23 dezembro 2005


Você pode AJUDAR

Jornal Zero Hora, 22/12/05

ZH 22/12/2005
Cultura
Vizinhança debate novo Teatro da Ospa
GABRIEL BRUST
Com a ressalva de que o local do Teatro da Ospa já estava definido, o secretário municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch, abriu a consulta pública que debateu o tema com moradores dos bairros Floresta e Independência, na noite de terça-feira.

Segundo Moesch, a licença prévia concedida pela prefeitura em abril definiu que a construção será feita no estacionamento do Shopping Total. A discussão, a partir de agora, restringe-se apenas a decidir que ajustes devem ser feitos no projeto.

Quase 300 pessoas superlotaram o salão da Igreja
Batista, na Cristóvão Colombo, durante quatro horas, para ouvir a apresentação do projeto, feita pelas empresas responsáveis, e para ouvir representantes dos moradores e da Ospa. A polarização entre os dois grupos dividiu o salão, com militantes usando adesivos, vaiando e aplaudindo a todo momento. Moradores da Rua Gonçalo de Carvalho - que seria prejudicada pelo empreendimento - usavam tanto o adesivo do movimento que defende a rua como o do "adversário", onde se lia "Sim à cultura, sim à Ospa".

- Estamos lutando apenas contra o edifício-garagem, e não contra o teatro - explicou Haeni Ficht, um dos líderes do movimento Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho, referindo-se à construção de sete andares que acompanharia a sala sinfônica.

Os debates renderam manifestações acaloradas. O engenheiro responsável pelo projeto, Ismael Solé, e o arquiteto Nestor Nadruz, do movimento Porto Alegre Vive, bateram boca e Nadruz precisou ser contido por integrantes da mesa.

Outra discussão se deu entre o presidente da Ospa, Ivo Nesralla, e o arquiteto Julio Collares, responsável pelo projeto que previa a instalação do teatro da Ospa no cais do porto, e que foi abandonado pelo atual governo do Estado.

- Não posso imaginar um lugar pior para uma orquestra sinfônica que o estacionamento de um shopping - afirmou Collares.

Nesralla defendeu-se da acusação de que um prédio público seria construído em um terreno privado, justificando que o responsável pelo empreendimento não é o Estado ou a Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, mas a Fundação Pablo Komlós.

A afirmação intrigou a vereadora Sofia Cavedon, que questionou o fato de o terreno estar cedido pelo shopping somente por 25 anos:

- Incentivo fiscal é, sim, dinheiro público. Temos que garantir que este investimento retornará ao Estado depois deste tempo.

O secretário Beto Moesch garantiu que, com base nas reivindicações da audiência pública, mais alguns pontos do projeto serão modificados, antes da liberação da licença de instalação do empreendimento.

(Publicado no jornal ZERO HORA, dia 22 de dezembro de 2005)

21 dezembro 2005

Audiência pública para debater Ospa reúne 400 pessoas

A conclamação que o maestro Isaac Karabitchevsky fez à população para comparecer à audiência pública sobre a Sala Sinfônica da Ospa deu resultado. Cerca de 400 pessoas superlotaram o Salão Paroquial da Igreja Batista na noite desta terça-feira, 20 de novembro. Eram músicos, estudantes, vizinhos, simpatizantes da orquestra, arquitetos, funcionários da Prefeitura. O público começou a chegar por volta das 19h e a reunião acabou depois das 23h.
Integrantes da Associação Cristóvão Colombo, da Prefeitura e do Shopping Total também participaram da mobilização para atrair público – todos favoráveis à construção de uma sede para Orquestra Sinfônica no terreno da antiga cervejaria Brahma.
De outro lado, moradores da rua Gonçalo de Carvalho e entorno, que são contra o prédio no local proposto, também compareceram, apoiados pelo Movimento Porto Alegre Vive. Parecia campanha eleitoral, teve até o corpo a corpo de militantes com as pessoas que iam chegando.
Cartazes eram exibidos, adesivos eram colados no peito de quem aparecia – um dizia “SOS Gonçalo de Carvalho”, o outro “Sim à cultura, sim à Ospa”.
Matéria do Jornal JÁ de autoria de Guilherme Kolling
Leia na íntegra clicando aqui.

17 dezembro 2005

Não são apenas os moradores...

