Estudos indicam que menos de 20% da população mundial é responsável por mais de 75% da contaminação existente no ambiente natural.
No mundo da construção, grande parte dos responsáveis por este segmento parecem não atentarem de como essa atividade afeta o meio ambiente. Mas alguns arquitetos já começam a defender uma construção sustentável. Pois a indústria da construção utiliza enormes quantidades de recursos naturais (energia, água, materiais e do solo), e produz grandes quantidades de resíduos, muitos deles altamente tóxicos, que via de regra não são reciclados e normalmente não são controlados. São as famosas “sobras de obra”, depositados em aterros.
Segundo dados dos Worldwatch Institute de Washington, cerca da metade das emissões de dióxido de carbono que existem na atmosfera são produzidas diretamente pela construção civil e pela utilização dos prédios. Estima-se que cada metro quadrado de residência é responsável por uma emissão de cerca de 1,9 toneladas de dióxido de carbono durante sua vida útil.
A atual indústria da construção civil é uma grande consumidora de recursos naturais. Os prédios usam cerca de 60% de todos os materiais extraídos do planeta. Além disso, muitos dos materiais usados na construção civil (cerâmica, aço, alumínio, etc.) requerem para sua produção de altos consumos de energia e recursos naturais.
Estima-se que na Inglaterra os resíduos da construção passam de 70 milhões de toneladas anuais. A reciclagem dos resíduos já é prática comum em vários países europeus, mas e no Brasil? E na China, um dos países onde mais se constrói atualmente?
O estudo global dos impactos ambientais que pode provocar uma edificação, requerem uma metodologia rigorosa de análise dos materiais usados, do processo construtivo, do consumo de energia, dos custos da demolição, do destino dos resíduos, etc.
Na Europa já existem experiências em certificação para Edifícios de Alta Qualidade Ambiental. Um dos mais desenvolvidos é o britânico BREEAM, do Building Research Establishment, que avalia a poluição atmosférica, o uso racional dos recursos naturais e as condições internas dos prédios.
Existe uma grande diferença entre os impactos ambientais de um edifício de baixo desempenho, em comparação com o que é possível conseguir com as melhores práticas atuais. Se quisermos cumprir hoje os requisitos de desenvolvimento de uma forma sustentável, temos de assegurar que os novos edifícios possuam as melhores qualidades ambientais.
Esperemos que o Brasil também siga o caminho da Certificação Ambiental.