 12/08/2009 proíbe capina química em área urbana. A partir de 15/01/2010, a ANVISA também proíbe a aplicação de herbicidas em área urbana.

PORTARIA nº 16/1994. Art. 1º - O uso de herbicidas para a capina e limpeza de ruas, calçadas, terrenos baldios, margens de arroios e valas fica expressamente proibido em todo o território do Rio Grande do Sul.

Querem aprovar uma lei que permite depósitos de venenos ao lado de residências no RS
A ANVISA levantou dados junto às áreas técnicas da Agência, a diversos segmentos da sociedade, e de outros órgãos do SUS para verificar a veracidade do alerta de uso indevido de agrotóxicos em zona urbana, e evidenciou-se que a regulamentação dessa prática não se revelava o melhor caminho na busca da proteção e da defesa da saúde da população brasileira. Em qualquer área tratada com produto agrotóxico é necessário isolamento completo do local por no mínimo 24h, para impedir que pessoas entrem em contado com o agrotóxico aplicado. Segundo a ANVISA, em ambientes urbanos, este período de isolamento é impraticável, pois não há meios de assegurar que toda a população seja adequadamente avisada sobre os riscos que corre ao penetrar em um ambiente com agrotóxicos, “cabe ressaltar que crianças, em particular, são mais sujeitas às intoxicações em razão do seu baixo peso e hábitos, como o uso de espaços públicos para brincar, contato com o solo e poças de água como diversão”, ressalta.
A Agência destaca que cães, gatos, cavalos, pássaros e outros animais podem ser intoxicados tanto pela ingestão de água contaminada como pelo consumo de capim, sementes e alimentos espalhados nas ruas, onde se lança os agrotóxicos.
A ANVISA informa que há no mercado produtos agrotóxicos registrados pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) identificados pela sigla “NA” como agrotóxicos de uso Não-Agrícola. “Estes produtos registrados pelo IBAMA apenas podem ser aplicados em florestas nativas, em ambientes hídricos (quando assim constar no rótulo) e outros ecossistemas (além de vias férreas e sob linhas de transmissão)”, destaca. Dessa forma, a prática da capina química em área urbana não está autorizada pela ANVISA ou por qualquer outro órgão, “não havendo nenhum produto agrotóxico registrado para tal finalidade”, conclui.

Organismos geneticamente modificados usam ainda MAIS venenos
A falta de uma política efetiva de fiscalização, no acompanhamento técnico e no controle de agrotóxicos na região, que é integrada no mercado globalizado, revela que o parâmetro que interessa aos tomadores de decisão é apenas o da produção. A saúde e o ambiente estão longe de uma atenção adequada.

Como podemos educar as nossas crianças para um modo de vida sustentável que contemple entre outras coisas: alimentação orgânica, uso racional da água, consumo consciente, coleta seletiva, etc.; se de forma indireta, colocamos esses indivíduos em contato com produtos que irão lentamente se acumular nos seus corpos e um dia, talvez não muito distante, irá lhes causar sérios danos à saúde? Aquela velha figura do jardineiro que atendia a domicílio e utilizava ferramentas como tesoura de poda, oncinha, rastelo, entre outros, parece estar em extinção.

A capina química em áreas urbanas expõe a população ao risco de intoxicação, além de contaminar a fauna e a flora local. Por esse motivo, tal prática não é permitida.

Julio Cesar Rech Anhaia-Engº Agrº-03 de dezembro de 2014

01 outubro 2014

Pense bem, antes de votar!

Cuidado com "lobos em pele de carneiro"

Quem é realmente o candidato?
O que ele defendeu antes?
Como se comportou em questões fundamentais?
É daqueles que realmente tem palavra e assumem posições claramente ou é daquele tipo que só fica “enrolando” e foge na hora das decisões?
Qual a relação dele com os poderosos? Acovarda-se ou enfrenta as campanhas que a grande mídia impõe?

Por tudo isso este blog assume a citação de alguns políticos que destacaram-se nos apoios e lutas dos Movimentos e Associações de Moradores, Entidades Ambientalistas, dos direitos humanos e da cidadania.

Estes candidatos nós apoiamos! 
Pessoal, em época de eleições muitos se melindram em tomar partido, em demonstrar apoios a candidatos. Nós não!

Sabemos que devem existir políticos bons e políticos ruins em todos os partidos.
Sempre que mandamos e-mails próximo das eleições, significa que isso é fruto de contínua observação e fiscalização dos atos de políticos que já exercem mandato ou dos que pretendem disputar algum cargo eletivo.

Por favor, pensem bem em quem irão votar no dia 5 de outubro. Procurem informações sobre os candidatos. O que fizeram antes, quais as propostas que REALMENTE defendem. Precisamos eleger as pessoas certas, pessoas responsáveis, pessoas honestas, pessoas que não causem decepções nos próximos quatro anos.

