26 fevereiro 2011

Porto Alegre, a cidade dos automóveis que odeiam bicicletas


(Vídeo do momento do atropelamento dos ciclistas)


Grupo de ciclistas são criminosamente atropelados no bairro Cidade Baixa


Do Blog Cão Uivador:

Barbárie em Porto Alegre

Na tarde dessa sexta-feira (a última do mês, como é tradicional, e também acontece em São Paulo), aconteceu mais uma Massa Crítica em Porto Alegre, em que ciclistas se reúnem e pedalam por várias ruas, de modo a lembrar que eles também são o trânsito (ao contrário do que diz a mídia, que eles “atrapalham o trânsito”). E também serve para chamar a atenção para a situação que eles vivem: para pedalar com segurança, só assim, em grandes grupos.
Na verdade, nem assim. Na tarde dessa sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011, a Massa Crítica foi vítima de uma tentativa de assassinato na Cidade Baixa. Um motorista simplesmente avançou por cima de todo mundo com 
sua arma
 seu carro, resultando em vários feridos e em uma justíssima revolta por parte dos ciclistas e das testemunhas da barbárie.
Blog do Massa Críticahttp://massacriticapoa.wordpress.com/

15 fevereiro 2011

BANHADOS - Ecossistemas degradados

Texto enviado pelo engenheiro agrônomo Julio Cesar Rech Anhaia

[...] reservatórios de água, proteção contra tempestades e mitigação de secas, controle da estabilização de margens de rios e lagoas e da erosão do solo, elementos estabilizadores entre os fluxos de águas de superfície e dos lençóis freáticos, fatores de purificação da água, enquanto retentores de nutrientes, de sedimentos e de poluentes, e, em particular, como elemento de estabilização de climas locais, por meio de sua influência nos regimes de chuvas e da temperatura (SOARES, 2001).
Áreas Úmidas são áreas de terra submersa ou saturada com água, seja natural ou artificial, permanente ou temporária, aonde a água é parada ou corrente, doce, salobra ou salgada. Áreas dominadas por água, a serem consideradas, incluem diferentes tipos de Áreas Úmidas costeiras, pântanos, lagoas, lagos, rios e represas

A palavra “banhado” é utilizada principalmente no Rio Grande Sul e provém do termo espanhol “bañado”, devido à influência dos países que fazem fronteira com o Estado, geralmente é usado para especificar várias classes de áreas úmidas, entre as quais destacamos planícies de inundações e formações palustres. Três critérios devem ser usados na identificação de áreas úmidas: presença de água, desenvolvimento de plantas aquáticas e presença de solos hídricos.

A definição de áreas úmidas mais aceita internacionalmente foi proposta na Convenção de Ramsar em 1971: “extensões de brejos, pântanos e turfeiras, ou superfícies cobertas de água, sejam de regime natural ou artificial, permanentes ou temporárias, estancadas ou correntes, doces, salobras ou salgadas, incluídas as extensões de água marinha cuja profundidade na maré baixa não exceda os seis metros”.

Caracterizam-se pela presença de água, que cobre parte significativa de sua área total, saturando os sedimentos e criando condições de solo encharcado, geralmente, em um ambiente redutor, que permite apenas o desenvolvimento de espécies vegetais adaptadas a essas condições. Estes contribuem com grande porcentagem da produção biológica global, desempenhando funções essenciais para a manutenção dos recursos hídricos.

Os banhados possuem funções ecológicas importantes para a manutenção do equilíbrio das regiões em que se desenvolvem. Essas funções incluem a produção de alimentos, a conservação da biodiversidade, a sustentação das atividades pesqueiras, a contenção de enchentes, o controle da poluição e o potencial como áreas de recreação.

Os ecossistemas conhecidos como banhados são corpos d’água rasos de grande importância ecológica, embora apenas recentemente isso começasse a ser reconhecido. Além de servirem de habitat para uma diversidade de espécies de seres vivos e constituírem áreas de transição entre ambientes aquáticos e terrestres, os banhados ainda são responsáveis pela atenuação de cheias, melhoria da qualidade da água e recarga/descarga de águas subterrâneas.

