31 maio 2012

Vitória das Árvores!

Rua Gonçalo de Carvalho - Foto: Ricardo Stricher/CMPA
Câmara Municipal aprova Lei que preserva inúmeros Túneis Verdes em Porto Alegre

Uma importante vitória da cidadania e das ÁRVORES de Porto Alegre!
Vitória não apenas dos cidadãos de Porto Alegre, de todos os que demonstraram seu apoio de lugares tão distantes de nossa cidade, no Brasil e no exterior.


Vitória também do português Pedro Nuno Teixeira Santos e inúmeros amigos das árvores espalhados por todo o planeta. Alguns, como o Pedro, foram citados no convencimento final de vereadores ainda indecisos!

Vereador Moesch mostra revista que fala dos Túneis Verdes de Porto Alegre
Uma revista com matéria sobre a Rua Gonçalo de Carvalho, com especial destaque para os elogios do Pedro Nuno Teixeira Santos que a chamou de "Rua Mais Bonita do Mundo", passou pelas mãos de vereadores e foi fundamental para a decisão de alguns votos. A vitória também é dessas abnegadas pessoas que não moram aqui e em sua grande maioria nem conhecem AINDA nossos Túneis Verdes.
As árvores de Porto Alegre agradecem a todos vocês!!!

Rua José Bonifácio - Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Rua Couto de Magalhães - Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
 
No Jornal do Comércio:
Porto Alegre aprova a lei dos túneis verdes
Bárbara Gallo

A Câmara Municipal aprovou ontem o projeto que declara os chamados túneis verdes como áreas de uso especial - de caráter ecológico, turístico e cultural. O texto, de autoria do vereador Beto Moesch (PP), passou em plenário com 26 votos favoráveis e um contrário. A emenda 23 - protocolada há poucos dias por João Carlos Nedel (PP), que votou contra o texto do projeto - era o ponto mais polêmico da discussão e acabou sendo rejeitada.

A modificação buscava suprimir integralmente o artigo número 7, que delegava a declaração dos logradouros com as características de áreas especialmente protegidas a instrumentos normativos como decretos, resoluções de conselhos, portarias ou leis municipais.

O progressista reprovou firmemente a redação do item, alegando ser inconstitucional e ilegal a forma de determinação das áreas de uso especial. “A implementação de áreas especiais nos túneis verdes não precisa ser restringida, desde que seja feita legalmente e não por portarias e decretos de conselhos quaisquer e indefinidos. É um absurdo ele (Moesch) retirar prerrogativas legais da Câmara para que qualquer secretaria possa emitir um documento com essa finalidade. Estamos dando um cheque em branco para que qualquer um o faça até por meio de atas”, criticou Nedel.

Moesch, terminantemente contra a posição do correligionário, também manifestou sua decepção com outra proposta de Nedel, que determinava que a confirmação dos logradouros enumerados no projeto como túneis verdes fosse submetida à prévia aprovação de pelo menos dois terços dos moradores da região, através de consulta popular. “Eu não seria contra essa emenda se, para o alargamento de ruas, também fosse aplicado o mesmo critério”, alfinetou. 
...

Aqui a matéria completa do JC: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=94788

O derrotado vereador Nedel, votou contra o projeto dos Túneis Verdes.


Vias contempladas:

