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30 janeiro 2014

Quem realmente ganha com o ASFALTO em nossas cidades?

Uma das particularidades que muito chamam a atenção sobre a rua Gonçalo de Carvalho no exterior é seu calçamento de pedras, a rua não é asfaltada.


O decreto que preservou a Gonçalo de Carvalho em 2006, também preservou seu calçamento, ela não poderá ser asfaltada!

Texto no Blog "Cão Uivador":

Pelo “desasfaltamento” de Porto Alegre
Semana passada, passei pela avenida Venâncio Aires, no bairro Santana. A via passa por obras de recapeamento, e para isso teve o asfalto antigo “raspado”, para depois ser feita a nova cobertura. A visão era nostálgica: vinha à tona o antigo pavimento da avenida, de paralelepípedos. Pensei no quão bacana seria se todo o asfalto tosse retirado e a Venâncio voltasse a ser de paralelepípedos, mas, pouco tempo depois, alguns trechos já tinham sido asfaltados.

Reparei, então, em quantas ruas foram asfaltadas sem necessidade em Porto Alegre. Uma delas é a Pelotas, onde morei durante minha infância e que já tinha asfalto na década de 1980: rua sem muito movimento de carros, mas por onde passaram, até 1999, os caminhões da Brahma – óbvio que o motivo para o asfaltamento da via foi esse. A fábrica se mudou, mas o asfalto ficou.

Mas lembro de tempos em que outras hoje asfaltadas eram de paralelepípedos. Algumas bastante movimentadas, como a Ipiranga (que só recebeu asfalto no trecho entre a Borges de Medeiros e a João Pessoa em meados da década de 1990). Outras, porém, não tinham movimento tão grande que justificassem asfaltamento – casos da Fernando Machado e do trecho da Cristóvão Colombo entre a Barros Cassal e a Alberto Bins. Enquanto isso a movimentada Borges de Medeiros continua a não ser asfaltada entre a Ipiranga e a José de Alencar, e espero que ninguém invente de fazer isso.

“É ruim para os carros andar em ruas de paralelepípedos”, dirá algum motorista irritado. Ruim, não: é bom. Pois o calçamento ajuda a inibir as altas velocidades (muito embora não falte maluco disposto a acelerar sempre). Em uma rua asfaltada, a tentação de pisar fundo no acelerador aumenta, já que o veículo não “pulará” como nos paralelepípedos. Logo, inibir altas velocidades é bom – dá mais segurança tanto para os pedestres como também para os motoristas que preferem manter um ritmo mais “civilizado”, sem acelerar tanto.

Outro bom motivo para preferir o calçamento ao asfalto tem a ver com o escoamento da água das chuvas. Ruas asfaltadas são muito mais impermeáveis, e com isso, tendem a alagar mais em chuvaradas – assim como o entorno. Um dos melhores exemplos nesse caso é o que aconteceu na região do bairro Santana próxima à Jerônimo de Ornelas, asfaltada há cerca de 15 anos: a rua Laurindo, distante uma quadra, alagava “naturalmente” em enxurradas por ser uma baixada; após a Jerônimo receber asfalto, a quantidade de chuva necessária para inundar a Laurindo diminuiu. E poderia ser pior, se a própria Laurindo e ruas adjacentes não fossem de calçamento.

E esse calor, hein? Tem sido o assunto mais falado neste rigorosíssimo verão que ainda está longe de acabar. E como se não bastasse, a previsão é de que vai esquentar bem mais nos próximos dias e o tão esperado alívio demorará a vir. E o que isso tem a ver com asfalto? Bom, lembremos daquilo que tanto se diz, sobre roupas escuras serem mais quentes: acontece que elas refletem menos a luz; assim absorvem mais energia e consequentemente esquentam mais. Compare então a cor do asfalto com a do paralelepípedo: o que deixa a rua mais quente?

