12 dezembro 2006

Os Estatutos do Homem, segundo o poeta Thiago de Mello

Os Estatutos do Homem
(Ato Institucional Permanente)
Thiago de Mello
(A Carlos Heitor Cony)

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade, agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.

Santiago do Chile, abril de 1964.

16 outubro 2006

"Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco."
(Edmund Burke)

12 agosto 2006

Vencemos! Obrigado a todos.

É hora de a agradecer a todos os que se uniram a nós para preservar a Rua Gonçalo de Carvalho.
Muitos preferiram ajudar no anonimato, repassando nossas mensagens, mesmo com conversas com conhecidos. Outros vieram para a rua, distribuindo panfletos, participando de nossas manifestações. Um obrigado muito especial aos que colaboraram nos pagamentos de cópias de panfletos, conclamações e para o pagamento do convite de enterro do Haine.
Todos os que nos incentivavam a continuar depois dos ataques raivosos de parte interessada da mídia, que nos acusava de sermos "contra o progresso e contra a cultura".
A vitória é de todos.
Um agradecimento especial ao jornais de bairro FLORESTA e JÁ, que desde o início de nosso movimento apresentaram nossa versão dos fatos de maneira digna e imparcial. Também à TVCOM que fez um programa CONVERSAS CRUZADAS debatendo o problema, antes da Consulta Pública na Igreja Batista, com o jornalista Lasier Martins. O jornal Zero Hora, especialmente o Caderno Moinhos sempre procurou apresentar os dois lados da questão.
Obrigado ao Ministério Público, que mais uma vez mostrou toda sua competência e dignidade.
Obrigado especial para a vereadora Sofia Cavedon, única representante de nossa Câmara de Vereadores a nos apoiar e que sempre esteve presente em todas as nossas manifestações públicas.
Mas também temos que agradecer aos que estavam do "outro lado".
As ofensas, as críticas descabidas, as ameaças, as tentativas de nos ridicularizar perante a opinião pública, as mentiras ditas fizeram com que nos uníssemos mais. Fizeram com que tivéssemos mais vontade de continuar lutando por nossas idéias.
Obrigado também para o IAB/RS, AGAPAN, Fundação GAIA, Movimento PORTO ALEGRE VIVE e inúmeros outros Movimentos e Associações que defendem a Qualidade de Vida e Ecologia, tanto do Brasil como do exterior, que nos apoiaram e incentivaram.
Este blog não terá mais motivos para ser atualizado, pois já conseguimos o que queríamos.
Hoje a Gonçalo está protegida pelo decreto que a transformou em Patrimônio da cidade de Porto Alegre. Este decreto veta toda e qualquer tentativa de modificação na rua.
Mas estaremos vigilantes, por via das dúvidas...

08 agosto 2006

Parece que AGORA é definitivo

O novo Teatro da Ospa será construído na bifurcação das Avenidas 1ª Perimetral e Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), ao lado da Câmara Municipal, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia). O anúncio foi feito hoje pelo prefeito José Fogaça, durante entrevista coletiva no Paço Municipal, da qual participaram o presidente da Fundação Ospa (Fospa), Ivo Nesralla, e secretários do governo. A escolha foi feita depois de estudos técnicos por órgãos e secretarias municipais, em parceria com a Fospa.

Fogaça explicou que a decisão levou em conta fatores como acessibilidade metropolitana, qualificação da paisagem urbana e potencial turístico, além de um estudo preliminar do impacto ambiental e adequação ao padrão do índice de construção permitido no local. "A Prefeitura indicou a área em consonância com a Fundação Ospa. Entendemos que o projeto pode ser incluído no programa de revitalização do Centro, qualificando a área e oferecendo aos usuários uma obra que ficará por gerações", considerou Fogaça.

Um grupo de trabalho coordenado pela Secretaria do Planejamento Municipal (SPM), com a participação das secretarias municipais do Meio Ambiente (Smam), da Cultura (SMC), de Gestão e Acompanhamento Estratégico (SMGAE), do Turismo e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), analisou nove áreas na orla do Guaíba como alternativas para abrigar a sala sinfônica da Ospa.

Depois de estudar o projeto arquitetônico com os índices de volumetria e dimensão da obra, estimada em 15 mil metros quadrados, a Prefeitura optou pelo local. "É uma oportunidade de aproximar a Ospa cada vez mais da população", considerou o presidente da Fundação Ospa, Ivo Nesralla, lembrando que a construção resultará no sétimo teatro sinfônico do mundo, exclusivo para concertos. Com cerca de 1,5 mil lugares, o novo Teatro da Ospa prevê, além da sala sinfônica, a construção de uma concha acústica para apresentações ao ar livre e estacionamento.

