Augusto Carneiro em sua banca de livros na Feira Ecológica - 15/8/2009
No próximo dia 31 de dezembro o ambientalista Augusto Carneiro completará 90 anos com muitas histórias para contar.
Carneiro e sua esposa Rosalina, que faleceu em abril deste ano, na Feira Ecológica
- agosto de 2009
"Seu Carneiro", como é conhecido, colaborou na luta pela preservação das árvores da Rua Gonçalo de Carvalho, quando distribuiu em sua banca de livros sobre ecologia (na Feira Ecológica da Redenção) nossos panfletos para esclarecer a população e também pedindo uma nova Audiência Pública para discutir o projeto, no final de 2005.
Carneiro foi um dos fundadores da AGAPAN em 1971
Texto, de outubro de 2007, da jornalista Clarinha Glock:
O ambientalista Augusto Carneiro e suas histórias
Carneiro e Lutzenberger -
a criação da primeira Associação Ambientalista brasileira - arquivo AGAPAN
A pasta de couro surrada o acompanha há anos, desde que era membro do Partido Comunista (do qual foi expulso depois de denunciar as atrocidades cometidas por Stalin). Nela, Augusto César Cunha Carneiro carrega a vida em papéis: são artigos seus e do amigo José Lutzenberger, companheiro e mestre na luta em defesa do meio ambiente. De vez em quando, leva também um dos livros e várias das fotos de parques, praças e árvores que ajudou a plantar e a implantar e que hoje compõem parte de sua rica biblioteca. Na forma de xerox, suas idéias são espalhadas em panfletos distribuídos em eventos e na Feira Ecológica da Rua José Bonifácio, em Porto Alegre, em uma barraca de livros à venda, aos sábados pela manhã.
Na Feira Ecológica, pedindo o Veto ao Novo Código Florestal
Carneiro é um daqueles velhinhos de cabelos brancos e coração a 100 por hora. Tem 84 anos e uma energia invejável. Já foi contador, advogado, funcionário público e naturista. Seu currículo inclui a fundação da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) e da Pangea Associação Ambientalista. Ele é membro do Conselho da Fundação Gaia, e já atuou no conselho do DMAE.
Participando da homenagem aos 40 anos da AGAPAN na Câmara Municipal - Foto: CMPA
Tive o privilégio de ouvi-lo contar sua vida e pude registrar suas histórias em DVD. O trabalho, feito por uma cinegrafista amadora como eu, talvez deixe a desejar em técnica, mas é recheado de tanta vida, que a imagem por vezes sem foco perde importância diante do conteúdo. As conversas que tive com Carneiro renderam cinco DVDs que foram doados à Fundação Gaia. Cada pedaço da memória ali registrado ajuda a recompor as aventuras e as lutas dos ambientalistas dos anos 70 para cá. Estão ali as histórias da criação da Agapan, do Parque do Lami, do estudante Dayrell que subiu numa árvore para evitar que fosse derrubada (o vídeo Carneiro e Dayrell, disponível no YouTube, dá uma amostra).
Em 1975 o estudante Carlos Dayrell
sobe em uma árvore para impedir seu corte - Foto: arquivo AGAPAN
Fiel escudeiro de Lutzenberger, mas nem sempre tão lembrado como ele, Carneiro foi homenageado durante o 2º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental realizado de 10 a 12 de outubro de 2007 no Salão de Atos da Ufrgs, em Porto Alegre. Recebeu uma placa de reconhecimento dos ecojornalistas na abertura do encontro e o vídeo com um resumo de suas histórias no encerramento.
Carneiro participando de uma reuni~eo do Conselho Superior da AGAPAN em 2012
Mas Carneiro ainda tem muito pela frente, não pode parar. Em sua casa ainda mantém um enorme arquivo sobre meio ambiente, que aos poucos vai repassando para entidades como a Fundação Gaia e o Núcleo Amigos da Terra. São pastas e mais pastas com recortes de jornais antigos, artigos de José Lutzenberger, Henrique Roessler, além de livros que recontam a história de parques, praças e da cidade de Porto Alegre. Material precioso de pesquisa, sua angústia no momento é como organizar e armazenar tudo isso em um só lugar, com o devido respeito, para que a história não se perca.
No dia 22 de dezembro de 1988 o seringueiro, sindicalista e ativista
ambiental Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico
Mendes, foi assassinado em Xapuri, Acre.
Em 22 de dezembro de 1988,
exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi
assassinado com tiros de escopeta no peito na porta dos fundos de sua
casa,
quando saía de casa para tomar banho. Chico anunciou que seria morto em
função de sua intensa luta pela preservação da Amazônia, e buscou
proteção, mas as autoridades e a imprensa não deram atenção.
Após o assassinato de Chico Mendes mais de trinta entidades
sindicalistas, religiosas, políticas, de direitos humanos e
ambientalistas se juntaram para formar o "Comitê Chico Mendes". Eles
exigiam providencias e através de articulação nacional e internacional
pressionaram os órgãos oficiais para que o crime fosse punido. Em
dezembro de 1990,
a justiça brasileira condenou os fazendeiros Darly Alves da Silva e
Darcy Alves Ferreira, responsáveis por sua morte, a 19 anos de prisão.
Darly fugiu em fevereiro de 1993 e escondeu-se num assentamento do
INCRA, no interior do Pará, chegando mesmo a obter financiamento público
do Banco da Amazônia sob falsa identidade. Só foi recapturado em junho
de 1996. A falsidade ideológica rendeu-lhe uma segunda condenação: mais
dois anos e 8 meses de prisão.
"No começo pensei
que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava
lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou
lutando pela humanidade."
Chico Mendes – Eu Quero Viver (1989)
Direção: Adrian Cowell e Vicente Rios
Duração: 40 minutos
Sinopse: Com registros feitos entre 1985 e 1988, a equipe acompanhou Chico Mendes na organização dos seringueiros em defesa da floresta, no nascimento da Aliança dos Povos da Floresta e na luta pela demarcação das primeiras Reservas Extrativistas na Amazônia. Mostra, ainda, a trama armada para seu assassinato e as repercussões no Brasil e no mundo.