09 fevereiro 2011

Excelentes vídeos em HDR de Patryk Kizny


Autumn. A short timelapse film from Patryk Kizny on Vimeo.

Os vídeos de Patryk Kizny mostram uma maneira incrível de ver a realidade através da fotografia HDR. Sequências de fotografias montadas como se fosse uma filmagem criam algo realmente novo e extremamente criativo.


TheChapel. A short film. (HDR timelapse) from Patryk Kizny on Vimeo.

06 fevereiro 2011

Movimento em Defesa da Orla: manifesto contra a hidrelétrica de Belo Monte

Manifesto enviado pelo Movimento em Defesa da Orla:


Manifesto contra a construção da megahidrelétrica de Belo Monte e em defesa do desenvolvimento sustentável para o Brasil

Excelentíssima Presidenta do Brasil
Srª Dilma Rousseff

As tragédias recentemente ocorridas no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo, assim como as que em anos recentes assolaram Santa Catarina, entre outras, não podem ser vistas como acontecimentos que resultam exclusivamente de fenômenos naturais extremos. Pesquisadores de vários campos do conhecimento cada vez mais relacionam as mudanças climáticas globais com a ação humana. Durante a recente disputa eleitoral para a presidência, infelizmente, não se priorizou o debate sobre o modelo de desenvolvimento do país e suas regiões. Um modelo que se fundamenta em concepções ultrapassadas como a que concebe a natureza como uma dimensão inerte (morta) e fonte inesgotável de matéria-prima.
Esta é uma representação empobrecida da natureza, que esconde a complexidade de um sistema onde interagem seres vivos, ambiente natural e a cultura produzida pela sociedade, e que não corresponde ao avanço do conhecimento e ao que aprendem os estudantes das boas universidades. A modernização das cidades brasileiras e das regiões do país tem adquirido feições predatórias que se sustentam nesta visão de natureza inesgotável, com capacidade ilimitada de recuperação e na pressuposição de que vale a pena priorizar o econômico e o lucro em todas as situações.

As tragédias recentes mostram que: a ocupação humana em topos de morro e nas margens de rios e riachos, a falta de investimentos em tratamento de esgoto, o persistente desmatamento da Mata Atlântica (hoje com 7,91% da área original), a dificuldade do sistema educacional em criar comportamentos sustentáveis, a incapacidade dos governos locais em priorizar a qualificação dos técnicos em planejamento urbano e gestão ambiental e da defesa civil, e a falta de envolvimento de lideranças da comunidade na prevenção dessas ocorrências, resultam em um alto custo social. Como a tragédia provocada pela “guerra no trânsito” tem como um de seus causadores a escolha dos governos pela exclusividade do modelo rodoviário, a tragédia das mortes provocadas pelas enchentes e pelos deslizamentos também tem como uma de suas causas a ocupação do solo urbano, que desconsidera o que recomenda a legislação ambiental, a ciência do planejamento urbano e o Estatuto da Cidade.Os empreendedores da construção civil geralmente alegam a elevação dos custos econômicos e, os governos locais, a perda da capacidade de atração de investimentos, para burlar os mecanismos de controle e de segurança.

O processo de tomada de decisão para a construção da megahidroelétrica de Belo Monte utiliza a mesma metodologia que submete a sociedade à lógica dos ganhos econômicos privados, que socializa os custos e joga para o futuro os riscos sociais.

Acreditamos que a mudança do comportamento social, em relação ao meio ambiente que sustenta nossas vidas no planeta, passa pela mudança da prática dos governos e do setor empresarial, que devem incorporar no planejamento e na execução ações que minimizem os impactos negativos da modernização.

