27 fevereiro 2009

Estudo adverte que mudança climática é "irreversível"

Imagem: British Council

Estudo adverte que mudança climática é "irreversível"

Mesmo que a humanidade pare de um dia para outro de emitir CO2, a temperatura continuará subindo nos próximos mil anos, conclui um estudo da Escola Politécnica Federal de Zurique.

Os cientistas Reto Knutti e Gian-Kasper Plattner pesquisaram com colegas dos EUA e da França o que aconteceria se a humanidade de repente interrompesse as emissões dos gases do efeito estufa.

Os resultados publicados na revista especializada PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) contatam que é um equívoco acreditar que os problemas do clima vão sumir assim que forem tomadas medidas.

Segundo Gian-Kasper Plattner, sabe-se há bastante tempo que uma parte do CO2 produzido pelo ser humano permanecerá por muito tempo no ar. "A opinião pública e até mesmo muitos cientistas não têm consciência deste fato."

Morosidade dos oceanos

As consequências são de longo alcance. Segundo os pesquisadores, a temperatura reage ainda mais lentamente do que a concentração de CO2.

Simulações teriam revelado que a temperatura praticamente não diminuiria num período de mil anos após o fim das emissões dos gases causadores do efeito estufa. A culpa seria da morosidade do complicado sistema pelo qual os oceanos interagem com o clima.

Além disso, os pesquisadores analisaram por esse longo período algumas das consequências muito pesquisadas do aquecimento global. Entre outras coisas, eles concluíram que períodos de secas em muitas regiões da Terra – por exemplo, no sul da Europa – serão praticamente irreversíveis.

Nível do mar sobe

O aquecimento leva a uma irreversível elevação do nível do mar. Os pesquisadores calcularam que somente a expansão das águas decorrente do calor fará com que o nível do mar suba até um metro, caso a concentração de CO2 na atmosfera continue aumentando por mais cem anos no ritmo atual.

A isso se juntam massas de água do derretimento das geleiras e do gelo da Antártida e do Ártico. Se todas as geleiras sumirem, o nível do mar deve subir mais 70 cm. O degelo das calotas polares ainda não foi muito estudado, mas há estimativas de que o nível do mar subiria mais alguns metros.

Esperar é perigoso demais

Segundo os cientistas, também as consequências políticas da longevidade da mudança climática são de longe alcance. A estratégia de esperar para ver quão grave será a mudança é perigosa, argumentam Plattner e Knutti.

Os políticos devem considerar em suas decisões que as mudanças não podem ser revertidas num período relevante para o ser humano.

A única exceção seria, segundo Plattner, conseguir retirar o CO2 da atmosfera através de meios técnicos. Até agora, porém, ninguém teria demonstrado que esta faxina artificial da atmosfera seja viável em grande escala.

Link: Swissinfo, Geraldo Hoffmann (com agências)

Leia mais: As mudanças climáticas e as cidades

17 fevereiro 2009

Como destruir uma floresta!

Máquina para a colheita de eucaliptos!

A tecnologia contribuindo para a destruição das florestas.
Imaginem essas máquinas adaptadas para a destruição da Amazônia...
O massacre planetário está acontecendo, com a "desculpa" do progresso econômico.
Até quando o planeta resistirá?


12 fevereiro 2009

SMAM vai pedir destombamento de árvore centenária na Cidade Baixa

Do Núcleo Amigos da Terra Brasil:

NÃO AO ESPIGÃO DA LIMA E SILVA
SMAM vai pedir destombamento de árvore centenária na Cidade Baixa

Após a manifestação realizada por moradores e ambientalistas na rua General Lima e Silva, quadra entre a Alberto Torres e Luiz Afonso, ontem, dia 11, em defesa da natureza e da saúde dos vizinhos do empreendimento Spot Cidade Baixa, a Secretaria de Meio Ambiente de Porto Alegre anuncia que, “segundo o supervisor de Meio Ambiente, José Furtado, a Smam encaminhará ao Gabinete do Prefeito o pedido de destombamento da nogueira-pecã, para que seja assim transplantada para outro local”.

