27 dezembro 2012

90 anos do ambientalista Augusto Carneiro

Augusto Carneiro em sua banca de livros na Feira Ecológica - 15/8/2009
No próximo dia 31 de dezembro o ambientalista Augusto Carneiro completará 90 anos com muitas histórias para contar.

Carneiro e sua esposa Rosalina, que faleceu em abril deste ano, na Feira Ecológica
- agosto de 2009

"Seu Carneiro", como é conhecido, colaborou na luta pela preservação das árvores da Rua Gonçalo de Carvalho, quando distribuiu em sua banca de livros sobre ecologia (na Feira Ecológica da Redenção) nossos panfletos para esclarecer a população e também pedindo uma nova Audiência Pública para discutir o projeto, no final de 2005.
Carneiro foi um dos fundadores da AGAPAN em 1971
 
Texto, de outubro de 2007, da jornalista Clarinha Glock:  
O ambientalista Augusto Carneiro e suas histórias 
Carneiro e Lutzenberger -
a criação da primeira Associação Ambientalista brasileira - arquivo AGAPAN
A pasta de couro surrada o acompanha há anos, desde que era membro do Partido Comunista (do qual foi expulso depois de denunciar as atrocidades cometidas por Stalin). Nela, Augusto César Cunha Carneiro carrega a vida em papéis: são artigos seus e do amigo José Lutzenberger, companheiro e mestre na luta em defesa do meio ambiente. De vez em quando, leva também um dos livros e várias das fotos de parques, praças e árvores que ajudou a plantar e a implantar e que hoje compõem parte de sua rica biblioteca. Na forma de xerox, suas idéias são espalhadas em panfletos distribuídos em eventos e na Feira Ecológica da Rua José Bonifácio, em Porto Alegre, em uma barraca de livros à venda, aos sábados pela manhã.

Na Feira Ecológica, pedindo o Veto ao Novo Código Florestal
Carneiro é um daqueles velhinhos de cabelos brancos e coração a 100 por hora. Tem 84 anos e uma energia invejável. Já foi contador, advogado, funcionário público e naturista. Seu currículo inclui a fundação da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) e da Pangea Associação Ambientalista. Ele é membro do Conselho da Fundação Gaia, e já atuou no conselho do DMAE.
Participando da homenagem aos 40 anos da AGAPAN na Câmara Municipal - Foto: CMPA
Tive o privilégio de ouvi-lo contar sua vida e pude registrar suas histórias em DVD. O trabalho, feito por uma cinegrafista amadora como eu, talvez deixe a desejar em técnica, mas é recheado de tanta vida, que a imagem por vezes sem foco perde importância diante do conteúdo. As conversas que tive com Carneiro renderam cinco DVDs que foram doados à Fundação Gaia. Cada pedaço da memória ali registrado ajuda a recompor as aventuras e as lutas dos ambientalistas dos anos 70 para cá. Estão ali as histórias da criação da Agapan, do Parque do Lami, do estudante Dayrell que subiu numa árvore para evitar que fosse derrubada (o vídeo Carneiro e Dayrell, disponível no YouTube, dá uma amostra).
Em 1975 o estudante Carlos Dayrell
sobe em uma árvore para impedir seu corte - Foto: arquivo AGAPAN
Fiel escudeiro de Lutzenberger, mas nem sempre tão lembrado como ele, Carneiro foi homenageado durante o 2º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental realizado de 10 a 12 de outubro de 2007 no Salão de Atos da Ufrgs, em Porto Alegre. Recebeu uma placa de reconhecimento dos ecojornalistas na abertura do encontro e o vídeo com um resumo de suas histórias no encerramento.
Carneiro participando de uma reuni~eo do Conselho Superior da AGAPAN em 2012
Mas Carneiro ainda tem muito pela frente, não pode parar. Em sua casa ainda mantém um enorme arquivo sobre meio ambiente, que aos poucos vai repassando para entidades como a Fundação Gaia e o Núcleo Amigos da Terra. São pastas e mais pastas com recortes de jornais antigos, artigos de José Lutzenberger, Henrique Roessler, além de livros que recontam a história de parques, praças e da cidade de Porto Alegre. Material precioso de pesquisa, sua angústia no momento é como organizar e armazenar tudo isso em um só lugar, com o devido respeito, para que a história não se perca.
Participando de Audiência Pública para apoiar o projeto dos "Túneis Verdes", em 2012
Palestrando em 1995 na AGAPAN - Foto: arquivo  AGAPAN
Entrevista em vídeo, pela jornalista Clarinha Glock:

Está prevista uma homenagem ao ambientalista Augusto Carneiro no dia 5 de janeiro, junto a sua banca de livros na Feira Ecológica da Redenção.