Para que a diretriz do Governo Dilma “4. Defender o meio ambiente e garantir um desenvolvimento sustentável” se realize, sugerimos que a Secretaria de Assuntos Estratégicos apresente um Plano com Ações Sustentáveis, envolvendo órgãos como o Ministério das Cidades, o Ibama, Caixa Econômica Federal, BNDES, empresas privadas, ONGs e Movimentos Sociais. Propomos um PAC das Ações Sustentáveis que, como o Bolsa Família, sinalize para a sociedade que outro desenvolvimento é possível.

Porto Alegre, 21 de janeiro de 2011.

Coordenação do Movimento em Defesa da Orla do Rio Guaíba – Porto Alegre – RS

03 fevereiro 2011

Recuperar a cidade

Matéria do jornal argentino Página/12:
El derecho a la ciudad
Por Horacio González *
Se escucha en diversos ambientes el pensamiento de “recuperar la ciudad”. De la ciudad de Buenos Aires se trata. De la huraña, la enigmática, la conjetural ciudad de los porteños. La ciudad que alguien gobierna pero que nadie tiene. ¿Pero se conoce la ciudad? Desde hace muchos años suelen señalarse las diferencias sociales entre Norte y Sur, según el corte de la Avenida Rivadavia. En los últimos tiempos, se criticó el cercamiento clasista al que era sometida, al dificultarse los servicios médicos a los habitantes del conurbano. Mientras tanto, crecía la radicación de inmigrantes en nuevas localizaciones y las villas miseria se convertían en ámbitos de especulación inmobiliaria reflejando al capitalismo urbano realmente existente. Si por un lado se construía el Malba y el entrepreneur Alan Faena se ubicaba en el atolón de Puerto Madero, por otro se acentuaban los procesos laborales de servilismo, siniestros vasallajes cercanos a la mano de obra esclava.

Palermo Hollywood y Koreatown; Rosedal y Parque Indoamericano. Toda ciudad vive de sus polaridades. Si no se las ve con lucidez crítica, son temas para las guías turísticas. De lo contrario, deben ser la forma directa de visualizar las luchas sociales a través de los símbolos cívicos y las señales ideológicas del equipamiento urbano. En los nuevos inmigrantes, late un sentimiento de utopía. En los antiguos habitantes, en general, de miedo. La vida política de una ciudad tiene dos alas: una utopía de justicia urbana; otra, de recelo por lo extraño. Si triunfa este último, y por momentos parece estar triunfando, adiós Buenos Aires como ciudad abierta, como ciudad cardinal de una nación de relaciones sociales igualitarias. Una gran ciudad es una utopía y también lo que puede agrietar la vida de los utopistas, lanzándolos a la subsistencia mañosa.

Las tesis del urbanismo crítico de los años ’60 insistieron en que la ciudad era un medio de reproducción colectivo de la fuerza laboral, y que eso la caracterizaba por entero. Manuel Castells, uno de los promotores de esa idea, acabó descartándola al comprender que una ciudad es una obra de la imaginación colectiva, no producto inmediato de los modos reproductivos del capital en su necesidad de mano de obra. Por ejemplo, Pueblo Liebig, ciudad entrerriana a orillas del río Uruguay, podía haberse considerado una ciudad de esa índole, girando toda su actividad en torno del frigorífico. Pero en realidad, toda ciudad comienza su vida efectiva cuando se desprende de esa servidumbre respecto de un sistema productivo excluyente, que convertiría sus formas de comercio, circulación cultural, vivienda, salud, educación, etc., en superestructuras de consumo alrededor de su producción centralizada. El frigorífico ya no está y Pueblo Liebig subsiste como enclave turístico, un tanto fantasmal. La nostalgia, el humor triste, llevó a erigir allí el monumento al cornedbeef.

Pero, sin embargo, y sin que lo perciba, a pesar de sus milongas y sus plazas Cortázar, Buenos Aires es una simbólica ciudad-fábrica. Constituida por una plusvalía que se mide también en materia de tiempo laboral, como lo evidencian las horas pico del subterráneo, las estaciones Constitución, Once o Retiro con sus conocidas imposibilidades. Nombradas éstas de acuerdo con su grado de espesura y dramatismo, según el monto de obstáculo que oponen a los que circulan. Plusvalía temporal que pagan los trabajadores. El Obelisco es un hecho económico comunicacional (además de todo lo que se ha escrito sobre él, atinado o desatinado), porque significa “aquí está el centro”. Voluntad de conquista que sacude al conurbano y a todas las demás regiones con un dictamen de anexión y preponderancia. Una ciudad fábrica entendida como metrópolis central cree tener derecho a elaborar reclusiones de espacio y tiempo. Y junto a ello, a definir quiénes van a ser sus subalimentados, sus excluidos, sus masacrados. Lo que se reproduce es la sustracción del tiempo del habitar. Se imponen celdillas existenciales, como todo encuestador sabe muy bien. El habitar se torna sucedáneo de un hecho de consumo. Se puede saber cómo piensa la ciudad según dónde se vive, cuáles son los equipamientos domiciliarios.

El macrismo quiso desactivar a Buenos Aires convirtiéndola en sumas individuales de consumos de mercado; la piensa como si fuera el resultado de un frigorífico extinguido que estaba en su centro y por suerte dejó de funcionar, abandonando pellejos vacíos, aunque persisten funcionamientos serviles respecto de un centro de captura. Ciudad ya no laboral, sino una colmena oscura de habitantes atrincherados. Abandonó la idea, ingenua pero atendible, de la ciudad como centro cívico democrático y la confiscó con abstractos diseños comunicacionales, tal como una reciente publicidad hace con la ciudad de Claromecó. Gracioso es. El problema es que se piense así en el ejercicio de la política. El macrismo, no obstante, quiso mimetizarse con todo lo anterior: en un aspecto hasta remedó al “progresismo cultural”, en otro, a las policías científico-represivas y a sus servicios de información. Hizo un gobierno de facsímil y repetición: punteros importados del peronismo, simulacros de timbreos barriales, diálogos imaginarios con vecinos, previamente escritos en el gabinete de asesores. En general, deshistorización de la ciudad. En vez de memoria, design. En vez de justicia urbana y equipamientos públicos, atomización ciudadana. La trágica memoria de Cromañón tuvo una resolución de derecha, y la ciudad todavía debe otra reparación germinadora de vida a sus jóvenes sacrificados.

La ciudad macrista se parece a esas recorridas con fantasmales ómnibus turísticos que dicen city of books, a las bicisendas que cercenaron calles sin entender que se necesita una “voluntad maoísta” para crear masivos ciudadanos-ciclistas. Ellos vendrán, sin duda, pero su modelo de ciudad amigable es ahora una ciudad hosca, desnutrida, quizás a la espera de órdenes invisibles para salir de cacerolas. Coactiva, encerrada, con su flotilla de taxis a toda hora expandiendo una única conversación-mercancía, que gira entorno de la expectativa ansiosa de un putsch. Tal como Martínez Estrada lo percibió, mirando los picnics en los parques de los años ’30, aparentemente inocentes. O como Oscar Masotta lo imaginó en 1955, al escuchar en un cine de Flores los aplausos a ciertas escenas alusivas de Nido de ratas, con Karl Malden y Marlon Brando. Vaticinó: “Va a caer Perón”.