Nós avaliamos estas pessoas que conhecemos - por seu trabalho na Câmara Municipal de Porto Alegre e em ações de apoios à cidadania - e que apoiam as causas que defendemos. Certamente outros poderiam estar nessa lista, mas estes, destacados abaixo, são pessoas que apoiaram nossas causas e que não podemos deixar de elogiar. Nem citamos seus partidos, pois eles são políticos que estão acima de partidos.

Sofia (à esquerda) participando de ato pela
preservação da Rua Gonçalo de Carvalho em 15/10/2005.
Sofia Cavedon é vereadora em Porto Alegre. Defensora da Educação e Cultura na Câmara, nunca deixou de apoiar as causas ambientais e da cidadania.
Foi a única pessoa que exercendo cargo eletivo (em 2005/2006) nos apoiou na Preservação da Rua Gonçalo de Carvalho, participando presencialmente em nossos atos de protestos e mobilizações, quando todos davam nossa causa como perdida. Éramos tão poucos que outros políticos achavam perda de tempo e também  risco de arranharem suas imagens públicas para defenderem árvores contra interesses econômicos tão poderosos que estávamos enfrentando.
Se atualmente a Rua Gonçalo de Carvalho é conhecida no exterior como a "Rua Mais Bonita do Mundo", a Sofia nos apoiou muito, quando muitos outros que poderiam apoiar não apoiaram, para que nossa vitória fosse alcançada!

Pedro Ruas nunca deixou de nos receber, mesmo quando
tinha algum tipo de discordância sobre os assuntos.
O advogado e vereador de Porto Alegre, Pedro Ruas, é um político de posições muito firmes, que tem defendido em nossa Câmara Municipal os direitos da população mais desassistida e tem sido um grande aliado das entidades formais e informais que lutam pela qualidade de vida e defesa da cidadania.​

Fernanda (à esquerda) antes mesmo de assumir
na Câmara Municipal já apoiando nossas causas.
Protestando contra o projeto imobiliário "Pontal do
Estaleiro", em 12/11/2008.
A jovem vereadora Fernanda Melchionna tem a garra da juventude e sempre está apoiando a população e trabalhadores. Mesmo antes de tomar posse na Câmara Municipal de Porto Alegre participou ativamente da luta de jovens e de ambientalistas contra o projeto imobiliário Pontal do Estaleiro, um condomínio residencial de luxo às margens do nosso Guaíba. Posteriormente aconteceu uma Consulta Pública com nossa vitória por mais de 80% dos votos.

Sofia Cavedon participando de ato em Defesa
da Orla do Guaíba com o "Movimento em Defesa da Orla"
no dia 25/01/2010.
Sempre que há luta em defesa de causas ambientais, podemos contar com a Sofia Cavedon.
Na Assembleia Legislativa não será diferente, temos absoluta certeza!

Essa manifestação de apoio aos que nos apoiam, foi definida pela maioria dos integrantes do núcleo que criou o Movimento Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho em 2005. Caso concordem com nossa opinião, peçam voto para eles também.

(Cesar Cardia - administrador do Blog)

29 setembro 2014

Não jogue fora seu voto! (5)

Que "desenvolvimento" os candidatos defendem?
Muitos candidatos pregam o "desenvolvimento" com a promessa de obras, como se o desenvolvimento fosse feito apenas com concreto, aço e vidros fumê.
O verdadeiro desenvolvimento passa pela Educação, Cultura e respeito ao Meio Ambiente!



27 setembro 2014

Não jogue fora seu voto! (4)

Não vote em quem coloca ainda MAIS VENENO em nossa comida!

O brasileiro é quem mais consome veneno na alimentação.
Quase SEIS LITROS ao ano!

Não vote em políticos que aprovaram a liberação de Transgênicos, quando votaram a Medida Provisória em 2006.
Independente dos problemas à saúde que os transgênicos podem apresentar, tem mais uma coisa de fundamental importância a ser considerada: o Brasil é o campeão mundial em consumo de venenos agrícolas - agrotóxicos - e os transgênicos usam ainda mais venenos!

Transgênicos usam mais venenos!
Quem aprovou os transgênicos e colocou ainda MAIS venenos em nossos pratos?

Veja quem votou SIM na MP dos Transgênicos na Câmara dos Deputados (2006), o relator foi o deputado Paulo Pimenta do RS:
Como votaram os deputados do Rio Grande do Sul na Câmara dos Deputados

24 setembro 2014

Não jogue fora seu voto! (3)

Muitos deputados que votaram pela destruição de nosso antigo Código Florestal agora tentam conseguir votos, alguns até dizendo que AGORA irão defender o Meio Ambiente. Lembram como eles votaram em 2011?
VEJA QUEM VOTOU CONTRA O CÓDIGO FLORESTAL (relatório Aldo Rebelo):
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/921040-veja-quem-votou-contra-e-a-favor-de-codigo-florestal-de-relator.shtml

Como votaram os deputados gaúchos:
(Sim é pela revogação do antigo Código Florestal e aprovar um novo Código menos restritivo e protetor ao Meio Ambiente. Não significa manter o antigo Código, mais restritivo, e contra o relatório que "flexibilizava" a proteção ambiental. Desde o início pedimos o voto no NÃO)


18 setembro 2014

Não jogue fora seu voto! (2)

A maior irresponsabilidade que VOCÊ pode fazer com o futuro é votar em políticos irresponsáveis com a qualidade de vida das gerações que ainda nem nasceram. 
Pense bem antes de votar!

Prefeitura derruba 74 árvores para carros "fluírem" melhor
Veja a matéria no Blog Vá de Bici!
http://vadebici.wordpress.com/2014/09/17/prefeitura-derruba-74-arvores-para-carros-fluirem-melhor/



17 setembro 2014

Não jogue fora seu voto!

A maior irresponsabilidade que VOCÊ pode fazer com o futuro é votar em políticos vigaristas. 
Pense bem antes de votar!

15 setembro 2014

Obrigado Nestor Nadruz!

Hoje, 15 de setembro, é aniversário do arquiteto, urbanista e grande defensor da cidadania de Porto Alegre: Nestor Ibrahim Nadruz.
Um grande abraço do Movimento que ele apoiou desde o início em 2005, até sua grande vitória com a preservação do Túnel Verde da Rua Gonçalo de Carvalho.

Nadruz defendendo a Gonçalo em outubro de 2005.

Na nova Audiência Pública o arquiteto Nadruz foi vaiado pelos defensores do edifício
garagem quando se pronunciou. Quando cortaram o som do microfone, antes
de terminar sua fala, os defensores da Gonçalo - que eram minoria na Audiência -
protestaram tanto que permitiram que o velho arquiteto pudesse concluir seu
pronunciamento, com calorosos aplausos dos defensores da Gonçalo
e um silêncio constrangedor dos que queriam a obra.

07 agosto 2014

Que Rio Grande queremos?



Não se omita!
Participe do Agapan Debate no dia 11 de agosto às 19h, no auditório da Faculdade de Arquitetura da UFRGS.

Debatedores:
Alfredo Gui Ferreira – .Biólogo, mestre em Botânica na UFRGS, doutor em Ciências na USP, pós-doutorado nos Estados Unidos. Professor e pesquisador aposentado da UFRGS. Tem perto de cem publicações científicas, foi orientador de mestres e doutores na UFRGS, UnB e UFSCar. Sócio fundador da Agapan e atual presidente da entidade.

Nilvo Luiz Alves da Silva – Diretor Presidente da Fepam

Paulo Brack – Biólogo, mestre em Botânica e doutor em Ecologia. Professor do Departamento de Botânica do Instituto de Biociências da UFRGS. Pesquisador da flora do RS e envolvido em temas de políticas públicas em biodiversidade, com representações em conselhos de meio ambiente, pelo Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá), onde é um dos coordenadores.

Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/736180523104955/

02 julho 2014

Para nossa prefeitura LER antes de pensar em CORTAR mais árvores em nossa cidade

Como salvar muitas vidas com parques urbanos
As áreas com árvores reduzem a quantidade de perigosas partículas de poeiras de 2,5 mícron.
Todas as árvores urbanas contribuem para um ar mais limpo e ambiente mais saudável.(usar o tradutor do Google, o artigo está em húngaro):

http://365.postr.hu/eletet-ment-a-varosi-park-szallopor-szennyezes-legtisztitas




No artigo tem link para o documento do IOP Science: "Global premature mortality due to anthropogenic outdoor air pollution and the contribution of past climate change "

http://iopscience.iop.org/1748-9326/8/3/034005/

12 junho 2014

Por que carros são mais importantes que árvores nas ruas?

Quantas COPAS de ÁRVORES por uma copa de futebol?
Essa pergunta continua sem uma única resposta razoável...


01 junho 2014

5 de junho - dia Mundial do Meio Ambiente

5 de junho - dia Mundial do Meio Ambiente e da preservação da Rua Gonçalo de Carvalho
Foi num dia 5 de junho, em 2006, que conseguimos que a Rua Gonçalo de Carvalho fosse declarada Patrimônio Histórico, Cultural, Ecológico e Ambiental de Porto Alegre.

5 de junho de 2006 - Prefeito José Fogaça e Beto Moesch, secretário
do Meio Ambiente, assinam o decreto que preserva a Rua Gonçalo de Carvalho
Foto: PMPA
Foi o primeiro caso de uma via urbana ser declarada Patrimônio Ambiental de uma cidade, pelo que sabemos. Foi uma vitória da cidadania, não apenas de Porto Alegre mas também de nossos apoiadores no Brasil e de tantos lugares distantes ao redor do mundo, que conseguimos graças a essa fabulosa ferramenta de comunicação chamada internet.

Ato em 15/10/2005 pela preservação da Rua Gonçalo de Carvalho
Foto: Arquivo Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho

Em setembro de 2005 iniciou o movimento de resistência, pela preservação das árvores do Túnel Verde da Gonçalo de Carvalho. Muitos pensaram que o nosso objetivo era evitar a construção de uma sala sinfônica para a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, a OSPA, em área de um shopping vizinho. Errado!

Panfleto chamando para a segunda Audiência Pública, pois a primeira foi divulgada apenas
em um anúncio de jornal num sábado comunicando uma Audiência na segunda-feira.
Nenhum morador compareceu por não terem conhecimento da Audiência.
Na realidade foi a autorização para construir um grande edifício garagem (estacionamento de carros) no shopping vizinho, com a saída de todo o trânsito de veículos do shopping pela estreita e arborizada rua que motivou a campanha para defender a rua e suas árvores. Pretendiam posteriormente alargar a via com retirada de parte das árvores e ASFALTAR o leito da rua que é calçada com pedras. O calçamento de pedras da rua permite que a água da chuva penetre no solo e chegue até as raízes das árvores, asfaltar a rua causaria danos irreparáveis às árvores.

Mesmo tendo que enfrentar a prefeitura municipal, um tradicional grupo de mídia, o Shopping Center, uma poderosa indústria de óleos e um dos maiores símbolos de nossa cultura - a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre - decidimos resistir e pedir apoios no exterior por internet, pois éramos poucos.

Na segunda Audiência Pública, em 20/12/2005, moradores, ambientalistas e defensores
do direito do cidadão ser ouvido, dividiram espaço com os apoiadores da obra.
Muitos não conseguiram entrar no salão que estava lotado. Foto: Ricardo Stricher/PMPA
Muitos diziam concordar conosco, mas que era constrangedor ficar contra a OSPA e o edifício garagem estava no projeto da Sala Sinfônica. Outros diziam que enfrentar grupos tão poderosos, como a prefeitura, o tradicional grupo de mídia, uma indústria de óleos e um shopping center era perda de tempo, a derrota era certa. Nosso pedido de apoio na Câmara Municipal de Vereadores não foi ouvido, salvo por uma única vereadora.

Dias terríveis. Em 9 de janeiro de 2006 perdemos Haeni Ficht,
uma de nossas principais lideranças
Foram meses terríveis, praticamente todas as licenças já tinham sido concedidas pela prefeitura. A última, que autorizava a construção, foi emitida quando se realizava a missa em memória de nossa principal liderança, Haeni Ficht, falecido dias antes. Fomos chamados de "inimigos do progresso e da cultura", muitos de nós eram ameaçados e até insultados, como fez o então vice-prefeito Eliseu Santos. O Ministério Público já tinha atirado a toalha, dizia que nada mais poderia fazer, mas que fiscalizaria todas as possíveis irregularidades da construção.

Ataques do vice-prefeito: chama dois resistentes de "cornos"
Apesar de tudo nós resistimos, as reuniões aconteciam, as estratégias eram revisadas, novas ideias eram apresentadas. Desde outubro de 2005 criamos esse Blog e um endereço de e-mail para tentar alguma visibilidade ao que estava ocorrendo e, lógico, pedir apoios fora da cidade. No início de 2006 já recebíamos mensagens de apoios que perguntavam como poderiam auxiliar nossa luta e com o tempo isso foi aumentando, tanto do restante do Brasil como - para nossa surpresa - do exterior.

Atualmente a Rua Gonçalo de Carvalho é chamada no exterior como "a rua
mais bonita do mundo", pelas árvores e pela vitoriosa luta de seus defensores.
Até uma publicação da ONU destaca o exemplo da Gonçalo.
Felizmente vencemos, a rua foi a primeira via urbana tornada Patrimônio Ambiental de uma cidade na América Latina e foi chamada na Europa de "rua mais bonita do mundo", pela beleza de suas árvores e pela vitória de uns poucos cidadãos comuns que teimaram em resistir.

Pedido de apoios mandados por e-mail e também xerocados na copiadora da esquina.

Poster da Unep para o Dia Mundial do Meio Ambiente de 2014