Outro aspecto bacana de manter o calçamento antigo é a preservação da memória, o que vai muito além da nostalgia por paralelepípedos. Sob o asfalto de muitas ruas, por exemplo, estão escondidos os trilhos dos bondes: eles deixaram de funcionar em 1970, mas lembro de algumas vias nas quais na década de 1980 os trilhos ainda apareciam e me chamavam a atenção; então meu pai explicava que era por ali que passavam os bondes, como eles funcionavam etc.

Isso deveria ser suficiente para que não se asfaltasse tantas ruas e seus calçamentos fossem mantidos. Porém, infelizmente, muitas pessoas acham que isso é “atraso”, e assim, nas metrópoles ou em cidades de interior, impera a política do “asfalta tudo” (em Porto Alegre, até parques!). Os carros continuam a ter maior importância que as pessoas para nossos governantes.

É um tanto arriscado dizer, mas ainda assim, digo: em 2016, um candidato a prefeito que propuser o “desasfaltamento” de Porto Alegre terá grande chance de receber meu voto. Mas que ele não se satisfaça com isso: caso não cumpra, pode esquecer meu apoio na eleição seguinte.

22 outubro 2013

Mais perigo em Fukushima: os riscos da remoção das varetas de combustível

Tanques com água radioativa em Fukushima
Foto da "Nuclear Regulation Authority" do Japão.
A Crise na Unidade 4 de Fukushima exige uma ação global
por Harvey Wasserman*

Estamos perto do que pode ser momento mais perigoso da humanidade desde a Crise dos Mísseis Cubanos.

A empresa proprietária de Fukushima, a Tokyo Electric (Tepco), diz que em novembro eles começarão a tentar remover mais de 1.300 tubos de combustível de um dos tanques que está bastante danificado a cerca de 50 metros do chão. Este tanque está em cima de um prédio muito danificado que está afundando, entortando e pode facilmente cair com algum terremoto ou até mesmo sozinho.

As quase 400 toneladas de combustível naquela piscina podem derramar 15 mil vezes mais radiação do que foi derramada em Hiroshima.

A única coisa certa sobre essa crise é que a Tepco não tem os recursos financeiros ou científicos para lidar com a situação. Nem mesmo o governo japonês. A situação demanda de um esforço mundial coordenado dos melhores cientistas e engenheiros que nossa espécie pode prover.

Foto: Fukushima Blog

Por que isso é tão sério?

Nós já sabemos que milhares de toneladas de água muito contaminada estão vazando de Fukushima desde 2011 e indo direto para o oceano Pacífico. Já foram encontrados cardumes de sardinha com traços de contaminação na costa da Califórnia… E nós devemos esperar coisas muito piores.


A Tepco continua a jogar mais e mais água na região dos três núcleos dos reatores destruídos para de alguma forma mantê-los resfriados. O vapor que sai destes indica que a fissão nuclear pode ainda estar ocorrendo no subsolo. Mas ninguém sabe exatamente onde estes núcleos estão.

Esta água jogada torna-se radioativa ao entrar em contato com o núcleo. Como não pode ser descartada, sua maioria está agora armazenada em milhares de enormes porém frágeis tanques que foram montados com pressa em volta do local. Muitos já estão vazando. Eles podem simplesmente se desmontar no próximo terremoto, liberando milhares de toneladas de veneno permanente no Pacífico.

A água que está sendo jogada no local está prejudicando as bases das estruturas que sobraram, inclusive a do prédio que suporta o tanque de combustível da unidade quatro.

Foto: Fukushima Blog
Mais de 6.000 varas de combustível estão em um tanque apenas a cinquenta metros da unidade quatro. Algumas destas contendo plutônio. O tanque não tem nenhuma contenção extra, está vulnerável à perda do isolamento estrutural, ao colapso de algum prédio próximo, outro terremoto, outra tsunami e mais.

No geral, mais de 11.000 varas de combustível estão espalhadas ao redor da Fukushima. De acordo com o especialista do departamento de energia Robert Alvarez, há cerca de 85 vezes mais césio no local do que o que foi liberado em Chernobyl. Pontos de radioatividade continuam sendo encontrados em todo o Japão. Há indicações de áreas com grande incidência de problemas na tireoide de crianças.