Rua Paraíba - Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho

Durante a votação, oito vias foram incluídas e seis foram retiradas do projeto por meio de emendas.
Os logradouros beneficiados foram a Av. Ganzo; Av. Guaíba; Av. José Bonifácio; Av. Lageado, no trecho entre a Av. Carlos Gomes e a Av.Palmeira; Av. Osvaldo Aranha; Av. Padre Thomé; Av. Polônia; Beco Quinze de Novembro; Beco Um – Rua Dra. Vera Glusman Knijnik; Praça Dr. Maurício Cardoso; Praça Hercílio Ignácio Domingues; Praça Paraíso; Praça Prof.ª Zilda Wilhelm Coelho; Rua Apolinário Porto Alegre; Rua Augusto Totta Rodrigues; Rua Barão de Santo Ângelo; Rua Barreto Leite; Rua Bazílio Pellin Filho; Rua Carajá; Rua Casemiro de Abreu; Rua Cel. Corte Real; Rua Dario Perdeneiras; Rua Dinarte Ribeiro; Rua Dona Laura; Rua Dr. Castro de Menezes; Rua Dr. Timóteo; Rua Dr.ª Vera Glusman Knijnik; Rua Duque de Caxias; Rua Eça de Queiroz; Rua Farnese; Rua Felicíssimo de Azevedo; Rua Félix da Cunha; Rua Fernando Gomes; Rua Florêncio Ygartua; Rua Gen. Couto de Magalhães; Rua Gen. Souza Doca; Rua Goitacaz; Rua Gonçalo de Carvalho; Rua João Mendes Ouriques; Rua Luciana de Abreu; Rua Luzitana; Rua Machado de Assis; Rua Mariante; Rua Marquês do Pombal; Rua Miguel Tostes; Rua Nossa Senhora Aparecida; Rua Olavo Barreto Viana; Rua Padre João Batista Reus; Rua Pão de Açúcar; Rua Paraíba; Rua Pelotas; Rua Picasso; Rua Prof. Emílio Meyer; Rua Prof. Ildefonso Gomes; Rua Ramiro Barcelos, no trecho entre a Av. Osvaldo Aranha e a Rua Gonçalo de Carvalho; Rua Saicã; Rua Santa Terezinha; Rua Silveiro, no trecho entre a Rua Otávio Dutra e a Rua Hipólito da Costa; Rua Simão Bolívar; Rua Tomaz Flores; Rua Visconde de Camamu; Rua Prof.ª Santa Bárbara; Rua Santa Cecília; Travessa Guianas; bem como as vias acrescentadas por emendas: Érico Veríssimo, da Ipiranga até a avenida Borges de Medeiros; Fábio Araújo Santos; Rua Professor Langendonck; Rua Carneiro da Fontoura; Rua Álvares Machado; Rua Borges do Canto; Rua Vitor Hugo; e Rua Farias Santos.

Rua Pelotas - Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho

As vias suprimidas foram as Av. Borges de Medeiros, Av. Getúlio Vargas, Av. Cel. Marcos, Terceira Perimetral, Av. Wenceslau Escobar e Estrada Cristiano Kraemer.

(Com informações do gabinete do vereador Beto Moesch)

30 maio 2012

Votação do projeto dos "Túneis Verdes"

Rua Dona Laura
Porto Alegre precisa preservar suas árvores!
HOJE, após 14h, deve ser votado o projeto dos "Túneis Verdes" do vereador Beto Moesch na Câmara Municipal de Porto Alegre. Sendo aprovado, o projeto declara mais de 70 Túneis Verdes de Porto Alegre como Áreas de Uso Especial. Isso é fundamental para a preservação destes verdadeiros "Bosques Urbanos" da cidade.

Rua Casemiro de Abreu

28 maio 2012

Legislação para a gestão da vegetação em Porto Alegre

Convite recebido da COSMAM:

Convite

A aplicação da legislação para a gestão da vegetação em Porto Alegre e demais zonas urbanas será o tema da reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Porto Alegre a realizar-se nesta terça-feira (29/5), às 14h, na Sala de Reuniões 303 (Av. Loureiro da Silva, 255 – 3º andar). O evento é aberto ao público.

Contamos com sua presença.

Atenciosamente,

Vereador BETO MOESCH
Presidente da COSMAM

25 maio 2012

Presidenta não vetou TUDO...

Infelizmente a presidenta Dilma não vetou TODO o Código Florestal aprovado pela Câmara dos Deputados.
Foram feitas 32 alterações ao texto aprovado pelos deputados.

Será que ela não leu a carta dos magistrados brasileiros sobre as ilegalidades do "novo Código Florestal", quando expressaram a necessidade de veto integral ao texto?
Clicar para abrir o texto em PDF

23 maio 2012

Charruas contra o novo Código Florestal

Do Blog Observatório Ambiental:
Cacique charrua protesta contra o novo Código Florestal
Acua B, primeira mulher Cacique charrua no Rio Grande do Sul

A índia charrua, Acua B, cacique da tribo no RS, esteve presente na Assembleia Legislativa do estado nessa segunda-feira, 21, durante a reunião com o deputado Paulo Piau, relator do projeto do novo Código Florestal Brasileiro, que aconteceu na parte da tarde, e no evento realizado a noite, na mesma casa, por três partidos que concorrem, unidos, à prefeitura de Porto Alegre.

As opiniões estavam divididas no evento entre a opção de vetar todo o projeto ou apenas alguns pontos específicos. Os partidários da presidenta Dilma Roussef se manifestaram pela veto parcial, o que pode ser um indicativo da decisão de Dilma.




Acua B cobrou das autoridades presentes mais atenção para o seu povo. “Como é que a lei não enxerga nós, o povo charrua, que preserva a mata e cuida do olho d’água?”, questionou a cacique.