O outdoor é grande mas não conseguiu esconder a grandiosa árvore

“Como podemos ter segurança nas políticas se elas mudam ao sabor dos interesses estritamente comerciais?”, questiona a coordenadora dos Amigos da Terra Brasil, Lúcia Ortiz. A nota divulgada pela Smam conta o processo de negociação com a Construtora Melnick e confirma que houve uma suspensão temporária das obras do prédio (24/09/08). Segundo a Secretaria, o motivo foi a presença da árvore tombada, sem considerar que se trata de uma árvore centenária, nem porque lá coabitam aves em um angico junto de uma figueira. Muito menos porque em torno se localizam residências de pequeno porte que sofrerão as conseqüências de um sombreamento, como a umidade e o mofo. Sequer as condições de tráfego foram estudadas, sendo este já bastante intenso no local. Realidade que deve ser dramaticamente alterada com moradores em 197 novos apartamentos.

Novo prédio pretende ter o dobro da altura do vizinho

A nota da Smam afirma que, conforme a Secretaria de Planejamento, “o processo do empreendimento da Melnick tramitou normalmente por ter altura de 52 metros, o que corresponde a 18 ou 19 andares, estando dentro do permitido pelo Plano Diretor da Capital para construção na Cidade Baixa”. E que “não foi exigido o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV, Lei Federal 10.257/2000) por não ter sido ainda regulamentado o mesmo em nível municipal”. A nota encerra afirmando que “a obra está em conformidade legal, possuindo Licença de Instalação”. Importante esclarecer que em relação ao Estudo de Impacto de Vizinhança, que não teria sido entregue por não haver obrigatoriedade legal, a minuta do projeto de lei que institui o EIV está em discussão há seis meses no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental (CMDUA).

Durante a tardinha de ontem na Cidade Baixa, os moradores utilizaram um megafone e apitos tentando apelar ao bom senso da Construtora Melnick e seus convidados a um coquetel onde pretendem que seja o Spot Cidade Baixa. Eles denunciaram que nem o Estudo de Impacto Ambiental foi entregue – apesar de este sim ter regulamentação. “A Lima e Silva já está congestionada, imagine como vai ficar o trânsito aqui com mais 600 moradores”, diz a moradora Bernadete Menezes. Para o cartunista Santiago, querem mudar o bairro para “Cidade Alta”.

Os Amigos da Terra Brasil apóiam a campanha “Não ao espigão da Lima e Silva” do Movimento Cidade Baixa Vive. Segundo o diretor e bioconstrutor Fernando Costa, esta é uma prática da construção civil no mundo todo que tenta impor a perda das características sociais e ambientais e a privatização da paisagem. “É preciso que nos unamos em favor de um pensamento preocupado com o todo, com a questão social e ambiental e não apenas comercial,” disse.

O Spot Cidade Baixa é um empreendimento da Melnick Construções, prevê apartamentos de um, dois e três dormitórios e lojas no térreo.


Eliege Fante DRT/RS 10.164
Assessora de Imprensa
Núcleo Amigos da Terra Brasil

10 fevereiro 2009

Tá tudo "arranjado"?


Em 1960 um dos candidatos a presidente dos Estados Unidos era Richard Nixon, mas mesmo sabendo da sua fama de mentiroso os publicitários que faziam a campanha de John Kennedy evitavam a todo custo chamá-lo assim. Imaginavam que grande parte do eleitorado poderia sentir pena de Nixon e o objetivo, provar que Nixon era de fato mentiroso, não seria atingido.

O que fizeram então? Em uma foto do então candidato colocaram a frase que iria acompanhar Nixon até o fim de sua vida.

Você compraria um carro usado deste homem?

Kennedy venceu Nixon nas eleições, mas anos depois Nixon foi vitorioso, derrotando o democrata Hubert Humphrey e tornou-se presidente. Foi reeleito em 1972 com esmagadora maioria sobre seu oponente George McGovern, até ser obrigado a renunciar ao cargo (o famoso caso Watergate) por… MENTIR!

Leia no Blog Porto Alegre RESISTE como foi a apreciação do veto ao projeto Pontal do Estaleiro e tire suas conclusões se você compraria um carro usado de alguns de nossos políticos...