Ao contrário do que a mídia "vinculada" ao Shopping tem tentado ridicularizar os moradores que se opoem às obras, o IAB-RS em abril de 2005, também demonstrou estranheza em sua página de internet.
Eis a matéria:

MANIFESTAÇÃO PÚBLICA DO IAB-RS SOBRE O PROJETO DO TEATRO DA OSPA

O Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento do Rio Grande do Sul – IAB-RS - está atento às notícias sobre a elaboração do projeto e licenciamento da obra do novo Teatro da OSPA. A forma como vem sendo conduzido o processo e o anúncio de que este será edificado na área do Shopping Total, na Av. Cristóvão Colombo, causou estranheza e provocou uma ampla e democrática reflexão por seu Conselho Estadual.

Destarte lembrar que o local escolhido - mesmo que a sociedade ainda desconheça como exatamente se deu o processo de escolha - teve o privilégio de ter sido restaurado com recursos públicos, antes mesmo de qualquer anúncio ou menção de que ali haveria algum teatro, com o benefício da Lei de Incentivo à Cultura, portanto através da renúncia fiscal do Estado em nome do Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural.

Nesta oportunidade, o IAB-RS reitera a histórica convicção de que edificações públicas, bem como sítios, praças e monumentos, para fins públicos, devem ter seu Projeto de Arquitetura e Urbanismo originado através de Concurso Público Nacional de Arquitetura e Urbanismo, atendendo a Lei Federal Nº 8.666/93, Lei das Licitações, especialmente por ser tal Projeto considerado, nesta Lei, um serviço técnico profissional especializado (Art. 13). Da mesma forma, convicto está de que no âmbito do patrimônio, precisamente em conjuntos arquitetônicos, de acordo com a Lei Federal Nº 5.194/66 que regula o exercício das profissões do Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo, em especial a Resolução Nº 218/73 (Art. 1º e Art. 2º), é da competência do profissional Arquiteto, vedado aos demais, o desempenho de atividades profissionais referentes, entre outras, a conjuntos arquitetônicos e monumentos.

Cabe recordar que do Concurso Nacional de Projetos – “Porto dos Casais”, que estabeleceu diretrizes urbanísticas para a revitalização do porto da cidade, resultou um outro Concurso Público Nacional de Projetos, de caráter setorial, para o novo Teatro da OSPA. Este processo envolveu jurados de prestigio internacional, tendo o poder público contratado e remunerado com recursos públicos o desenvolvimento dos projetos vencedores.

Hoje, sem qualquer fato ou evento público que venha informar a sociedade da razão das mudanças no processo tecnicamente planejado, sob o ponto de vista urbanístico, e democrático, sob o ponto de vista da escolha dos projetos, surge um novo e superveniente local, programa e projeto.

No caso de novo local, de novo programa, de uma nova visão sobre o caso, o adequado será efetuar um novo processo público de seleção - um novo concurso. Um concurso que estabeleça, inclusive, regras específicas para parcerias público-privadas.

Este questionamento que o IAB-RS evoca foi emanado da última Reunião de seu Conselho Estadual, organismo que representa a opinião de significativa parcela dos arquitetos do Estado em defesa da arquitetura e do urbanismo, que propôs o seu encaminhamento às representações da administração estadual e municipal - executivo e legislativo - assim como das representações da Orquestra Sinfônica e do complexo comercial envolvidos neste processo, a fim de manifestar a visão especializada de que a cidade, seu patrimônio e suas instituições públicas não podem ser confundidos ou tratados da mesma forma como o são os bens privados, sobre os quais se aplicam outros procedimentos legais.

Porto Alegre, 04 de abril de 2005.

