27 agosto 2010

Fórum de Entidades pede derrubada de vetos do Executivo ao PDDUA

Esta semana foi de intensa articulação do Fórum de Entidades para o Acompanhamento da Revisão do Plano Diretor. Culminou com a audiência que fora solicitada ao Presidente da Câmara Municipal, na quinta-feira, para entregarmos nosso trabalho referente aos vetos do Prefeito.

Na visita agendada pelo vereador Toni Proença, coordenador do Fórum na Câmara, o arquiteto Nestor Nadruz, como coordenador indicado pelas Entidades do Fórum (representante da AGAPAN), fez a entrega oficial dos documentos.

A sociedade civil organizada, mais uma vez, demonstra sua capacidade de contribuir solidária e qualificadamente para o planejamento urbano e ambiental da cidade.

Pontos especialmente destacados pelos representantes do Fórum:
•Seja mantida a proteção mínima de 60m da Orla do Guaíba (art. 68), proposta pelo vereador Ferronato (PSB)

•A sustentação das diretrizes iniciais do Plano, onde são evidenciadas as questões da Orla e Aeródromo (art. 18)

•Manutenção dos artigos que tratam de Zonas Especiais enquanto descrição no texto do Plano, pois se aparecem no mapa, devem constar na lei (art. 91)

•O gerenciamento dos recursos oriundos do Solo Criado DEVEM ser aplicados à habitação popular, conforme orientações do Estatuto da Cidade (art. 91)

•A defesa de que é encargo do empreendedor privado a entrega de equipamentos nos parcelamentos do solo (art. 111 e 114)

•Seja derrubado o veto à emenda do próprio Fórum de Entidades que proíbe a instalação de postos de combustíveis em locais de grande circulação de pessoas, pelos riscos às pessoas e a preocupação com a contaminação do solo

Na ocasião o presidente do Legislativo Municipal, vereador Nelcir Tessaro, comentou que, nos últimos dias, os vereadores receberam mensagens da população com opiniões sobre os artigos vetados. "Recebemos muitos e-mails com a sociedade se manifestando. Somaremos isso ao posicionamento do Fórum, que irá balizar a discussão no plenário".


Entre as mensagens enviadas à Câmara Municipal de Porto Alegre estão mensagens dos "Amigos da Gonçalo de Carvalho", AMABI (Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Independência) e outras entidades ambientais e de moradores de Porto Alegre.


Ofício entregue ao presidente da Câmara Municipal anexado ao relatório de análise aos vetos do Executivo:
Porto Alegre, 26 de agosto de 2010

Ao 
Sr. NELCIR TESSARO
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre

O Fórum de Entidades, instalado por esta Câmara em novembro de 2007, formado por mais de oitenta entidades representativas de nossa sociedade, como as associações de moradores, entidades de classe, ambientais, organizações não governamentais , destinado a acompanhar a tramitação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre, vem pela presente referendar o Relatório (anexo) entregue à Comissão Especial da Câmara Municipal que trata do PDDUA .

Tal documento coloca a posição do Fórum, em relação a análise dos vetos do Executivo ao Plano Diretor, com as respectivas justificativas.

Lembramos que o trabalho da revisão do PDDUA pelo Fórum, se estende desde 2007, devendo finalizar esta etapa (vetos), para retomar vários temas, ainda pendentes, vinculadas ao Plano Diretor, como as AEIC, EIV, zoneamento da orla e outros previstos.

Agradecemos a colaboração do Vereador Toni Proença, Coordenador pela Câmara, junto ao Fórum , bem como de todos os demais vereadores que colaboram desde o início dos trabalhos, prestigiando os debates em todos os períodos das discussões deste colegiado, especialmente, durante as emendas.

Por fim, os membros deste Fórum estarão sempre prontos e, à disposição desta Casa Legislativa , para colaborar visando um planejamento urbanístico sustentável que desenvolva nossa querida Porto Alegre, de maneira harmônica e humana como exemplo para o Brasil e para o Mundo.

Atenciosamente,

Nestor Nadruz
Coordenador do Fórum de Entidades

24 agosto 2010

Área do Estaleiro Só segue sem destinação definida

Matéria no Jornal do Comércio - 24 de agosto de 2010 - página 8:
Área do Estaleiro Só segue sem destinação definida

Há um ano, população decidiu que local não pode ter uso residencial
Atualmente, terreno serve de apoio à obra de saneamento que está em execução na orla do Guaíba

Através de consulta popular, no dia 23 de agosto do ano passado, os porto-alegrenses decidiram que não seriam permitidas construções residenciais no terreno do antigo Estaleiro Só, zona Sul da Capital gaúcha. Passado um ano da definição, a proprietária da área, a BMPar Empreendimentos, ainda não tem um destino para o espaço.

Atualmente, conforme informações do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), a área foi alugada para a empresa que realizará a implementação do complexo Emissário Terrestre e Subaquático, para servir como uma espécie de canteiro de apoio às obras desse projeto. O emissário será responsável pela condução dos esgotos provenientes da área central de Porto Alegre, concentrados na futura Estação de Bombeamento de Esgoto na Ponta da Cadeia, região próxima ao Gasômetro, até a Estação de Bombeamento de Esgoto do bairro Cristal. De lá, seguem, via tubulação subaquática até a estação de tratamento de esgoto no bairro Serraria.

O secretário municipal de Planejamento, Márcio Bins Ely, confirma que não há nada protocolado na prefeitura quanto a um outro aproveitamento do espaço do antigo estaleiro. Quanto à utilização da orla do Guaíba, Ely sustenta que a questão deve ser debatida de maneira fragmentada, dividindo a extensão em trechos. “Temos 74 quilômetros de orla em Porto Alegre, é uma grande área”, argumenta o secretário.

Na época da consulta popular, com mais de 80% dos votos válidos (18.212), a Frente do Não venceu a discussão. Ao todo, 22.619 pessoas participaram do pleito, que era facultativo. A Frente do Sim recebeu 4.362 adesões.

A vereadora Sofia Cavedon (PT), que defendia o Não, afirma que o plebiscito foi uma vitória para a cidade. “Acho que conseguimos conciliar o desenvolvimento com a proteção ambiental”, aponta a vereadora. Para ela, ficou claro que a população quer manter o acesso à orla e descartou a realização de empreendimentos residenciais nas imediações do Estaleiro Só. Já o vereador Luiz Braz (PSDB) era a favor do Sim na ocasião. “O empreendedor adquiriu a área e depois não pôde fazer nada lá”, destaca o vereador. Ele lembra que a discussão foi focada no uso misto do espaço, para unidades residenciais e comerciais. E o fato de ser inviável a construção residencial retirou a viabilidade econômica da execução de projetos no local.


Fonte: Jornal do Comércio RS

21 agosto 2010

A vitória do Não!

Representantes da Frente do Não acompanham a apuração
No dia 23 de agosto de 2009 ocorreu uma inédita consulta pública para que a população de Porto Alegre tivesse a oportunidade de opinar sobre a alteração na lei que alterou o uso da região chamada "Ponta do Melo".
Lembrando o caso:
A alteração na lei foi aprovada na Câmara de Vereadores por 20 votos contra 14 em novembro de 2008. Posteriormente, em virtude da pressão popular, o prefeito vetou o projeto enviando outro muito semelhante, mas prevendo um REFERENDO para ouvir a população. A Câmara alterou o "referendo" para "consulta pública", sem obrigatoriedade de voto nem publicidade (normal em eleições e referendos) para esclarecer o eleitor.
No dia 23 de agosto de 2009 aconteceu a "consulta" com vitória do Não com 80,7% dos votos. Como o voto era voluntário, num domingo com sol e com distribuição de urnas diferente dos locais habituais, a maioria dos eleitores não compareceu. Porém dos 22.619 eleitores que foram voluntariamente expressar sua opinião a grande maioria votou Não ao Pontal.

Os motivos apontados para pedir Vote Não:


Vídeo da Casa de Cinema pedindo VOTE NÃO:


O resultado da "consulta" no dia 23 de agosto de 2009:


Foi uma vitória da cidadania de Porto Alegre e isso tem que ser comemorado.

Entidades que participaram da Frente do Não na “consulta pública” sobre o projeto imobiliário “Pontal do Estaleiro”, na Ponta do Melo, que conseguiram 80,7% dos votos no dia 23 de agosto de 2009:


FRENTE do NÃO
AGAPAN – ASSOCIAÇÃO GAUCHA DE PROTEÇÃO AO AMBIENTE NATURAL
AMA – ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES E AMIGOS DA AUXILIADORA DE PORTO ALEGRE
AMBI – ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DO BAIRRO IPANEMA
ASCOMJIP – ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA JARDIM ISABEL
AMOVITA – ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DA VILA SÃO JUDAS TADEU
•ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO CENTRO DE PORTO ALEGRE
CCD – CENTRO COMUNITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DA TRISTEZA, PEDRA REDONDA, VILA CONCEIÇÃO E ASSUNÇÃO
•NÚCLEO AMIGOS DA TERRA/BRASIL
•ONG SOLIDARIEDADE
SIMPA – Sindicato Municipários de Porto Alegre
SINDIBANCÁRIOS – Sindicato dos Bancários
•SINDICATO DOS SOCIÓLOGOS DO RIO GRANDE DO SUL
•MOVIMENTO EM DEFESA DA ORLA DO RIO GUAÍBA
(Integrantes: •AGAPAN – Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural •Amigos da Rua Gonçalo de CarvalhoAMABI – Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Independência •AMBI – Associação dos Moradores do Bairro Ipanema •ASCOMJIP – Associação Comunitária Jardim Isabel •AMOVITA – Associação dos Moradores da Vila São Judas Tadeu •Associação de Moradores do Centro •Movimento Viva Gasômetro •Associação Moinhos ViveCMVA – Conselho Gestor dos Moradores da Vila Assunção •Associação dos Moradores da Cidade BaixaAMOBELA – Associação dos Moradores da Bela Vista •Conselho Popular do Partenon •Conselho de Usuários do Parque FarroupilhaCCD – Centro Comunitário de Desenvolvimento da Tristeza, Pedra Redonda, Vila Conceição e Assunção •CEUCAB/RS – Conselho Estadual da Umbanda e dos Cultos Afro-Brasileiros do RS •AMSC – Associação dos Moradores do Sétimo Céu •AMATRÊS – Associação dos Moradores do Bairro Três Figueiras •AMA – Associação dos moradores da Auxiliadora •AMACHAP – Associação dos Moradores do Bairro Chácara das Pedras) •NAT/Brasil – Núcleo Amigos da Terra •ONG Solidariedade)

Apoios:
Casa de Cinema de Porto Alegre •NEJ/RS – Núcleo de Ecojornalistas do RS •Defender – Defesa Civil do Patrimônio Histórico •IAB/RS – Instituto de Arquitetos do Brasil/Departamento do RS •Grafar – Grafistas Associados do Rio Grande do Sul •Associação Profetas da Ecologia •Devoção Senhora das ÁguasPastoral da Ecologia •Associação Comunitária do Campo da TucaAMFA – Associação de Moradores Fim da Linha do Alameda – Bairro São José •Comissão de Moradores da Rua da Represa – Bairro São José •Associação Clube de Mães Batista Xavier – Bairro Partenon •Associação de Moradores Quinta do Portal – Bairro Lomba do Pinheiro •Associação de Moradores da Vila São Pedro – Bairro Partenon •Associação de Moradores Estrela Cristalina – Bairro Partenon •Associação de Moradores Paulino Azurenha – Bairro Partenon •Pequena Casa da Criança – Vila Maria da Conceição •MEP – Movimento Ecológico Popular

Leia mais aqui:
O Príncipe Regente e a Vitória do Não

QUEM construiu a Vitória do NÃO

11 agosto 2010

A denúncia vem de Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro

Isso é PODA?

Mensagem recebida por e-mail:

Vídeo denuncia poda radical em Petrópolis, Cidade Imperial

Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho,

Em primeiro lugar parabéns por essa bela rua e pela vitoriosa luta na preservação de um patrimônio que não é só dos gaúchos mas de todos os brasileiros.

Vendo o site de vocês e a experiência vivida na defesa das belas árvores, gostaria de compartilhar com vocês um tema que, por aqui, só nos entristece.

A poda radical está descaracterizando por completo as árvores de Petrópolis. Antes frondosas e bonitas, as espécies que sobrevivem as podas estão ficando com a folhagem rala e galhos espaçados. Precisamos que os especialistas opinem sobre o assunto para ajudar a nossa população a enfrentar essa ameaça ao patrimônio da Cidade Imperial.

Esse é o objetivo do vídeo "Isso é poda?" que convidamos vocês a assistirem em nosso canal no Youtube.

http://www.youtube.com/watch?v=J5jMnb9pW0o

Junto com o vídeo estão informações sobre a situação atual. Opinem sobre as imagens, comentem e, principalmente, divulguem esses fatos para que possamos encontrar uma salvação para nossas árvores.

Forte abraço em nome da equipe da Televisual!

Heber Lobato Jr.
www.televisual.com.br
www.youtube.com/televisualfilmes
www.twitter.com/TelevisualFilms
 
Eis o excelente vídeo-denúncia:

09 agosto 2010

''Fuga'' de plantas transgênicas


Detectada nos Estados Unidos a maior ''fuga'' de plantas transgênicas

O mais provável é que tenham sido sementes que caíram de um caminhão, ainda que não se possa descartar que tenha sido uma simples polinização. O caso é que o campo de Dakota do Norte está repleto de canola transgênica, segundo acaba de descobrir uma equipe da Universidade do Arkansas.

A notícia é do jornal El País e reproduzida pelo portal UOL, 09-08-2010.

Ao todo, 80% das plantas analisadas tinham genes introduzidos artificialmente. O tamanho da fuga “não tem precedentes”, disse Cynthia Sagers, ecóloga da Universidade que dirigiu o trabalho.

Em 20 anos de cultivos transgênicos – sempre muito regulados – houve alguns casos desse tipo de contaminação no meio ambiente no Reino Unido, Japão e Canadá, mas sempre em pequena quantidade e normalmente próximo de portos ou estradas por onde passaram as sementes modificadas geneticamente. Mas esta é a primeira vez que isso acontece nos Estados Unidos (o principal produtor deste tipo de cultivos, com quase 50% da safra mundial), e sobretudo, de uma forma tão ampla.

A prova definitiva de que este tipo de fuga não é recente é que existem dois tipos de canola transgênica, uma da Monsanto resistente a um herbicida (glifosfato) e outra da Bayer resistente a outro (glufosinato). Mas, além disso, foram encontradas duas plantas com ambos os genes, o que indica que houve tempo para que as plantas dos dois tipos cruzassem.

Reações
A descoberta reabriu o debate entre os defensores e os críticos da tecnologia de transgênicos, que é muito criticada na Europa. Para os primeiros, o fato de que estas plantas tenham convivido com as naturais por bastante tempo no meio ambiente e não tenham sido detectadas por produzir algum tipo de efeito no entorno é uma prova de que são cultivos que não apresentam nenhum perigo.

Mas os ecologistas dizem que esta descoberta é uma mostra de que, por mais restrições que se coloquem, não há como evitar que um erro facilite a mistura desses cultivos com os naturais, e sua abundância mostra que elas têm vantagens ao competir com as plantas silvestres. Além disso, afirmam que a canola capaz de sobreviver a dois dos herbicidas mais conhecidos é um risco para outros cultivos.

Fonte: IHU
Matéria no El País, aqui

Vale a pena ler: Transgênico cruzou com planta silvestre na Inglaterra

03 agosto 2010

Tem muita gente que se acha moderna

Saudades de Berlim                         
Juremir Machado da Silva*
Eu já morei em Berlim. Estou com saudades. Meu amigo Erick Felinto casou-se com a Fernanda e está por lá. Tuitou esta informação: "Fecharam a Kudamm e a Kantstrasse e o pessoal está correndo nas ruas de noite... Muito legal". Aqui, à noite, nas ruas, corre-se de ladrão e da Polícia. A Europa devastou suas florestas, construiu grandes cidades, bancou guerras e, por experiência, redescobriu a necessidade de devolver às cidades aos seus habitantes. Nos meus vários anos no Velho Continente, algo sempre me chamou a atenção: aquilo que era considerado ultrapassado aqui, era moderno lá - trens, bicicletas, piqueniques, vestidinhos confortáveis para as mulheres, nada de tudo colante, sapatos baixos, silêncio, preferência ao pedestre, médico de família, o Estado a serviço de todos os cidadãos, greves, etc.

A nossa modernidade é a pré-modernidade dos europeus: construir arranha-céus à beira dos rios, devastar a natureza, privilegiar os automóveis, estado mínimo, cidades cada vez maiores, os negócios acima de tudo, de qualquer limite, do interesse público. Dado que a Europa praticou tudo o que agora condena, queremos ter o direito de fazer o mesmo. Em lugar de aprender com o passado dos outros, desejamos repetir os erros dos outros para assegurar a fortuna de alguns às custas dos demais. Moderno hoje não é fazer condomínio de luxo nas poucas áreas verdes privilegiadas que restam em cidades como Porto Alegre. Moderno é ser ecologista. Tem muita gente que se acha moderna e, por isso, torce o nariz para bicicletas quando está por aqui, mas, ao chegar em Paris, acha lindo passear romanticamente sobre duas rodas.

Em nossas cidades, o carro é rei. Os muito ricos vão morar cada vez mais longe, paradoxalmente, para se ver livres das áreas de maior circulação, ficando escravos dos seus veículos cada vez mais caros e estilosos. Degradam as zonas centrais e viajam todo dia para encontrar o que ainda resta de natureza. A regra simples: amam a natureza, desde que isso não atrapalhe os negócios. É a vanguarda do pré-capitalismo. Um atraso. Rentável. É gente que se acha moderna por pilotar veículos altamente poluentes e inúteis e por ganhar muito dinheiro tentando imitar a estética brega de Dubai ou de Miami. Nenhuma obra arquitetônica tornará as áreas verdes, na Capital gaúcha, mais belas do que elas são ao natural. Porto Alegre será muito moderna se conseguir preservá-las e transformá-las em lugares para se correr à noite. Ser moderno é ter transporte coletivo de qualidade. A modernidade começa com metrô subterrâneo.

A modernidade prossegue com trens de grande velocidade, com transporte ferroviário de mercadorias e com executivos indo trabalhar de bicicleta. Porto Alegre será moderna quando alguém puder correr à noite na Rua da Praia sem ser suspeito de coisa alguma. Antes da crise americana de 2008, a vanguarda do pré-capitalismo brasileiro adorava anunciar a falência da Europa. Alguns vibram agora com a crise grega, esperando que seja o começo do fim da Europa do Bem-Estar Social. Enquanto isso, nos Estados Unidos, Obama conseguiu finalmente modernizar a saúde dando proteção estatal aos cidadãos.
* Jornalista e escritor
Fonte: jornal Correio do Povo, 03/08/10

Notícia da edição impressa do Jornal do Comércio – 30/07/2010:

Prefeito veta 60 metros de proteção para orla do Guaíba

Fernanda Bastos

Terminou nesta quinta-feira o mistério sobre os vetos do prefeito José Fortunati (PDT) ao projeto de lei de revisão do Plano Diretor de Porto Alegre, sancionado na semana passada. Os 50 destaques do prefeito à matéria foram publicados no Diário Oficial do Município desta quinta-feira.
Um dos vetos que deve gerar polêmica atinge a emenda de autoria do vereador Airto Ferronato (PSB), que fixava uma faixa mínima de preservação de 60 metros nas margens do Guaíba. A regra seria aplicada entre a Usina do Gasômetro e o limite do bairro Lami. Nessa parte da orla, deveriam ser construídos apenas equipamentos públicos com acesso à população, como ciclovias, praças e quadras esportivas, além de uma avenida.
O supervisor do Planejamento Urbano e coordenador do trabalho dos técnicos da Secretaria do Planejamento Municipal (SPM), que apresentaram ao prefeito um parecer sobre a redação final da revisão, engenheiro José Luiz Fernandes Cogo, relata que o veto foi sugerido pela equipe porque o artigo tratava da mesma forma pontos extremos da orla, sem levar em conta as características de cada local.

O restante do texto aqui:
Fortunati veta proteção para orla do Guaíba, aprovada no PDDUA

e aqui:

Novo Plano Diretor de Porto Alegre não evita construções na orla do Guaíba