Fonte:  http://observatorioambiental.com.br/2012/05/22/cacique-charrua-protesta-contra-o-novo-codigo-florestal/

*Acua B é a primeira mulher escolhida para Cacique Geral do povo Charrua no Rio Grande do Sul.
No Blog Porto Alegre Resiste: Deputado escutou muitos "Veta TUDO, Dilma!"

22 maio 2012

22 de maio - Dia da Diversidade Biológica

Papagaios "urbanos" em Porto Alegre - Foto: Cesar Cardia

Mais um excelente texto do engenheiro agronônomo Julio Cesar Rech Anhaia, recebido por e-mail:
PRESERVAR A BIODIVERSIDADE É PROTEGER A VIDA
As atividades humanas são a principal causa da perda de biodiversidade

“Precisamos mudar para um paradigma econômico alternativo que não reduza todo e qualquer valor a preços de mercado e toda atividade humana ao comércio. Do ponto de vista ecológico, essa abordagem implica em reconhecer o valor biodiversidade em si. Todas as formas de vida têm um direito inerente à vida; essa deveria ser a razão primordial para prevenirmos a extinção de espécies.”
SHIVA V., 2001

A ONU adotou o dia 22 de maio como o dia da diversidade biológica como forma de alertar, sensibilizar e aumentar o conhecimento sobre o assunto.

Vivemos em uma época em que tudo acontece de modo acelerado. A deterioração causada ao meio ambiente é decorrente de inúmeras intervenções causadas pelos seres humanos no processo associado ao capitalismo e ao consumo desenfreado, gerando automaticamente poluição e degradação sem precedentes.

A biodiversidade refere-se à “[...] variedade e variabilidade existentes entre organismos vivos e ecossistemas nos quais eles se mantêm. Ela engloba todos os níveis de diversidade que se estendem dos genes à biosfera, passando pelo nível das espécies, dos ecossistemas e das paisagens”.

A biodiversidade é uma preocupação crescente da comunidade internacional, a perda de diferentes espécies de animais, plantas e micro-organismos vem se acelerando. A vida na Terra depende da natureza. Os seres humanos precisam da diversidade biológica para o fornecimento de serviços importantes, como alimentação e recursos hídricos. A natureza também é uma fonte de oportunidades econômicas. A proteção da biodiversidade interessa a todos, pois sua perda tende a provocar: a extinção de espécies; a perda de diversidade genética; a propagação global de plantas e animais comuns; maiores mudanças no modo de funcionamento dos ecossistemas, os quais fornecem serviços essenciais para a vida humana, como produtos farmacêuticos, alimentos, madeira e purificação do ar e da água.

É a base da sustentabilidade dos ecossistemas naturais, dos serviços ambientais, dos recursos florestais e pesqueiros, da agricultura e da indústria da biotecnologia. O Brasil, por seu turno, é o país com a maior biodiversidade do mundo, contando com um número estimado de mais de 20% do número total de espécies do planeta. No entanto, fatores diversos, como a perda de hábitats, a fragmentação de ecossistemas, o problema das espécies invasoras, entre outros, têm causado uma enorme perda dessa diversidade, extinguindo espécies, não só no Brasil como em todo o mundo.

A humanidade é ela própria parte da biodiversidade e a nossa existência seria impossível sem ela. Qualidade de vida, competitividade econômica, emprego e segurança, tudo depende deste capital natural. Biodiversidade é fundamental para os "serviços ecossistêmicos", ou seja, os serviços que a natureza fornece: regulação do clima, da água e do ar, fertilidade dos solos e produção de alimentos, combustível, fibras e medicamentos. A biodiversidade é essencial para manter a viabilidade da agricultura e das pescas, além disso, é à base de muitos processos industriais e da produção de novos medicamentos.

A fragmentação dos habitats, causada pela urbanização e agricultura, e a superexploração dos recursos naturais provocam a diminuição do número de espécies. Como essas são atividades reguladas pelo governo, as Entidades de Fiscalização Superiores podem desempenhar um papel importante ao auditar as ações governamentais. Existem diversas maneiras de proteger a biodiversidade dessas ameaças. Áreas protegidas, como parques nacionais e áreas de conservação, podem ser criadas. Espécies raras e ameaçadas podem ser protegidas por meio de “hotspots” de biodiversidade, áreas com uma alta concentração dessas espécies. A conservação dos componentes da diversidade biológica fora dos seus habitats naturais, como, zoológicos para animais vivos e espécies relacionadas, jardins botânicos para plantas e bancos de genes para a preservação de espécies, pode ser uma ferramenta utilizada para proteger espécies ameaçadas de extinção.