Um projeto de lei ordinária para concessão de direito real de uso, por se tratar de bem público de uso comum (parque), será enviado à Câmara Municipal pelo Executivo. Depois da apreciação do Legislativo, o projeto será submetido a procedimentos administrativos de aprovação, como o Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) e o relatório de impacto ambiental.

Além de Nesralla, acompanharam o anúncio os secretários municipais do Planejamento Municipal, Isaac Ainhorn, da Cultura, Sergius Gonzaga, e de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Clóvis Magalhães, e o vice-presidente da Fundação Pablo Komlós (entidade privada criada para viabilizar a construção do Teatro da Ospa), professor Oswaldo Leite.

(da página da Prefeitura Municipal de Porto Alegre)

18 julho 2006

Apoiamos o MMM

Em São Paulo a comunidade também está mobilizada.
66 mil metros quadrados de área verde do Colégio Nossa Senhora do Morumbi estão ameaçados por um mega projeto imobiliário idealizado pela maior responsável pela urbanização da cidade de São Paulo, a Companhia City. Como sempre acontece, a comunidade não sabia de nada.
A comunidade organizou-se e, como aqui em Porto Alegre, conseguiu ter acesso ao projeto que já estava na Secretaria de Habitação de São Paulo. Planejavam construir sete torres de apartamentos com 22 andares, salas de apartamentos, ginásio e muito comércio.
E tudo isso, sem a ampliação da malha viária.
Os empreendedores aparentemente desconhecem que existe um decreto de 1989 que com o objetivo de preservar os poucos resquícios de mata atlântica existentes na cidade, preserva aquela área entre outras mais.
Eles estão organizados e pretendem lutar pela preservação da área e pelo direito de serem ouvidos e respeitados.
Os Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho apóiam essa luta do Movimento Morumbi Melhor - MMM.
O e-mail deles é: morumbimelhor@hotmail.com
Visite a página do MMM
Boa Luta e Sucesso aos amigos de São Paulo!

14 julho 2006

A Vitória - repercussão na imprensa

Ospa desiste de teatro no Total


Foram 11 meses de debates acalorados. Há tempos não se via um tema apaixonar tanto moradores e freqüentadores dos bairros Floresta e Independência. De um lado, quem defendia a instalação do novo teatro da Ospa no estacionamento do Shopping Total. Do outro, quem temia pela preservação da Rua Gonçalo de Carvalho, caso a construção fosse erguida.

No dia 9 de junho, finalmente veio o desfecho. Por meio de um ofício endereçado à Procuradora da República Suzete Bragagnolo, a Fundação Pablo Kómlos, responsável pela captação de verbas para a construção do novo teatro, comunicou a desistência do projeto.

A notícia foi comemorada por moradores da Rua Gonçalo de Carvalho, que consideram a vitória um marco na luta por manter a via livre da poluição e da expansão imobiliária na região. Mas, acima de tudo, os meses de manifestações contra a construção do teatro da Ospa e de seu edifício-garagem no bairro mostram o poder de mobilização dos moradores.

- É uma prova de que o caminho da vizinhança é a melhor maneira de encaminhar reivindicações. Outro ponto importante é que trata-se de um resultado independente da ação dos políticos. Muitos de nós julgávamos impossível esta conquista - afirma Marcelo Ruas, presidente da Associação dos Moradores e Amigos do bairro Independência (Amabi).

Conquista para uns, perda para outros. Entidades comerciais lamentaram não mais contar com um empreendimento que poderia tornar a região um pólo cultural.

- A decepção é grande. Estávamos vislumbrando mais empregos e oportunidades para a região enquanto defendíamos esse projeto. Mas já estamos avaliando a possibilidade de novos empreendimentos se instalarem no bairro - diz o presidente da Associação da Cristóvão Colombo, Beto Rigotti.

O atraso na liberação da Licença de Instalação pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente foi o motivo alegado pelo presidente da Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Ivo Nesralla, para a desistência do projeto.

- Perdi o tempo hábil para captação de verbas junto Ministério da Cultura - justifica Nesralla.