*As fotos sem créditos de autoria são de Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho

23 dezembro 2012

22 de dezembro de 1988 - o assassinato de Chico Mendes

No dia 22 de dezembro de 1988 o seringueiro, sindicalista e ativista ambiental Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, foi assassinado em Xapuri, Acre.



Em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado com tiros de escopeta no peito na porta dos fundos de sua casa, quando saía de casa para tomar banho. Chico anunciou que seria morto em função de sua intensa luta pela preservação da Amazônia, e buscou proteção, mas as autoridades e a imprensa não deram atenção.
Após o assassinato de Chico Mendes mais de trinta entidades sindicalistas, religiosas, políticas, de direitos humanos e ambientalistas se juntaram para formar o "Comitê Chico Mendes". Eles exigiam providencias e através de articulação nacional e internacional pressionaram os órgãos oficiais para que o crime fosse punido. Em dezembro de 1990, a justiça brasileira condenou os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves Ferreira, responsáveis por sua morte, a 19 anos de prisão. Darly fugiu em fevereiro de 1993 e escondeu-se num assentamento do INCRA, no interior do Pará, chegando mesmo a obter financiamento público do Banco da Amazônia sob falsa identidade. Só foi recapturado em junho de 1996. A falsidade ideológica rendeu-lhe uma segunda condenação: mais dois anos e 8 meses de prisão.


"No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade."

Texto postado no Blog sobre os 20 anos de morte de Chico Mendes:
http://goncalodecarvalho.blogspot.com/2008/12/20-anos-da-morte-de-chico-mendes.html



Chico Mendes – Eu Quero Viver (1989)
Direção: Adrian Cowell e Vicente Rios
Duração: 40 minutos
Sinopse: Com registros feitos entre 1985 e 1988, a equipe acompanhou Chico Mendes na organização dos seringueiros em defesa da floresta, no nascimento da Aliança dos Povos da Floresta e na luta pela demarcação das primeiras Reservas Extrativistas na Amazônia. Mostra, ainda, a trama armada para seu assassinato e as repercussões no Brasil e no mundo.

10 dezembro 2012

"Progresso" com mais dioxina?

Na edição do Jornal do Comércio de 07 de dezembro de 2012: 

Celulose Riograndense começa obra de R$ 4,9 bilhões em 2013

Não disse que ia dar um presente de Natal aos gaúchos? A ampliação vai sair”, declarou aliviado nesta quinta, antes de detalhar cronograma ou projeto, o diretor-presidente da Celulose Riograndense, pertencente à chilena CMPC, Walter Lídio Nunes. Com a palavra empenhada, o executivo fez questão de percorrer de carro os 380 quilômetros entre Panambi e Guaíba, para comunicar, em primeira mão, ao governador Tarso Genro, que a novela chegara ao fim. As obras que elevarão a capacidade da planta de celulose das atuais 450 mil toneladas ao ano para 1,75 milhão de toneladas começam em janeiro. Será a largada de um investimento de mais de R$ 5 bilhões, que será finalizado em 2015 e deve entrar para a história como um dos maiores da economia gaúcha.

O aporte privado direto da companhia deve ficar um pouco abaixo da cifra global, esclareceu Nunes. “Serão quase R$ 5 bilhões, mas temos de contabilizar aplicações em obras públicas e outras iniciativas, o que ultrapassará esta cifra”, calculou o executivo. O desafio da direção da empresa agora é garantir mão de obra para a execução civil e depois para as instalações. A Rio-grandense colocou em marcha em novembro uma campanha de mobilização, com gasto de R$ 1 milhão, para arregimentar mais de 3 mil candidatos a cursos de formação em construção civil. No primeiro semestre de 2013, a segunda etapa de treinamento somará mais de 2 mil vagas para obras mecânicas. A previsão é de geração de 8 mil empregos ao longo da implantação, gerados diretamente pela ampliação. Somado ao cálculo de vagas indiretas, o volume ultrapassará 20 mil postos.

A decisão do conselho de administração da CMPC foi tomada em reunião na manhã desta quinta-feira, em Santiago. A divulgação só pôde ser feita, explicou Nunes, após a abertura da bolsa de valores chilena. “Como o grupo é de capital aberto, precisava aguardar o comunicado ao mercado”, justificou o coordenador do empreendimento. Segundo o diretor-presidente da unidade gaúcha, as últimas informações dos estudos e da análise econômico-financeira foram complementadas por e-mail, para a sede no país latino-americano, há cerca de 15 dias. “Tinha expectativa da aprovação hoje (quinta). Mas os acionistas poderiam querer mais detalhes. Fui para Panambi, mas sabia que era um contrato de risco, podia dar em água, mas não deu”, descreveu o executivo. Por volta de 13h, horário de Brasília, o veredicto foi transmitido pelo celular a Nunes, que 30 minutos depois encontraria Tarso para dar ótima notícia em meio a um ano que poderá amargar um Produto Interno Bruto (PIB) negativo e as previsões para 2013 apontam para crescimento que vai correr atrás do prejuízo, caso confirmado. “Estamos preparados para crescer, produzir e gerar emprego e renda”, indicou o governador, que inseriu o projeto como um estandarte de sua política de desenvolvimento.

De Brasília, onde participava de um encontro de dirigentes industriais, o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), Heitor José Müller, adianta que as previsões de desempenho da economia gaúcha a serem divulgadas na segunda-feira pela entidade poderão ter de ser recalculadas. “Não deu para fazer a conta, mas teremos impacto já em 2013”, acredita o líder industrial. Mais do que refazer contas, Müller vê na confirmação uma janela para reativar a importância do Estado no cenário de atração de investimentos. “A indústria parou este ano”, diagnostica o industrial. Para o presidente da Fiergs, o projeto resgata o setor de celulose na matriz econômica.  


Aumento de produção de dioxinas merece ser comemorado?

O que não aparece na notícia é que fábricas de celulose produzem dioxinas, logo ampliar a planta da Celulose Riograndense das atuais 450 mil toneladas ao ano para 1,75 milhão de toneladas aumentará terrivelmente a produção de dioxinas.

A dioxina surgiu como arma química usada pelos americanos na II Guerra Mundial. A intenção dos americanos era liberar essa substância nas lavouras dos japoneses. Entretanto, eles optaram pelo lançamento de bombas atômicas, em 1945.

A dioxina é uma das substâncias químicas mais estudadas no planeta. É encontrada tanto no ambiente como em nossos suprimentos alimentares. É causadora de uma série de adversidades na saúde, incluindo câncer, deformidades de nascimento, diabetes, agressão ao processo de desenvolvimento e do aprendizado, endometriose e anormalidades no sistema imunológico. É o carcinogênico animal mais potente jamais testado anteriormente.

Sobre a DIOXINA

P. O que é a dioxina e como é gerada ?
R. A dioxina é uma família de substâncias químicas que contém carbono, hidrogênio e cloro. Existem 75 (setenta e cinco) diferentes formas de dioxinas, sendo a mais tóxica a 2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina ou TCDD. Esta molécula é mais conhecida comumente como a substância tóxica presente no Agente Laranja*, em Love Canal/New York** e em Times Beach/ Missouri**. A dioxina não é produzida deliberadamente. Entretanto é um subproduto não intencional de processos industriais em que se utiliza ou queima gás cloro na presença de materiais orgânicos. De acordo com a EPA/USA (nt.: Environmental Protection Agency/Agência de Proteção Ambiental dos USA), as fontes primevas da geração de dioxinas são os incineradores de lixo hospitalar e doméstico, além de queimas desregradas. Fontes adicionais incluem processos industriais que empregam cloro para fabricar produtos de consumo como a resina plástica PVC (polivinil cloreto), agrotóxicos e fábricas de celulose que utilizam cloro para branquear a polpa para o processo de produção de papel branco.    
* (nt.: arma química,teria sido a  alternativa química à bomba atômica empregada para o término da guerra no Japão. Após a guerra, passa a ser utilizada como herbicida – um de seus nomes comerciais era Tordon. No Vietnam de herbicida retorna à origem, ser arma de guerra).
**(nt.: vazamento ou utilização de óleos contaminados com produtos clorados, na década de setenta. As cidades tiveram que ser evacuadas e “desintoxicadas”).

P. Como as dioxinas afetam nossa saúde?
R. A exposição à dioxina pode levar a uma série de efeitos danosos à nossa saúde incluindo câncer, defeito de nascimento, diabetes, retardamento no desenvolvimento e na aprendizagem, endometriose e anormalidades no sistema imunológico.
A dioxina é um conhecido carcinogênico. A IARC - International Agency for Research on Cancer/Agência Internacional de Pesquisas em Câncer -, uma das filiadas à Organização Mundial da Saúde, classificou-a, em 1977, como um notório carcinogênico humano. Em janeiro de 2001, o Department of Healthy and Human Services’ National Toxicology Program-USA/Programa Nacional de Toxicologia do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos USA classificou-a como carcinogênico humano. O mesmo também fez, em setembro de 2000, o Setor de Saúde da EPA. Neste seu documento, projeta um risco efetivo de câncer de um para cem, para a maioria das pessoas sensíveis que utilizam uma dieta rica em gorduras animais. Em outras palavras, o risco de se ter câncer, acima ou além dos riscos de outras fontes, é de um para cem para algumas pessoas. Este é um cenário profundamente dramático. Isto em relação às pessoas mais sensíveis, em torno de cinco por cento da população que consome dioxina. Para um cidadão médio a EPA estima um nível de risco de um para mil o que é também é um sério risco. O nível geral que considera como “aceitável” é de um para um milhão.
A dioxina causa também uma série de efeitos negativos além do câncer. Estão entre eles, os danos aos sistemas reprodutivo, imunológico, endócrino e ao desenvolvimento tanto de humanos como de outros animais. Estudos em animais mostraram que exposições à dioxina estão associadas com a endometriose, à diminuição da fertilidade, inabilidade de levar a gestação a termo, abaixamento nos níveis de testosterona, decréscimo na contagem de espermatozóides, defeitos de nascimento e inabilidade na aprendizagem. Em crianças, a exposição à dioxina poderá gerar déficit em seus QI’s, efeitos negativos sobre a psicomotricidade e ao neurodesenvolvimento além de alterações comportamentais incluindo-se a hiperatividade. Pesquisas feitas com trabalhadores foram detectados baixos níveis de testosterona, diminuição no tamanho dos testículos e defeitos de nascimento nas proles dos veteranos norte-americanos do Vietnam expostos ao Agente Laranja.  
Efeitos sobre o sistema imunológico parecem ser um dos tópicos finais mais sensíveis pesquisados. Estudos com animais mostraram que há um decréscimo nas respostas imunológicas e o incremento na suscetibilidade a doenças infecciosas. Em estudos com humanos a dioxina estava associada com a depressão do sistema imunológico e alterações no status imunológico favorecendo ao crescimento de infecções. A dioxina também causa disfunções nas atividades normais dos hormônios, mensageiros químicos que o organismo se utiliza para crescer e manter o equilíbrio orgânico. A dioxina interfere com os níveis dos hormônios da tireóide tanto em crianças como em adultos, alterando a tolerância à glicose e está sendo associada à diabetes. 

Fonte do texto sobre a Dioxina:  http://www.nossofuturoroubado.com.br/old/dioxinacaso.htm traduzido de http://www.chemicalbodyburden.org/cs_dioxin.htm (para ler o texto completo, clicar nos links)

Além do grande aumento na produção de dioxinas, quantos "desertos verdes" serão necessários para abastecer de madeira a nova planta industrial da Celulose Riograndense?

O papel da imprensa na democratização do movimento socioambiental

Via Blog da AGAPAN :

Terça Ecológica 11/12: O papel da imprensa na democratização do movimento socioambiental


Lívia Zimmermann/Foto: ALRS
Alguns documentos inéditos sobre os protestos do movimento ambientalista gaúcho contra a poluição da antiga fábrica de celulose Borregard e a ameaça de instalação de aterro sanitário na Ilha do Pavão, em Porto Alegre, na década de 1970, serão apresentados na próxima terça-feira (11/12), durante mais uma edição da Terça Ecológica, evento mensal realizado pelo Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul.

As informações serão apresentadas pela comunicadora social e mestre em saúde coletiva Lívia Zimmermann, que relembra o trabalho de sua mãe, uma das precursoras do movimento ambientalista e indigenista no Rio Grande do Sul Hilda Zimmermann, falecida neste ano.

Ao abordar a importância que a imprensa teve para a democratização do movimento ecológico, em todas as fases, até chegar aos dias de hoje, Lívia vai apresentar pesquisa realizada durante o início da década de 1990, quando concluía seus estudos de graduação em Comunicação Social - Relações Públicas, sobre a degradação socioambiental nas ilhas do Delta do Jacuí, junto ao município de Porto Alegre. Ela traça um paralelo entre as fases das Relações Públicas com a da consciência socioambiental da população.

Ela lembra a atuação das ONGs Agapan e ADFG, que durante a década de 1970 organizaram, na Ilha Grande dos Marinheiros, juntamente com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), a primeira Campanha de Coleta Seletiva do Lixo na capital gaúcha. “Mas, infelizmente”, acrescenta, “apesar do apoio da população, rivalidades internas da administração municipal não deram continuidade ao projeto”.

Terça Ecológica
O Papel da Imprensa na Democratização do Movimento Socioambiental
Lívia Zimmermann - Comunicadora Social e Mestre em Saúde Coletiva
Dia 11 de dezembro
Às 19h
Auditório 3 da FABICO/UFRGS
Rua Ramiro Barcelos, 2705 - Bairro Santana
Evento: Ecojornalistas

Texto: Juarez Tosi