CONSELHO DIRETIVO IAB-RS 2004/2005

Ameaça a uma das ruas mais belas de Porto Alegre

Quem mora em Porto Alegre com certeza conhece ou pelo menos ouviu falar da rua Gonçalo de Carvalho, no limite entre os bairros Independência e Floresta.
Rua tranqüila, de classe média, que apesar de já sofrer com o fenômeno da verticalização - há cada vez mais prédios altos na rua - ainda têm mantidas e conservadas algumas belas casas antigas. E o que mais encanta: é um verdadeiro túnel verde, a menos de um quilômetro do Centro.
Porém, um fantasma ronda esta rua. Há um projeto de se construir, no terreno do Shopping Total (ao fundo do qual passa a Gonçalo de Carvalho) o novo teatro da OSPA - Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.
Nada contra a OSPA. Esta instituição merece um teatro à altura de sua importância para Porto Alegre. O problema é outro.
Junto com o teatro, será construído um edifício-garagem com sete andares, sendo dois deles no subsolo. O local é uma pedreira, ou seja, para a escavação do subsolo com certeza será necessário o emprego de dinamite, o que pode ocasionar danos às estruturas dos edifícios vizinhos. Talvez possa ser até pior, pois durante a construção do shopping, em 2002-2003, já se empregou dinamite, o que fazia a região tremer.
Além disso, aumentará - e muito - a poluição atmosférica na área. Os prédios que têm fundos para o terreno do shopping - onde será construído o edifício-garagem - sofrerão com a emissão de gases tóxicos pelos escapamentos dos carros. Sofrerá tambem a rua, com a poluição atmosférica e sonora proporcionada pelo movimento de veículos. E vale lembrar que o edifício-garagem funcionará todos os dias, ininterruptamente, não apenas quando houverem espetáculos no Teatro. Ou seja, os sete andares do estacionamento servirão aos freqüentadores do Teatro, ou para que se possa ampliar o estacionamento do shopping?
Um detalhe importante: originalmente o Teatro seria construído no Cais do Porto, uma zona abandonada do Centro de Porto Alegre. Seria uma bela maneira de revitalizar a região, pois o Teatro levaria movimentação àquele ponto da cidade que é hoje mais freqüentado por assaltantes. Tornaria a região um centro cultural, como se fez para revitalizar as zonas portuárias de outras cidades do mundo. Quando ouço falar em Sydney logo lembro da Opera House, construída na região do porto - aliás, quando falam em Austrália lembro da Opera House antes dos cangurus ou das praias.
Hoje em dia, muitas pessoas ao ouvirem falar de Porto Alegre, lembram do pôr-do-sol do Guaíba. Imaginem como seria mais bela esta lembrança se o Teatro da OSPA fosse construído no Cais do Porto!
Por que hospedar a OSPA naquele acanhado espaço ao lado de um shopping center?
Para anotar na agenda: na próxima terça-feira, dia 20/12, às 19h e 30min, tem consulta pública para decidir sobre a aprovação - ou não - da obra. Será no Salão Paroquial da Igreja Batista, na av. Cristóvão Colombo, 616.
Vamos todos dizer NÃO!
Quem não mora aqui, sinta-se a vontade para mandar suas palavras de apoio!
Para mais informações, acessem os blogs: Amigos da Gonçalo de Carvalho e AMABI (Associação de Moradores e Amigos do Bairro Independência).

Postada no blog: Kárdia (http://blogkardia.blogspot.com/)

14 dezembro 2005

Entenda o problema da Gonçalo de Carvalho

Existe um projeto de construção do Teatro da OSPA na área do Shopping Total.
Mas vejam o que trará junto:
O problema é que igualmente irão construir um edifício-garagem com SETE pavimentos sendo DOIS andares no sub-solo. Ficará junto à Rua Gonçalo de Carvalho, uma das mais belas ruas de Porto Alegre. Querem também que TODO o trânsito de saída do Shopping seja escoado pela Gonçalo.
Sem ouvir os moradores das redondezas, aprovaram o projeto e está faltando apenas a Licença de Instalação. A Rua Gonçalo de Carvalho, com suas árvores e pássaros, será atingida pela poluição com o aumento desordenado de trânsito na rua que insistem em fazer.
Os moradores dos prédios vizinhos, alguns muito antigos, poderão ter suas estruturas ameaçadas, pois o local é uma pedreira basáltica.
Somos grandes admiradores da OSPA e nada temos contra ela, como admirável instituição que orgulha a cidade e o estado.
O problema é outro...
A cidade não pode ser propriedade dos grandes grupos econômicos e seus interesses mesquinhos.
A cidade é da população.
Especialmente de nossos filhos e dos que virão depois.
Um grupo de pessoas iniciou um movimento contra isso e mais algumas coisas pertinentes.
Estamos solicitando apoio a todos os que tenham o mesmo pensamento que nós. Sejam moradores da Rua, do Bairro ou da Cidade, ou NÃO.
Nós somos apenas um grupo de pessoas, moradores do bairro, não um grupo econômico.
Somos pessoas comuns, como você. Mesmo tendo que trabalhar diáriamente em nossas atividades profissionais, estamos usando parte de nosso tempo para exercitar nosso direito de expressar nossa opinião com liberdade.

Exerça sua cidadania!!!
Não se omita.
Você e a cidade perderão muito com estas alterações.
Dia 20 de dezembro haverá CONSULTA PÚBLICA a respeito deste tema, como determina nossa legislação.
Anote: 19,30h no Salão Paroquial da Igreja Batista (Cristóvão Colombo, 616).