Sin saber que la ciudad habla y gime con rencor mientras no deja de pensarse como una utopía, es difícil tomarla como motivo de debate, incluso electoral. Vivimos uno de esos momentos y, más allá de la forma que adquiera la confrontación, será esencial decir que hay que reconstruir el derecho a la ciudad, tal como los urbanistas de las izquierdas sociales lo proclamaron ya hace mucho tiempo. Henri Lefebvre, bajo ese concepto, pensó ciudades como valor de uso, no como abstracciones publicitarias, capaces de desplegar nuevas políticas espaciales y de tiempo urbano liberado, creador. Este rango de utopismo es necesario ahora, porque es el que desentraña el sentido de las ciudades en el acto de construir viviendas, de plantear nuevas políticas de tierras, sanear sus ríos, reformar las policías, imaginar renovados servicios judiciales, urbanizar sus villas miseria sin plagiar éstas a las metrópolis gigantescas en un juego de espejos invertidos, estimular sus vanguardias culturales, recuperar sus viejos cines, volver atrás de la desmoralización urbana que proponen los shoppings centres para imaginar nuevas ferias modernas, desafío para diseñadores arquitectónicos de un nuevo linaje urbanístico. Y principalmente, la hipótesis de seguridad democrática que debe ser adoptada, haciéndola depender de una antropología de urbanización democrática, de una gran transformación en las artes y oficios en el sujeto urbano y suburbano.

Recomponer Buenos Aires es una empresa equivalente a una refundación material, moral, artística e intelectual. En toda gran metrópolis hay ciencias ocultas, clandestinidad y secreto. Estas evidencias no deben alcanzar su punto de fusión con la producción capitalista de la ilegalidad, que ya son formas de dominio fuertemente alienadas que afectan a la ciudad abierta. La hipótesis de “inclusión social” es generosa, pero debe ser acompañada del proyecto de cambiar también la ciudad –en el sentido de su cultura democrática y social–, en la que simultáneamente nuevos habitantes de pleno derecho se incluyan. La ciudad es una máquina incesante donde millones de acciones humanas se interrogan a sí mismas, por eso no debe quedar en manos de poderes que hagan de ese universo genérico un poder abstracto, un logotipo disciplinario. Las grandes tecnologías contemporáneas son manifestación de una urbe viva, no ésta de aquéllas.

Las colosales obras de ingeniería, la acción de una tuneladora o de grandes grúas deben ser decisiones políticas democráticas y no manifestación de un poder técnico que desconecte para siempre a la urbe de las lluvias o de la naturaleza. Los grandes puentes son la historia de la ciudad. El pavimento no es ocultación del suelo sino dialéctica cultural de la existencia urbana. El conurbano debe ser repensado en el sentido del urbanismo crítico, de nuevas vías de comunicación no radiales, de la justicia social y un mundo laboral-existencial volcado a un juego centro-periferia, intercambiable y sin subordinaciones, realmente emancipado. Hay que refundar también las ciudades periféricas del viejo conurbano, expandir fundaciones laterales, recrear sus aparatos educativos mediante una gran reforma pedagógica que realce las formas de vida suburbanas a la luz de nuevos descubrimientos culturales universalistas. Hay que ir hacia el sur, el oeste y el norte de la Región Metropolitana, hacia todo el cuadrante de las aguas y los vientos, hacia el Río de la Plata, con nuevas hipótesis habitacionales y de socialización de las tecnologías del vivir intervinculante.

Para replantear a Buenos Aires, es posible convocar a una vasta familia de arquitectos e ingenieros; demógrafos, sanitaristas y antropólogos; críticos literarios, técnicos, sociólogos, psicólogos y novelistas; cineastas, políticos e informáticos de nuevas estirpes, las profesiones de la construcción y la imaginación, ésas y otras, que están destinadas a repensar las ciudades por el trabajo, el arte y la política. Existe el saber de los que trabajaron y trabajan con la materia viva popular y los símbolos literarios de vanguardia, los que ya se empeñaron y se siguen empeñando en la tarea, como los arquitectos Bereterbide, Marcos Winograd, Juan Molina y Vedia. En esas filas trabajaron y trabajan también los que se ocuparon de escribir la ciudad, como Roberto Arlt, Borges, Scalabrini Ortiz, David Viñas. Es en esta época, no otra, donde esto, además de poder ser discutido, se preste al sentimiento de que es posible otro habitar y otro convivir en la ciudad de Buenos Aires.

* Sociólogo. Director de la Biblioteca Nacional.