A missão principal é que estas varas de combustível devem sair de alguma forma com segurança deste tanque de combustível do reator quatro o mais rápido possível.

Imagem: Fukushima Blog
Qual o risco que estas varas de combustível apresentam?

O combustível gasto têm de ser mantido de alguma forma debaixo da água. É revestido em uma liga de zircônio que irá entrar em ignição espontaneamente se exposto ao ar. Usado por muito tempo em lâmpadas de flash de câmeras fotográficas, o zircônio queima com uma chama extremamente clara e quente.

Cada bastão emite radiação o suficiente para matar alguém próximo a ela em questão de minutos. A ignição de uma poderia forçar toda a equipe a abandonar o local e deixaria equipamentos elétricos inutilizados.

De acordo com Arnie Gunderson, uma engenheira nuclear com quarenta anos de experiência em uma indústria que fabrica estas varas de combustível, as que estão dentro do reator da unidade quatro estão tortas, danificadas e trincadas ao ponto de quebrarem. As câmeras mostraram quantidades preocupantes de destroços no tanque de combustível, que parece estar bem danificado.

Os desafios de esvaziar este tanque são cientificamente enormes, diz Gundersen. Mas deverá ser feito com 100% de perfeição.

Esquema da superestrutura de recuperação do combustível. - Imagem Fukushima Blog

Se a tentativa falhar, as varas podem ser expostas ao ar e pegar fogo, liberando quantidades horroríficas de radiação na atmosfera. O tanque pode cair no chão, derrubando as varas juntas em uma pilha que poderia ativar a fissão e explodir. O resultado seria uma nuvem radioativa que ameaçaria a segurança e saúde do mundo todo.

Os primeiros vestígios de radiação que Chernobyl emitiu chegaram na Califórnia em dez dias. Os vestígios de Fukushima chegaram em menos de uma semana. Um novo incêndio no tanque de combustível do reator quatro pode derrubar uma corrente contínua de radiação venenosa por séculos.

O embaixador aposentado Mitsuhei Murada diz que se esta operação der errado, “destruiria o ambiente mundial e nossa civilização. Não é ciência astronômica ou se conecta com debates sobre plantas nucleares. Esse é um assunto sobre a sobrevivência humana”.

Nem a Tokyo Electric ou o governo do Japão pode fazer isso sozinho. Não há desculpas para não organizar um esforço em conjunto mundial dos melhores engenheiros e cientistas disponíveis.

O relógio está contando e não podemos evitá-lo. O desfecho de um possível desastre nuclear mundial está quase batendo na porta. Para ajudar, a melhor coisa que você pode fazer é passar esta informação para outras pessoas afim de mobilizar e conscientizar o mundo do perigo que estamos enfrentando e assim pressionar as autoridades a se organizarem.

*Franklin Harvey Wasserman (nascido em 31 de dezembro de 1945) é um jornalista norte-americano, autor, ativista da democracia e defensor de energia renovável . Ele tem sido um estrategista e organizador do movimento anti-nuclear nos Estados Unidos há mais de 30 anos.
 
Mais informações no Fukushima Blog


Contaminação do Oceano Pacífico: Césio-137 foi detectado na água do mar a 1 km de Fukushima
Césio-137 foi detectado na água do mar ao largo de Fukushima pela primeira vez, a 1 km da planta nuclear. A data de amostragem foi de 10/08/2013. A leitura foi de 1,400 Bq/m3.
Desde que começaram as amostragens neste local em 2013/08/14, as medições de Cs-134/137 tinham sido menores do que o nível detectável. Esta é a primeira vez que se mediu nível significativo de Cs-137.