Celulose Riograndense começa obra de R$ 4,9 bilhões em 2013
Não disse que ia dar um presente de Natal aos gaúchos? A ampliação vai
sair”, declarou aliviado nesta quinta, antes de detalhar cronograma ou
projeto, o diretor-presidente da Celulose Riograndense, pertencente à
chilena CMPC, Walter Lídio Nunes. Com a palavra empenhada, o executivo
fez questão de percorrer de carro os 380 quilômetros entre Panambi e
Guaíba, para comunicar, em primeira mão, ao governador Tarso Genro, que a
novela chegara ao fim. As obras que elevarão a capacidade da planta de
celulose das atuais 450 mil toneladas ao ano para 1,75 milhão de
toneladas começam em janeiro. Será a largada de um investimento de mais
de R$ 5 bilhões, que será finalizado em 2015 e deve entrar para a
história como um dos maiores da economia gaúcha.
O aporte privado
direto da companhia deve ficar um pouco abaixo da cifra global,
esclareceu Nunes. “Serão quase R$ 5 bilhões, mas temos de contabilizar
aplicações em obras públicas e outras iniciativas, o que ultrapassará
esta cifra”, calculou o executivo. O desafio da direção da empresa agora
é garantir mão de obra para a execução civil e depois para as
instalações. A Rio-grandense colocou em marcha em novembro uma campanha
de mobilização, com gasto de R$ 1 milhão, para arregimentar mais de 3
mil candidatos a cursos de formação em construção civil. No primeiro
semestre de 2013, a segunda etapa de treinamento somará mais de 2 mil
vagas para obras mecânicas. A previsão é de geração de 8 mil empregos ao
longo da implantação, gerados diretamente pela ampliação. Somado ao
cálculo de vagas indiretas, o volume ultrapassará 20 mil postos.
A
decisão do conselho de administração da CMPC foi tomada em reunião na
manhã desta quinta-feira, em Santiago. A divulgação só pôde ser feita,
explicou Nunes, após a abertura da bolsa de valores chilena. “Como o
grupo é de capital aberto, precisava aguardar o comunicado ao mercado”,
justificou o coordenador do empreendimento. Segundo o diretor-presidente
da unidade gaúcha, as últimas informações dos estudos e da análise
econômico-financeira foram complementadas por e-mail, para a sede no
país latino-americano, há cerca de 15 dias. “Tinha expectativa da
aprovação hoje (quinta). Mas os acionistas poderiam querer mais
detalhes. Fui para Panambi, mas sabia que era um contrato de risco,
podia dar em água, mas não deu”, descreveu o executivo. Por volta de
13h, horário de Brasília, o veredicto foi transmitido pelo celular a
Nunes, que 30 minutos depois encontraria Tarso para dar ótima notícia em
meio a um ano que poderá amargar um Produto Interno Bruto (PIB)
negativo e as previsões para 2013 apontam para crescimento que vai
correr atrás do prejuízo, caso confirmado. “Estamos preparados para
crescer, produzir e gerar emprego e renda”, indicou o governador, que
inseriu o projeto como um estandarte de sua política de desenvolvimento.
De Brasília, onde participava de um encontro de dirigentes
industriais, o presidente da Federação das Indústrias do Estado
(Fiergs), Heitor José Müller, adianta que as previsões de desempenho da
economia gaúcha a serem divulgadas na segunda-feira pela entidade
poderão ter de ser recalculadas. “Não deu para fazer a conta, mas
teremos impacto já em 2013”, acredita o líder industrial. Mais do que
refazer contas, Müller vê na confirmação uma janela para reativar a
importância do Estado no cenário de atração de investimentos. “A
indústria parou este ano”, diagnostica o industrial. Para o presidente
da Fiergs, o projeto resgata o setor de celulose na matriz econômica.
Aumento de produção de dioxinas merece ser comemorado?
O que não aparece na notícia é que fábricas de celulose produzemdioxinas, logo ampliar a planta da Celulose Riograndense das atuais 450 mil toneladas ao ano para 1,75 milhão de
toneladas aumentará terrivelmente a produção de dioxinas.
A dioxina surgiu como arma química usada pelos americanos na II Guerra
Mundial. A intenção dos americanos era liberar essa
substância nas lavouras dos japoneses. Entretanto, eles optaram pelo lançamento de bombas atômicas, em 1945.
A dioxina é uma das substâncias químicas mais estudadas no planeta. É encontrada tanto no ambiente como em nossos suprimentos alimentares. É causadora de uma série de adversidades na saúde, incluindo câncer, deformidades de nascimento, diabetes, agressão ao processo de desenvolvimento e do aprendizado, endometriose e anormalidades no sistema imunológico. É o carcinogênico animal mais potente jamais testado anteriormente.
Sobre a DIOXINA
P. O que é a dioxina
e como é gerada ?
R. A dioxina é uma família
de substâncias químicas que contém carbono, hidrogênio e cloro. Existem
75 (setenta e cinco) diferentes formas de dioxinas, sendo a mais tóxica
a 2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina ou TCDD. Esta molécula é mais
conhecida comumente como a substância tóxica presente no Agente Laranja*,
em Love Canal/New York** e em Times Beach/ Missouri**. A dioxina não
é produzida deliberadamente. Entretanto é um subproduto não intencional
de processos industriais em que se utiliza ou queima gás cloro na presença
de materiais orgânicos. De acordo com a EPA/USA (nt.:
Environmental Protection Agency/Agência de Proteção Ambiental dos USA),
as fontes primevas da geração de dioxinas são os incineradores de lixo
hospitalar e doméstico, além de queimas desregradas. Fontes adicionais
incluem processos industriais que empregam cloro para fabricar produtos
de consumo como a resina plástica PVC (polivinil cloreto), agrotóxicos
e fábricas de celulose que utilizam cloro para branquear a polpa para
o processo de produção de papel branco.