Os esforços de preservação são particularmente importantes nas áreas denominadas "hotspots” da biodiversidade. Essas áreas são os habitats mais ricos e mais ameaçados da Terra. Hotspots são regiões que hospedam uma grande diversidade de espécies endêmicas e, ao mesmo tempo, foram significativamente afetadas e alteradas por atividades humanas. Para ser declarado um hotspot, é preciso que uma região tenha perdido 70% ou mais do seu habitat original. Até o presente momento, a organização Conservation International já identificou 34 hotspots de biodiversidade, nos quais 75% dos mamíferos, aves e anfíbios mais ameaçados do planeta sobrevivem em habitats que cobrem apenas 2,3% da superfície da Terra. Essas áreas precisam ser protegidas contra atividades ilegais, como as queimadas, o cultivo e a caça e pesca clandestina. A conservação deve enfocar habitats críticos, únicos e representativos, que poderão então ser considerados como áreas de proteção prioritárias.

A perda da biodiversidade, o número de espécies de animais, plantas e micro-organismos está em rápida aceleração, num ritmo sem precedentes na história da humanidade, afetando diretamente a estrutura dos nossos ecossistemas, do nosso mundo natural e das nossas vidas. Um dos desafios para sua preservação é a crescente demanda por recursos biológicos, causada pelo crescimento demográfico e pelo aumento do consumo. As pessoas de todo o mundo precisam compreender a importância dos ecossistemas e as vantagens da biodiversidade.

A perda de biodiversidade significa a perda de organismos que tem uma determinada função, sem os quais, outros organismos serão afetados, consequentemente todo o ecossistema de um determinado local será alterado e os serviços ecossistêmicos serão modificados. Além disso, a perda da biodiversidade implica, muitas vezes, na falta de conhecimento científico sobre as espécies que estão em fase de extinção, que poderiam ser importantes em um futuro próximo, quer como princípios ativos para medicamentos ou para fins industriais diversos, por exemplo.

A Convenção sobre Diversidade Biológica reconhece cinco principais ameaças à biodiversidade: alterações no habitat, perda e fragmentação; espécies exóticas invasoras (bioinvasão); exploração excessiva de recursos naturais; poluição e sobrecarga de nutrientes; mudanças climáticas e aquecimento global. Outras ameaças incluem a biotecnologia, os métodos agrícolas, a desertificação, a biopirataria e o comércio ilegal de espécies.

Desastres naturais recentes mostraram que vidas humanas poderiam ter sido salvas e danos reduzidos se os ecossistemas tivessem sido melhor administrados. Por exemplo, nas regiões fora da zona de intensidade máxima do tsunami asiático de 2004, em que as florestas de manguezais haviam sido preservadas, o efeito foi bem menos severo do que nas áreas que haviam sido desmatadas para o cultivo de camarões ou para construção de estâncias para turistas. De forma semelhante, o desvio do Rio Mississipi por meio de um sistema de canais e barragens mudou o seu padrão de sedimentação e erodiu as áreas úmidas. Com essa proteção natural ausente, o furacão Katrina devastou a costa da Louisiana, EUA, em 2005.

Os campos naturais foram alterados drasticamente pelas práticas agrícolas em geral. A expansão da agricultura a partir da década de 70 levou ao cultivo de áreas marginais e à destruição de importantes habitats naturais, como florestas e áreas úmidas.

O Guaíba e suas aves - Foto: Cesar Cardia
Os habitats de água doce, inclusive lagos, rios, açudes, córregos, lençóis freáticos, nascentes, águas de caverna, várzeas, brejos, charcos e pântanos, são uma fonte importante de alimentos, renda e subsistência, particularmente nas áreas rurais de países em desenvolvimento.

Esses ecossistemas também fornecem água, energia, transporte, lazer e turismo, equilíbrio hidrológico, retenção de sedimentos e nutrientes e habitats para fauna e flora.

Os ecossistemas de água doce, que muitas vezes são alterados drasticamente pelos seres humanos, estão entre os ecossistemas mais ameaçados devido aos seguintes fatores: alterações físicas; perda e degradação de habitats; drenagem; exploração excessiva; poluição; introdução de espécies exóticas invasoras.

As áreas úmidas onde a água é o fator primário de controle do meio ambiente e na superfície da terra ou próximo dela ou onde a terra é coberta por águas rasas. As áreas úmidas, que cobrem de 4% a 6% do planeta e são um dos principais sistemas de apoio à vida na Terra, proporcionam habitats críticos para muitas espécies de fauna e flora. Elas desempenham papel importante na filtragem e fornecimento de água, retêm sedimentos e nutrientes, estabilizam a linha costeira e mitigam enchentes. Constituem um dos mais produtivos ecossistemas do mundo e é um importante depósito de material genético de plantas, como o arroz.