Segundo a assessoria de imprensa da Ospa, no entanto, outros dois motivos foram preponderantes na decisão: a oposição constante dos moradores da Rua Gonçalo de Carvalho - que recorreram ao Ministério Público - e questões relativas à origem privada do terreno. O segundo item comprova a tese defendida pelos moradores e pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil desde o início. O emprego de dinheiro público em um terreno que não pertence ao Estado dificultaria a captação de verbas por meio da Lei Rouanet.

Após a primeira vitória, a recém-criada Amabi pretende continuar lutando por melhorias para o bairro. Uma delas já foi obtida: a colocação da câmera da vigilância na esquina da Santo Antônio com a Cristóvão Colombo, ponto considerado rota de fuga de assaltantes. Quanto ao novo teatro da Ospa, deverá ser construído na orla do Guaíba, como previa o projeto inicial. Para a Gonçalo de Carvalho, um futuro com menos turbulências está guardado. A rua agora é reconhecida como patrimônio histórico, cultural, ambiental e ecológico da cidade. Se daqui a alguns anos, o túnel verde da via ainda encobrir a caminhada dos filhos e netos do bairro, estes 11 meses certamente serão lembrados.


Onze meses por uma causa
- Setembro de 2005 - Depois de saber dos planos da construção de um edifício-garagem com saída de carros pela rua, o grupo Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho começa suas reuniões
- Novembro de 2005 - É fundada a Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Independência, para apoiar a causa
- Dezembro de 2005 - Uma audiência pública para debater o tema reúne centenas de moradores no salão paroquial da Igreja Batista
- Janeiro de 2006 - Morre o cirurgião-dentista Haeni Ficht, fundador da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Independência e principal líder do movimento
- Janeiro de 2006 - Com alterações no projeto, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente emite a licença de instalação para o início das obras, mas o Ministério Público afirma que analisará a validade da licença
- Junho de 2006 - Fundação Pablo Kómlos confirma a desistência da instalação do teatro junto ao Shopping Total

Gabriel Brust - jornal Zero Hora (14/7/2006)

04 julho 2006

Agora, é OFICIAL

A Fundação Pablo Komlós (OSPA) desiste de construir seu teatro e o respectivo EDIFÍCIO-GARAGEM no estacionamento do Shopping Total.
A Rua Gonçalo de Carvalho seus vizinhos e amigos, liderados pela AMABI - Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Independência venceram esta batalha!!!

29 junho 2006

VITÓRIA

Jornal Zero Hora - 29 de junho de 2006 publica:

Cultura
Ospa pode se instalar à beira do Guaíba
Fundação negocia a construção da sede em área vizinha ao Estaleiro Só

A beira do Guaíba é o provável destino do novo teatro da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa). A Fundação Ospa (Fospa) negocia para construir sua nova sede - que incluiria uma sala de concertos com capacidade para 1,5 mil pessoas - em área vizinha ao Estaleiro Só, próximo à Fundação Iberê Camargo.

Representantes da orquestra e dos proprietários do terreno do estaleiro são cautelosos sobre o projeto, mas admitem que o assunto já foi tratado em reuniões preliminares. O presidente da Fospa, Ivo Nesralla, diz que o assunto depende também de negociações com a prefeitura e confirma que a hipótese de construir o teatro junto ao Shopping Total está "praticamente descartada", depois de três anos de impasses.

A nova sede da Ospa seria erguida no estacionamento do shopping da Avenida Cristóvão Colombo - um antigo projeto, descartado, previa o teatro no Cais do Porto. Mas a obra no bairro Floresta sequer começou. Projetada em 2003, a construção só foi autorizada formalmente pela prefeitura no ano passado. Devido à pressão de um grupo de moradores do bairro - em especial, da Rua Gonçalo de Carvalho, vizinha ao shopping -, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) só deu a liberação para o início dos trabalhos em março deste ano. A possibilidade de novos enfrentamentos com a comunidade, que recorreu até ao Ministério Público para barrar o projeto, levou Nesralla a procurar outras alternativas.

O projeto, orçado inicialmente em R$ 10 milhões, prevê uma sala de concertos inédita no Estado, específica para música sinfônica. O teatro é uma das principais metas da atual gestão da Ospa e é considerado fundamental para tornar a orquestra uma das mais destacadas da América do Sul. O custo total será recalculado.

Projeto vem sendo avaliado em reuniões com a prefeitura

- Teremos de captar todos os recursos de novo. Mas vamos fazer esse teatro. O projeto, que era o mais caro, já está pago - afirma Nesralla.