"Jeitinho" japonês  para tentar conter o problema de bombeamento de água
Foto da "Nuclear Regulation Authority" do Japão.
Água de chuva contaminada em Fukushima pode ter chegado ao oceano 
De acordo com a Tokyo Electric Power (Tepco), a água de chuva transbordou das áreas onde estão instalados os tanques de armazenamento de líquidos radioativos.

Tóquio - A operadora da central nuclear de Fukushima informou nesta segunda-feira (21/10) que água de chuva contaminada pode ter alcançado o Oceano Pacífico. A Tokyo Electric Power (Tepco) explicou que a água de chuva transbordou das áreas onde estão instalados os tanques de armazenamento de líquidos.

Até o momento, a quantidade e o grau de contaminação não foram determinados. A central de Fukushima Daiichi contém 400.000 toneladas de água com césio, estrôncio, trítio e outras substâncias radioativas no subsolo ou armazenadas em quase mil depósitos improvisados desde o acidente nuclear de 2011 provocado por um tsunami.

Fonte: Correio Braziliense (com France Presse)

Sem plano B?

Em janeiro de 2012, no Fórum Social Temático em Porto Alegre, Yuko criticou
o governo e a imprensa do Japão que pouco esclareciam a população.
Foto: Cesar Cardia/Amigos da Gonçalo de Carvalho
Este novo problema na central acontece em um mês no qual a unidade registrou diversos erros humanos que causaram fugas maciças de água contaminada e novos vazamentos para o mar. Na mensagem recebida, via Facebook, da eco ativista Yuko Tonopira, ela diz: "sim, é verdade que a remoção das varas de combustível da unidade 4 começará em novembro. Eles só construiram um guindaste para retirar o conjunto de hastes, um por um... um trabalho extremamente perigoso... Eu estou dizendo a minha família para se preparar para sair, se algo der errado na unidade 4. A vida de muitas pessoas dependem do guindaste..."

Monge Yoshihiko Tonohira fala sobre suas ações anti-nucleares
em Porto Alegre, no debate promovido pela AGAPAN em 23 de janeiro de 2012.
Foto: Cesar Cardia/Amigos da Gonçalo de Carvalho

   

26 abril 2012

Tronco fossilizado de 200 milhões de anos

Tronco fóssil de 200 milhões de anos - Foto: Cesar Cardia

Texto do geólogo Pércio de Moraes Branco:


O tronco fóssil do Parque Farroupilha - um exemplo de descaso com o Patrimônio Geoturístico
Num dos maiores parques de Porto Alegre, há uma atração geológica que pouquíssima gente vê: um belo tronco de árvore fossilizado, exposto junto a um dos principais caminhos daquele parque.

Como a estrutura e a textura da madeira estão bem preservadas, apesar dos 200 milhões de anos de idade, e não há nada que identifique o fóssil, quem vê julga tratar-se do resto de uma árvore que morreu ali mesmo.

Tronco fóssil de 200 milhões de anos - Foto: Cesar Cardia

Inconformado com o descaso com que vinha sendo tratado o fóssil, uns dez anos atrás o autor sugeriu aos dois maiores jornais do Estado que fizessem uma reportagem sobre o assunto, mas nada foi publicado. Falou depois com um vereador; porém o tronco continuou solenemente ignorado.

Por volta de 2004, o Museu de Geologia, do qual o autor era coordenador, recebeu convite da Prefeitura para participar da Semana de Ciência e Tecnologia, que seria coordenada pela Secretaria Municipal da Indústria e Comércio (Smic). Na primeira reunião preparatória, a Smic pediu sugestões de atividades para o evento. Falou o autor então sobre o fóssil sem identificação e propôs uma parceria: o Museu criaria uma placa de identificação com o nome do fóssil, idade e outras informações, e a Prefeitura a confeccionaria. Na Semana de Ciência e Tecnologia, CPRM e Prefeitura fariam sua instalação. Orientado a entregar sua proposta ao engenheiro responsável pelo Parque Farroupilha, ele o fez, mas ela nunca mereceu resposta.

Dia 20.06.2011, o autor denunciou o descaso da administração municipal em seu blog (www.perciombranco.blogspot.com), mas sem esperança que a situação mudasse. O texto, porém, repercutiu muito, principalmente entre os geólogos, e uma jornalista enviou-o no dia seguinte à assessoria do prefeito, José Fortunati. No dia 22, um geólogo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), responsável pelo Parque Farroupilha, telefonou-lhe dizendo que seria criado um grupo de trabalho para decidir a melhor maneira de identificar o fóssil, para fazer sua limpeza e criar um painel mostrando o processo de fossilização. Em 3 de agosto, a verba para isso estava aprovada.

No dia 8, o autor voltou ao parque e durante 10 minutos observou o comportamento do público. Dos 150 primeiros adultos que por ali passaram, nenhum olhou para o tronco, confirmando que todos pensam ser aquilo uma árvore seca atual, e não de 200 milhões de anos.

Em 2.9.2011, um mês após aprovada a verba, o geólogo da Smam convidou o autor para uma reunião no parque. Estiveram presentes também outros dois funcionários daquela secretaria, um dos quais trabalha no parque há muitos anos. Com eles acertou-se como seria feita a identificação do fóssil e onde ficaria o painel descritivo. Na mesma reunião, removeu-se a sujeira do tronco (que era pouca).

Tronco fóssil de 200 milhões de anos - Foto: Cesar Cardia

Desde aquela data, com o tronco limpo, verba aprovada e projeto definido, passaram-se sete meses, durante os quais nada mudou. O fóssil permaneceu sem identificação, totalmente ignorado pelos porto-alegrenses.
Geól. Pércio de Moraes Branco
Gemologia - Mineralogia
Cursos - Palestras - Consultoria - Turismo Geológico
Porto Alegre, RS.

Blog: http://www.perciombranco.blogspot.com.br

Fotos: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho

Atualizando:
SMAM finalmente identifica o tronco de 200 milhões de anos
Finalmente identificado o tronco fóssil (junho 2012)

12 março 2012

VERGONHA em José Bonifácio, estado de São Paulo!

Incrível! Prefeitura de José Bonifácio/SP corta árvores da Praça para construir "quiosques de alvenaria" que venderão lanches!
A denúncia chegou até nós por e-mail. No e-mail tem um link para o blog "Aldeia Mundus" que mostra a barbárie que a própria Prefeitura Municipal está cometendo contra o Meio Ambiente naquela cidade paulista.
Foto: Blog Aldeia Mundus
Como pode alguém em sã consciência cometer um ato assim, ainda mais sendo o próprio executivo municipal?
No Blog "Aldeia Mundus" foi postado um texto do jornalista Hairton Santiago:

Praça Sebastião Pereira Lima - José Bonifacio - SP

Estou com o coração sangrando. Operários da Prefeitura de José Bonifácio, equipados com motoserras, acabam de colocar no chão uma frondosa mangueira plantada na Praça Sebastião Pereira Lima, na região central da minha cidade. Fui eu que plantei essa mangueira, em 1996, cuidei dela com muito carinho. Ela dava frutos soborosos - "manga espada" - que deleitavam muita gente. Sua copa frondosa servia como abrigo para os ninhos dos pássaros. Neste tempo de muito calor, sua sombra era abrigo convidativo. No mesmo dia em que plantei essa mangueira, o saudoso Pacheco, dedicado servidor da Prefeitura que trabalhou com dedicação como zelador da praça, também plantou outra ao lado. Foram dezenas de anos, Pacheco e eu, cuidando das nossas arvorezinhas, que sobreviveram na praça. Pacheco se foi, está com Deus.


Mas, por que os "homens da Prefeitura" cortaram essa árvore frutífera? Por que o Prefeito de José Bonifácio autorizou a construção de quiosques em alvenaria na praça pública e que serão ocupados por vendedores de lanches. Entendo que as pessoas precisam trabalhar, ganhar seu pão diário e suprir as necessidades da família. Mas, ocupar espaço público com suas microempresas? Considero isso uma ilegalidade, uma transgressão constitucional. Isso é um abuso, um desrespeito às normas legais. De repente, sem nenhuma lógica, meia duzia de gente - alguns são meus amigos, outros apenas conhecidos - transformam-se em "proprietários de um lote" na Praça Sebastião Pereira Lima.