Aqui:

http://poavive.wordpress.com/2009/02/09/mentira/

03 fevereiro 2009

Copa do Mundo da Leviandade

Mais vozes questionam a "chantagem" da Copa. E não apenas em Porto Alegre...
O respeitado jornalista Janio de Freitas escreveu um excelente texto tratando desse tema.
Vale a pena ler e repassar!

Na "Folha de São Paulo" de 01/02/2009

A Copa da Leviandade

JANIO DE FREITAS

Se o custo fosse R$ 35 bilhões, equivaleria a mais de duas vezes o Orçamento da Educação.

PREFEITOS de capitais e respectivos governadores estão empenhados em uma competição nunca ocorrida por aqui.

Para todos os ouvidos públicos, dizem tratar-se da disputa pela inclusão de sua capital entre as 12 que sediarão jogos da Copa do Mundo no Brasil, em 2014.

A verdade é um pouco menos modesta do que os prefeitos e governadores.

A conquista que eles buscam é incluir-se entre os 12 prefeitos e outros tantos governadores que vão estourar os cofres e muito futuro de suas capitais, e se necessário os dos Estados também, em benefício de sua popularidade eleitoral.

A Copa do Mundo é precedida pela Copa da Leviandade, promovida pelo governo Lula.

A estimativa de custo da Copa entregue a Lula no meio da semana, por suas eminências Joseph Blatter e Ricardo Teixeira, duas riquezas do peleguismo futebolístico que presidem a Fifa e a CBF, refere-se a R$ 35 bilhões calculados pela Fundação Getúlio Vargas.

Se o custo fosse aquele, equivaleria a duas vezes e mais 30% de todo o Orçamento para a Educação como será apresentado, amanhã, na reunião ministerial. Ou quase nove vezes o Orçamento para Ciência e Tecnologia.

Sabe-se, porém, que estimativas de custo de obras, no Brasil, são o que há de mais consagrado na ficção brasileira.

Bem, saber, não se sabe: vê-se.

Uma das batalhas de Juca Kfouri, a um só tempo inglórias e gloriosas, é a cobrança do relatório do Tribunal de Contas da União sobre o custo, e as mágicas que o fizeram, do Pan no Rio em 2006.

Dinheiro do Ministério do Esporte, da Prefeitura do Rio e do governo fluminense.

Pois nem o TCU cumpre o mínimo dever legal e público de divulgar suas constatações, quanto mais os que torraram, entre aplicações e divisões, o dinheiro público em que estimativas de R$ 50 milhões chegaram, na realidade, a dez vezes o estimado.

Sem explicação.

O que não se sabe, vê-se.

O Rio, há muito maltratado, foi abandonado de todo, para a prefeitura pagar o saldo de seus gastos e remendar as contas durante dois anos e meio, como prevenção parcial do risco de inquéritos e processos na sucessão.

Isso em uma capital com os recursos do Rio.

Uma cidade como Natal, cujo encanto não se traduz em dinheiro sequer em proporção aproximada, diz o noticiário que está gastando R$ 3,5 milhões só para engambelar a apresentação de sua candidatura.

Propõe-se a construir um estádio, com projeto encomendado na Inglaterra, de custo estimado em R$ 300 milhões.

Digamos, contra tudo, que a estimativa seja exata.

A cidade e a população de Natal não têm carências inatendidas até hoje por falta de R$ 300 milhões?

Na concepção eleitoreira e rentável, a continuidade, pelo tempo afora, das carências de Natal e das outras capitais de menor riqueza é compensada por três ou quatro jogos das oitavas da Copa.

O plano da cidade de São Paulo é exuberante.

São Paulo pode.

Mas seria interessante saber por que os bilhões paulistas, que entusiasmam o prefeito Gilberto Kassab ao se referir às obras para a Copa, não lhe dão o mesmo entusiasmo para usá-los, por exemplo, em obras corajosas que humanizem o neurotizante trânsito paulistano.

Das pequenas capitais à potência de São Paulo, só as quantias variam.

O desprezo pelas cidades e suas populações, presentes e futuras, é o mesmo.

Expresso na Copa das Leviandades.