O novo teatro poderá ser construído em um terreno público contíguo à área do Estaleiro Só, adquirido no ano passado pela empresa SVB Empreendimentos. O arquiteto Jorge Debiagi, contratado pela SVB para estudar o aproveitamento do local, adianta que a idéia é transformar o terreno, hoje ocupado por depósitos abandonados, em um complexo de lazer. O projeto vem sendo avaliado em reuniões com a prefeitura e com a Câmara e deverá ser concluído em detalhes nos próximos 30 dias.

- Se confirmarmos o Teatro da Ospa ali, será criado um grande local para Porto Alegre, próximo à sede da Fundação Iberê Camargo (obra em andamento na Avenida Padre Cacique, com previsão de inauguração em 2007). Essa idéia tem tudo para se afinar - diz Debiagi.

Entenda o caso
  • Ao assumir o comando da Ospa, em 2003, o cardiologista Ivo Nesralla opta por criar um novo projeto para o teatro da orquestra, abandonando o antigo, que previa a construção no cais do porto. Desde 1984, a Ospa aluga o antigo Teatro Leopoldina, na Av. Independência.
  • Sete locais foram considerados para o novo teatro. O escolhido foi o Shopping Total, na Cristóvão Colombo, que cedeu um terreno para construção da sala sinfônica e de um edifício garagem com sete andares.
  • No ano passado, moradores da Rua Gonçalo de Carvalho, que passa atrás do shopping, manifestam-se contra a construção do edifício-garagem e a saída de estacionamento pela via, com apoio de entidades como Agapan e IAB.
  • Depois de uma audiência pública, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) liberou em janeiro a construção do teatro, com ressalvas arquitetônicas. Mas, temendo novo impasse com os moradores e com o Ministério Público, que iria monitorar a obra, a Fundação Ospa começa a buscar outro lugar para o teatro e negocia com os proprietários do Estaleiro Só.

28 junho 2006

OSPA no Estaleiro Só?

Nova Ospa
Depois de muitas andanças e mudanças, tudo indica que o novo prédio do Teatro da Ospa será construído no Estaleiro Só, perto do Museu Iberê Camargo, ali na beira do Guaíba. Já não era sem tempo de a cidade começar a se voltar para as margens do rio.

Jornal Zero Hora, Segundo Caderno, Coluna RS Vip


Sobre o Estaleiro Só:

O Estaleiro Só, uma área com mais de 50 mil metros quadrados junto ao Guaíba, na zona Sul da capital, está desativado desde 1995. Na tentativa de dar uma utilização à área, já ocorreram dois leilões, o primeiro em março de 1999 e o segundo em dezembro do mesmo ano. Ambos fracassaram por falta de interessados na compra do terreno, avaliado atualmente em R$ 17 milhões, aproximadamente. Um novo leilão deverá ocorrer até maio deste ano.

Atualmente, cerca de 600 ex-funcionários aguardam a venda do terreno na esperança de verem quitadas suas dívidas trabalhistas que somam cerca de R$ 14 milhões, entre pagamento de salários, décimo-terceiro, e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. O terreno escriturado compreende cerca de 42 mil m2. O Estaleiro possui ainda mais 14 mil m2 provenientes de áreas aterradas no local.

Entre os motivos pela falta de interesse dos compradores estavam as dívidas da companhia, cuja falência foi decretada em 1995, além da ausência de uma regulamentação urbana para a área. Através da lei complementar nº 470/02, que passou a vigorar em 2 de janeiro deste ano, a Prefeitura de Porto Alegre definiu o regime urbanístico a ser adotado no Estaleiro Só.

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) define a área como espaço especial. Isto designa os proprietários a promover no local somente atividades de interesse cultural, turístico e paisagístico. A lei define que o percentual destinado à área pública será constituído por um parque urbano com acessibilidade pública, de responsabilidade do proprietário e de acordo com o projeto aprovado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, privilegiando a integração da população com o Guaíba e seu acesso a toda orla pertencente à gleba.

Serão permitidos no local o comércio varejista - com exceção de depósitos ou postos de revenda de gás -, funerárias e postos de abastecimento que não estejam vinculados à atividade náutica. A área ainda poderá ser ocupada por serviços vinculados à atividade náutica e os considerados especiais, como arenas esportivas e marinas.

A preocupação da comunidade porto-alegrense e do poder público municipal até então vem sendo com a preservação do espaço físico da área e sua destinação pública. Pouco tem se discutido sobre o potencial cultural e histórico que se revela no Estaleiro Só, que conta parte da história da indústria no Rio Grande do Sul.

Ele foi fundado na metade do século XIX, em 1850, época em que Porto Alegre não poderia ser considerada mais do que uma aldeia, por Antonio Henriques da Fonseca, João Ribeiro Henriques e José Manuel da Silva Só. Tratava-se, no entanto, da primeira ferraria e fundição que se tem notícia na capital, estabelecida na esquina da Rua Uruguai com a Praça Montevidéo, no coração de Porto Alegre. Em 1900, depois de várias alterações societárias, passou a se chamar Só e Filhos e, posteriormente, Só e Cia., mudando, também, diversas vezes de endereço.

Produziram ferros, sinos para igrejas, tachos de cobre e, durante a guerra do Paraguai, forneceram bocais, estribos e cornetas para o exército em operação. Neste período, parece ter se desenhado a vocação da empresa, que também passou a fazer reparos na frota naval da Marinha Brasileira.

Nas últimas décadas, estabeleceu-se finalmente como sociedade anônima, adotando o nome de Estaleiro Só S.A. Depois de já constituído como um estaleiro, produziu mais de 170 embarcações, cerca de 30 modelos de navios, entre eles ferry-boats, navios-tanque, baleeiras, rebocadores, iates e pesqueiros. Seu apogeu ocorreu durante a década de 70, do século XX. Neste período, chegou a contabilizar cerca de 3 mil funcionários.

Os anos 80, no entanto, foram implacáveis com o setor naval no Brasil, que sofreu um forte declínio, principalmente devido à falta de financiamentos. O Estaleiro Só iniciou, então, um processo de diversificação de suas atividades, abrindo uma divisão de metal-mecânica, destinada à fabricação e pré-montagem de caldeiraria pesada, semi-pesada e leve. Esta iniciativa, que chegou a dar uma sobrevida ao empreendimento, não foi suficiente para mantê-lo ativo nos anos que se seguiram.

Fonte: Blog do Guiarony

16 junho 2006

Saiu no Jornal Zero Hora

MEMÓRIA
Gonçalo vira patrimônio

Primeira rua no Estado a receber esse título, a arborizada Gonçalo de Carvalho sagrou-se como patrimônio histórico, paisagístico, cultural e ecológico de Porto Alegre. O merecido reconhecimento garante à rua uma espécie de escudo contra qualquer intervenção - seja ela imobiliária, estética, hidráulica ou estrutural - que ameace as características originais do local. Além do belo túnel verde que orgulha os moradores, até as lajotas das calçadas e os paralelepípedos da via estão protegidos pelo decreto. É proibido asfalto, em qualquer ponto.
Assim, o crescimento imobiliário que desde 2001, com a construção do Shopping Total, avança sobre a Gonçalo de Carvalho, agora terá de ser minuciosamente avaliado sempre que se achegar à rua.
- O decreto ampara o patrimônio natural daquele logradouro, em razão da grande quantidade de espécies de árvores e da importância na cadeia alimentar. Qualquer intervenção que ameace a paisagem do local também será vetada - afirmou o secretário municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch.
Com uma série de restrições arquitetônicas, Moesch autorizou a edificação do novo teatro da Ospa no estacionamento do Shopping Total. Mas o presidente da Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Fospa), Ivo Nesralla, ainda não tem o consentimento da Secretaria Municipal da Cultura e adianta que não quer problemas com moradores da Gonçalo de Carvalho - contrários à construção.
- Estou estudando a possibilidade de erguer o teatro em outro local - disse Nesralla.
O título de patrimônio histórico foi outorgado à rua pelo prefeito José Fogaça, em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.

ZH Moinhos 16/junho/2006

13 junho 2006

Vencemos!

Fundação Pablo Komlós comunica oficialmente sua desistência de construir sua Sala Sinfônica e seu edifício-garagem na área do Shopping Total!

05 junho 2006

Rua Gonçalo de Carvalho é patrimônio ecológico de Porto Alegre

Na abertura da 22ª Semana Municipal do Meio Ambiente, na tarde desta segunda-feira, 5 de junho, o prefeito José Fogaça assinou decreto tornando a rua Gonçalo de Carvalho “patrimônio histórico, cultural e ambiental da cidade”. É um ato inédito, pois se trata da primeira via da cidade a receber tal distinção.

O texto estabelece a manutenção das características locais, o que inclui preservação das dezenas de árvores tipuanas, plantadas em 1937, e a manutenção do calçamento da via, feita de paralelepípeos. Assim, qualquer intervenção no local deverá obedecer ao decreto.

O evento, no Shopping Total, teve a presença de um seleto público, composto por representantes da Associação do Bairro Independência, entidades ecológicas, empreendedores, funcionários da Prefeitura e jornalistas.

O presidente da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Independência (AMABI) e morador da rua Gonçalo de Carvalho, Marcelo Ruas, comemorou a conquista. “É o reconhecimento da luta dos moradores do bairro”, avaliou.

O grupo protestou para manter as características da via, trazendo a público a discussão sobre a construção de um prédio-estacionamento anexo à futura sede da OSPA no Shopping Total. “Agora, a rua será compreendida de outra forma pelo poder público e pela sociedade. Terá outro status no conjunto ambiental”, acredita Ruas.

Para o secretário do Meio Ambiente, Beto Moesch, a iniciativa é mais uma ação precursora de Porto Alegre com relação à preservação ambiental. “São mais de 30 anos, tudo começou com a Agapan (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural), nos anos 70”, lembrou, citando ainda a mobilização de outra comunidade, a da Marquês do Pombal, em defesa do “túnel verde” da via no Moinhos de Vento.

Moesch garante que a proteção da Gonçalo de Carvalho vai abrir um precedente para o reconhecimento oficial dos túneis verdes de Porto Alegre. “É a primeira de muitas ruas que terão protegidas as suas características de arborização”.

O prefeito José Fogaça disse que o objetivo do governo municipal é trabalhar em três eixos: social, econômico e ambiental. “A Gonçalo de Carvalho é um tesouro urbano, resultado de anos de respeito à arborização na cidade”. Ele também destacou o Comitê Gestor de Educação Ambiental, criado em 2005, que visa integrar as secretarias municipais nas questões de meio ambiente.

Matéria de Carla Ruas - Jornal Já

Começa o reconhecimento?

E-mail recebido dos companheiros da AMABI - Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Independência:

Prezados companheiros,

Por solicitação do Presidente Marcelo, a AMABI está pedindo a todos o comparecimento à solenidade cujo convite é reproduzido abaixo. Mais, que convidem os amigos a prestigiarem o evento que vem ao encontro do que sempre pensamos: o cidadão tem que valorizar e defender o patrimônio histórico, cultural e ambiental desta cidade, que a todos pertence.
Obrigado pela atenção.
Reinaldo Pirajá Lameira

CONVITE
A Prefeitura Municipal de Porto Alegre, por intermédio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, e o Comitê Gestor de Educação Ambiental, têm a honra de convidar Vossa Senhoria para a cerimônia de abertura da 22ª Semana do Meio Ambiente e assinatura do Decreto que institui a Rua Gonçalo de Carvalho como patrimônio histórico, cultural e ambiental, a realizar-se às 14 horas do dia 05 de junho, no John Bull Pub - Shopping Total - Av. Cristóvão Colombo, 545


Contamos com sua participação!

* confirme sua presença através do e-mail eventos@smam.prefpoa.com.br

01 junho 2006

Ainda sobre o terreno da CORLAC

Lendo a coluna do Fernando Albrecht, no Jornal do Comércio do dia 11 de maio, cabe uma pergunta: o Leiteiro Anônimo terá mais força que as árvores da Gonçalo de Carvalho?

Monumento ao Leiteiro

Novela interessante é a da antiga Corlac, na Carlos Von Koseritz, que serviria para abrigar o Teatro da Ospa, por exemplo, o que já foi especulado várias vezes. O Estado ainda não consegue dispor da área porque ela está penhorada e, pior, alguém da administração passada teve a luminosa grande idéia de tombar o prédio. Vai ver, alguém quis fazer por lá algum Monumento ao Leiteiro Anônimo.

Publicado na coluna de Fernando Albrecht, Jornal do Comércio.

OSPA na antiga CORLAC?

Nova Ospa
Pelo que se comenta em alguns círculos, estaria aprovada a idéia de se construir o novo Teatro da Ospa nas dependências da antiga Corlac, na Carlos Von Koseritz. O local é amplo. E a vantagem é que não precisa desapropriar. A área já pertence ao Estado.

Publicado na coluna de Fernando Albrecht (Jornal do Comércio)


Para relembrar o caso, acesse a página do Ministério Público do Rio Grande do Sul.

29 março 2006

E-mail repassado pelo Nestor Nadruz

Sr. Nestor !

Li, com muita atenção, o seu artigo publicado no "Jornal do Comércio" desta data, 29/03/2006, sob o título : "Por que se calam ?" Confesso que não entendia, perfeitamente o motivo do confronto entre os favoráveis e os desfavoráveis à instalação de um teatro para a OSPA, no prédio que abriga o Shopping Total.

Em dez/2005 escrevi o artigo "OSPA", o qual envio para o seu conhecimento. Vamos acompanhar o desdobramento do impasse.

Um abraço.

INDIO.


OSPA

Lendo a reportagem de Flávio Pereira “Comunidade do bairro Floresta não abre mão do novo Teatro da Ospa”, publicada em “O SUL” do dia 04/12/2005, uma linha própria de raciocínio cruzou a minha mente com referência ao momentoso assunto.

Na maioria das situações existem posições favoráveis e posições desfavoráveis. São raros os assuntos que dizem respeito a uma comunidade em que há unanimidade.

Pois, na aludida reportagem, referindo-se ao risco de perder a oportunidade de trazer a Ospa para o bairro, o presidente da Associação dos Moradores da Rua Cristóvão Colombo, Sr. Carlos Alberto Rigotti, afirma: “Em determinado momento, chegamos a temer por esta conquista, na medida em que algumas manifestações egoistas, de pessoas preocupadas em preservar interesses pessoais, vinham criando obstáculos.” O citado lider comunitário fala de uma pesquisa entre os moradores da região sobre o assunto : “A nossa associação fez uma enquete preliminar e, entre 760 moradores ouvidos, apenas sete não votaram a favor. Estes, porém, manifestaram-se indiferentes à construção do teatro na área do shopping”.

Pergunto: se apenas sete moradores não votaram a favor do projeto e mantiveram-se indiferentes, onde estão os “egoistas” citados pelo presidente da associação ? Não foram ouvidos ? O fato de deixá-los à margem da pesquisa , não é uma forma de “egoismo” ?

Não sou morador do bairro e sou totalmente indiferente quanto ao local onde a sede da Ospa será instalada. Penso que deva ser feita uma pesquisa na área de abrangência do bairro e a idéia vencedora concretizada.

Um teatro para a Ospa significa um ponto de confluência de eventos culturais. A população, na maioria das vezes, é favorável a essa idéia. O que contraria e amedronta moradores é a instalação de estabelecimentos barulhentos e presídios nos limites dos bairros residenciais.

Para encerrar, seria interessante que a coletividade soubesse que interesses pessoais seriam preservados com a não implantação do Teatro da Ospa na área do Shopping Total. Há vezes em que interesses pessoais são de extrema justiça e suplantam a vaidades de um coletivismo artificial e narcisista que pode estar acontecendo. Talvez não esteja mas, pode estar.

INDIO GUILHERME BAUER

Por que se calam?

Por que se calam?
A notícia saiu na página de Fernando Albrecht/JC, em dois dias, sobre o indeferimento da concessão dos benefícios da Lei Rouanet, para a edificação do prédio da OSPA e prédio complementar de estacionamento. Não é possível conceder este tipo de beneficio, em numerário, para edificação em terreno privado, no caso, em um local predominantemente comercial, como o Shopping Total. Tínhamos razão todos, do Movimento Porto Alegre Vive e, sobretudo, dos moradores da rua Gonçalo de Carvalho. Se faz necessária uma desapropriação, por sinal cara. O Estado fará isso? Não. Tem outras áreas para oferecer. O Município fará isso? Não tem dinheiro para tanto. Acabou com a maior conquista dos municipários: a reposição, a cada dois meses, de seus vencimentos. Conforme articulista de um jornal local, os que lutaram contra a instalação do prédio nas dependências de um centro comercial e jogado em um canto da propriedade privada, eram fundamentalistas, e o movimento como sendo já morto. Ora, nada melhor do que confiar em certos valores da administração pública, que ainda existem. Agora sim, os arautos que nos criticaram receberam uma resposta simples. Não poderão construir nas condições propostas. A OSPA é um marco dos gaúchos. Deve ter um local à altura de sua dignidade, sem conchavos e interesses que nunca foram claros. Lavamos a alma. E, agora, por que não falam?
(Nestor Ibrahim Nadruz, arquiteto e urbanista)
Fonte: Jornal do Comércio

22 janeiro 2006

Prefeitura de Porto Alegre libera a construção

Apenas um dia após a cerimônia religiosa em memória de Haeni Ficht, principal líder do Movimento Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho e fundador e primeiro presidente da AMABI - Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Independência, a SMAM liberou a construção do complexo OSPA, no estacionamento do Shopping Total.
Estes últimos dias tem sido realmente muito tristes para o Movimento Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho.
Mas não iremos esmorecer.
Precisamos continuar mobilizados para continuar protestando e esperar pelas ações do Ministério Público.