A sobrevivência das áreas úmidas depende da sua preservação e da conservação de suas funções ecológicas. Historicamente, elas têm sido ameaçadas por invasões, drenagem, aterros, poluição e usos competitivos, como a agricultura e o desenvolvimento urbano.

Em relação às áreas naturais protegidas no Brasil os Campos Sulinos ou Pampa é o bioma que menor tem representatividade no Sistema Nacional de Unidades de Conservação, representando apenas 0,4% da área continental brasileira protegida por unidades de conservação. A Convenção sobre Diversidade Biológica, da qual o Brasil é signatário, em suas metas para 2020, prevê a proteção de pelo menos 17% de áreas terrestres representativas da heterogeneidade de cada bioma.

As “Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira”, atualizadas em 2007, resultaram na identificação de 105 áreas do bioma Pampa, destas 41, do total de 34.292 km² foram consideradas de importância biológica extremamente alta.

Estes números contrastam com apenas 3,3% de proteção em unidades de conservação, 2,4% de uso sustentável e 0,9% de proteção integral, com grande lacuna de representação das principais fisionomias de vegetação nativa e de espécies ameaçadas de extinção da fauna e da flora. A criação de unidades de conservação, a recuperação de áreas degradadas e a criação de mosaicos e corredores ecológicos foram identificadas como as ações prioritárias para a conservação, juntamente com a fiscalização e educação ambiental.

Nos Campos Sulinos entre as áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade está a Reserva Biológica do São Donato e seu entorno, Unidade de Conservação Estadual, criada pelo Decreto nº 23.798, de 12 de março de 1975, abrangendo parte do território dos atuais municípios de Itaqui e Maçambará, no oeste do Estado, incluída nos limites da Bacia Hidrográfica U-40, no baixo curso do rio Butuí, afluente do rio Uruguai.

A fauna e a flora do São Donato apresentam grande singularidade devido à ocorrência de espécies de distribuição geográfica bastante restrita no âmbito regional. Além disso, a área abriga animais considerados ameaçados de extinção em escala mundial, nacional e regional. Levantamentos biológicos efetuados na área comprovam sua importância para a conservação da biodiversidade do Estado.

As formas vegetais estão representadas por banhado, florestas e campos. O banhado caracteriza-se por um mosaico de comunidades vegetais herbáceas altas e densas com predomínio de distintas espécies, refletindo condições diferenciadas de habitat. Também estão presentes macrófitas flutuantes e fixas, flutuantes e livres e submersas nos locais com maior profundidade da lâmina d’água. A formação florestal estacional presente na área mostra diluição de elementos da floresta do Alto Uruguai, apresentando espécies em comum com a flora Argentina. O mato é uma mancha bastante representativa das florestas da região, sendo também importantes os remanescentes de matas que apontam o limite natural do banhado, especialmente àquelas localizadas ao sul deste. Os campos limpos são raros, sendo os campos com espinilho mais comuns na região.

O São Donato abriga aproximadamente duzentas espécies de plantas vasculares, protegidas pela legislação estadual, dentre as quais se destacam as leguminosas arbóreas grápia, açucará, cabriúva; de distribuição muito restrita a araticum, outras espécies, com poucos registros, restritos às áreas úmidas da fronteira oeste do RS.

A avifauna contabiliza mais de cento e cinquenta espécies registradas, apresentando grande singularidade regional. É a única área do RS, onde ocorre o carretão, pássaro típico dos banhados de vegetação aquática densa e ameaçado de extinção no Estado. Entre as espécies ameaçadas, destacam-se ainda os caboclinhos, o pato-de-crista, vindo provavelmente da Argentina. Diversas espécies de aves aquáticas utilizam o São Donato como sítio de reprodução, como é o caso do gavião-caramujeiro; destaca-se ainda a primeira observação no Brasil do caboclinho-de-colar-branco, pássaro que se encontra em situação crítica e apresenta uma população mundial estimada em menos de duzentos e cinquenta indivíduos.

A fauna de peixes inclui espécies ameaçadas de extinção que habitam ambientes de água parada em alagados marginais ao banhado, caso dos peixes anuais, amostragens de campo comprovam a importante função do Banhado do São Donato como criatório de peixes, contribuindo para a reposição das populações de várias espécies.

Com relação aos mamíferos, destaca-se a existência de populações numerosas do bugio-preto, de cervídeos florestais, espécies que integram a lista da fauna em extinção no RS, além da população local de lontras, também são significativas.