* (nt.: arma química,teria sido aalternativa química à bomba atômica empregada
para o término da guerra no Japão. Após a guerra, passa a ser utilizada como herbicida – um de seus
nomes comerciais era Tordon. No Vietnam de herbicida retorna
à origem, ser arma de guerra).
**(nt.: vazamento ou utilização de
óleos contaminados com produtos clorados, na década de setenta. As cidades
tiveram que ser evacuadas e “desintoxicadas”).
P. Como as dioxinas afetam nossa saúde?
R. A exposição à dioxina pode levar a uma série de
efeitos danosos à nossa saúde incluindo câncer, defeito de nascimento,
diabetes, retardamento no desenvolvimento e na aprendizagem, endometriose
e anormalidades no sistema imunológico.
A dioxina é um conhecido carcinogênico. A IARC
- International Agency for Research on Cancer/Agência Internacional
de Pesquisas em Câncer -, uma das filiadas à Organização Mundial da
Saúde, classificou-a, em 1977, como um notório carcinogênico humano.
Em janeiro de 2001, o Department of Healthy and Human Services’ National
Toxicology Program-USA/Programa Nacional de Toxicologia do Departamento
de Saúde e Serviços Humanos dos USA classificou-a como carcinogênico
humano. O mesmo também fez, em setembro de 2000, o Setor de Saúde da
EPA. Neste seu documento, projeta um risco efetivo de câncer de um para
cem, para a maioria das pessoas sensíveis que utilizam uma dieta rica
em gorduras animais. Em outras palavras, o risco de se ter câncer, acima
ou além dos riscos de outras fontes, é de um para cem para algumas pessoas.
Este é um cenário profundamente dramático. Isto em relação às pessoas
mais sensíveis, em torno de cinco por cento da população que consome
dioxina. Para um cidadão médio a EPA estima um nível de risco de um
para mil o que é também é um sério risco. O nível geral que considera
como “aceitável” é de um para um milhão.
A dioxina causa também uma série de efeitos negativos
além do câncer. Estão entre eles, os danos aos sistemas reprodutivo,
imunológico, endócrino e ao desenvolvimento tanto de humanos como de
outros animais. Estudos em animais mostraram que exposições à dioxina
estão associadas com a endometriose, à diminuição da fertilidade, inabilidade
de levar a gestação a termo, abaixamento nos níveis de testosterona,
decréscimo na contagem de espermatozóides, defeitos de nascimento e
inabilidade na aprendizagem. Em crianças, a exposição à dioxina poderá
gerar déficit em seus QI’s, efeitos negativos sobre a psicomotricidade
e ao neurodesenvolvimento além de alterações comportamentais incluindo-se
a hiperatividade. Pesquisas feitas com trabalhadores foram detectados
baixos níveis de testosterona, diminuição no tamanho dos testículos
e defeitos de nascimento nas proles dos veteranos norte-americanos do
Vietnam expostos ao Agente Laranja.
Efeitos sobre o sistema imunológico parecem ser um
dos tópicos finais mais sensíveis pesquisados. Estudos com animais mostraram
que há um decréscimo nas respostas imunológicas e o incremento na suscetibilidade
a doenças infecciosas. Em estudos com humanos a dioxina estava associada
com a depressão do sistema imunológico e alterações no status imunológico
favorecendo ao crescimento de infecções. A dioxina também causa disfunções
nas atividades normais dos hormônios, mensageiros químicos que o organismo
se utiliza para crescer e manter o equilíbrio orgânico. A dioxina interfere
com os níveis dos hormônios da tireóide tanto em crianças como em adultos,
alterando a tolerância à glicose e está sendo associada à diabetes.
Além do grande aumento na produção de dioxinas, quantos "desertos verdes" serão necessários para abastecer de madeira a nova planta industrial da Celulose Riograndense?
Terça Ecológica 11/12: O papel da imprensa na democratização do movimento socioambiental
Lívia Zimmermann/Foto: ALRS
Alguns documentos inéditos sobre os protestos do movimento ambientalista gaúcho contra a poluição da antiga fábrica de celulose Borregard e a ameaça de instalação de aterro sanitário na Ilha do Pavão, em Porto Alegre, na década de 1970, serão apresentados na próxima terça-feira (11/12), durante mais uma edição da Terça Ecológica, evento mensal realizado pelo Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul.
As informações serão apresentadas pela comunicadora social e mestre em saúde coletiva Lívia Zimmermann, que relembra o trabalho de sua mãe, uma das precursoras do movimento ambientalista e indigenista no Rio Grande do Sul Hilda Zimmermann, falecida neste ano.
Ao abordar a importância que a imprensa teve para a democratização do movimento ecológico, em todas as fases, até chegar aos dias de hoje, Lívia vai apresentar pesquisa realizada durante o início da década de 1990, quando concluía seus estudos de graduação em Comunicação Social - Relações Públicas, sobre a degradação socioambiental nas ilhas do Delta do Jacuí, junto ao município de Porto Alegre. Ela traça um paralelo entre as fases das Relações Públicas com a da consciência socioambiental da população.
Ela lembra a atuação das ONGs Agapan e ADFG, que durante a década de 1970 organizaram, na Ilha Grande dos Marinheiros, juntamente com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), a primeira Campanha de Coleta Seletiva do Lixo na capital gaúcha. “Mas, infelizmente”, acrescenta, “apesar do apoio da população, rivalidades internas da administração municipal não deram continuidade ao projeto”.
Terça Ecológica O Papel da Imprensa na Democratização do Movimento Socioambiental Lívia Zimmermann - Comunicadora Social e Mestre em Saúde Coletiva Dia 11 de dezembro Às 19h Auditório 3 da FABICO/UFRGS Rua Ramiro Barcelos, 2705 - Bairro Santana Evento: Ecojornalistas
Há setores interessados em rever a legislação do estado do Rio Grande do Sul, "flexibilizando-a", como na proposta do PL 78.
Este é um bom momento para informar e mobilizar a sociedade que não deve permitir retrocessos na legislação.