17 janeiro 2006

Em Memória do Haeni

MISSA EM MEMÓRIA DE
HAENI FICHT
Será realizada nesta quinta-feira, 19 de janeiro de 2006, Missa em memória de Haeni Ficht, líder e primeiro presidente da AMABI, falecido no dia 9 de janeiro passado.
A cerimônia religiosa ocorrerá na Igreja Pompéia, rua Barros Cassal, 220 às 19h.
AMABI - Associação de Moradores e Amigos do Bairro Independência
Movimento Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho

10 janeiro 2006

Haeni Ficht


Haeni Ficht, presidente da Amabi, Associação de Moradores e Amigos do Bairro Independência e um dos líderes do Movimento Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho, faleceu nesta segunda-feira.
Foto: Gabriel Brust - Jornal Zero Hora

07 janeiro 2006

QUESTÕES RELEVANTES

Questões relevantes que necessitam esclarecimentos:

O complexo da antiga cervejaria Brahma, tem condicionantes que é do conhecimento do proprietário mas, pasmem, é descomprida pela Prefeitura Municipal, desde a Administração anterior. A área, já na vigência da Lei Complentar 49/59 é area funcional de preservação cultural, como marco histórico da cidade de Porto Alegre.

Senão vejamos:

a - O complexo foi mantido no atual Plano Diretor, portanto lei, e foi incorporado no Estudo das Áreas Especiais de Interesse Cultural, elaborado a cêrca de tres anos pela SMC e UNIRITTER. Portanto, as novas edificações pretendidas não estão previstas e a área está protegida pelo Decreto Municipal 14.530, em vigor. Mas a SPM liberou EVU, contrariando o Decreto para edificação de um prédio para instalação da OSPA, grande aspiração dos gaúchos, e agregado a um edificio garagem. Esta é a primeira questão.

b - Com o desmembramento da área de construção da OSPA, a Prefeitura comete a segunda irregularidade. Áreas de preservação não estão sujeitas a retalhamento.

c - O terreno do complexo é privado, mas os recursos são públicos. O terreno liberado para registro no Registro de Imóveis, para edificação da OSPA ainda tem cláusula de uso por trinta anos e, após, as benfeitorias feitas, reverterão ao proprietário original ou a seus descendentes. Foi-se a OSPA. Isto tem que deixar bem claro.

d- O impacto ambiental e de vizinhança vai estar presente com a concentração de 1.500 pessoas a mais, nos dias de funcionamento da OSPA, ou outros eventos libarados pelos seus responsáveis. Mais ainda a construção de espaço vertical para cerca de 600 carros e mais o que estacionar nos arredores, em especial, na rua Gonçalo de Carvalho. São projeções muito além do previsto e o que não desejaria provavelmente a EPTC. Este é um processo delicado e de difícil avaliação, para o espaço disponível do entorno e ambiências e seus ruidosos desdobramentos.

Em nenhum momento foi acionado o Estatuto da Cidade, que exige a participação efetiva das comunidades, na participação em todas as gestões, em todos os atos e divulgação dos estudos elaborados. Isto não foi feito. Sómente a um pequeno grupo foi dado este privilégio.

Todas as explicações até agora divulgadas, foram insuficientes, evasivas e alegam que estão cumprindo a Lei.

Informamos a todos os interessados que, diante dos contraditórios, há processo em andamento no Ministério Público, para o devido exame e procedimento. Até lá nenhuma pedra poderá ser erguida para as novas construções. ISTO ESTÁ DESCARTADO. Além do mais, este projeto, por utilizar recursos públicos, tem que ser submetido a concurso público, não interessa as condições destes recursos. Vamos dar prosseguimento ao projeto vencedor já existente para a área do porto, que é bonito, espraiado e não aceitar o proposto que é encravado na parede cega de um edificio, por não haver outro local disponível no complexo do Shopping Total, ex-Patrimônio Cultural a preservar.

*Colocações do arquiteto Nestor Ibrahim Nadruz (Coordenador do Movimento Porto Alegre Vive, representando 30 Entidades Comunitárias), dia 20 de dezembro, quando da Audiência Pública promovida pela SMAN sobre o projeto OSPA.