A situação atual do São Donato é de abandono, todavia não é irreversível. Reduzindo o ritmo de perdas da biodiversidade, uma meta na qual a realização revela-se árdua, difícil de mensurar no estado em que a biodiversidade, não só do Bioma Campos Sulinos, se encontra atualmente, há de se colocar em prática as medidas e as práticas propícias à verdadeira preservação da biodiversidade. Certamente as gerações presentes e futuras, ainda entenderão o porquê da nossa luta pela preservação, conservação e recuperação desta Unidade de Conservação de fundamental importância para a qualidade de vida e a sobrevivência da humanidade.

Os países precisarão reavaliar a maneira como gerenciam seus recursos, revendo a administração dos rios, as regras para a silvicultura, as áreas de pesca e as práticas agrícolas.

Os governos devem levar a biodiversidade em consideração ao tomar decisões que afetam o uso da terra e a exploração de recursos naturais.

Os governos dispõem de uma ampla variedade de ferramentas de políticas públicas para apoiar as medidas de proteção. Dentre essas ferramentas, as principais são os acordos internacionais e regionais de meio ambiente, a legislação e os programas públicos.

Outra maneira de proteger e preservar a biodiversidade é aumentar a conscientização pública sobre questões relacionadas à biodiversidade e ao meio ambiente. A educação da população é um requisito frequente nos acordos internacionais.

A meta acordada pelos governos do mundo em 2002, “atingir até 2010 uma redução significativa da taxa atual de perda de biodiversidade em níveis global, regional e nacional como uma contribuição para a diminuição da pobreza e para o benefício de toda a vida na Terra” não foi alcançada.

A pesquisa e o monitoramento são essenciais para proteger a biodiversidade. É necessário aumentar o conhecimento e a compreensão sobre a biodiversidade, seu valor e as ameaças que enfrenta. A avaliação do estado da biodiversidade, genes, espécies e ecossistemas é um desafio importante. É preciso que haja mais informações disponíveis sobre as vantagens e desvantagens de diferentes variedades de culturas e as mudanças de situação das espécies, ameaçadas ou não, para preservar o equilíbrio biológico. A situação dos habitats, ecossistemas e ameaças deve ser incluída na agenda principal das reuniões ecológicas realizadas hoje para que os esforços de recuperação e restauração produzam resultados.

“As atividades humanas estão sobrecarregando de tal modo às funções naturais da Terra que a capacidade dos ecossistemas do planeta de sustentar as gerações futuras já não é mais uma certeza.”

Julio Cesar Rech Anhaia - Eng.º Agrº - 22 de maio de 2012

20 maio 2012

"Veta TUDO, Dilma" na Feira Ecológica

Agricultores ecológicos aderem ao "Veta Tudo, Dilma!" - Foto: Cesar Cardia
Augusto Carneiro, um dos fundadores da AGAPAN - Foto: Cesar Cardia
Muitas bancas exibiam o panfleto "Veta Tudo, Dilma" - Foto: Cesar Cardia
"Sinfonia Inacabada: A vida de José Lutzenberger", da jornalista
e escritora Lilian Dreyer, exposta em uma das bancas da Feira Ecológica.