A mangueira e uma palmeira foram sumariamente cortadas, despedaçadas, seus troncos e galhos triturados, porque "atrapalhavam" a varanda de uma das lanchonetes que estão sendo construídas na Praça Sebastião Pereira Lima. Meu lamento não é apenas porque fui eu quem plantou a mangueira. Meu choro é porque integramos uma campanha mundial inspirada pelo Presidente de Lions Internacional, Dr. Wing-Kun Tam, compromissados com o plantio de um milhão de árvores no planeta. Já plantamos quase sete milhões. E o que os homens públicos estão fazendo aqui em José Bonifácio? Simplesmente ordenando o corte de árvores urbanas.

Nenhuma explicação vinda do Poder Público me convencerá e, de antemão, peço que não ocupem meu precioso tempo com um eventual "esclarecimento". Tenho mais o que fazer, tenho que continuar plantando árvores para que estas sirvam à sanha ilógica de homens públicos, que as desejam no chão, inertes.

Nós, moradores e empresários no entorno da Praça Sebastião Pereira Lima, na região central de José Bonifácio, nunca fomos consultados para externarmos nossa opinião sobre a transformação destre aprazível local de lazer urbano, em "lanchódromo". À sorrela, o Poder Público loteou esta Praça, um acinte à minha parca inteligência. Menosprezo ao povo de José Bonifácio, que paga tributos altíssimos.

E agora? Nada posso fazer, a não ser denunciar o que classifico como abuso, como esbulho ao bem público do povo.

Estou triste sim, inconformado pela morte imposta à árvore que plantei, à palmeira que vivia ao seu lado.

Roupa suja se lava em casa. Neste caso específico, envergonhado, torno público ao mundo, o que o Poder Público está fazendo em José Bonifácio, especificamente na Praça Sebastião Pereira Lima, na principal via pública da cidade.

Quem sabe alguém oriundo da representação dos "Poderes Constituídos da Nação Brasileira", resolva dar uma olhada no que acontece aqui na minha cidade.
Foto: Hairton Santiago


Mais informações no Blog Aldeia Mundus: http://aldeia-mundus777.blogspot.com/

04 fevereiro 2012

"A Sombra Verde": Resiste Porto Alegre!

Texto do Blog "A Sombra Verde", de Pedro Nuno Teixeira Santos:


Resiste Porto Alegre

Rua Gonçalo de Carvalho - Porto Alegre, Brasil. Fotografia - TreeHugger

Dos Estados Unidos ao Chile, a fama da Rua Gonçalo de Carvalho continua a expandir-se. Ela já não é somente a rua mais bonita do mundo; é também "the most beautiful street it in the world" ou "la calle más hermosa del mundo".

Esta fama tem esse outro lado de, no presente, já servir como chamariz para turistas interessados em conhecer a rua, as suas árvores e a sua história. É verdade, turismo baseado na preservação das árvores.

Infelizmente, mesmo em Porto Alegre, os lóbis do futebol, como por cá, movem-se muito bem dentro dos meandros do poder, confundindo os seus interesses com os interesses de uma cidade ou de um país.

 Por cá, com a desculpa do Euro 2004, construíram-se estádios inúteis. Em Porto Alegre, a mesma Porto Alegre que declarou a Gonçalo de Carvalho como património ambiental pela riqueza do seu arvoredo e paisagem, decretou-se o corte de dezenas de árvores em nome desse mesmo futebol e do dito progresso que ele arrasta.

Continuo a gostar desse futebol que jogava em miúdo, com os meus amigos, na minha rua. Abomino cada vez mais esse futebol obscuro, essa indústria que destrói tudo o que se atravessa no caminho do seu voraz apetite...Resiste Porto Alegre!

Foto - Anita mais verde


 

15 agosto 2011

Programa Teledomingo da RBS

A rua Gonçalo de Carvalho é considerada por muitos como a mais bonita do mundo.

Na reportagem com cerca de 5 minutos do programa não ficam bem claro os motivos que levam muitos a considerarem a Gonçalo de Carvalho como a "Rua Mais Bonita do Mundo".

Quem nunca leu nada sobre a luta por sua preservação não entende porque o professor Pedro Nuno Teixeira Santos assim a chamou.

Mas neste Blog - criado especialmente para pedir apoios pela internet, quando foi criado o Movimento dos Amigos e Moradores da Gonçalo de Carvalho - estão as postagens que relatam em ordem cronológica a ameaça, a resistência e apoios de moradores e amigos conquistados em vários países do mundo e, finalmente, a vitória e o reconhecimento inclusive de adversários.

Sobre a importância da Arborização Urbana
http://bioterra.blogspot.com/2009/10/importancia-das-arvores-urbanas.html

1. Melhoram o micro-clima, aumentam o conforto urbano e diminuem os consumos energéticos:
a) reduzem o vento

b) aumentam o ensombramento no Verão

c) diminuem o efeito da "ilha de calor"

d) aumentam a humidade atmosférica no Verão

e) reduzem o albedo (albedo= quantidade de luz refletida/quantidade de luz recebida)


2. reduzem a poluição atmosférica absorvendo vários poluentes em suspensão

3. fixam CO2 e libertam O2

4. criam micro-habitats para a fauna, em especial aves e insetos

5. favorecem a infiltração das águas pluviais, podendo diminuir os caudais de cheia

6. enquadram e valorizam esteticamente as estruturas edificadas

7. dão variações de cor, forma e textura á cidade

8. aumentam a nossa sensação de bem-estar

9. aumentam o valor financeiro dos imóveis próximos

10. ligam-nos à Natureza



23 novembro 2010

Blogueiros entrevistam o presidente Lula

Nessa quarta-feira, 24 de novembro, o presidente Lula dará a primeira entrevista de nossa história à blogosfera.
Será às 9h da manhã no Palácio do Planalto. Estão confirmadas a presença dos seguintes blogueiros: Altamiro Borges (Blog do Miro), Altino Machado (Blog do Altino), Conceição Lemes (Vi o Mundo), William Barros (Cloaca News), Eduardo Guimarães (Cidadania), Leandro Fortes (Brasília, Eu Vi), Pierre Lucena (Acerto de Contas), Renato Rovai (Blog do Rovai), Rodrigo Vianna (Escrevinhador) e Túlio Vianna (Blog do Túlio Vianna).

9h, ao vivo, no Blog do Planalto ou aqui.
O público também poderá participar enviando suas perguntas pelo chat.
Entrevista - Blog do Planalto

Atualizado - 18h:
Como foi o encontro

Atenção: o início do vídeo não tem som mesmo. O som foi ligado depois que o Lula senta e bate no microfone.
Leia aqui:
Os "sujos" sobem a rampa do Planalto
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Esse mesmo grupo foi chamado por Serra, no auge da baixaria da campanha eleitoral, de representantes de “blogs sujos”, uma referência nervosa a um tipo de mídia que pegou o tucano, uma criatura artificialmente sustentada pela velha mídia corporativa, no contrapé. Nem Serra, nem ninguém na velha direita brasileira estavam preparados para o poder de reação, análise e crítica da blogosfera e das redes sociais. Matérias falsas, reportagens falaciosas, discursos hipócritas, obscurantismo religioso e a farsa da bolinha de papel, tudo, tudo foi desmontado em poucas horas dentro da internet. Chamar-nos de “sujos” nem de longe nos alcançou como ofensa, pelo contrário. Nós, os “sujos” fizemos a história dessa eleição. Serra e seus brucutus terceirizados sumiram no ralo virtual.
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