26 maio 2008

Defender o ser humano é defender a natureza

No dia 6 de março de 2008, atendendo a um apelo da Anistia Internacional, enviamos um e-mail para a "Fiscal Especial para la Atención de Delitos Relacionados con Actos de Violencia contra las Mujeres" sobre o relatado abaixo:
Apelo da Anistia Internacional:

Estupro e impunidade

Dois anos após ter sido estuprada por policiais, Bárbara Italia Méndez ainda espera por justiça. Na noite de 3 de maio de 2006, ela foi a San Salvador Atenco, no estado do México, para prestar apoio à comunidade depois que confrontos violentos entre a polícia e manifestantes resultaram na morte de uma criança. Ela fugiu e se escondeu em uma casa, quando a polícia invadiu o povoado para dispersar as manifestações e libertar funcionários do governo que estavam sendo mantidos em cativeiro.

No dia seguinte, ela foi presa pela polícia sem explicações. Eles arrancaram os cabelos dela e a espancaram, deixando-a com ferimentos na cabeça e múltiplas escoriações. Eles a colocaram em um carro e a fizeram deitar em cima de outras pessoas que também estavam detidas. Ela foi forçada a tirar a roupa, foi espancada e estuprada com objetos pelos policiais, que foram encorajados por outros colegas. Ela era uma das 26 mulheres presas que disseram ter sido vítima de violência, inclusive violência sexual, após serem presas nos dias 3 e 4 de maio.

Bárbara Italia Méndez foi levada para a prisão “Santiaguito”, próxima a Toluca, no estado do México, onde ela fez um check-up médico. Os médicos da prisão falharam em registrar todos os seus ferimentos físicos e em coletar as evidências do abuso sexual que ela sofreu. Um segundo exame médico foi feito por peritos forenses da Promotoria Pública, entretanto, segundo Bárbara Italia Méndez, o exame foi limitado, invasivo e não incluiu uma entrevista detalhada.

Ela, então, foi levada a um representante da Promotoria, que disse que o motivo da sua prisão era “desconhecido”. Depois de ter o acesso a um advogado de defesa negado, ela se recusou a fazer uma declaração, mas registrou queixa contra o estupro e os outros maus-tratos sofridos. Quando ela estava fazendo a queixa, um oficial rasgou o documento e disse que ela deveria se preocupar somente com o que fazia em San Salvador Atenco.

Uma manifestação pública sobre as denúncias de abusos acabaram levando a promotoria a abrir um inquérito. Entretanto, nenhum dos oficiais responsável por estes crimes foi punido.

Por favor, escreva às autoridades, pedindo que façam uma investigação completa, independente e imediata sobre as denúncias de estupro e outros maus-tratos sofridos por Bárbara Italia Méndez e outras 25 mulheres. Peça, também, que sejam providenciadas reparações plenas para elas e que os responsáveis sejam levados à Justiça.

Envie apelos para:

Lic. Guadalupe Morfin

Fiscal Especial para la Atención de Delitos Relacionados con Actos de Violencia contra las Mujeres

Procuraduría General de la República

Rio Elba, No. 17

Col. Cuauhtemoc

Del. Cuauhtemoc

México D.F., C.P. 06300

México

Fax: +52 55 53 46 09 40

E-mail: atencionmujeres@pgr.gob.mx

Tratamento: Prezado Sr. Promotor Especial

Ficamos satisfeitos em receber uma resposta a nosso apelo, neste dia 20 de maio. O que nem sempre ocorre quando solicitamos ações de nossas autoridades locais.
Clique na imagem acima para ler o documento recebido.