16 maio 2012

Quase todos concordaram com o projeto dos Túneis Verdes

Audiência Pública demonstra apoios quase unânimes ao projeto
Sylvio Nogueira, da Associação de Moradores do Centro também defendeu o projeto
O projeto de lei de autoria do vereador Beto Moesch (PP), que declara os túneis verdes de áreas de uso especial foi tema de audiência publica na noite desta terça-feira (15/5) na Câmara Municipal de Porto Alegre. De acordo com o projeto seriam 70 logradouros da cidade. A reunião atendeu pedido do vereador João Carlos Nedel (PP) que discorda de parte do projeto.
Vereador Nedel acredita que o projeto vai "engessar" a cidade
Segundo Nedel, entende-se por túnel verde “o conjunto arbórico cujas copas das árvores se unem”.  Por isso o vereador diz não concordar que avenidas como a Osvaldo Aranha, Getulio Vargas, Borges de Medeiros, Coronel Marcos e Terceira Perimetral estejam incluídas no projeto. “Nestas avenidas todos sabem que as árvores não se unem”, disse Nedel, alertando para outro item do projeto, determinando que no calçamento do logradouro definido como túnel verde fica vedada qualquer modificação que comprometa a paisagem. “Talvez não esteja bem claro, porque não fala nada em relação ás arvores”, justifica Nedel.
O autor do projeto considerou que Nedel está mal informado. “Ele desconhece o que está dizendo pois estas avenidas não constam mais da proposta”, disse Moesch. O vereador ressaltou que a proposta diz apenas que: “declara áreas de uso especial ruas que tenham túneis verdes como patrimônio da cidade”, deixando os detalhamentos para decretos futuros do prefeito. “Dependendo da especificidade de cada uma”, disse Moesch. O vereador disse que a proposta da discussão é decidir que cidade queremos. “Se mais humana, que vai dialogar com as criaturas, ou sem planejamento estratégico”, questionou Moesch.
Beto Moesch, autor do projeto, disse que Nedel está mal informado
O vereador Carlos Todeschini (PT) disse que não entende o temor de Nedel, pois, na sua opinião o projeto é singelo. “Declara como objeto de especial proteção as áreas de interesse ecológico, cultural e turístico, conhecidos como túneis verdes”, ressaltou Todeschini. Segundo o vereador é preciso entender que Porto Alegre é uma cidade distinta que tem na sua característica fundamental as árvores.
Cidadãos e representantes de entidades foram defender o projeto na tribuna da Câmara
O chefe de gabinete da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, André Carus, falou que qualquer referência de desconformidade do projeto com o Plano Diretor da Cidade é descabível. “A proposta respeita e pretende fazer cumprir a legislação federal. Está bem ajustada”, considerou Carus. Na opinião de Carus, o projeto merece respeito e uma analise com responsabilidade. “Não no afã da política ideológica.”
Para o Secretário de Planejamento Municipal, Ricardo Gothe, a cidade  precisa dos túneis verdes. “Não há como a prefeitura vetar este projeto. Ele precisa de ajustes, mas tem todos os méritos”, disse ele, garantindo que a secretaria do planejamento ira produzir ações para colocar Porto Alegre num patamar de cidade sustentável.
Vereadora Fernanda Melchionna estranhou a atitude de alguns vereadores

Fernanda Melcchiona (PSoL) disse estranhar que alguns vereadores defendam audiência publica para debater o projeto. “Engraçado que quando se trata da Orla do Guaíba os mesmos não querem nem ouvir falar em audiência pública”, falou Fernanda. Ela declarou que existe na Casa "uma tática de procrastinar" a votação de propostas através de apresentação de emendas e pedidos de adiamentos. “Precisamos virar este jogo em todas as esferas e votar imediatamente o projeto”, defendeu a vereadora.
Roberto Jakobazko (à direita) conselheiro suplente da RP1 também defendeu o projeto

Idenir Cecchim (PMDB) também defendeu a votação imediata do projeto. “Por mim seria amanhã”, disse ele. Dr Thiago (PDT) falou que vê no projeto duas magnitudes. “A primeira com relação ao mundo sustentável e a segunda a melhoria da qualidade de vida. ”Na opinião de Thiago, a proposta deixará um legado para a cidade.
Alda Py Velloso e Fernando Guaspari, da Associação Moinhos Vive, foram apoiar o projeto

A audiência pública foi dirigida pelo presidente do Legislativo, vereador Mauro Zacher (PDT), e acompanhada pelo vereador Airto Ferronato (PSB) e por representantes dos Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho, Movimento Menino Deus Sustentável, Região 1 de Planejamento do CMDUA, Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Agapam e Sindipoa que aprovaram a proposta de Moesch.
Sandra Ribeiro, vice-presidente da AGAPAN, destacou a histórica luta em defesa das árvores

A exceção ficou por conta do presidente do desconhecido Instituto Porto Alegre Ambiental, Vilmar Isolan de Mello, que discordou do projeto de Moesch. “Porque ele não propõe que Porto Alegre seja declarada a cidade do túnel verde e apenas algumas ruas como ele pretende”. Na opinião de Mello túnel verde é a sociedade quem faz através do plantio de árvores. “Não precisa de projetos e decretos.”
Presidente do Instituto Porto Alegre Ambiental discordou do projeto
Da página da Câmara Municipal de Porto Alegre - Regina Andrade (reg. prof. 8423)

Cesar Cardia, representando os Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho e AMABI, refutou o pronunciamento do vereador Nedel que dizia que as árvores da Gonçalo de Carvalho reprtesentavam risco para a população e imóveis da rua, que é considerada por muitos como "a mais bonita do mundo" justamente por ter muitas árvores!
Augusto Carneiro, um dos fundadores da pioneira AGAPAN, esteve presente na Audiência

No final de seu pronunciamento comunicou que no dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a Associação de Moradores do bairro Independência (AMABI) e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente iniciarão a catalogação e identificação das árvores da Praça Júlio de Castilhos e da Rua Gonçalo de Carvalho, um trabalho educativo que contará com a colaboração de escolas da região.
Ivo Krauspenhar fez emocionado pronunciamento em defesa das árvores
em nome do Movimento Menino Deus Sustentável e Movimento Petrópolis Vive 
 


Que vergonha, vereador!
O alarmista e irresponsável e-mail enviado por um vereador, acusando
um "engessamento" da cidade caso o projeto seja aprovado!


13 maio 2012

Audiência Pública dos Túneis Verdes

Temos que preservar nossos Túneis Verdes!

No próximo dia 15 de maio, às 19h, no Plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre acontecerá uma Audiência Pública para que todos tenham oportunidade de manifestar sugestões e opiniões sobre o projeto de Lei Municipal (do vereador ambientalista Beto Moesch) que, caso aprovado, dará proteção especial para mais de 70 Túneis Verdes de nossa cidade.

Participe!
Leve suas sugestões. Além da Rua Gonçalo de Carvalho, muitas ruas poderão ser beneficiadas com essa Lei Municipal.
Cabe lembrar que em setembro de 2011 o projeto não foi votado, incrívelmente por pedido da secretaria de cuida do Meio Ambiente na prefeitura de Porto Alegre!!!
Aqui:
SMAM adverte: árvores fazem mal à Copa do Mundo!

08 maio 2012

Anita Resiste!

Ontem, dia 7 de maio, aconteceu mais uma reunião do GT Anita para avaliação do Movimento e definir as próximas ações. Nos próximos dias será definida a data para uma reunião plenária com os moradores das redondezas e representantes de diversas Associações e Movimentos de Moradores da cidade, assim como das entidades que defendem o Meio Ambiente e os direitos da cidadania.


Certamente a mídia passará a dar espaços para os resistentes da Rua Anita Garibaldi quando os questionamentos do Movimento da Anita também forem repercutidos pelas demais entidades da cidade.
Na reunião de ontem também estiveram presentes Cesar Cardia (Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho e AGAPAN) e Eduíno de Mattos (conselheiro da Região de Planejamento 7 junto ao CMDUA e membro da coordenação do Movimento em Defesa da Orla).

Eduíno de Mattos (à direita), conselheiro do CMDUA também participou da reunião.


Acompanhem o Blog Anita Mais Verde

05 maio 2012

As ameaças contra o clima do planeta


"Mais aquecimento é inevitável, mas o nível de aquecimento futuro está em nossas mãos" - Mario Molina.
Mario Molina, prêmio Nobel de Química em 1995 por sua investigação sobre a ação dos CFCs sobre a camada de ozônio, fala sobre as principais ameaças para o futuro do planeta e o papel da sociedade nas alterações climáticas. Programa REDES, com Eduard Punset.

03 maio 2012

Morre uma pioneira do Movimento Ambientalista

Hilda Zimmermann na Feira Ecológica da Redenção, em 11/6/2011,
quando ocorreu um protesto contra a destruição da sede da AGAPAN.  - Foto: Cesar Cardia
Hilda Zimmermann

Faleceu hoje, aos 89 anos, Hilda Emma Wrasse Zimmenrmann.

Fundadora da Agapan, da Ação Democrática Feminina Gaúcha (ADFG) e da Associação Nacional de Apoio ao Índio, Hilda Zimmermann tem no seu currículo uma infinidade de campanhas pela natureza. Destacam-se a defesa dos índios, a Operação Hermenegildo e a luta contra os agrotóxicos. Esta última, ocorrida na década de 70, deflagrou-se a partir das denúncias de José Lutzenberger.

À época, Lutzenberger trabalhava na Bayer e testemunhou plantações contaminadas em todas as partes do mundo. O resultado da campanha foi a Lei dos Agrotóxicos, aprovada pela Assembléia Legislativa proibindo a utilização dos produtos mais perigosos. Hilda Zimmermann também participou de diversas atividades de educação ambiental. Principalmente da defesa de árvores e parques, como o Parcão de Porto Alegre.

Com quatro décadas de atividades em prol do meio ambiente, Hilda relembra outro episódio que mostra seu perfil de lutadora e amante da natureza: “Certa vez, com a ADFG, fomos ver as pedreiras de Itapuã, que na época eram exploradas por um ministro. Quando chegamos, junto com a imprensa, os homens estavam martelando. Eu, então, botei a mão na cintura e disse: "Parem de martelar!" O homem ficou estático… saiu na primeira página do jornal uma foto, em que o homem está com cara de apavorado e eu com a mão na cintura : "Quando os ecologistas botam a mão na cintura, pára tudo".
Fonte: Movimento Roessler para Defesa Ambiental