26 março 2012

Aniversário de Porto Alegre

240 anos de Porto Alegre
Mapa de Porto Alegre - 1839

Porto Alegre é a capital do estado mais meridional do Brasil, o Rio Grande do Sul. Com uma área de quase 500 km², possui uma geografia diversificada, com morros, baixadas e um grande curso d'água, o Guaíba, que desde a criação da cidade é considerado um rio, mas atualmente é considerado lago por alguns estudiosos desde a publicação do Atlas Ambiental de Porto Alegre.  A polêmica se o Guaíba é rio ou lago está longe de acabar, com acadêmicos usando fortes argumentos para defenderem tanto a tese de lago como a de rio. Essa é uma boa amostra de como os assuntos são polarizados nessa cidade. Muitas entidades ambientalistas e defensoras da cidadania entendem que o fato do Guaíba ser considerado lago é uma boa "desculpa" para a indústria da construção civil obter maiores lucros, pois nossa legislação atual protege áreas maiores nas orlas de rios que de lagos!
A cidade constituiu-se a partir da chegada de casais açorianos em meados do século XVIII. No século XIX contou com o influxo de muitos imigrantes alemães e italianos, recebendo também espanhóis, africanos, poloneses e libaneses. Desenvolveu-se com rapidez, e hoje abriga mais de 1,4 milhões de habitantes. A cidade enfrenta muitos desafios, entre eles a grande população ainda vivendo em condições de pobreza e sub-habitação, um dos maiores custos de vida no Brasil, deficiências sérias no tratamento de esgotos, muita poluição e degradação de ecossistemas originais, índices de crime elevados (embora indicando uma tendência de queda e crescentes problemas de trânsito. Por outro lado, ostenta mais de 80 prêmios e títulos que a distinguem como uma das melhores capitais brasileiras para morar, trabalhar, fazer negócios, estudar e se divertir. Foi destacada em anos recentes também pela ONU como a Metrópole nº1 em qualidade de vida do Brasil por três vezes; como possuindo um dos 40 melhores modelos de gestão pública democrática pelo seu pioneiro Orçamento Participativo, e por ter o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as metrópoles nacionais. Dados do IBGE a apontaram em 2009 como a capital brasileira com a menor taxa de desemprego, a empresa de consultoria britânica Jones Lang LaSalle a inclui em 2004 entre as 24 cidades com maior potencial para atrair investimentos no mundo e figura na lista da Pricewaterhouse Coopers entre as cem cidades mais ricas do mundo. Porto Alegre é uma cidade influente no cenário global, recebendo a classificação de cidade global "gama -", por parte do Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC). Além disso Porto Alegre é uma das cidades mais arborizadas e alfabetizadas do Brasil, é um polo regional de atração de migrantes em busca de melhores condições de vida, trabalho e estudo, e tem uma infraestrutura em vários aspectos superior à das demais capitais do Brasil. Foi manchete internacional quando sediou as primeiras edições do Fórum Social Mundial e foi escolhida recentemente como uma das sedes da Copa do Mundo de Futebol em 2014. Também tem uma cultura qualificada e diversificada, com intensa atividade em praticamente todas as áreas das artes e das ciências, muitas vezes com projeção internacional, além de possuir ricas tradições folclóricas e um significativo patrimônio histórico em edificações centenárias e vários museus. No esporte Porto Alegre também tem grande destaque, como seus dois maiores clubes de futebol, Grêmio e Internacional, detendores de inúmeros títulos nacionais e internacionais, sendo inclusive campeões mundiais de clubes.
Greve geral em 1917 - Rua da Praia

A cidade é muito conhecida por suas politização e polarização extremada. Já em 26 de abril de 1821 eclodiu uma primeira grande manifestação pública de contestação política na cidade, quando a Câmara, desobedecendo a determinações da Constituição Portuguesa que havia sido jurada pelo Príncipe Regente Dom Pedro, elegeu uma junta ministerial, que governou de 22 de fevereiro até 8 de março de 1822.
Uma das características principais de Porto Alegre é que para ser considerado portoalegrense não é necessário ser nascido em Porto Alegre, inúmeras pessoas são consideradas símbolos de Porto Alegre sem terem nascido na cidade. Isso faz parte da cultura gaúcha, estado que recebeu grandes contingentes de migrantes de outros países e também do Brasil. Na época da Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos, que por dez anos (1835 - 1845) tornou o Rio Grande um país independente do Império do Brasil, chamado República Rio-Grandense. Naquela ocasião muitos dos principais líderes da República Rio-Grandense não eram gaúchos, como o mineiro Domingos José de Almeida, os cariocas José Mariano de Matos, Padre Chagas e João Manuel de Lima e Silva, o paulista Bento Manuel Ribeiro, os italianos Giuseppe Garibaldi e Tito Livio Zambeccari, o alemão Otto Heise, a catarinense Anita Garibaldi, o baiano Daniel Gomes de Freitas (ex-ministro da Guerra da "Sabinada" baiana, Gomes de Freitas é um dos signatários do tratado de paz que deu fim aos dez anos de lutas). O próprio Hino da República Rio-Grandense, hoje Hino do Estado do Rio Grande do Sul, foi uma composição do maestro Joaquim José de Mendanha, nascido em Minas Gerais.
Em 1975 o mineiro Carlos Alberto Dayrell, ativista da AGAPAN, evita o corte de uma árvore ao subir nela. Por volta das 14 horas, cerca de 500 pessoas já estavam em torno da árvore.

Porto Alegre também tem grande importância na área da ecologia e ambientalismo, o portoalegrense José Lutzenberger foi um agrônomo e ecologista reconhecido internacionalmente que juntamente com outros ecologistas locais fundou a AGAPAN em 1971, a pioneira entidade latino-americana em defesa do Ambiente Natural. Também foi pioneira ao criar a primeira Secretaria Municipal de Meio Ambiente no Brasil e a primeira reserva biológica municipal brasileira: a Reserva Biológica do Lami.
Mensagem do escritor e acadêmico Moacyr Scliar no vídeo "Não ao Pontal do Estaleiro"
A Rua Gonçalo de Carvalho foi a primeira via urbana declarada Patrimônio Ambiental em uma cidade latino-americana, em 5 de junho de 2006. Por ocasião da polêmica aprovação pela Câmara Municipal da lei que alterava o regime urbanístico na Ponta do Melo (projeto Pontal do Estaleiro) para beneficiar um projeto imobiliário na orla do Guaíba, a pressão popular levou o então prefeito José Fogaça a atender o pedido do Movimento em Defesa da Orla do Rio Guaíba a chamar uma Consulta Pública para aprovar ou derrubar a lei municipal. O resultado, em 23 de agosto de 2009, foi que mais de 80% dos eleitores votaram NÃO. A permissão votada pela Câmara para uso residencial na Ponta do Melo foi derrubada e não mais poderão construir espigões na área!



(Com Wikipédia e fontes diversas)