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08 maio 2014

Dayrell em Porto Alegre

Dayrell em 1975: +VERDE  -CONCRETO - Foto: Carlinhos Rodrigues/ZH
Ativista que virou símbolo nacional na luta pela defesa das árvores visitará a Rua Gonçalo de Carvalho
Carlos Alberto Dayrell, o jovem ativista mineiro da AGAPAN que em plena ditadura - 1975 - subiu em uma árvore para evitar seu corte, está no Rio Grande do Sul. Veio participar de um seminário na Unisinos e aproveitará para visitar parentes, matar as saudades dos companheiros da Agapan e também visitar a "rua mais bonita do mundo".

A placa alusiva ao decreto que preservou o Túnel Verde foi colocada no local onde
ocorreram muitas manifestações em defesa da Rua. Bem no acesso ao shopping!
Foto: Cesar Cardia/Amigos da Gonçalo

Na sexta-feira, 9 de maio, irá na Rua Gonçalo de Carvalho às 17h. O encontro foi marcado no local da placa alusiva ao tombamento da Rua.

Alunos do Colégio Bom Conselho na Rua Gonçalo de Carvalho
em 5 de junho de 2012 - Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho

Depois da visita ao Túnel Verde da Gonçalo ele participará de um bate-papo - aberto a todos que queiram participar - que está sendo organizado pela Agapan - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural - em local ainda não definido.

Dayrell e seus colegas na árvore em plena ditadura militar - Foto: Arquivo AGAPAN


Matéria do site AgirAzul, de 1998:

AgirAzul 13
HISTÓRIA

Carlos Alberto Dayrell é Cidadão de Porto Alegre

O então estudante que salvou a Tipuana na frente da Faculdade de Direito da UFRGS, em 1975, recebeu o título de representantes da Câmara de Vereadores que foram à Faculdade de Direito. Ele não abandonou a luta ecológica.

Por Roberto Villar  

Carlos Alberto Dayrell recebeu o título de Cidadão Honorário de Porto Alegre. Lembram dele? Na manhã do dia 25 de fevereiro de 1975, uma grande multidão se formou na frente da Faculdade de Direito da UFRGS, em uma das principais vias da cidade, a avenida João Pessoa.

Funcionários da Secretaria Municipal de Obras estavam cortando dezenas de árvores para construir o viaduto Imperatriz Leopoldina. Um estudante de engenharia elétrica, sócio da Agapan - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, subiu numa Tipuana (Tipuana tipu) para impedir o trabalho das motosserras.

Ela está lá até hoje. O protesto terminou na delegacia de polícia política. Foi notícia nos principais jornais. A foto ganhou destaque de capa no diário O Estado de São Paulo. Naquela época, impedir o corte de árvores era crime contra a segurança nacional. "De minha parte, colocaria como marco inicial de um movimento ecopolítico no Brasil o caso Carlos  Dayrell", escreveu Alfredo Sirkis no apêndice da edição brasileira do livro Rumo ao Paraíso — A história do movimento ambientalista, de John McCormick.

Mais do que um símbolo, Dayrell é um herói sempre citado pelos ecologistas gaúchos. "O protesto do Dayrell foi o fato que mais sacudiu a opinião pública na época", reconhece o primeiro presidente da Agapan, José Lutzenberger, atual mentor e dirigente da Fundação Gaia.

Por recomendação médica, e por receio de alguma represália por agentes do Governo, em 1976 o jovem estudante mineiro, natural de Sete Lagoas, fugiu do clima frio e úmido da capital gaúcha e voltou para Minas Gerais. Ele nunca mais foi visto em Porto Alegre. Ficaram apenas as histórias do protesto que marcou o início do movimento ecológico brasileiro.

"O protesto do Dayrell foi um marco para nós. Naquele dia, toda a imprensa do Rio Grande do Sul e do Brasil nos conheceu", recorda o presidente da Pangea, Augusto Carneiro, fundador da Agapan, naquela época militando nesta entidade.

Dias antes do protesto, Dayrell tinha viajado para Torres com um grupo de ambientalistas da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, criada em 1971. O corte das árvores no Parque da Redenção já era assunto dos ecologistas. Carneiro recorda que numa reunião José Lutzenberger chegou a sugerir que os jovens subissem nas árvores para impedir a derrubada.

Dayrell estava presente, ouvindo com atenção. Quem mandou derrubar as árvores para construir o viaduto foi o prefeito Thompson Flores. Lutzenberger não esquece: — Ele mandou derrubar as árvores durante as férias, pensando que não iria haver estudantes lá. Esqueceu que era dia de matrícula. Surpreso, o prefeito argumentou que iria derrubar 25 árvores para melhorar o tráfego, mas estava plantando 20 mil nos bairros.
Aí, preparamos um manifesto que começava mais ou menos assim: "Argumentar que não tem importância derrubar 25 árvores velhas, porque estão sendo plantadas 20 mil novas, seria como dizer não importa que morra o nosso velho e sábio prefeito, estão nascendo tantos bebês".

A placa em homenagem a Dayrell na Faculdade de Direito da UFRGS
Foto em 15/10/2011: Cesar Cardia/Amigos da Gonçalo de Carvalho

O atual diretor da Faculdade de Direito da Ufrgs, professor Eduardo Kroeff Carrion, conselheiro da Agapan, decidiu fazer uma homenagem a Carlos Dayrell. No dia 20 de novembro, Carrion reuniu em seu gabinete representantes de importantes entidades ecologistas de Porto Alegre — Agapan, Pangea, Coolméia, e União pela Vida, que resolveram co-organizar os eventos e solicitar ao vereador Gerson Almeida (PT) fosse encaminhado ao Dayrell o título de Cidadão de Porto Alegre.

Quase 23 anos depois, Dayrell participou de dois atos públicos no dia 28 de abril de 1998, um dia após a data do aniversário de 27 anos da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural.

Foi implantada num dos pilares da cerca da Faculdade de Direito, em frente à árvore salvada,  placa de metal para lembrar à posteridade o protesto de 1975.  Carlos Dayrell também recebeu de representantes da Câmara de Vereadores o título de Cidadão Honorário de Porto Alegre, proposto por Almeida, em sessão realizada no auditório da própria Faculdade.

Carlos Alberto Dayrell foi localizado em Montes Claros, no norte de Minas Gerais. Está com 44 anos e três filhos. O mais velho, Luciano, com 16 anos, e a mais nova, Luana, com 10, além de sua mãe, a simpática Dona Alexandrina, também vieram à Porto Alegre.

Matéria da revista Veja em 1975
Após o episódio, trocou a engenharia elétrica pela agronomia e está trabalhando como consultor do Centro de Agricultura Alternativa.  Nesta entrevista, Dayrell fala do seu trabalho em Minas Gerais e recorda detalhes do mais importante protesto ecológico de Porto Alegre.

O que você está fazendo em Minas Gerais?
Eu trabalho numa entidade chamada Centro de Agricultura Alternativa. É uma Organização Não-Governamental que presta assistência a pequenos produtores rurais, dentro desta proposta de desenvolver uma agricultura mais sustentável.
Então você não abandonou a luta ecológica?
Realmente. Naquela época do protesto em Porto Alegre, era muito um sentimento que a gente tinha de preocupação com a vida. E este sentimento vem se aprofundando. Hoje, a gente tenta de outras formas, continuar esta busca por uma vida mais digna e sustentável, não só pra gente, mas para as gerações futuras.
Por que você subiu naquela árvore em 1975?
Naquela época eu morava em Porto Alegre e entrei na Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural. Eu morava na Casa do Estudante, na frente da Faculdade de Direito. Naquele dia eu estava saindo de casa para fazer minha matrícula na Universidade e fiquei chocado com o que vi. Um monte de árvores já no chão. Me chamou muito a atenção porque todo mundo passava indiferente. Eram árvores belas, que davam uma sombra muito agradável. Foi algo meio instintivo. Como você fez para subir tão alto naquela árvore? Eu tava na rua pensando o que fazer... aí passou um amigo meu, o Marcos Sarassol. A árvore realmente era muito alta. Os funcionários da Prefeitura estavam utilizando uma escada para cortar os galhos, e depois o tronco. Eu pedi a escada emprestada e coloquei na primeira árvore.
Quanto tempo você ficou lá em cima?
Eu nem lembro direito. Eu sei que era de manhã, pois eu iria fazer minha matrícula na Faculdade. A gente ficou lá até umas três ou quatro horas da tarde. O pessoal passava lanche pra gente. Logo uma multidão ficou em volta. Teve dois companheiros que subiram pra me apoiar, logo no começo, o Marcos e a Teresa Jardim.
Qual foi o papel da imprensa naquele episódio?
Se não fosse a imprensa naquele momento, talvez o pessoal teria derrubado a gente. Tinha jornal, televisão e rádio lá. O fato foi sendo divulgado e a população foi chegando em volta. Porto Alegre estava vivendo naquela época um processo de transformação importante. Era uma cidade que estava crescendo o número de carros, as ruas precisavam ser ampliadas. Mas havia muita preocupação com a qualidade do ambiente urbano. De certa forma, foi uma reflexão. Eu lembro que saiu muita matéria sobre a questão do desenvolvimento e da qualidade de vida.
Quanto tempo você morou em Porto Alegre?
Eu cheguei em Porto Alegre em 1970 para trabalhar no Banco Mineiro do Oeste, que depois foi comprado pelo Bradesco. Entrei na Ufrgs para estudar Engenharia Elétrica. Depois fiz novo vestibular para Agronomia. Morei em Porto Alegre até 1976. Por problema de saúde, voltei para Minas Gerais. Consegui uma transferência para a Universidade Federal de Viçosa. Me formei em Agronomia em 1980. E desde então, trabalho com agricultura alternativa, com agroecologia.
O que você faz em Montes Claros?
Atualmente eu trabalho no Centro de Agricultura Alternativa. Eu estou fazendo um curso de mestrado na Espanha, em agroecologia e desenvolvimento rural sustentado. Aqui a gente dá assistência a pequenos produtores rurais. A nossa grande preocupação aqui no norte de Minas Gerais é com o Cerrado.

A imagem de Dayrell na árvore está em um dos banners da AGAPAN

As palavras de Dayrell

Caros Amigas e Amigos:
Eu fico aqui pensando se por acaso vocês aqui estão, vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre, representantes da Faculdade de Direito que está comemorando o centenário de fundação da instituição, militantes do movimento ecológico gaúcho representados pela Coolméia, Pangea, União pela Vida, Núcleo dos Ecojornalistas, Fundação Gaia e Agapan, que merece lembrar, ontem, fez 27 anos de fundação, com uma trajetória reconhecida não só aqui no Estado, mas em todo Brasil e inclusive no Exterior.
Eu fico pensando se, por acaso, vocês que aqui estão   presentes, possam ter idéia do que representa este momento para o cidadão Carlos Dayrell, um desconhecido nos sertões de Minas Gerais, que saiu de Montes Claros, no norte do Estado, um sertanejo que se define no dizer de Guimarães Rosa: “Sou só um sertanejo. Nestas altas idéias, navego mal”.
E quem é o sertanejo?
O sertanejo é um homem criado num ambiente onde o contrato natural que ele estabelece com o seu meio é mediado pelo respeito com a natureza. E pode ter sido um fragmento deste sentimento, lapidado pelo sentimento gaúcho na sua relação com a imensidão dos pampas, que fez o ainda menino mover-se por um sentimento natural, tornar-se sem saber e sem querer, através de um gesto coletivo, um símbolo de uma sociedade que se propõe estabelecer um novo contrato com o seu meio.
Pois é um destes sertanejos que está aqui nesta cerimônia, que está aqui hoje para receber o título de Cidadão de Porto Alegre onde, com muita responsabilidade e carinho, vai levar de volta para o lugar onde vive, quem sabe um elo invisível traçado hoje por vocês, um elo invisível mas permanente de amor por uma causa que é muito maior que a soma de todos nós.
Vocês não podem imaginar a emoção que isto faz comigo e na verdade é até difícil entender como hoje estou aqui nesta cerimônia. Certamente, para eu estar aqui hoje muita coisa mudou nos corações das pessoas que lidam diariamente com decisões que influenciam a vida de centenas de milhares de cidadãos. Inclusive com a minha. Muita coisa mudou pois, quando sai daqui em 1976, de volta a Minas Gerais, um ano e meio após o episódio da subida na árvore, minha mãe ainda carregava consigo a tensão de uma possível represália da ditadura militar contra o seu filho.
Episódio que compartilho com Marcos Sarassol, Teresa Jardim, com a imprensa de Porto Alegre, com os militantes da Agapan, com centenas de pessoas, estudantes populares que anonimamente lutaram naquele dia pela preservação da árvore, não se curvaram diante do aparato militar e que, de lá para cá provocaram um salto na luta pela defesa, não só das árvores isoladamente, mas em defesa da vida em seu sentido mais amplo. Esta homenagem compartilho com todos vocês.
Eu não poderia estar aqui se não fossem os ensinamentos de meus pais, que, em 1970, ainda com 17 anos, permitiram que saísse de Sete Lagoas para estudar e trabalhar em Porto Alegre.
Eu não poderia estar aqui se não fosse o carinho do meu irmão Geraldo Dayrell Filho e de toda a família Hiwatashi, ilustres horticultores de Porto Alegre, que me acolheram como membro da família, e me estimularam na profissão que segui.
Eu não poderia estar aqui se não fossem pessoas como José Lutzenberger, Augusto Carneiro, Caio Lustosa, Magda Renner, e muitos outros que colaboraram no desenvolvimento da percepção de solidariedade não só com a vida no planeta Terra de hoje, mas uma solidariedade intergeneracional, solidariedade para coma vida das gerações que estão por vir, solidariedaade para com gerações anteriores que souberam nos legar um planeta amplo de possibilidades e de potencialidades.
Solidariedade que se traduz não em grandes feitos, mas de um construir diário na busca de sociedades sustentáveis. Sociedades que incluem a intricada e maravilhosa teia de seres vivos onde suas mais de 30 milhões de diferentes espécies de seres vivos a que denominamos de biodiversidade, nos garante a possibilidade de continuidade da vida no planeta Terra.
Biodiversidade que está ameaçada pela ganância de uma economia baseada na exploração dos seres vivos (e entre eles o homem), na dilapidação dos recursos naturais, onde poucas empresas transnacionais conseguem impor os seus interesses numa escala global, corrompendo governos e legisladores. Temos exemplo no Brasil a Lei das Patentes, que se curva ao permitir a difusão de novos seres vivos criados pelo homem cujos riscos de sua manipulação na natureza ainda são desconhecidos. Biodiversidade que está ameaçada por alguns setores prepotentes ligados à ciência que avalizam sem assinar nenhuma promissória. Afinal, ao contrário dos produtos químicos, os produtos da engenharia genética não podem ser retirados do mercado. Me vem à mente a imagem do Titanic, saudados pelos setores sociais dominantes da época como insubmergível. Um iceberg o afundou. O mundo ficou perplexo. A engenharia genética está aí. Mal conhecemos a ponta deste iceberg.
Então eu me pergunto: o que podemos fazer além de homenagear as pessoas que lutam em defesa da vida em seu sentido mais amplo?
O que podemos fazer além de subir nas árvores?

Link para a matéria do AgirAzul: http://www.agirazul.com/eds/ed13/dayrell1.htm

06 fevereiro 2014

Não é para comemorar

É para nunca esquecer!


No Jornal do Comércio de hoje:

Ato celebra resistência a corte de árvores no entorno do Gasômetro

Fernanda Bastos

Movimentos sociais e ambientalistas fazem hoje um ato alusivo ao início do movimento que tentava impedir a retirada de árvores do entorno da Usina do Gasômetro em Porto Alegre. Organizado pelos ativistas do Quantas Copas Por Uma Copa, do Largo Vivo e do Orla Autônoma, a reunião prevê diversas atividades, como shows e debates, a partir das 18h, na Praça Júlio Mesquita e arredores, onde ainda restam oito árvores.

As sobreviventes foram protegidas por liminar do Ministério Público, que alega que uma lei municipal que cria o Parque do Gasômetro protege esses vegetais. As árvores envolvidas nesse imbróglio judicial e que ainda não foram derrubadas foram marcadas pela organização do encontro com tecido vermelho.

A ideia do encontro de hoje é reunir todos os envolvidos no movimento, além de simpatizantes, para evitar mais cortes. Para o grupo, as árvores ainda preservadas simbolizam a resistência que marcou todas as atividades desde 6 de fevereiro do ano passado, quando moradores constataram que vegetais estavam sendo cortados e subiram nos restantes para evitar o prosseguimento da ação.

A derrubada de 115 árvores, que era prevista no projeto de duplicação da avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio) - preparatório para que a cidade receba a Copa do Mundo neste ano - tornou-se alvo de protesto. Naquele dia, por conta da mobilização, apenas 14 das 115 marcadas foram abatidas.


O movimento iniciado em fevereiro culminou no Ocupa Árvores, um acampamento ao lado da Câmara Municipal de Porto Alegre, que permaneceu em vigília por mais de um mês, ancorando-se em liminar obtida pelo Ministério Público para interromper as obras.

O grupo só foi retirado do local por força policial na madrugada do dia 29 de maio do ano passado, quando 200 policiais recolheram as barracas e prenderam os ativistas por desobediência e desacato.

Na ocasião, a prefeitura havia conseguido junto à Justiça um pedido de reintegração de posse, que estipulava o prazo de 48h para que os ativistas deixassem o local. O próprio Executivo chegou a retirar o documento, mas, na madrugada do dia 29, surpreendeu os ativistas com a ação policial. Recentemente, 13 dos 27 manifestantes que foram presos durante a operação conjunta da Brigada Militar e de órgãos da prefeitura de Porto Alegre entraram com uma ação contra o governo do Estado e o Executivo municipal por abuso de poder na desocupação.


Apesar de a reunião celebrar o ato de resistência dos ativistas, o balanço é negativo. “Não tem como compensar uma árvore plantada há anos com uma muda”, lamenta a integrante do movimento, Inês Chagas. A compensação proposta pelo Executivo para os cortes foi de um plantio de 401 mudas, que ainda não foi concluído.

“O governo tem rabo preso com as empreiteiras, que até passaram asfalto em raízes de árvores cortadas. Pelo menos estamos conseguindo levar essa resistência longe, porque, em outros locais, arrancam as árvores e pronto. Conseguimos adiar”, avalia ainda Inês.

 
Para divulgar o ato, o grupo criou eventos nas redes sociais. No Facebook, pelo menos 300 pessoas já confirmaram presença e mais de 3 mil estão convidados. O empresário Flavio Sachs Beylouni, que também integra o movimento, defende que é importante a reunião para manter a fiscalização aos supostos abusos decorrentes de obras na Capital.

Link para a matéria: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=153343

Atualização em 06/2/2014: às 11h haviam 982 confirmações para o Ato, apenas via Facebook

19 agosto 2013

Subindo na Chaminé da Usina do Gasômetro - 17 de agosto de 1988

Ambientalistas logo após colocarem a faixa de protesto na chaminé da Usina.
17 de agosto de 1988 - Foto: arquivo AGAPAN.

Tomando a Chaminé da Usina do Gasômetro

Em 17 de agosto de 1988 a chaminé de 124m de altura foi palco de uma inédita manifestação ecológica que visava chamar a atenção da cidade para a votação do Projeto Praia do Guaíba que ocorreria naquele dia na Câmara de Vereadores. Quatro ecologistas da AGAPAN (Gert Schinke, Guilherme Dorneles, Gerson Buss e Sidnei Sommer) escalaram a chaminé e em seu topo colocaram uma faixa de protesto ao pretendido projeto.

A manifestação da chaminé do Gasômetro foi tida como uma das mais bem sucedidas pelo movimento ecológico gaúcho pois trouxe ao centro da agenda política a ocupação da orla do Rio Guaíba, objeto de permanente polêmica, a exemplo da que gerou a Consulta Pública realizada no dia 23 de agosto de 2009, e que evidenciou a vontade da população portoalegrense em não ceder a orla para prédios residenciais, como propunha o projeto urbanístico Pontal do Estaleiro.
A chaminé da Usina com a faixa de protesto.
17 de agosto de 1988 - Foto: arquivo AGAPAN.

Em 1988, o atual prefeito José Fortunati - à esquerda na foto - apoiava
os ambientalistas e tenta defendê-los da investida da Brigada Militar
quando da tomada da Chaminé do Gasômetro. Hoje ele pensa de maneira diferente.
Em 17/08/1988. Foto: arquivo Gert Schinke.

Ainda em 1988, pouco antes da eleição para a Prefeitura de Porto Alegre (era no 15 de novembro e em um só turno), o então Prefeito Alceu Collares inaugurou a Avenida Beira-Rio. Era o primeiro passo de um projeto maior que deveria urbanizar a orla do Guaíba. A avenida foi feita, mas no domingo anterior à inauguração, houve um grande “abraço ao Guaíba” em protesto ao projeto de urbanização da Orla.



Leia no Blog do Emílio Pacheco o texto sobre o "abraço ao Guaíba" de 1988:
Abraço ao Guaíba em 1988

25 junho 2013

Análises sobre os protestos

Após o protesto de 20 de junho
Na TVE, análises de Juremir Machado da Silva e Céli Pinto:


O perigo de portar uma bandeira do Brasil:


A cobertura do protesto na TVE (pública) mostra o que outras TVs não mostraram. Violência inicia após manifestantes tentarem protestar em frente de grande grupo de comunicação, a RBS:


Dia 24 de junho
Manifestantes cercados pela Brigada Militar na Av. Borges de Medeiros são atacados pela polícia após tentarem retornar para a Prefeitura Municipal:

21 junho 2013

20 de junho: mais um dia de caos em Porto Alegre

Porto Alegre tem mais um dia de caos em meio a protesto
FELIPE BÄCHTOLD/Folha de São Paulo
20/06/2013 - 23h44
O protesto que se estendeu pela noite desta quinta-feira (20) em Porto Alegre novamente terminou em depredação e em confronto entre policiais e manifestantes.
A passeata começou no início da noite e percorreu de maneira pacífica ruas do centro da capital gaúcha. No entanto, por volta das 20h, a Brigada Militar (a PM gaúcha) tentou impedir os manifestantes de passar pela frente da sede do jornal "Zero Hora".
Bombas de gás lacrimogêneo foram jogadas contra a linha de frente da manifestação, o que precipitou um violento tumulto. A mesma situação já havia ocorrido na última segunda-feira (17), quando o protesto deixou um saldo de dezenas de presos e de depredações pela cidade.
Hoje, revoltados com a atuação da Brigada, parte dos manifestantes começou depredações em série pela região do bairro da Azenha. Uma agência do Itaú foi apedrejada e teve um princípio de incêndio. Pelo menos uma loja de autopeças e uma papelaria foram saqueadas.
Decididos a resistir à ação de dispersão da Brigada, os manifestantes se concentraram na avenida João Pessoa, a mesma onde ocorreu o principal conflito do início da semana.
Um shopping da via teve vidraças estilhaçadas e foi pichado. Uma agência do Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul) atacada na segunda-feira foi novamente depredada hoje. Terminais de autoatendimento ficaram completamente destruídos. Contêineres de lixo e semáforos também foram danificados.
Após o recuo, os manifestantes voltaram a se aglomerar no centro, em frente à prefeitura, onde havia ocorrido a concentração para o ato. No caminho, houve novas ações de vândalos. Pelo menos duas agências bancárias e duas lojas foram atacadas.
No fim da noite, os confrontos entre a cavalaria da Brigada e os manifestantes próximos à prefeitura continuavam. Os participantes do protesto jogam pedras nos policiais, que respondem com bombas de gás lacrimogêneo.
A Tropa de Choque cercou os acessos à praça da Matriz, onde ficam as sedes dos três Poderes do Estado.
FELICIANO
Entre os principais alvos de críticas dos manifestantes no início pacífico da passeata estavam o projeto de "cura gay" e o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP).
Mesmo sob forte chuva e um frio de 12ºC, milhares de pessoas compareceram ao ato. Antes do tumulto, a maioria dos participantes fazia coro por paz. Também criticavam partidos políticos.
Devido às ações violentas de segunda-feira, os porto-alegrenses mudaram suas rotinas e se prepararam para o protesto desta quinta.
Órgãos públicos e o comércio encerraram o expediente mais cedo para evitar a passeata. No bairro boêmio da Cidade Baixa, que teve estabelecimentos atacados no início da semana, a maioria dos bares e restaurantes não abriu as portas.
Alguns estabelecimentos da cidade montaram uma espécie de guarda conjunta para vigiar propriedades e evitar depredações e saques.
PELO PAÍS
As manifestações realizadas nesta quinta-feira levaram cerca de 1 milhão de pessoas às ruas em 25 capitais do país. Em ao menos 13 delas foram registrados confrontos. O Rio de Janeiro foi a capital com maior número de pessoas, 300.000.
Em nove das capitais com confronto, houve também ataques ou tentativas de destruição de prédios públicos, como sedes de prefeituras e de governo e prédios da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Justiça.
Os protestos contra o aumento das tarifas do transporte público começaram no início do mês e foram ganhando força em todo o país, sendo registrados vários casos de confrontos e vandalismo. Com isso, 14 capitais e diversas outras cidades anunciaram entre ontem e hoje a redução das passagens.
Em Brasília, um grupo de manifestantes forçou a barreira policial montada na entrada do Congresso Nacional, iniciando um confronto com a Polícia Militar, que revidou com bombas de gás lacrimogêneo.
No Rio, o protesto ficou tenso no início da noite. O problema ocorreu com chegada dos manifestantes em frente à prefeitura, no centro da cidade, ponto final da passeata.
Por volta das 18h50, morteiros foram disparados pelos manifestantes. Em resposta, a polícia disparou bombas de efeito moral. A cavalaria da PM avançou para dispersar pessoas que tentavam invadir a sede da administração municipal.


Noite com chuva, vento, frio e muita confusão em Porto Alegre.
Mesmo assim cerca de 20 mil pessoas saíram às ruas para protestar.
Ambientalistas também protestaram contra o corte de árvores que a prefeitura está fazendo,
com a "desculpa" da Copa do Mundo de 2014. - Foto: Cesar Cardia

28 maio 2013

Porto Alegre: III Marcha pelas Árvores ameaçadas de morte!

Giordana, a defensora das árvores de apenas 9 anos de idade, oferece corações
aos guardas municipais. Corações vermelhos são usados como símbolo
da luta pela preservação das árvores ameaçadas pela prefeitura.
Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho

Novo protesto contra corte de árvores
em Porto Alegre


Centenas de pessoas voltaram às ruas de Porto Alegre na noite desta segunda-feira (27) para protestar contra o corte de árvores que a prefeitura pretende efetuar em função das obras viárias para realização da Copa do Mundo de 2014. No dia 6 de fevereiro, 14 tipuanas foram cortadas na praça Júlio Mesquita (Praça do Aeromóvel) para que a discutível ampliação da avenida João Goulart pudesse ser iniciada.

As 115 árvores restantes só não foram retiradas porque os manifestantes subiram nelas e evitaram os cortes. Neste meio tempo, uma ação do Ministério Público havia conseguido a suspensão dos cortes, mas uma decisão do Tribunal de Justiça deferida no dia 16 acabou autorizando a operação.

Leia mais:
- Ativistas realizam marcha contra corte de árvores em Porto Alegre
- Manifestantes vão às ruas contra corte de árvores em nova marcha em POA

O protesto desta segunda-feira foi o terceiro desde que saiu a decisão do TJ. Assim como os dois atos anteriores, este saiu da praça Montevidéu, em frente à prefeitura, e terminou na área verde ao lado da Câmara Municipal, onde dezenas de manifestantes estão acampados em vigília contra o corte das árvores.
Desta vez, os ativistas percorreram a avenida Borges de Medeiros em direção à avenida Loureiro da Silva, por onde ingressaram na rua João Alfredo, contornando o bairro Cidade Baixa pelas ruas da República e Lima e Silva até voltarem à Perimetral, de onde marcharam em direção ao acampamento.


Ativistas saíram do Centro e percorreram o bairro Cidade Baixa | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

A caminhada teve início por volta das 19h20min, quando o grupo começou a entoar o principal grito de protesto. Ao longo da marcha, uma pessoa perguntava: “O que nós queremos?”. Ao passo que o grupo inteiro respondia: “Nenhuma árvore a menos!”.
Essa dinâmica se estendeu durante toda a marcha, alternando gritos como “em nome da vida, chega de avenida” , “na duplicação tem corrupção” e “recua Fortunati, recua, é o poder popular que está na rua”.
Em alguns momentos, as pessoas também gritavam contra a Copa do Mundo de 2014. Berros como “foda-se a Copa”, “quantas copas por uma Copa?” e “ei, Fifa, larga do Brasil” também foram bastante ouvidos.
A marcha era liderada por um imenso cartaz com os dizeres: “Nenhuma árvore a menos. Não às licenças vendidas”. Havia, ainda, outra faixa bastante grande que criticava a mídia: “RBS mente, junto com o resto da mídia podre do RS”. As críticas também foram verbalizadas ao longo da caminhada com o grito: “Cala a boca Lasier”, em referência ao jornalista Lasier Martins.


Perfil da marcha foi bastante diverso, contanto com ambientalistas mais velhos e militantes jovens | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Assim como nos protestos anteriores, este reuniu uma gama bastante diversa de pessoas. Ambientalistas das gerações passadas misturavam-se com jovens militantes da cidade. Integrantes de movimentos sociais, vereadores e pessoas que não atuam em nenhum grupo compunham a fauna da marcha.
A bailarina Daggi Dornelles é uma das pessoas presentes que não possui vinculação com nenhum movimento específico. Ela estava vestida inteiramente de branco, segurando, junto com outras três pessoas, um imenso pano branco. “Só nos resta abrir grandes bandeiras de paz quando nenhum diálogo se torna possível”, disse.
A médica Daniele Bensimon mora no bairro Moinhos de Vento e se desloca durante a semana até o acampamento do grupo Ocupa Árvores para ajudá-los. “A gente vai lá dar uma força para eles, levamos algo para comer”, comenta.
Quando a marcha ainda estava no meio do caminho, na avenida Borges de Medeiros, já chegando perto da avenida Loureiro da Silva, uma mãe que caminhava na calçada com sua filha – que aparentava ter uns sete anos de idade – teve que responder a uma pergunta da menina, que queria entender o que estava acontecendo. A reportagem do Sul21 estava próxima às duas neste momento e conseguiu ouvir o que ela disse para a filha: “Quando estiver contra alguma imposição do governo, junta teus amigos e vai para a rua protestar. É assim que se consegue mudanças, não é esperando pelo governo. Viu? Aprende desde pequena”, aconselhou.

Veja mais fotos do protesto desta segunda-feira (27)


Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Fonte: Sul 21(Samir Oliveira) http://www.sul21.com.br/jornal/2013/05/manifestantes-realizam-novo-protesto-contra-corte-de-arvores-em-porto-alegre/


A Terceira Marcha pelas Árvores no dia 27 de maio (RBS TV):

A Segunda Marcha pelas Árvores no dia 24 de maio (TV Educativa RS):

21 maio 2013

A Marcha em Defesa da Árvores


Leitura do Manifesto da AGAPAN em frente da Prefeitura Municipal de Porto Alegre

Matéria no Sul 21:
Ativistas realizam marcha contra corte de árvores em Porto Alegre



Protesto começou às 18h desta segunda-feira (20), em frente à prefeitura de Porto Alegre | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Samir Oliveira
A chuva insistia em cair na noite desta segunda-feira (20), fazendo escorrer a tinta que transmitia mensagens de protesto em frente à prefeitura de Porto Alegre e corroendo os cartazes feitos de cartolina e papel pardo. Fina e constante, a chuva parecia imitar a determinação de dezenas de jovens que estão acampados desde o dia 17 de abril na área verde ao lado da Câmara Municipal, dispostos a permanecer em vigília contra o corte de árvores para realização de obras viárias em função da Copa do Mundo de 2014.
Nesta segunda-feira, cerca de 150 pessoas foram às ruas na cidade para protestar contra a poda das árvores. São 115 plantas na mira das motosserras: 43 tipuanas, 16 carobinhas, 15 goiabeiras, 9 ipês-roxos e 7 canafístulas.

Leia mais:
- Justiça autoriza derrubada de árvores na Avenida Beira-Rio em Porto Alegre

A marcha desta segunda – que saiu da prefeitura às 19h e chegou ao acampamento pouco depois das 19h30min – foi uma resposta dos ativistas à decisão judicial que autorizou o corte das árvores. Na quinta-feira (16), a 22ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) entendeu que os vegetais podem ser podados.


Cerca de 150 pessoas marcharam até o acampamento onde dezenas de jovens fazem vigília contra corte de árvores | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

A decisão do Judiciário derrubou os efeitos de uma liminar concedida em primeira instância que suspendia o corte de árvores iniciado em fevereiro, quando 14 tipuanas foram ceifadas da praça Júlio Mesquita para que a obra de ampliação da avenida João Goulart pudesse ser iniciada.
Os desembargadores sustentam que “apesar da sua importância”, a preocupação com o meio-ambiente não pode frear o desenvolvimento econômico de Porto Alegre. Eles também alegam que a área era um antigo aterro e que as árvores foram plantadas no local, portanto – não sendo originárias – podem ser removidas.
O Ministério Público já prepara um recurso para protocolar no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas a decisão do TJ-RS dá aval para que a prefeitura efetue a qualquer momento os cortes. Especula-se que a ação possa ocorrer ainda nesta semana.
Ato reúne antigos ambientalistas e novos militantes
Porto Alegre tem tradição na militância ambiental. A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPA) foi uma entidade pioneira no país, fundada em 1971 por José Lutzenberger.


Cesar Cardia afirma que ambientalistas mais velhos também subirão em árvores | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Foi nesta época que se forjou boa parte da militância ambiental da cidade. Denunciados pelos cabelos grisalhos, esses ativistas estavam presentes no ato desta segunda-feira (20), quando se misturaram com jovens militantes da cidade – muitos dos quais eram presença garantida nos atos recentes que movimentaram a vida político-social de Porto Alegre, como os protestos contra o aumento da passagem de ônibus.
“Apoiamos a postura dos jovens, achamos que é digna de todos os elogios. Eles estão defendendo o futuro. Os mais velhos, se puderem ajudar e subir em árvores, também farão isso”, orgulha-se Cesar Cardia, integrante da Agapan e do movimento Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho – via repleta de tipuanas no bairro Independência e considerada popularmente pelos moradores como “a rua mais bonita do mundo”.
“Meu professor foi José Lutzenberger. Estou repassando o que aprendi com ele a esses jovens, é gratificante. Já temos uma idade avançada… Mas eles estão aí e vão segurar a barra”, diz Eduíno de Mattos, integrante da Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul (APEDEMA).
Ele acredita, ainda, que as obras viárias em execução na cidade possuem um outro objetivo: preparar Porto Alegre para receber a Fórmula Indy do Mercosul. “Esse projeto está sendo escamoteado da opinião pública. Está sendo feita uma parceria entre a Secretaria Municipal da Copa do Mundo e a rede hoteleira da cidade. Como querem realizar uma Fórmula Indy, onde a velocidade permitida é 330 km/h, dentro de uma capital colonial? É uma incoerência, não é esse o turismo que queremos”, denuncia.


Eduíno de Mattos diz que prefeitura negocia realização da Fórmula Indy na cidade | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

No início do protesto desta segunda-feira, os ativistas leram um manifesto no qual garantiram que subirão nas árvores quando a prefeitura for iniciar o corte. “Quando chegarem os funcionários municipais com suas motosserras, nos acorrentaremos nas copas”, avisaram.
Ao longo da marcha desta segunda-feira, os gritos mais ouvidos eram “nenhuma árvore a menos” e “recua motosserra, recua! é o poder popular que está na rua!”. Ao chegar no acampamento, o grupo prometeu realizar um novo ato nesta quinta-feira (23).

Confira mais fotos do protesto desta segunda-feira


Foto: Ramiro Furquim/Sul21 

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Fonte: http://www.sul21.com.br/jornal/2013/05/ativistas-realizam-marcha-contra-corte-de-arvores-em-porto-alegre/

17 abril 2013

Manifesto da AGAPAN aos cidadãos de Porto Alegre

A AGAPAN, Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, pioneira na luta ambiental, revive seus momentos de glória na defesa dos direitos coletivos para que todos tenhamos uma cidade mais humana e solidária para se viver.

6 de fevereiro de 2013 - jovens impedem a derrubada de árvores em Porto Alegre
Nos últimos tempos, foram muitas as manifestações e movimentos que agitaram as ruas e os bastidores da política municipal, que apreensiva, insiste em passar por cima dos direitos das pessoas de serem ouvidas e de terem garantido seu acesso a espaços públicos, como a hoje tão disputada Orla do Guaíba.
Já vimos esse filme de desrespeito às leis e às pessoas e hoje as reivindicações despertam em todos nós sentimentos cívicos de solidariedade, esperança e de autoconfiança.

Dayrell - fevereiro de 1975
Como ambientalistas e defensores da vida, sentimos renovadas nossas esperanças ao acompanharmos a renovação do gesto exemplar do então estudante e membro da AGAPAN Carlos Alberto Dayrell, em 25 de fevereiro de 1975, que subiu em uma árvore tipuana, na avenida João Pessoa, impedindo seu corte para dar lugar à construção do Viaduto Imperatriz Leopoldina, defronte à Faculdade de Direito da Ufrgs. Outro momento inesquecível na história de Porto Alegre foi em agosto de 1988, quando militantes da AGAPAN subiram até o topo da chaminé da Usina do Gasômetro e colocaram uma faixa de 40 metros de comprimento com os dizeres “NÃO AO PROJETO PRAIA DO GUAÍBA – AGAPAN”. O objetivo da manifestação foi conclamar a população a comparecer na Câmara de Vereadores e impedir a votação do Projeto, cuja aprovação transformaria a Orla do Guaíba, privatizando o mais valioso patrimônio público de Porto Alegre, entregando-o à sanha da especulação imobiliária. Mas, como dizia José Lutzenberger, “nossas derrotas são permanentes e nossas vitórias, temporárias”. Isso significa que os 72 km de Orla do Guaíba continuam ameaçados e até hoje não foi privatizada pela permanente mobilização da sociedade civil.

Agosto de 1988 - a subida na Chaminé da Usina do Gasômetro
A luta continua.
A AGAPAN considera que a dimensão política do movimento ecológico vai além de ideologias partidárias. As vitórias que obtivemos em quatro décadas não teriam acontecido sem a participação inteligente, criativa e generosa dos estudantes e de todos os militantes que fazem parte da AGAPAN. Neste momento de glória, em que o movimento estudantil e os cidadãos ressurgem com força e vigor, saudamos e nos colocamos como personagens e protagonistas de mais essa luta. Ao comemorar 42 anos, a AGAPAN continua lutando para preservar a Orla do Guaíba como patrimônio publico e sempre à disposição do bem-estar coletivo da sociedade.

Saudações ecológicas da AGAPAN!

Porto Alegre, abril de 2013.

O Manifesto que hoje começou a circular por e-mails e redes sociais

10 abril 2013

Ainda sobre o corte de árvores

Palácio da Justiça em Porto Alegre - Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho

Corte de árvores no entorno da Usina do Gasômetro segue suspenso
Não houve acordo entre o Ministério Público e a Prefeitura de Porto Alegre

O corte de árvores no entorno da Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, seguirá suspenso. A decisão foi tomada após uma audiência de conciliação realizada na manhã desta quarta-feira na 10ª Vara da Fazenda Pública no Foro Regional, no bairro Tristeza, na zona Sul da Capital. As partes – Ministério Público e Procuradoria-Geral do Município – não entraram em um acordo. O encontro foi mediado pela magistrada Nadja Mara Zanella.

A Prefeitura de Porto Alegre pretende cortar 115 árvores para concluir a obra da duplicação da avenida Edvaldo Pereira Paiva, a Beira-Rio. O Ministério Público, através das promotoras de Justiça de Defesa do Meio Ambiente Annelise Monteiro Steigleder e Ana Maria Moreira Marchesan, pede que o Executivo implante, mediante o que prevê a revisão do Plano Diretor de 2010, o Parque Corredor do Gasômetro. A duplicação da Beira-Rio, entre a Rótula das Cuias e a Praça Júlio Mesquita, é uma das obras previstas para a Copa do Mundo de 2014.

A polêmica começou em fevereiro, quando 14 árvores foram derrubadas, o que gerou revoltas de moradores da região e entidades ligadas à causa de proteção ao meio ambiente. Três pessoas chegaram a subir nas árvores que ainda seguiam em pé para protestar contra o corte. Como compensação, a prefeitura da Capital promete deve plantar 401 mudas, sendo 60 dessas foram colocadas em março no Parque da Harmonia.

O prefeito José Fortunati destacou, na época, que em só ano ano passado foram plantadas mais de 25 mil mudas na Capital, e lamentou que ninguém falava sobre isso. Conforme o secretário do Meio Ambiente da Capital, Luiz Fernando Záchia, o projeto de duplicação da Beira-Rio prevê ainda o plantio de 1,8 mil árvores.

Com informações do repórter Jerônimo Pires

Fonte: Rádio Guaíba e Correio do Povo

Árvores de Porto Alegre: Eu curto. Eu cuido. A prefeitura CORTA.

Bairro Bom Fim

O prefeito diz que foram plantadas muitas árvores, mas o número de árvores urbanas continua caindo em Porto Alegre. Basta caminhar pelas ruas para que se perceba que muitas árvores  foram cortadas pela SMAM e nenhuma foi plantada nesses locais. 
O chamado "plantio compensatório" foi feito onde? 
No Lami?
Bairro Bom Fim
Bairro Independência

28 fevereiro 2013

Audiência Pública no dia 18 de março

Movimento pela preservação das árvores na internet:
"O verdadeiro progresso não é quando árvores
são cortadas para privilegiar o uso de carros.
É quando os ricos usam o transporte público,
poluindo menos o ambiente"
Após os protestos pelo corte de 14 árvores e da subida em árvores no entorno do Gasômetro - o que impediu o corte de mais de uma centena de árvores - aconteceu uma Audiência no Ministério Público do Rio Grande do Sul no dia 19 de fevereiro.
Audiência Pública no Ministério Público do RS - Foto: Amigos da Gonçalo
Vereadores, secretários municipais, técnicos da prefeitura, os promotores
do Meio Ambiente e da Ordem Urbanística debateram a polêmica medida
da prefeitura com moradores e entidades ambientalistas - Foto: Amigos da Gonçalo
Matéria do Sul 21 sobre a Audiência Pública no MP:
Moradores e vereadores cobram prefeitura por corte de árvores em Porto Alegre 

Agora a Câmara Municipal de Porto Alegre marca uma Audiência onde a população conhecerá os detalhes da obra que quer cortar 115 árvores usando a "desculpa" da Copa do Mundo de Futebol/2014.
Convite recebido da Câmara Municipal:
AUDIÊNCIA PÚBLICA
O Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
Vereador Dr. Thiago Duarte.

convida para a Audiência Pública, com o objetivo de debater a ampliação da Av. Edvaldo Pereira Paiva, a realizar-se às 19 horas do dia 18 de março de 2013, no Plenário Otávio Rocha da Câmara Municipal de Porto Alegre, na Av. Loureiro da Silva, nº 255 nesta Capital.

Apenas subindo nas árvores os jovens impediram que mais árvores fossem cortadas.
A Polícia Militar ordenou que parassem com os cortes para garantir a integridade física dos jovens.
Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Muitos acreditam que o executivo municipal não recuará de sua intenção de derrubar as árvores para que seja feita a amplição da Av. João Goulart, o que deverá aumentar o número de carros naquela região.
Caso isso ocorra, não restará outra saída: subir nas árvores para impedir seu abate

No dia 6 de fevereiro jovens sobem em árvores para evitar seu corte
Foto Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho