Mostrando postagens com marcador internacional. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador internacional. Mostrar todas as postagens

22 outubro 2013

Mais perigo em Fukushima: os riscos da remoção das varetas de combustível

Tanques com água radioativa em Fukushima
Foto da "Nuclear Regulation Authority" do Japão.
A Crise na Unidade 4 de Fukushima exige uma ação global
por Harvey Wasserman*

Estamos perto do que pode ser momento mais perigoso da humanidade desde a Crise dos Mísseis Cubanos.

A empresa proprietária de Fukushima, a Tokyo Electric (Tepco), diz que em novembro eles começarão a tentar remover mais de 1.300 tubos de combustível de um dos tanques que está bastante danificado a cerca de 50 metros do chão. Este tanque está em cima de um prédio muito danificado que está afundando, entortando e pode facilmente cair com algum terremoto ou até mesmo sozinho.

As quase 400 toneladas de combustível naquela piscina podem derramar 15 mil vezes mais radiação do que foi derramada em Hiroshima.

A única coisa certa sobre essa crise é que a Tepco não tem os recursos financeiros ou científicos para lidar com a situação. Nem mesmo o governo japonês. A situação demanda de um esforço mundial coordenado dos melhores cientistas e engenheiros que nossa espécie pode prover.

Foto: Fukushima Blog

Por que isso é tão sério?

Nós já sabemos que milhares de toneladas de água muito contaminada estão vazando de Fukushima desde 2011 e indo direto para o oceano Pacífico. Já foram encontrados cardumes de sardinha com traços de contaminação na costa da Califórnia… E nós devemos esperar coisas muito piores.


A Tepco continua a jogar mais e mais água na região dos três núcleos dos reatores destruídos para de alguma forma mantê-los resfriados. O vapor que sai destes indica que a fissão nuclear pode ainda estar ocorrendo no subsolo. Mas ninguém sabe exatamente onde estes núcleos estão.

Esta água jogada torna-se radioativa ao entrar em contato com o núcleo. Como não pode ser descartada, sua maioria está agora armazenada em milhares de enormes porém frágeis tanques que foram montados com pressa em volta do local. Muitos já estão vazando. Eles podem simplesmente se desmontar no próximo terremoto, liberando milhares de toneladas de veneno permanente no Pacífico.

A água que está sendo jogada no local está prejudicando as bases das estruturas que sobraram, inclusive a do prédio que suporta o tanque de combustível da unidade quatro.

Foto: Fukushima Blog
Mais de 6.000 varas de combustível estão em um tanque apenas a cinquenta metros da unidade quatro. Algumas destas contendo plutônio. O tanque não tem nenhuma contenção extra, está vulnerável à perda do isolamento estrutural, ao colapso de algum prédio próximo, outro terremoto, outra tsunami e mais.

No geral, mais de 11.000 varas de combustível estão espalhadas ao redor da Fukushima. De acordo com o especialista do departamento de energia Robert Alvarez, há cerca de 85 vezes mais césio no local do que o que foi liberado em Chernobyl. Pontos de radioatividade continuam sendo encontrados em todo o Japão. Há indicações de áreas com grande incidência de problemas na tireoide de crianças.

A missão principal é que estas varas de combustível devem sair de alguma forma com segurança deste tanque de combustível do reator quatro o mais rápido possível.

Imagem: Fukushima Blog
Qual o risco que estas varas de combustível apresentam?

O combustível gasto têm de ser mantido de alguma forma debaixo da água. É revestido em uma liga de zircônio que irá entrar em ignição espontaneamente se exposto ao ar. Usado por muito tempo em lâmpadas de flash de câmeras fotográficas, o zircônio queima com uma chama extremamente clara e quente.

Cada bastão emite radiação o suficiente para matar alguém próximo a ela em questão de minutos. A ignição de uma poderia forçar toda a equipe a abandonar o local e deixaria equipamentos elétricos inutilizados.

De acordo com Arnie Gunderson, uma engenheira nuclear com quarenta anos de experiência em uma indústria que fabrica estas varas de combustível, as que estão dentro do reator da unidade quatro estão tortas, danificadas e trincadas ao ponto de quebrarem. As câmeras mostraram quantidades preocupantes de destroços no tanque de combustível, que parece estar bem danificado.

Os desafios de esvaziar este tanque são cientificamente enormes, diz Gundersen. Mas deverá ser feito com 100% de perfeição.

Esquema da superestrutura de recuperação do combustível. - Imagem Fukushima Blog

Se a tentativa falhar, as varas podem ser expostas ao ar e pegar fogo, liberando quantidades horroríficas de radiação na atmosfera. O tanque pode cair no chão, derrubando as varas juntas em uma pilha que poderia ativar a fissão e explodir. O resultado seria uma nuvem radioativa que ameaçaria a segurança e saúde do mundo todo.

Os primeiros vestígios de radiação que Chernobyl emitiu chegaram na Califórnia em dez dias. Os vestígios de Fukushima chegaram em menos de uma semana. Um novo incêndio no tanque de combustível do reator quatro pode derrubar uma corrente contínua de radiação venenosa por séculos.

O embaixador aposentado Mitsuhei Murada diz que se esta operação der errado, “destruiria o ambiente mundial e nossa civilização. Não é ciência astronômica ou se conecta com debates sobre plantas nucleares. Esse é um assunto sobre a sobrevivência humana”.

Nem a Tokyo Electric ou o governo do Japão pode fazer isso sozinho. Não há desculpas para não organizar um esforço em conjunto mundial dos melhores engenheiros e cientistas disponíveis.

O relógio está contando e não podemos evitá-lo. O desfecho de um possível desastre nuclear mundial está quase batendo na porta. Para ajudar, a melhor coisa que você pode fazer é passar esta informação para outras pessoas afim de mobilizar e conscientizar o mundo do perigo que estamos enfrentando e assim pressionar as autoridades a se organizarem.

*Franklin Harvey Wasserman (nascido em 31 de dezembro de 1945) é um jornalista norte-americano, autor, ativista da democracia e defensor de energia renovável . Ele tem sido um estrategista e organizador do movimento anti-nuclear nos Estados Unidos há mais de 30 anos.
 
Mais informações no Fukushima Blog


Contaminação do Oceano Pacífico: Césio-137 foi detectado na água do mar a 1 km de Fukushima
Césio-137 foi detectado na água do mar ao largo de Fukushima pela primeira vez, a 1 km da planta nuclear. A data de amostragem foi de 10/08/2013. A leitura foi de 1,400 Bq/m3.
Desde que começaram as amostragens neste local em 2013/08/14, as medições de Cs-134/137 tinham sido menores do que o nível detectável. Esta é a primeira vez que se mediu nível significativo de Cs-137.


"Jeitinho" japonês  para tentar conter o problema de bombeamento de água
Foto da "Nuclear Regulation Authority" do Japão.
Água de chuva contaminada em Fukushima pode ter chegado ao oceano 
De acordo com a Tokyo Electric Power (Tepco), a água de chuva transbordou das áreas onde estão instalados os tanques de armazenamento de líquidos radioativos.

Tóquio - A operadora da central nuclear de Fukushima informou nesta segunda-feira (21/10) que água de chuva contaminada pode ter alcançado o Oceano Pacífico. A Tokyo Electric Power (Tepco) explicou que a água de chuva transbordou das áreas onde estão instalados os tanques de armazenamento de líquidos.

Até o momento, a quantidade e o grau de contaminação não foram determinados. A central de Fukushima Daiichi contém 400.000 toneladas de água com césio, estrôncio, trítio e outras substâncias radioativas no subsolo ou armazenadas em quase mil depósitos improvisados desde o acidente nuclear de 2011 provocado por um tsunami.

Fonte: Correio Braziliense (com France Presse)

Sem plano B?

Em janeiro de 2012, no Fórum Social Temático em Porto Alegre, Yuko criticou
o governo e a imprensa do Japão que pouco esclareciam a população.
Foto: Cesar Cardia/Amigos da Gonçalo de Carvalho
Este novo problema na central acontece em um mês no qual a unidade registrou diversos erros humanos que causaram fugas maciças de água contaminada e novos vazamentos para o mar. Na mensagem recebida, via Facebook, da eco ativista Yuko Tonopira, ela diz: "sim, é verdade que a remoção das varas de combustível da unidade 4 começará em novembro. Eles só construiram um guindaste para retirar o conjunto de hastes, um por um... um trabalho extremamente perigoso... Eu estou dizendo a minha família para se preparar para sair, se algo der errado na unidade 4. A vida de muitas pessoas dependem do guindaste..."

Monge Yoshihiko Tonohira fala sobre suas ações anti-nucleares
em Porto Alegre, no debate promovido pela AGAPAN em 23 de janeiro de 2012.
Foto: Cesar Cardia/Amigos da Gonçalo de Carvalho

   

20 março 2013

Copa VERDE em Porto Alegre?

Acreditamos ser necessário, para não passar por propaganda enganosa da FIFA e Governo do Brasil, que se retire a expressão "Copa Verde" em tudo o que se refere a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

No Sul 21:

Após audiência, prefeitura de Porto Alegre diz que vai retomar derrubada de árvores

Rachel Duarte
Após três horas de debate na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, na noite desta segunda-feira (18), a situação sobre o corte de centenas de árvores nativas para ampliação da Avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio) não se resolveu. O Executivo municipal anunciou a retomada dos cortes, assumindo o compromisso de ampliar as medidas compensatórias, devido à nova pressão contrária da sociedade. O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), que investiga o caso, pediu que fossem aguardados mais alguns dias para a decisão sobre os cortes, o que não teve a concordância do vice-prefeito Sebastião Melo, que representou a prefeitura. Com a decisão, considerada arbitrária por ambientalistas presentes, a promessa é continuar os protestos e impedir o corte nas ruas.
“Existia um acordo de suspendermos o corte até a audiência pública. Isso foi cumprido. Agora a SMOV poderá seguir o trabalho. O Melo disse que a Prefeitura vai continuar”, alegou o secretário municipal do Meio Ambiente, Luiz Fernando Záchia.
Apesar do vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) ter anunciado a retomada dos cortes, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) alega que o diálogo com o poder público segue em aberto. Presente na mesa de debates, a promotora Ana Maria Moreira Marchesan pediu que o município suspendesse o corte das arvores por mais alguns dias. “Tenho certeza de que o Executivo não vai se furtar a discutir este tema com o Ministério Público. Vamos tentar fazer uma mediação, pois o progresso implica opções. Ficou claro que a sociedade está bastante dividida, mas temos uma amarração legal que não pode ser atropelada”, disse.
Os cortes começaram em fevereiro, na Praça Júlio Mesquita, em frente a Usina do Gasômetro, mas foram suspensos após manifestações populares. A pressão resultou em um inquérito no MP-RS e na audiência desta segunda. Na ocasião, os ânimos ficaram alterados devido à grande contrariedade de ambientalistas e outros setores da cidade. Contrapondo os cartazes e palavras de ordem pedindo alternativas para evitar o corte de árvores, um grupo que fazia coro favorável ao projeto da Prefeitura foi acusado de ser constituído de cargos comissionados (CCs) da gestão Fortunati.
Os críticos alegam que a falta de diálogo prévio e deficiências no projeto viário comprometem o desenvolvimento da cidade. O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RS), com o qual o prefeito José Fortunati (PDT) se comprometeu durante a eleição em realizar apenas obras de desenvolvimento sustentável, apresentou alternativas simples para evitar o corte. “Ainda falta um bom projeto”, criticou o presidente do IAB-RS, Tiago da Silva. Segundo ele, “é impossível que em pleno Século 21 uma gestão priorize cortar árvores nativas para colocar asfalto na cidade”.
“Não devemos seguir os projetos de empreiteiras”, alertou IAB-RS
Para o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/RS), Tiago da Silva, “não devemos seguir os projetos doados por empreiteiras, que são as maiores interessadas na realização das obras. Está claro que o projeto está errado. Técnicos já afirmaram que não há necessidade de uma ampliação da via rápida”. Ainda assim, os secretários presentes na audiência e o vice-prefeito de Porto Alegre seguiram irredutíveis.
“Teve claque. Muitos secretários da prefeitura estavam na audiência. Tudo isso demonstra o peso que tem esta obra para a administração”, criticou a vereadora Fernanda Melchionna. Segundo ela, a postura da Prefeitura na audiência foi de seguir irredutível no planejamento que prevê a derrubada de 101 mudas nativas na Edvaldo Pereira Paiva. “Queríamos mais tempo para discutir. O IAB trouxe contribuições ontem, outras sugestões já haviam surgido nos outros debates, como passarelas de pedestres para evitar os cortes. Mas não houve flexibilidade. Infelizmente, uma audiência de ouvidos mortos não resolve muita coisa”, lamentou.
O presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Francisco Milanez, cobrou a realização de estudos alternativos. “Se não há comparação, como dizer que esta é a melhor alternativa? A cidade não existe para atender aos automóveis. Nunca haverá vias suficientes para a quantidade de carros que está sendo vendida. A solução é deixar eles fora do Centro, investir em transporte coletivo e mais lazer”.
O texto completo aqui:  
 http://www.sul21.com.br/jornal/2013/03/apos-audiencia-prefeitura-de-porto-alegre-diz-que-vai-retomar-derrubada-de-arvores/

Fotos da Audiência Pública na Câmara Municipal de Porto Alegre em 18 de março de 2013:

Ativistas e líderes comunitários protestaram contra a ação da prefeitura.
Questionando o conceito de "progresso" defendido pelo executivo municipal.
Movimento "Defenda a Orla" também presente na Audiência.
Cortar árvores para colocar mais carros nas ruas? Não!
Momento que foram apresentadas imagens de sites de todo o mundo sobre o
reconhecimento global das árvores da Rua Gonçalo de Carvalho na Audiência Pública.
O prefeito não teve coragem de aparecer na Audiência. Mandou o vice e secretariado.
Vice-prefeito Sebastião Melo enrolou na Audiência
e depois anunciou a retomada dos cortes de árvores.
Já que o prefeito não compareceu, o recado foi para seu vice, Sebastião Melo.
(Fotos: Câmara Municipal de Porto Alegre e Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho)

17 julho 2011

O silêncio do Panda


O Silêncio dos pandas - O que a WWF não está dizendo
A WWF é a maior organização de proteção ambiental do mundo. A confiança em seus projetos verdes é quase ilimitada. Com campanhas ousada, o WWF visa diretamente a consciência de seus doadores - todos devem fazer sua parte para salvar espécies ameaçadas de extinção, o clima e/ou a floresta tropical. A WWF foi fundado há 50 anos, em 11 de setembro de 1961.Hoje é o grupo de lobby mais influente para o meio ambiente no mundo, em grande parte graças à seus excelentes contatos tanto na esfera política e industrial e à sua capacidade de andar numa corda bamba constante entre o compromisso e a venalidade. Este filme, no entanto,  irá dissipar a imagem verde da WWF. Por trás da organização eco-fachada, a descoberta de histórias explosivas em todo o mundo. Este documentário procura revelar os segredos do WWF. É uma viagem ao coração do império verde e pode quebrar a fé pública no Panda, para sempre.