As árvores são fáceis de achar
Ficam plantadas no chão
Mamam do sol pelas folhas
E pela terra
Também bebem água
Cantam no vento
E recebem a chuva de galhos abertos
Há as que dão frutas
E as que dão frutos
As de copa larga
E as que habitam esquilos
As que chovem depois da chuva
As cabeludas, as mais jovens mudas
As árvores ficam paradas
Uma a uma enfileiradas
Na alameda
Crescem pra cima como as pessoas
Mas nunca se deitam
O céu aceitam
Crescem como as pessoas
Mas não são soltas nos passos
São maiores, mas
Ocupam menos espaço
Árvore da vida
Árvore querida
Perdão pelo coração
Que eu desenhei em você
Com o nome do meu amor.
Abertura do Seminário – Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Palestrantes de seminário alertam para os riscos que uso do telefone celular traz à saúde
Cristiane Vianna Amaral – MTB 8685 | Agência de Notícias ALRS – 12:48-12/11/2012 Médica associou o uso de celulares a diversas doenças
Os riscos da radiação utilizada para o funcionamento dos telefones
celulares à saúde humana foi o tema do painel que abriu o Seminário
Estadual sobre o assunto que ocorre ao longo dessa segunda-feira (12),
na Assembleia Legislativa. A primeira palestrante foi a médica Geila
Vieira, uma das colaboradoras da chamada “Lei das Antenas” de Porto
Alegre, que restringe a instalação de estações de rádio base na capital.
Comparada à legislação da Suíça, ela restringe a colocação de antenas
junto à escolas e hospitais.
Dra. Geila Vieira – Foto: Galileu Oldemburg/ALRS
Geila lembra que, antigamente, a radiação não ionizante, utilizada
pela telefonia móvel, era restrita a locais fechados. Ela chamou atenção
ainda, para o fato dessa exposição ser considerada de insalubridade
grau médio para efeitos trabalhistas. A médica associou o uso de
celulares a diversas doenças, desde cefaleia e exaustão, até leucemia.
A médica cobrou da Assembleia uma legislação mais efetiva em relação
ao tema dos celulares, considerando que o assunto é um caso de saúde
pública e ambiental. Casos de câncer aumentam para quem vive perto de antenas
A engenheira Adilza Dode realizou um estudo em Belo Horizonte, Minas
Gerais, na qual constatou que pessoas moradoras ou que trabalham próximo
a antenas de telefonia têm mais chance de desenvolverem câncer. “E
quanto mais perto pior.” O problema só diminui a partir de 500 metros.
“E no caso de sobreposição, o risco é ainda maior”, explica, no caso da
pessoa estar exposta a mais de uma antena. Sua pesquisa comprova que nos
locais onde há mais estações de rádio base, é maior o número de pessoas
que morreram de câncer.
Dra. Geila Vieira, deputada Marisa Formolo e Dra. Adilza Dode – Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Ela criticou a legislação brasileira por defender o mercado da
telefonia e não a saúde das pessoas. Adilza chamou a atenção para o fato
da Suprema Corte italiana ter dado ganho de causa a um trabalhador que
alegou ter desenvolvido um tumor em função do uso do celular por cerca
de 5 a 6 horas por dia, durante 12 anos. “Foi o primeiro caso no mundo”,
destacou.
A engenheira listou medidas para evitar os riscos causados pelo uso de celulares:
- Usar só em casos extremos;
- Dar preferência ao uso de mensagens de texto;
- Coibir o uso para crianças e adolescentes (como o cérebro está em desenvolvimento, a penetração da radiação é maior);
- Manter o aparelho afastado do corpo;
- Atender o telefone longe de grupos e pessoas;
- Não utilizar em hospitais (onde as pessoas já estão com a saúde debilitada);
- Não usar perto de doentes;
- Grávidas devem evitar o uso, principalmente próximo à barriga;
- Não usar em veículos fechados (ônibus, trem, etc);
- Desligar à noite e não deixar perto da cama;
- Manter o aparelho afastado de próteses metálicas
Abertura
A abertura do evento foi realizada pela presidente da Comissão de
Saúde e Meio Ambiente, deputada Marisa Formolo. A parlamentar salientou o
apoio da Comissão, mas frisou que esse debate “deve ter continuidade
pela luta social”. As telefônicas querem alterar a legislação na capital
gaúcha para que possam colocar mais antenas para a instalação da
tecnologia 4G durante a Copa do Mundo de 2014.
Também participaram da abertura a promotora de Justiça Ana Maria
Marchezan, os representantes da Agapan, Francisco Milanez, da OAB/RS,
Alexandre Burmann, e da UFRGS, professora Anelise Dalmolin.
Painel debate legislação sobre o tema da radiação eletromagnética
Vanessa Canciam – MTB 2060 | Agência de Notícias ALRS – 17:17-12/11/2012
Com a realização do painel “A legislação, o princípio da precaução e o
nosso direito à informação”, foi retomada a programação do seminário
estadual para discutir os riscos da radiação eletromagnética para a
saúde humana, na tarde dessa segunda-feira (12), na sala João Neves da
Fontoura (Plenarinho). Participaram do debate a promotora de justiça do
Ministério Público Estadual (MPE), Ana Maria Marchesan, e o presidente
da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Beto
Moesch, sob a mediação do representante da OAB/RS, Alexandre Burmann.
Painel com a promotora Ana Maria Marchesan e vereador Beto Moesch – Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Debates
Primeira a falar, a promotora de justiça destacou que a radiação
não-ionizante utilizada no funcionamento dos telefones celulares pode
ser considerada um tipo de poluição ambiental, conforme o artigo 3º da
lei federal nº 6938/1981. Acrescentou ainda que, em certos casos, a
grande quantidade de antenas ou de torres de telefonia instaladas nas
cidades provoca o chamado “efeito paliteiro”, que afeta negativamente a
paisagem urbana e desrespeita leis como o Estatuto das Cidades. Ela
lembrou ainda que, no campo do direito ambiental, incide o princípio da
precaução, segundo o qual, se houver dúvida científica quanto aos males
que podem ser produzidos por determinado agente, a atitude a ser tomada é
a de evitar a situação potencialmente poluidora.
Promotora
Marchesan lembrou que, no campo do direito ambiental, incide o
princípio da precaução, segundo o qual, se houver dúvida científica
quanto aos males que podem ser produzidos por determinado agente, a
atitude a ser tomada é a de evitar a situação potencialmente poluidora. Alexandre Burmann, da OAB/RS, foi o mediador do painel. Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Ana Maria informou ainda que cabe ao Ministério Público, como titular
dos direitos individuais e coletivos da sociedade, atuar em diversas
questões que reúnem meio ambiente e saúde. De acordo com a promotora, o
MPE tem cobrado dos órgãos públicos a realização das medições constantes
no nível de radiação emitida pelas antenas. O órgão também está atento,
segundo ela, com a poluição sonora causada pelos motores usados nas
antenas e com a segurança nas estruturas das edificações que recebem
esse tipo de aparelho. Para Ana Maria, embora não conste na Resolução
237 do Conama, as estações de rádio base deveriam ser consideradas
atividades potencialmente poluidoras sujeitas à licenciamento ambiental.
O presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Porto
Alegre, vereador Beto Moesch, fez um relato sobre a luta que foi
empreendida pela sociedade civil em prol da aprovação da lei municipal
nº 8.896, de 2002, que trata da instalação de estações de rádio base e
de telefonia na capital. Segundo o vereador, a norma municipal estimula a
colocação de antenas de celular em Porto Alegre, desde que respeitados
certos limites impostos pela legislação, como o de que não podem
coexistir duas torres a menos de 500 metros de distância entre si e a
menos de 50 metros de hospitais e creches. “Não houve a intenção de
inviabilizar a atividade, mas de disciplinar e regrar a instalação de
antenas”, disse.
Vereador
Beto Moesch destacou a qualidade e o pioneirismo da legislação de Porto
Alegre. Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Moesch alertou para o fato de que, com a proximidade da Copa de 2014,
as operadoras de telefone celular e de internet móvel estão
pressionando o município a rever essa legislação. As empresas argumentam
que, segundo o vereador, a nova tecnologia 4G exige a aprovação de uma
nova disciplina legal. Na opinião de Moesch, a lei não traz nenhum
empecilho para o funcionamento e para a instalação de antenas no novo
sistema. Segundo ele, o processo para a liberação da instalação das
antenas poderia ser simplificado. Para o vereador, o pedido de
licenciamento não deveria passar pelo Conselho Municipal de Meio
Ambiente e não deveriam ser exigidos o Estudo de Viabilidade Urbanística
e as três licenças ambientais (prévia, de instalação e de operação).
O
plenarinho da Assembleia Legislativa esta lotado, foi necessário
disponibilizar outra sala para mais pessoas acompanharem o seminário por
telão. Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Professores destacam perigos oferecidos pelo uso do celular e defendem nova legislação sobre tema
Renato Annes – MTB 4146 | Agência de Notícias ALRS – 18:47-12/11/2012
“As tecnologias podem ser menos agressivas para a nossa saúde” foi o
tema abordado no último painel do seminário realizado no Plenarinho da
Assembleia, nessa segunda-feira (12), para debater sobre os riscos do
uso de telefones celulares à saúde dos usuários, em razão da radiação
não ionizante.
Prof. Salles: “corremos o risco de um verdadeiro tsunami de tumores cerebrais” – Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
O professor Álvaro Salles, da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul – UFRGS, alertou que o perigo maior oferecido é para as pessoas que
usam os aparelhos encostados ao corpo, em especial à cabeça; pelo tempo
em que se usa um aparelho e pela distância entre as operadoras ou
antenas e a população. Destacou que, conforme estudos realizados, para
cada um milímetro que se afasta o aparelho da cabeça, por exemplo,
decresce o perigo da radiação no cerébro de um usuário.
Salles:
“os governos precisam esclarecer a população sobre os riscos da
radiação” – Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Salles observou que estudos realizados pela Organização Mundial da
Saúde relacionaram o aumento de câncer na carótida ao uso excessivo de
celulares. Destacou como forma de diminuir riscos que as pessoas devem
usar aparelhos celulares apenas quando não tiverem um telefone de linha
fixa próximo; evitarem a utilização de equipamentos tipo wire-less, além
de defender a necessidade de as operadoras escolherem frequências com
menores riscos à saúde humana e de obedecerem normas e limites de
segurança.
Prof. Cláudio Fernandes: “infelizmente a população desconhece os perigos” – Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
O professor Cláudio Fernandez, do Instituto Federal do Rio Grande do
Sul, também destacou os perigos oferecidos à saúde dos usuários,
defendendo uma nova legislação sobre o assunto e a utilização de
frequência menos agressivas pelas operadoras.
Carta de Porto Alegre
Deputada
Marisa Formolo (CSMA/AL-RS), Ana Valls (AGAPAN) e Sandra Ribeiro
(AGAPAN) – Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Ao final do evento, a conselheira da Agapan, Ana Valls, destacou os
principais tópicos colhidos durante o seminário e que deverão ser
publicados na “Carta de Porto Alegre”, a ser encaminhada aos governos
municipal, estadual e federal, contendo, entre outras sugestões:
que a proposição de legislação no Brasil determine aos
fabricantes de aparelhos e às operadoras a adoção de alternativas
tecnológicas adequadas, mediante, por exemplo, a utilização preferencial
de meios que se utilizam de fibras óticas e cabos coaxiais;
que as autoridades responsáveis pela saúde pública tomem
providências, no sentido de reduzirem a exposição da população a este
tipo de radiação;
que seja proibida a localização de antenas das operadoras próximo a
áreas residenciais, hospitais e creches, ou direcionadas aos mesmos;
que os governos promovam ampla campanha para esclarecimentos à população a respeito do assunto, e
que o governo proteja os pesquisadores que buscam, baseados em
comprovações científicas, evidências dos malefícios causados à saúde
pela radiação não ionizada, impedindo o assédio moral a estes
profissionais e estudiosos.
Foi sugerido, ainda, a criação de um grupo permanente de discussão
sobre o tema, através da coordenação da Agapan, e a possibilidade de
realização de um novo seminário em 2013.
Foi
sugerido a criação de um grupo permanente de discussão sobre o tema,
com a coordenação da AGAPAN – Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo
de Carvalho
Encerramento
O encontro foi encerrado pela deputada Marisa Formolo (PT),
presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia, que
realizou o seminário. A atividade também teve apoio das seguintes
entidades: Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan),
Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara de Vereadores de Porto
Alegre, Ministério Público Estadual, Ordem dos Advogados do Brasil,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Assembleia Permanente de
Entidades em Defesa do Meio Ambiente e da Frente Parlamentar em Defesa
dos Consumidores de Energia Elétrica e Telefonia.
SMAM derruba a maior árvore de sombra na Praça Salvador Allende
Dia 8 de novembro, por volta das 9 horas da manhã, uma equipe de seis funcionários da SMAM derrubaram com a ajuda de guindaste, a maior árvore de sombra da praça Salvador Allende, na avenida Loureiro da Silva com rua Avaí, na divisa entre os bairros Cidade Baixa e Centro Histórico.
A praça está mal cuidada apesar de pequeno espaço. Possui poucas árvores, e a imensa seringueira, com mais de dez metros, era uma fonte de sombra e embelezamento para a pobre praça. Era imponente, não aparentava estar doente ou com ameaça de cair.
A praça é muito utilizada pelos moradores das imediações para caminharem com seus cachorros, tomar chimarrão nas tardes. Um dos moradores da rua André da Rocha que passava pelo local, sr. Edilson Silveira Pedroso, comentou: “acho estranho derrubar uma árvore tão forte assim. Trago todos os dias o meu cachorro aqui, e agora sem sombra como vamos ficar no verão? Temos ali um pé de Chorão que está velho e precisando de cuidados. Qual o motivo da SMAM fazer isto?”
Estudantes de fisioterapia batiam fotos pelo celular e também condenavam a ação “Como vai ficar a praça agora com este tronco deste jeito?”
Ao lado da praça está se instalando uma sala de vendas de uma construtora, para a divulgação de um novo hotel com mais de 18 andares. Não queremos acreditar que esta árvore foi derrubada para facilitar a visualização do salão da construtora.
As atividades da motosserrra da Secretaria do Meio Ambiente - SMAM
parecerem não parar, já temos reclamações de várias praças sofrendo de
derrubadas: Praça da Matriz (pelo IPHAN), Praça Otavio Rocha, Praça da
Jeronimo de Ornellas, e muitas outras praças devem estar sendo
ameaçadas. Se você ver algum movimento de derrubada, divulgue, denuncie!
Denúncia de Vanessa Melgare, conselheira da AGAPAN
Radiação de celulares motiva processo em Minas Gerais Procurador e promotor querem obrigar os fabricantes a informar nível de radiação emitido pelos aparelhos
08 de novembro de 2012 | 2h 09 MARCELO PORTELA / BELO HORIZONTE - O Estado de S.Paulo
A Procuradoria da República e o Ministério Público Estadual em Minas entraram com ação conjunta na Justiça Federal para obrigar os principais fabricantes de celulares no País a divulgarem no painel e na embalagem dos aparelhos a Taxa de Absorção Específica (SAR, em inglês), ou seja, o nível de radiação eletromagnética emitido.
Foi incluída no processo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), para que o órgão seja obrigado a cobrar a divulgação das informações.
Na ação, o procurador Fernando Almeida Martins, do MPF, e o promotor Marcos Tofani, do MPE de Minas, citam estudos para mostrar que todo celular emite radiação, mas o nível varia. A informação atualmente é divulgada apenas nos manuais de instrução, o que, segundo a ação, é insuficiente.
O processo é baseado no Código de Defesa do Consumidor, que assegura o direito à informação "correta, clara, precisa e ostensiva". "Não basta apenas registrar os valores da taxa de absorção específica, porque a maioria dos consumidores nem sequer saberia do que se trata. É preciso também alertar sobre os riscos", observou Martins.
Ele e Tofani reúnem no processo uma série de pesquisas mostrando que essa radiação causa danos aos tecidos humanos, incluindo alterações nos cromossomos. Eles lembram que a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu alerta de que o uso dos celulares é "possivelmente cancerígeno".
Na ação, eles destacam estudo do neurocirurgião australiano Vini Khurama, que recomendou a redução do uso dos aparelhos por causa da falta de dados concretos e ao fato de que seria necessário um período de 10a 20 anos de "incubação" entre o início do uso do celular e um diagnóstico de câncer.
"O problema é que a radiação eletromagnética do tipo não ionizante pode danificar o tecido humano, porque nosso corpo não está preparado para dissipar quantidades excessivas de calor", diz a ação. "Sabemos que o assunto desperta polêmica, porque ainda não existem conclusões definitivas que atestem os malefícios à saúde. Mas é exatamente a falta de estudos conclusivos que demonstram a necessidade de se regulamentar e alertar as pessoas", disse Martins.
A Anatel confirmou que os fabricantes de celulares não são obrigados e divulgar no painel dos aparelhos a taxa de radiação. Mas ressaltou que certifica com um selo, que deve estar "bem visível abaixo da bateria", os aparelhos que se enquadram em limites da emissão de radiação, de acordo com os padrões internacionais.
Seminário sobre os riscos da radiação
eletromagnética utilizada nas tecnologias de comunicação sem fio, como a
telefonia celular
A Organização Mundial de Saúde (OMS), desde 1996, mantém grupo de
estudos e avaliação sobre os possíveis riscos da radiação
eletromagnética utilizada nas tecnologias de comunicação sem fio, como a
telefonia celular.
Recentemente a OMS admitiu que existem evidências, que este tipo de
radiação pode causar alguns tipos de câncer, classificando-a como 2B
(possivelmente carcinogênica).
Este Seminário visa discutir e alertar sobre os riscos da radiação
eletromagnética não ionizante da telefonia celular, especialmente para
as crianças, adolescentes, gestantes e idosos, bem como problematizar a
atual legislação e a fiscalização sobre esse tipo de poluição. Programação
9h, 30min Abertura
10h Painel: “Os riscos da radiação eletromagnética não ionizante para a saúde humana”
Painelistas: Representante do Ministério da Saúde (a confirmar)
Dra. Geila Radunz Vieira
Dra. Adilza Dode (UFMG)
Mediação: CSMA-AL
11h Debate
12h Intervalo para o almoço
14h Painel: “A legislação, o princípio da precaução e o nosso direito à informação”
Painelistas: Dra. Ana Maria Marchezan (MPE/RS)
Ver. Beto Moesch (COSMAM/POA)
Dra. Flávia do Canto Pereira (PROCON/POA)
Mediação: OAB-Comissão de Meio Ambiente
15h Debate
16h Painel: “As tecnologias podem ser menos agressivas para a nossa saúde!”
Painelistas: Prof. Álvaro Salles (UFRGS)
Prof. Claudio R. Fernández (IFRS)
Mediação: AGAPAN
16h, 20min Debate
16h, 30min Propostas e encaminhamentos
Mediação: Comissão Organizadora
17h Encerramento
As inscrições são gratuitas!
AGAPAN (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural), CSMA/AL (Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do RS), COSMAM/CMPA (Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Porto Alegre), CDA-OAB/RS (Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil/RS) e UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) promovem o Seminário.
Neste programa do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro é citada a legislação da cidade de Porto Alegre, tida como umas das melhores existentes no Brasil.
Especialista mineira diz que as antenas de telefonia celular não são seguras:
Os Riscos da Radiação Eletromagnética Não Ionizante da
Telefonia Celular
DATA: 12 de Novembro de 2012.
HORÁRIO: Das 9h e 30min às 17h.
LOCAL: Plenarinho da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.
(Praça Marechal Deodoro, 101 - 3º andar - Porto Alegre)
INSCRIÇÕES: csma@al.rs.gov.br
Painel 10h: “Os riscos da radiação eletromagnética não ionizante para a saúde humana”
Painel 14h: “A legislação, o princípio da precaução e o nosso direito à informação”
Painel 16h: “As tecnologias podem ser menos agressivas para a nossa saúde!”
As inscrições são gratuitas!
O Seminário é uma realização de: AGAPAN - CSMA/AL - COSMAM/CMPA - MPE/RS - CDA-OAB/RS - UFRGS
Apoio: APEDEMA - Frente Parlamentar em Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica e Telefonia/AL - IFRS
"Nós precisamos aprender a não fazer certas coisas que nós gostaríamos de fazer, senão a gente acaba com tudo. E hoje nós estamos acabando com tudo..."
(José Lutzenberger)
Palestra de Jose Lutzenberger - Fundação Gaia - proferida no encontro do Grupo Ecosust em Garopaba, Santa Catarina - 7 abril de 2002.
Parte 2 da palestra
Parte 3 da palestra
"A sociedade em que nós vivemos hoje, a sociedade tecnológica, acha que tudo que é factível deve ser feito, quando muitas coisas nós não devemos fazer."
Capitais com árvores nas calçadas - Fonte: Censo IBGE 2010
MP exige retomada de plantios compensatórios em Porto Alegre
Investigação do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MP) averiguou que grandes quantidades de árvores deveriam ter sido plantadas na cidade como compensação ambiental para a construção de empreendimentos, mas a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAM) empregou o dinheiro na terceirização de serviços de mão de obra, realização de projetos arquitetônicos e compra de equipamentos - como serrotes, motosserras e veículos. Além disso, como já havia denunciado o vereador Beto Moesch, o número de plantios no caso de corte ou transplante de vegetal foi reduzido drasticamente – de 15 mudas exigidas, passaram a ser somente cinco. Uma das etapas do projeto da Arena do Grêmio, por exemplo, teve a compensação de 870 mudas trocada pela compra de carros e materiais para o órgão ambiental.
Com base nessa constatação, o MP ajuizou ação civil pública contra a prefeitura para que sejam restabelecidos os critérios de reposição e plantio de mudas previstos no Decreto Municipal 15.418/2006, publicado quando Moesch era secretário municipal do Meio Ambiente. Esse regulamento preserva as proporções definidas pelo Código Florestal Estadual. De acordo com o promotor de Justiça Carlos Paganella, sua revogação foi um retrocesso social e ecológico.
"Cuidado! Irresponsáveis trabalhando" - Mafalda de Quino
Com o processo, o MP também procura suspender a conversão das compensações em aquisição de materiais e serviços, de modo que, caso o local próximo ao da vegetação retirada não possibilite o plantio, os pagamentos só possam ser aplicados na compra de áreas verdes urbanas.
Fonte: Boletim EcoNotícias, do vereador Beto Moesch
Obs.: os grifos são nossos
Leia mais sobre a troca de reposições de árvores por equipamentos:
De O Eco: Tatiana e a despedida do arco-íris
Karina Miotto
08 de Outubro de 2012
Tatiana em Santarém, no Pará. Foto: Greenpeace
Tatiana de Carvalho, coordenadora da campanha da Amazônia do
Greenpeace, faleceu neste domingo (07), após uma queda na cachoeira Poço
Azul, nos arredores de Brasília. Tinha apenas 36 anos de vida.
A seguir, texto da jornalista Karina Miotto, que a conheceu, presta uma homenagem a Tatiana.
Tatiana de Carvalho era uma moça linda, cheia de energia, alegria e
entusiasmo. Quando trabalhei no Greenpeace, em Manaus, lembro bem de
suas excelentes pontuações nos debates do time. Recordo-me também do
encontro no navio Arctic Sunrise, durante o Fórum Social Mundial que
aconteceu em 2009, em Belém. Ela sempre a postos, em movimento,
atendendo todo mundo. O trabalho em prol da conservação da Amazônia e da
dignidade de seu povo marcaram sua história pessoal e profissional.
Começou a carreira no Greenpeace em 2002, como coordenadora da campanha
de transgênicos. Na organização, também chegou a liderar a campanha da
soja e a apoiar as de clima/energia e pecuária. Entre 2010 e 2011, foi
analista sênior de conservação do WWF Brasil. Corajosa, idealista, ao
longo dos anos realizou muitas viagens pela Amazônia para conhecê-la
melhor e, assim, defendê-la. De volta ao Greenpeace, seu conhecimento da
região a levou a assumir a liderança da campanha pela Amazônia. O
coordenador de campanha é o representante do Greenpeace naquela
determinada ação.
Iglu, como era chamada pelos colegas "ezalquianos" (formados pela EZALQ -
USP), encarou os desafios que surjirão no caminho das causas que
abraçou e não mediu palavras nem esforços para expor as irregularidades
que encontrou.
Ela nos deixa para voar seu voo sem fim. Sua alegria contagiante, seu
exemplo de viver intensamente e lutar pelo bem deste planeta ecoarão
para sempre no coração de quem fica.
Segue na luz, Tati. Do arco-íris que você agora habita, continue a nos inspirar com seus passos.
Tatiana de Carvalho, ativista do Greenpeace falecida neste domingo, reunida com representantes da AGAPAN no dia 25 de setembro, logo após a verificação das árvores da Rua Gonçalo de Carvalho. Cesar Cardia, Sandra Ribeiro e Tatiana - Foto: Miriam Löw/AGAPAN
No dia 25 de setembro passado, Tatiana esteve em Porto Alegre para tratar com diversas entidades ambientalistas da campanha "Desmatamento Zero". Ela ligou para a vice-presidente da AGAPAN, Sandra Ribeiro, quando estávamos fazendo a verificação das árvores da Rua Gonçalo de Carvalho com moradores, técnicos da SMAM e representantes da AGAPAN. Logo após a verificação do estado das árvores na Gonçalo de Carvalho aconteceu uma reunião de ativistas da AGAPAN com a Tatiana.
Não vote em quem votou contra as Florestas! (montagem sobre "Mafalda" de Quino)
Em épocas de eleições sempre aparecem candidatos que dizem que irão "defender o Meio Ambiente e a qualidade de vida da população".
Muitos tem um discurso vazio, na realidade nem sabem as atribuições dos cargos que postulam, por isso prometem coisas impossíveis de serem cumpridas. Escolha bem seus candidatos, procure saber o que já fizeram antes!
Caso já tenham mandatos e procurem a reeleição, procurem saber como agiram em questões fundamentais na defesa do Meio Ambiente e na defesa dos direitos da cidadania. Não ponha seu voto no lixo, pois isso não é reciclável...
Obra eliminou o canteiro da árvore - Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
A rua foi percorrida em toda sua extensão por Ana Lúcia D'Angelo (ex-presidenta da AMABI e representante da Associação de Moradores da Rua), Marcelo Ruas (presidente da AMABI em 2006 - ano do decreto de sua preservação como Patrimônio Ambiental), Sandra Mendes Ribeiro (vice-presidente da AGAPAN0, Miriam Löw (Conselho Superior da AGAPAN), Ney Francisco Ferreira (ex-diretor e um dos fundadores da AMABI), Cesar Cardia (Blog Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho),Walter Eichler (diretor de Praças, Parques e Arborização da SMAM), Regina Patrocínio (bióloga e gerente técnica da Zonal Centro da SMAM) e representantes dos moradores da Gonçalo de Carvalho.
Arquiteto Marcelo Ruas explica opinião dos moradores
aos técnicos da SMAM - Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
A SMAM prestou alguns esclarecimentos sobre a retirada da árvore no início do mês e o plantio de nova árvore no mesmo local, que felizmente está em bom estado e sendo bem cuidada.
A tipuana "Sombra Verde" - Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Ao percorrerem a rua foram apontados alguns problemas com relação a galhos podres, árvores que merecem cuidados especiais. Uma que outra árvore, infelizmente, estão em péssimo estado ou mortas, por isso deverão ser retiradas e outras tipuanas serão plantadas no mesmo local.
"Invadiram" o canteiro da árvore - Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Também foi apontado aos representantes da SMAM problemas relacionados a canteiros de árvores que foram "pavimentados", uma árvore com um cartaz pregado em seu tronco e cimento colocado junto a uma árvore onde seria seu canteiro.
Cartaz pregado em árvore? - Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
A grande notícia do dia foi a mudança de opinião da SMAM sobre outra árvore, próxima ao acesso ao shopping, que deveria ser retirada pela secretaria. Ela será tratada pois não está em desiquilíbrio, logo não apresenta risco de cair.
Verificando o estado das árvores - Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
A SMAM prometeu fazer um levantamento completo da arborização da rua até o final do mês e posteriormente apresentar um relatório com cronograma de ações que serão desenvolvidas na rua Gonçalo de Carvalho. Isso é muito bom! Com isso demonstrarão, na prática, a intenção de voltarem a ser a secretaria municipal mais respeitada entre os cidadãos de nossa cidade e também a com mais parcerias na cidadania de Porto Alegre.
Parceria dos cidadãos e SMAM poderá ter excelentes
resultados - Foto: Sérgio Louruz/PMPA
Vamos aguardar o relatório da SMAM e fazer todo o possível para colaborar com a secretaria, para que juntos possamos preservar essa preciosidade: o Túnel Verde da Rua Gonçalo de Carvalho.
O grande exemplo de uma criança
Sandra Ribeiro, vice-presidente da AGAPAN
"descobre" a plaquinha da Valentina - Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Uma criança colocou uma pequena placa pedindo respeito às árvores.
A placa da Valentina não está colada nem pregada, apenas encaixada na árvore.
Precisamos de mais Valentinas para cuidarem de nossas árvores!
Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho