Audiência Pública demonstra apoios quase unânimes ao projeto
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Sylvio Nogueira, da Associação de Moradores do Centro também defendeu o projeto |
O projeto de lei de autoria do vereador Beto Moesch (PP), que declara os
túneis verdes de áreas de uso especial foi tema de audiência publica na noite
desta terça-feira (15/5) na Câmara Municipal de Porto Alegre. De acordo com o
projeto seriam 70 logradouros da cidade. A reunião atendeu pedido do vereador
João Carlos Nedel (PP) que discorda de parte do projeto.
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Vereador Nedel acredita que o projeto vai "engessar" a cidade |
Segundo Nedel, entende-se por túnel verde “o conjunto arbórico cujas copas das
árvores se unem”. Por isso o vereador diz não concordar que avenidas como
a Osvaldo Aranha, Getulio Vargas, Borges de Medeiros, Coronel Marcos e Terceira
Perimetral estejam incluídas no projeto. “Nestas avenidas todos sabem que as
árvores não se unem”, disse Nedel, alertando para outro item do
projeto, determinando que no calçamento do logradouro definido como
túnel verde fica vedada qualquer modificação que comprometa a
paisagem. “Talvez não esteja bem claro, porque não fala nada em relação ás
arvores”, justifica Nedel.
O autor do projeto considerou que Nedel está mal informado. “Ele desconhece
o que está dizendo pois estas avenidas não constam mais da proposta”, disse
Moesch. O vereador ressaltou que a proposta diz apenas que: “declara áreas de
uso especial ruas que tenham túneis verdes como patrimônio da cidade”, deixando
os detalhamentos para decretos futuros do prefeito. “Dependendo da
especificidade de cada uma”, disse Moesch. O vereador disse que a proposta da
discussão é decidir que cidade queremos. “Se mais humana, que vai dialogar com
as criaturas, ou sem planejamento estratégico”, questionou Moesch.
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Beto Moesch, autor do projeto, disse que Nedel está mal informado |
O vereador Carlos Todeschini (PT) disse que não entende o temor de Nedel,
pois, na sua opinião o projeto é singelo. “Declara como objeto de especial
proteção as áreas de interesse ecológico, cultural e turístico, conhecidos como
túneis verdes”, ressaltou Todeschini. Segundo o vereador é preciso entender que
Porto Alegre é uma cidade distinta que tem na sua característica fundamental as
árvores.
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Cidadãos e representantes de entidades foram defender o projeto na tribuna da Câmara |
O chefe de gabinete da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, André Carus,
falou que qualquer referência de desconformidade do projeto com o Plano Diretor
da Cidade é descabível. “A proposta respeita e pretende fazer cumprir a
legislação federal. Está bem ajustada”, considerou Carus. Na opinião de Carus,
o projeto merece respeito e uma analise com responsabilidade. “Não no
afã da política ideológica.”
Para o Secretário de Planejamento Municipal, Ricardo Gothe, a cidade
precisa dos túneis verdes. “Não há como a prefeitura vetar este projeto. Ele
precisa de ajustes, mas tem todos os méritos”, disse ele, garantindo que a
secretaria do planejamento ira produzir ações para colocar Porto Alegre num
patamar de cidade sustentável.
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Vereadora Fernanda Melchionna estranhou a atitude de alguns vereadores |
Fernanda Melcchiona (PSoL) disse estranhar que alguns
vereadores defendam audiência publica para debater o projeto. “Engraçado
que quando se trata da Orla do Guaíba os mesmos não querem nem ouvir falar em
audiência pública”, falou Fernanda. Ela declarou que existe na Casa "uma
tática de procrastinar" a votação de propostas através de apresentação de
emendas e pedidos de adiamentos. “Precisamos virar este jogo em todas as
esferas e votar imediatamente o projeto”, defendeu a vereadora.
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Roberto Jakobazko (à direita) conselheiro suplente da RP1 também defendeu o projeto |
Idenir Cecchim (PMDB) também defendeu a votação imediata do projeto. “Por
mim seria amanhã”, disse ele. Dr Thiago (PDT) falou que vê no projeto duas
magnitudes. “A primeira com relação ao mundo sustentável e a segunda a melhoria
da qualidade de vida. ”Na opinião de Thiago, a proposta deixará um legado para
a cidade.
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Alda Py Velloso e Fernando Guaspari, da Associação Moinhos Vive, foram apoiar o projeto |
A audiência pública foi dirigida pelo presidente do Legislativo, vereador
Mauro Zacher (PDT), e acompanhada pelo vereador Airto Ferronato (PSB) e por
representantes dos Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho, Movimento Menino Deus
Sustentável, Região 1 de Planejamento do CMDUA, Sociedade Brasileira de
Arborização Urbana, Agapam e Sindipoa que aprovaram a proposta de Moesch.
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Sandra Ribeiro, vice-presidente da AGAPAN, destacou a histórica luta em defesa das árvores |
A exceção ficou por conta do presidente do desconhecido
Instituto Porto Alegre Ambiental,
Vilmar Isolan de Mello, que discordou do projeto de Moesch. “Porque ele não
propõe que Porto Alegre seja declarada a cidade do túnel verde
e apenas algumas ruas como ele pretende”. Na opinião de Mello túnel verde
é a sociedade quem faz através do plantio de árvores. “Não precisa de projetos
e decretos.”
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Presidente do Instituto Porto Alegre Ambiental discordou do projeto |
Da página da Câmara Municipal de Porto Alegre - Regina Andrade (reg. prof. 8423)
Cesar Cardia, representando os Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho e AMABI, refutou o pronunciamento do vereador Nedel que dizia que as árvores da Gonçalo de Carvalho reprtesentavam risco para a população e imóveis da rua, que é considerada por muitos como "a mais bonita do mundo" justamente por ter muitas árvores!
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Augusto Carneiro, um dos fundadores da pioneira AGAPAN, esteve presente na Audiência |
No final de seu pronunciamento comunicou que no dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a Associação de Moradores do bairro Independência (AMABI) e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente iniciarão a catalogação e identificação das árvores da Praça Júlio de Castilhos e da Rua Gonçalo de Carvalho, um trabalho educativo que contará com a colaboração de escolas da região.
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Ivo Krauspenhar fez emocionado pronunciamento em defesa das árvores
em nome do Movimento Menino Deus Sustentável e Movimento Petrópolis Vive |
Que vergonha, vereador!
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O alarmista e irresponsável e-mail enviado por um vereador, acusando
um "engessamento" da cidade caso o projeto seja aprovado! |